Mercado estima inflação de 2021 em 9,99%

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Na 5ª revisão para baixo seguida, o mercado financeiro estima que a inflação de 2021 deve ficar pouco abaixo dos 10%. Antes estimado em 10,01% , o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) agora é esperado em 9,99%.

O resultado oficial da inflação de 2021 será divulgado na 3ª feira (11.jan.2021) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número oficial até novembro indica um acumulado de 12 meses de 10,74%. O acumulado é o maior desde novembro de 2003 , quando estava em 11,02%. A meta de 2021 era de 3,5%, com o teto em 5%, mas o BC (Banco Central) j á tinha admitido que não iria cumprir a meta .

Além disso, os analistas do mercado também mantiveram a inflação esperada para 2022 em 5,03%. É a 3ª semana que o índice não tem mudança, segunda as previsões. O percentual fica um pouco acima do teto da meta do BC para o IPCA – a meta é de 3,5% , com intervalo de 2% a 5%.

Também pela 3ª semana consecutiva, os analistas do mercado financeiro diminuíram a estimativa do PIB (Produto Interno Bruto) de 2022. Antes previsto em 0,36%, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país agora é estimado em 0,28%. Por outro lado, a estimativa do crecimento econômico de 2021 continua em 4,50%.

A previsão de pouco crescimento vai no caminho contrário das projeções do Ministério da Economia . Para o ministério, o PIB irá crescer 2,1% em 2022. Mas o Banco Central reduziu de 2,1% para 1% a projeção para o crescimento econômico no ano.

Já a Selic de 2022 sofreu o 1º aumento nas previsões do ano. Foi de 11,50% para 11,75%. Em 2021, a taxa básica de juros terminou em 9,25% – alta de 7,25 pontos percentuais no ano. Seu crescimento foi para o controle da inflação e seguiu as previsões do Boletim Focus.

As estimativas para o dólar permaneceram a mesma que nas duas semanas anteriores. A cotação da moeda norte-americana é prevista em R$ 5,60.

Fonte: Poder 360


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Fiocruz inicia nesta 2ª feira produção de vacina 100% nacional

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) passa a produzir nesta 2ª feira (10.jan.2022) a vacina 100% nacional contra a covid-19. Com isso, a fundação passa a ser a 1ª instituição a distribuir doses com produção 100% nacional.

Na 6ª feira (07.jan) a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu o parecer para o uso do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) nacional produzido pela fundação.

A produção nacional foi iniciada em julho de 2021, quando houve uma assinatura de contrato de transferência de tecnologia pela Astrazeneca, até então responsável pela produção do IFA.

O instituto tem, até o momento, 21 milhões de doses em IFA 100% nacional. A previsão é que as doses sejam envasadas ainda em janeiro e distribuídas ao Ministério da Saúde em fevereiro, após passar por testes de controle de qualidade.

Anvisa avaliou durante a aprovação do registro que as vacinas produzidas pela instituição possuem a mesma eficácia, segurança e qualidade que aquelas com o ingrediente importado.

Fonte: Poder 360


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Seguros devem cobrir autotestes de covid, determina EUA

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Os Estados Unidos anunciaram na 2ª feira (10.jan.2022) que os seguros de saúde deverão cobrir, mensalmente, até 8 autotestes para a covid-19 por segurado, sem necessidade de prescrição médica. As seguradoras ainda são obrigadas a reembolsar testes comprados fora de sua rede, a uma taxa de até US$ 12 por kit de testagem.

Segundo a Casa Branca, não há limite para o número de testes que os seguros de saúde devem garantir aos clientes caso sejam solicitados ou administrados por um profissional da saúde.

O autoteste é um exame rápido de antígeno que pode ser feito pela própria pessoa, sem necessidade de ir à farmácia, laboratório ou hospital. A sua venda é proibida no Brasil , porém são usados como estratégia de política pública não apenas nos Estados Unidos como em países da Europa.

As medidas anunciadas pelos EUA fazem parte de uma tentativa do presidente norte-americano, Joe Biden , de tornar os testes amplamente disponíveis para a população. Em dezembro, Biden delineou um plano para distribuir 500 milhões de kits de autoteste diretamente às residências. Na 2ª feira (10.jan), a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, informou que a população pode solicitar esses testes on-line nas próximas duas semanas.

