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Japão vive pior momento da pandemia de Covid, e hospitais suspendem outros tratamentos para evitar colapso

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Diante dos recordes de infecções diárias e do aumento de internações por Covid-19, os hospitais japoneses suspederam tratamentos de câncer e de outras doenças para dar conta da pandemia. Após fazer uma campanha pelo turismo interno, a recomendação do governo  japonês agora é ficar em casa para passar “um Ano Novo tranquilo”, nas palavras do primeiro-ministro Yoshihide Suga.

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Juliana Sayuri, correspondente da RFI no Japão

O primeiro pico de infecções de Covid-19 no Japão ocorreu em 11 de abril, com 701 casos confirmados em todo território japonês, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. O segundo momento crítico foi em 30 de julho, já na casa dos 1,7 mil novos diagnósticos. Entretanto, em 12 de dezembro, o arquipélago ultrapassou a marca de 3 mil casos diários pela primeira vez – mais precisamente, 3.041.

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A alta acendeu o alerta máximo para a sobrecarga do sistema de assistência médica – uma estrutura que está “começando a desmoronar”, segundo a expressão do médico Toshio Nakagawa, presidente da Associação Médica do Japão. Nas províncias mais atingidas, hospitais foram obrigados a suspender tratamentos de câncer e de outras doenças para dar conta da pandemia.

Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 25% dos leitos destinados a pacientes com covid-19 estavam ocupados em 18 das 47 províncias japonesas até 5 de dezembro. No alto do ranking estão Hyogo, com 68,9% de ocupação; Hokkaido, com 55,1%; e Kochi, com 53,5%, segundo dados divulgados no dia 12 de dezembro. Tóquio (46,3%), Aichi (45,3%), Okinawa (46,8%) e Osaka (49,3%) também têm quadros preocupantes.

Ao todo, o país conta cerca de 185 mil casos (30 mil deles ativos) e 2.581 mortes.

Sob pressão, o governo japonês suspendeu temporariamente a campanha “Go To Travel” entre 28 de dezembro e 11 de janeiro. Pré-pandemia, a época era uma das mais movimentadas para viagens no país. Entretanto, diante da alta de casos de covid-19, as autoridades agora pedem para a população procurar passar o feriado prolongado de fim de ano em casa para passar “um Ano Novo tranquilo”, nas palavras do primeiro-ministro Yoshihide Suga.

A decisão é uma resposta a reivindicações relacionadas à pandemia do novo coronavírus, que tem registrado recordes de infecções e sobrecarregado o sistema de assistência médica do país. Recentemente, a Associação de Hospitais do Japão emitiu um comunicado pedindo a interrupção das viagens entre regiões. “Se a disseminação da infecção continuar como está, o colapso será inevitável”, dizia o comunicado.

Ano novo

Com a onda mais grave de contágio no país, é alta a expectativa sobre a chegada da vacina contra o novo coronavírus no país que deve abrir portas para as Olimpíadas, oficialmente remarcadas para 23 de julho a 8 de agosto de 2021.

O governo japonês já anunciou que a vacinação será gratuita, mas não obrigatória. O país pretende adquirir 120 milhões de doses da vacina da Pfizer, 120 milhões da AstraZeneca e 250 milhões da Novavax, totalizando quase meio bilhão de doses, a um orçamento de cerca de 670 bilhões de ienes (o equivalente a US$ 6,4 bilhões, ou R$ 33 bilhões).

A americana Pfizer, que cadastrou mais de 40 mil participantes no seu ensaio mundial para a vacina, iniciou um estudo específico no Japão em outubro. A britânica AstraZeneca, que conta com 60 mil participantes no seu experimento clínico, levou o exame a um núcleo nipônico em agosto, que foi pausado em setembro e retomado em outubro. Os resultados dos dois laboratórios devem ser divulgados a partir de janeiro.

O Ministério da Saúde também pode recorrer a um tipo de sistema de aprovação acelerada, que permitiria uma revisão rápida de medicamentos liberados em outros países, como seria o caso da vacina da Pfizer, já aprovada no Reino Unido e nos Estados Unidos. A expectativa é disponibilizar a vacina ainda no primeiro semestre de 2021. Na melhor das hipóteses, a partir de março.

Fonte: Estado PB

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