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Indústria voltou a crescer em maio, dizem analistas, mas crise política ainda ameaça

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Com a segunda expansão seguida na comparação mensal, a indústria seguiu dando sinais de estabilização em maio, mas a crise política pode colocar essa trajetória em risco, avaliam economistas. Segundo a estimativa média de 26 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, a produção industrial cresceu 0,7% de abril para maio, feitos os ajustes sazonais, depois de alta de 0,6% na medição anterior. As projeções para a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, a ser divulgada hoje pelo IBGE, vão de expansão de 0,2% até 2%. Na comparação com igual mês do ano passado, a expectativa é que a atividade do setor tenha subido 3,4%.

O comportamento dos indicadores que antecedem a variação da produção foi bastante positivo em maio, afirma Thiago Xavier, economista da Tendências Consultoria. Medida pela Anfavea, entidade que reúne as montadoras, a produção de veículos ficou 9% maior entre abril e maio, com ajuste sazonal. Também dessazonalizada, a expedição de papelão ondulado subiu 2,4%, enquanto o fluxo pedagiado de veículos pesados cresceu 2,7%, segundo a ABCR.

Xavier estima que a atividade avançou 1,1% no mês, mas ainda não vê movimento de recuperação consistente, mesmo com a alta relativamente forte. Da expansão de 0,6% na produção em abril, cerca de 0,4 ponto veio do segmento farmacêutico, diz, e junho ainda é uma incógnita, devido aos efeitos da piora do ambiente político. “Não há segurança de que os próximos resultados sejam positivos.” Único indicador antecedente disponível para o mês passado, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) da FGV caiu 2,8 pontos ante maio, para 89,5 pontos.

Também medido pela FGV, o nível de utilização da capacidade instalada (diminuiu 0,5 ponto no período, para 74,2%, outro indício negativo para a atividade do segmento. Depois da recente rodada de turbulências políticas, afirma a equipe econômica do BNP Paribas em relatório, o crescimento pode ser afetado por incertezas nessa seara.

Mesmo assim, os economistas do banco afirmam que a economia brasileira está num ponto de inflexão. “As próximas divulgações devem confirmar a expectativa de tendência de alta”. Para o BNP, a produção cresceu 0,7% em relação a abril, e 3,4% ante maio de 2016. Também com estimativa de avanço de 0,7% para o indicador em maio, a MCM Consultores avalia que a variação positiva será observada na indústria de transformação e no setor extrativo mineral. “No primeiro caso, todos os indicadores coincidentes tiveram bom desempenho no mês, com destaque para a produção de veículos. No segundo caso, a alta decorrerá da produção de minério de ferro”, diz a consultoria.

O comportamento mais forte da indústria extrativa, a reação nas exportações de veículos e o bom desempenho da indústria de alimentos devem garantir que a indústria cresça na média de 2017, diz Xavier, da Tendências. Mesmo assim, a consultoria pode rever para baixo a previsão atual para o ano, de alta de 2,4% do índice.

Fonte: Valor Online

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