Os Estados Unidos enfrentam explosão de novos casos de covid-19 devido à disseminação da ômicron . Na 2ª feira (10.jan), o país teve recorde de hospitalizações por covid-19 .

AUTOTESTES NO BRASIL

Uma resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de 2015 impede que o Brasil comercialize os autotestes para covid-19. Segundo a agência, são liberados exames feitos pela própria pessoa apenas quando o resultado não determine um estado crítico ou que seja preliminar e requeira acompanhamento com o teste laboratorial adequado.

Doenças com notificação obrigatória às autoridades de saúde, como é o caso da covid-19, não podem ter autotestes. A resolução da Anvisa, no entanto, prevê exceções em caso de ‘políticas públicas e ações estratégicas’.

O governo federal analisa a adoção dos autotestes de covid no Brasil. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga , disse na 2ª feira (10.jan) que a Anvisa ‘sinalizou positivamente’ para a liberação dos kits.

Queiroga falou da possibilidade dos autotestes serem vendidos nas farmácias, mesmo sem distribuição pelo Ministério da Saúde. ‘Isso é muito possível e o Ministério sinaliza positivamente que a população possa ter acesso a esses testes’.

Segundo ele, a Anvisa ‘solicitou ao Ministério uma política pública. Mas há muitos medicamentos que são aprovados, mas não entram como política pública. Se já é complexo ter o teste feito por um profissional de saúde, imagina em um País com 200 milhões de pessoas, vamos ter a rastreabilidade?’.

Fonte: Poder 360


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Saúde avalia enviar nota técnica à Anvisa sobre autoteste

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O Ministério da Saúde está analisando a implementação de autotestes de covid no Brasil. De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, ao O Estado de S.Paulo , a medida pode funcionar como uma ‘importante ferramenta de apoio’ no combate à pandemia.

A avaliação deve ser encaminhada por meio de nota técnica à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), disse Cruz. A comercialização do autoteste de covid-19 não é liberada no Brasil.

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Rodrigo Cruz afirmou que os pacientes que tiverem resultado positivo para a covid-19 com o autoteste devem procurar uma unidade de saúde para confirmar o diagnóstico.

Entre os dias 27 de dezembro e 2 de janeiro, a procura por testes de covid-19 em farmácia registraram alta de cerca de 50% na comparação com a semana anterior (20 a 26 de dezembro), de acordo com a Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias). No período, a quantidade de resultados positivos saltou de 22 mil para 94 mil.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que, no momento, estuda as especificidades dos autotestes para avaliar a implantação deste tipo de exame no país.

Anvisa informou ao Poder360 que não recebeu, até às 13h desta 2ª feira (10.jan.2022), o pedido do Ministério da Saúde para a avaliação dos autotestes.

Fonte: Poder 360


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IPCA para 2022 permanece em 5,03%, acima do teto da meta

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A mediana apurada no Relatório Focus para o IPCA, o índice de inflação oficial, de 2022 marcou a sexta semana consecutiva acima do teto da meta (5,00%), apontando para o segundo ano seguido de rompimento do objetivo a ser perseguido pelo Banco Central (BC). A projeção continuou em 5,03%, contra 5,00% do teto da meta deste ano. Há um mês, a previsão era de 5,02%.

Isso ocorreu mesmo com a desaceleração da estimativa para 2021, que voltou a indicar um resultado aquém de dois dígitos para o ano passado, cuja taxa será conhecida nesta terça-feira (11). A mediana passou de 10,01% para 9,99%, mas ainda fica muito distante da banda superior do objetivo inflacionário de 2021 (5,25%) e também é a maior variação dos preços desde 2015 (10,67%). A estimativa era de 10,05% há quatro semanas.

Considerando as 61 atualizações nos últimos cinco dias, a estimativa para 2022 subiu de 4,97% para 5,04%. Para 2021, houve 63 atualizações, com a mediana variando de 9,96% para 9,98%.

Em prazos mais longos, a expectativa para o IPCA em 2023 passou de 3,41% para 3,36%, enquanto, para 2024, a mediana continuou em 3,00%.

Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,46% e 3,09%, respectivamente. A meta para 2023 é de inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%). Já para 2024 o objetivo é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto (de 1,5% para 4,5%).

No comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 10,2% em 2021, 4,7% em 2022 e 3,2% em 2023. O colegiado elevou a Selic em 1,5 ponto porcentual, para 9,25% ao ano.

Outros meses

Os economistas do mercado financeiro reduziram a previsão para o IPCA em dezembro de 2021, 0,68% para 0,67%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Um mês antes, o porcentual projetado era de 0,72%.

Para janeiro, a projeção no Focus passou de alta de 0,47% para 0,45%, de 0,54% há quatro semanas. Já para o IPCA de fevereiro de 2022, a projeção subiu de 0,71% para 0,75%. Há um mês, estava em 0,69%

A inflação suavizada para os próximos 12 meses passou de alta de 5,07% para 5,04% de uma semana para outra – há um mês, estava em 5,21%.

Fonte: Isto É Online


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Farmácias têm índice de perdas abaixo da média do varejo

Farmácias têm índice de perdas abaixo da média do varejo

As farmácias e drogarias destacaram-se positivamente na quarta edição da Pesquisa de Perdas no Varejo Brasileiro, realizada pela Abrappe em parceria com a consultoria EY. Na comparação entre 2020 e o ano passado, as perdas do setor, decorrentes de furtos, roubos, desvios, avarias e má gestão do estoque, caíram de 1,28% para 1,08% sobre o faturamento total. O índice está abaixo da média geral de 1,33% e corresponde a um desperdício de R$ 1,11 bilhão.

O estudo contemplou mais de 74 mil pontos de venda administrados por 79 grupos de 12 segmentos varejistas. Na análise qualitativa dos indicadores, o canal farma foi a segunda atividade mais bem ranqueada, com 91,61% de acurácia na administração do inventário. O desempenho foi inferior apenas ao do setor de eletromóveis.

Para os especialistas responsáveis pelo estudo, a pandemia serviu como um gatilho para o varejo farmacêutico acelerar a modernização de seus processos e atender ao crescente nível de exigência de seus consumidores. “A demanda por produtos relacionados à Covid-19 e por categorias como a de vitaminas, aliada ao advento das vendas digitais, exigiu mais dinamismo das farmácias e um maior apuro no controle do mix”, avalia Carlos Eduardo Santos, presidente da Abrappe.

Indice de perda total

Distribuição das perdas

Um dos quesitos no qual o setor mais sobressaiu foi a ruptura. A ausência de produto por má gestão comercial foi de apenas 4,05% – os supermercados, por exemplo, apresentaram índice de 10,05%.

As chamadas quebras operacionais representaram 62,95% das perdas em farmácias, contra apenas 23,38% de furtos. Na média geral do varejo, os furtos somam 39,66%. “O menor fluxo de clientes na loja física durante o período pandêmico, assim como a redução do tempo de permanência no PDV, contribuiu para essa evolução”, acredita.

Ao mesmo tempo, a necessidade de investir em ferramentas de comércio eletrônico estimulou o varejo farma a apostar em novas tecnologias como o RFID, para controle de vencimento dos produtos. Mas esse item é ainda o maior vilão do segmento, ao responder por 82,13% das perdas.

De onde advêm as quebras operacionais em farmácias

“Mesmo em um ano com tantos desafios operacionais o varejo cresceu em faturamento. Entretanto, sem um trabalho com análise dos resultados e agilidade nas ações de prevenção não teríamos conseguido resultados positivos”, acredita.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Tratamento à base de cannabis: Sete assembleias legislativas têm projetos para flexibilizar acesso de produtos medicinais pelo SUS

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Sete estados brasileiros estão, até esta segunda-feira (10), com projetos de lei em tramitação que pretendem flexibilizar o acesso de produtos medicinais com substâncias extraídas da maconha (Cannabis sativa), como canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC).

Veja também: 61% apoiam liberação da maconha medicinal, mostra PodeData

As propostas tramitam nos estados de Alagoas, Goiás, Maranhão, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e São Paulo, segundo levantamento do g1. Atualmente, apenas o Distrito Federal tem lei aprovada para a distribuição de produtos do gênero. Confira as listas abaixo.

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regulamenta no Brasil dez produtos medicinais à base de cannabis. Dos produtos comercializados, apenas um é produzido em território nacional.

