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Medicamento contra Covid tem testes no Brasil

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Interferon Lambda
Foto: Canva

Um medicamento contra Covid testado no Brasil demonstrou resultados promissores no combate a formas graves do vírus. Chamado de Interferon lambda peguilado, o remédio reduziu pela metade as chances de um paciente com a doença ser hospitalizado, se mostrou eficiente para anular todas as variantes do vírus e ainda pode ser mais prático e barato que outros remédios já usados. As informações são do G1.

Os resultados apareceram após ensaios clínicos de fase 3 feitos no Brasil e no Canadá entre 2021 e 2022 e publicados neste mês na revista científica The New England Journal of Medicine, uma das mais importantes da área. No Brasil, mais de 30 cidades participaram do estudo (a maioria em Minas Gerais). A redução nas hospitalizações foi de 51% entre pacientes que receberam Interferon e estavam vacinados.

O estudo foi coordenado pelo brasileiro Gilmar Reis, professor de medicina da PUC Minas e associado da Universidade McMaster (Canadá), que vem apostando em pesquisas de medicamentos que atuam no sistema imunológico do paciente para frear a Covid, o que é uma ação diferente de outros remédios já existentes no mercado, como o Paxlovid, da Pfizer.

O que é o Interferon lambda, novo medicamento contra Covid?

É um medicamento experimental, sintético, desenvolvido pela farmacêutica norte-americana Eiger para estudos clínicos na África contra os vírus causadores das hepatites B, C e D.

O Interferon lambda é composto por uma única injeção, aplicada na região do umbigo, e busca ‘turbinar’ a resposta imune do corpo para infecções virais por vias áreas. Reis conta que pediu à farmacêutica para testar o remédio em pacientes com Covid e que a autorização veio “de uma maneira totalmente desinteressada” por parte da empresa detentora da patente.

Apesar de promissor, o Interferon lambda ainda enfrenta resistência da Food and Drug Administration (FDA), que ainda não autorizou o uso emergencial do medicamento, apesar das tentativas da farmacêutica e da pressão da comunidade acadêmica. A aprovação esbarra na burocracia: de acordo com o professor Gilmar Reis, o ensaio clínico não incluiu uma cidade dos Estados Unidos, o que é uma condição imposta pelo órgão. Outro motivo é que o estudo foi iniciado e executado por pesquisadores acadêmicos, e não pela farmacêutica.

As esperanças agora estão concentradas na possível aprovação pela Health Canada, agência reguladora canadense, onde foi feito parte do estudo. Com isso, a FDA poderia dar o aval ao medicamento por similaridade. Mas não há prazo para que isso ocorra.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

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