
Análise da consultoria Statista revela que as farmácias do Peru, uma das nacionalidades do novo papa Leão XIV, atingirão receita de US$ 4,17 bilhões (R$ 23,6 bilhões) em 2025. Espera-se que esse valor cresça a uma taxa anual de 3,21% entre 2025 e 2029, resultando em um volume de mercado de US$ 4,73 bilhões (R$ 26,8 bilhões) até 2029.
O país é o segundo da América Latina com maior avanço em vendas, atrás somente da Colômbia. Segundo o levantamento, os consumidores peruanos têm demonstrado uma preferência por farmácias como uma fonte conveniente e acessível de produtos e serviços de saúde.
A crescente demanda por medicamentos de venda livre, vitaminas e produtos de higiene pessoal contribuiu para a expansão do mercado. Além disso, o aumento da conscientização sobre a saúde preventiva e a importância do autocuidado impulsionaram ainda mais a demanda por farmácias no Peru.
Grandes redes de farmácias têm investido na ampliação de sua presença em diferentes regiões do país, oferecendo um mix diferenciado para atrair mais clientes. Outra tendência do mercado é o foco crescente no comércio eletrônico, com oferta massiva de serviços de entrega em domicílio.Medicina tradicional à base de ervas movimenta farmácias do Peru
Uma das características das farmácias do Peru é a presença massiva da medicina à base de ervas, que tem uma longa história e está profundamente enraizada na cultura do país. Muitos consumidores ainda dependem de remédios tradicionais para suas necessidades de saúde, além de produtos farmacêuticos modernos. Isso criou um nicho de mercado para o varejo.
A expansão do mercado farmacêutico no Peru também pode ser atribuída a diversos fatores macroeconômicos. O país tem experimentado um crescimento econômico constante nos últimos anos, resultando em um aumento na renda disponível e nos gastos do consumidor.
Isso permitiu que os shoppers destinassem uma parcela maior do seu orçamento a produtos e serviços de saúde, incluindo aqueles oferecidos por farmácias. Além disso, o governo peruano implementou políticas para melhorar o acesso aos serviços de saúde, incluindo a disponibilidade de medicamentos. Isso levou a um aumento na demanda por farmácias como principal fonte de produtos e serviços de saúde.
Maior rede do país
As Farmácias Peruanas, rede integrante do Grupo Intercorp, formam o maior grupo varejista do Peru, formado pela união de duas marcas: Inkafarma e Mifarma. A empresa conta com mais de 20 mil funcionários, distribuídos em mais de 2 mil pontos de venda espalhados pelo país.
Este ano, as duas redes estiveram envolvidas em polêmicas, com vazamento de dados dos consumidores na dark web e priorização da venda de medicamentos de marca em detrimento de genéricos. Uma investigação do instituto de defesa do consumidor local revelou que atendentes das bandeiras Inkafarma e Mifarma priorizavam a venda dos medicamentos da marca InRetail Pharma – pertencente ao Grupo Intercorp, sob a justificativa de serem melhores e terem efeito mais rápido e garantido. Atualmente, as redes Inkafarma e Mifarma representam 72% do varejo farmacêutico do Peru.
“As duas redes promoviam sistematicamente a venda de metformina 850 mg e glibenclamida 5 mg, usados para o tratamento de diabetes, e atorvastatina 20 mg, usada para reduzir os níveis de colesterol da marca InRetail Pharma, que são até 18,6 vezes mais caros em relação aos genéricos convencionais, uma situação que afeta o bolso dos pacientes e dificulta o acesso ao tratamento”, afirma o pesquisador e farmacêutico químico Javier Llamoza no estudo práticas comerciais em farmácias do grupo InRetail.