Pelo regramento da agência, essas substâncias são produtos, e não medicamentos. A justificativa, segundo o órgão, é que para este último caso são necessários estudos clínicos que comprovem a eficácia das substâncias.

Segundo especialistas, canabinoides apresentam potencial terapêutico para doenças específicas, principalmente em pacientes com condições neurológicas. Contudo, não há unanimidade no pensamento.

Projetos em tramitação sobre CBD e THC

Estado Teor Início da tramitação

Alagoas Distribuição no SUS 2021

Goiás Distribuição no SUS 2019

Maranhão Distribuição no SUS 2020

Paraná Distribuição no SUS 2019

Rio Grande do Norte Incentivo à pesquisa 2021

Rio de Janeiro Distribuição no SUS 2020

São Paulo Distribuição no SUS ou conveniadas 2019

Fonte: Assembleias Legislativas

As propostas, em discussão nas assembleias legislativas, se dividem em projetos que pretendem implantar a distribuição dos produtos medicinais via Sistema Único de Saúde (SUS) e, também, incentivar pesquisas sobre o tema.

O que propõem os projetos

Propostas sobre o tema começaram a aparecer gradativamente nas casas legislativas desde 2016.

Dos sete projetos de lei em tramitação atualmente, seis visam a distribuição dos canabinoides via SUS.

É o caso do Paraná, que em projeto de lei apresentado em 2019, tenta assegurar a distribuição de substâncias canabinoides para pacientes que precisam tratar doenças e síndromes.

O deputado Goura (PDT), um dos autores da proposta, explica que havia uma expectativa do projeto ser apreciado no plenário na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) no final de 2021, mas um questionamento do governo travou temporariamente o avanço da proposta, também assinada deputados Michele Caputo (PSDB), Paulo Litro (PSDB) e Alexandre Curi (PSB).

“No estado, a Secretaria de Saúde alega que para incorporação de medicamentos no SUS há um protocolo que os medicamentos de cannabis não teriam seguido completamente […] E agora vamos buscar um consenso sobre esta necessidade de termos uma legislação própria. Precisamos ter regulamentação especifica estadual que facilite o acesso a estes medicamentos e que as pessoas não precisem entrar na justiça para conseguirem”.

“No estado, a Secretaria de Saúde alega que para incorporação de medicamentos no SUS há um protocolo que os medicamentos de cannabis não teriam seguido completamente […] E agora vamos buscar um consenso sobre esta necessidade de termos uma legislação própria. Precisamos ter regulamentação especifica estadual que facilite o acesso a estes medicamentos e que as pessoas não precisem entrar na justiça para conseguirem”.

Até janeiro de 2022, o Brasil tem apenas uma lei específica para a distribuição gratuita de produtos medicinais com CBD e THC. Ela foi aprovada em 2016, no Distrito Federal, e é direcionada para pessoas com quadros de epilepsia.

Em dezembro de 2021, deputados de Mato Grosso aprovaram um projeto de lei que previa a distribuição de produtos deste tipo via SUS, para todos os públicos. A proposta, porém, foi vetada pelo governador Mauro Mendes (DEM). O veto foi mantido pelos parlamentares na sessão do último dia 14 de dezembro.

Leis aprovadas sobre CBD e THC

Unidade federativa Teor Ano da aprovação

Distrito Federal Distribuição no SUS (epilepsia) 2016

Distrito Federal Incentivo à pesquisa e cultivo por associações autorizadas 2021

Paraíba Incentivo à pesquisa e cultivo por associações autorizadas 2021

Rio de Janeiro Incentivo à pesquisa e cultivo por associações autorizadas 2020

Fonte: Assembleias Legislativas

Impacto para famílias

Para pacientes e famílias que dependem de produtos canabinoides, as propostas em tramitação significam esperança de desburocratização.

Gilson Rodrigues, morador de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, é pai da pequena Juliana, de 2 anos. A criança tem Síndrome de West, condição caracterizada por espasmos e interrupção do desenvolvimento.

Segundo Rodrigues, há um ano e meio a criança faz tratamento com um óleo à base de CBD. Para ter acesso ao produto, a família precisou recorrer à via judicial. Desde fevereiro de 2021, eles recebem o medicamento via SUS.

“Nós chegamos a utilizar medicamentos convencionais, ela tomava três ou quatro remédios por dia. Por ser bebê, alguns ela nem aceitava, cuspia. Mas eles mexiam muito no humor dela. Ela não sorria, não interagia […] com duas semanas do canabidiol, virou outra filha. Foi um alívio para todos nós”.

“Nós chegamos a utilizar medicamentos convencionais, ela tomava três ou quatro remédios por dia. Por ser bebê, alguns ela nem aceitava, cuspia. Mas eles mexiam muito no humor dela. Ela não sorria, não interagia […] com duas semanas do canabidiol, virou outra filha. Foi um alívio para todos nós”.

A família soube que o canabidiol poderia ser uma alternativa através da médica que atendia Juliana. Segundo ele, desde que foi informado sobre a possibilidade de melhora da filha com a medicação, não hesitou em correr atrás do produto medicinal.

‘Eu não vou dizer que antes de ter necessidade na minha família, eu não pensava ‘nossa, canabidiol, ligado à maconha…’. Você fica com dúvida. Mas quando você vive o problema, você vê que é um medicamento muito importante. E não é só para a minha filha. Eu sei que ele atende muito bem para outras condições também’, disse Rodrigues.

Acesso

Desde 2016, a Anvisa autoriza a prescrição e manipulação de produtos medicinais à base da planta cannabis no Brasil. Até agora, dez produtos do gênero foram aprovados pela agência, que recebe solicitações online para importação.

Segundo dados da agência, até a última sexta-feira (7), cerca de 50 pedidos de importação de produtos com substâncias da cannabis aguardavam análise para liberação ou recusa do órgão.

Com a modificação de processos internos da agência para facilitar o acesso, as liberações ocorrem em até 10 dias.

A Anvisa não divulgou quantas liberações de produtos à base de CBD ou THC foram feitas em 2021, porém, uma apuração recente do Jornal Hoje indicou que, em seis anos, a demanda cresceu mais de 20 vezes.

Potencial medicinal

O pós-doutor em neurofarmacologia, Francisney Nascimento, professor da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), de Foz do Iguaçu, estuda há anos o potencial medicinal da cannabis.

Em 2020, ele passou a coordenar um estudo sobre o impacto de canabinoides para pacientes com alzheimer. Os resultados do ensaio, que envolve outros pesquisadores da Unila, de Santa Catarina e de fora do país, serão finalizados ainda em janeiro de 2022.

“Estudos prévios nos nossos laboratórios, com apenas dois pacientes, mostraram resultados muitos bons. Demonstraram que o extrato de cannabis possui efeito terapêutico de incrementar ou recuperar parte da memória e da cognição de pacientes, o que na clínica, medicamentos atuais não fazem, apenas conseguem segurar ou retardar por alguns meses. Mas estes resultados são só sobre dois pacientes, por isso nós decidimos fazer um estudo maior, com 30 pessoas”.

“Estudos prévios nos nossos laboratórios, com apenas dois pacientes, mostraram resultados muitos bons. Demonstraram que o extrato de cannabis possui efeito terapêutico de incrementar ou recuperar parte da memória e da cognição de pacientes, o que na clínica, medicamentos atuais não fazem, apenas conseguem segurar ou retardar por alguns meses. Mas estes resultados são só sobre dois pacientes, por isso nós decidimos fazer um estudo maior, com 30 pessoas”.

De acordo com o professor, as pesquisas na Unila com uso da cannabis ganharam força em 2016. Já foram desenvolvidos trabalhos em pacientes com mal de parkinson, traumatismo crânioencefálico e fibromialgia. Para 2022, Nascimento diz que a área de estudo englobará, também, artrose e autismo.

Investimento público

Segundo dados do Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), de 1º de janeiro de 2017 até a 16 de agosto de 2021, 196 novos pacientes tiveram deferimento judicial positivo para o fornecimento de produtos medicinais à base de cannabis pelo Governo do Estado.

Considerando apenas as aquisições realizadas pelo Cemepar, o governo gastou mais de R$ 3 milhões em quatro anos.

“Para o futuro, o ideal a gente está longe. O ideal é o cultivo, acesso universal a baixo custo, com agricultores do Brasil produzindo [a planta], para gente ter medicamentos baratos e gerar renda, crescimento. Nós estamos perdendo tempo, empregos e dinheiro com as proibições que nós temos no país”, explicou Nascimento.

“Para o futuro, o ideal a gente está longe. O ideal é o cultivo, acesso universal a baixo custo, com agricultores do Brasil produzindo [a planta], para gente ter medicamentos baratos e gerar renda, crescimento. Nós estamos perdendo tempo, empregos e dinheiro com as proibições que nós temos no país”, explicou Nascimento.

Além das liberações por medidas judiciais, há pacientes que utilizam substâncias comercializadas por entidades voltadas exclusivamente para distribuição de canabinoides.

A Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace), por exemplo, encaminha mensalmente, da Paraíba para o Paraná, óleos que atendem cerca de 1.000 pacientes, segundo dados do gabinete do deputado Goura.

Cautela x resistência

Órgãos de controle assumem posicionamentos que indicam interesse em debater o tema, mas, ao mesmo tempo, resistência à pauta.

Em orientação pública sobre produtos medicinais do gênero para crianças e adolescentes com epilepsia, o Conselho Federal de Medicina (CFM) destaca que autoriza o uso compassivo de CBD para 80 derivados de canabinoides, porém, faz ressalvas.

‘A avaliação de vários documentos confirmou que ainda não há evidências científicas que comprovem que os canabinoides são totalmente seguros e eficazes no tratamento de casos de epilepsia’.

‘A avaliação de vários documentos confirmou que ainda não há evidências científicas que comprovem que os canabinoides são totalmente seguros e eficazes no tratamento de casos de epilepsia’.

A resolução do CFM que orienta a prescrição de substâncias do tipo por médicos está publicada sob o número 2.113/2014. O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) disse que o texto está prestes a passar por mudanças, mas não adiantou quais.

O psiquiatra Ricardo Krause, presidente da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil e Profissões Afins (Abenepi), explica que muitos estudos sobre CBD e THC estão em curso no país, mas indica que o tema parece estar longe de ter uma consenso definitivo entre os profissionais da neurologia.

‘Existem práticas de eficácia reconhecida, mas existem práticas que ainda são extremamente experimentais. Nós temos profissionais que encaminham para este tipo de tratamento e temos também os que têm restrições […] nos nossos congressos, a gente abre a discussão para todos os lados. Temos tido debates bastante enriquecedores, mas não temos uma posição definida no sentido de referendar ou contraindicar o uso’.

‘Existem práticas de eficácia reconhecida, mas existem práticas que ainda são extremamente experimentais. Nós temos profissionais que encaminham para este tipo de tratamento e temos também os que têm restrições […] nos nossos congressos, a gente abre a discussão para todos os lados. Temos tido debates bastante enriquecedores, mas não temos uma posição definida no sentido de referendar ou contraindicar o uso’.

Enquanto o tema avança a passos curtos com o decorrer dos anos, famílias encontram as próprias alternativas para terem acesso aos canabinoides.

É o caso da paranaense Priscila Inocente, mãe do Miguel, de 13 anos. O filho tem uma doença rara conhecida como Síndrome de Polg. Entre os sintomas, segundo a mãe, está a epilepsia refratária de difícil controle.

Priscila conta que Miguel começou o tratamento com CBD em 2014, ano em que produtos medicinais com extrato da cannabis eram considerados proscritos no país, ou seja, proibidos.

Na época, por duas vezes, Priscila importou ilegalmente para o Brasil medicamentos canabinoides para o tratamento do filho.

E se o acesso a produtos do gênero não eram facilitados, o custo também não ajudava. Priscila conta que, mesmo depois da legalização pela Anvisa, a família gastava cerca de R$ 4 mil por mês com os remédios.

Atualmente, segundo Priscila, Miguel é tratado com um óleo produzido no Brasil, o que diminuiu os gastos e melhorou a logística de recebimento. Para ela, políticas afirmativas que atendem esta parcela da população são urgentes.

‘É necessário que as informações sejam atualizadas, que nossos parlamentares se atualizem. Precisamos de um olhar humanitário. É uma luta para que muitas pessoas se beneficiem, não uma única. E é necessário, também, que os nossos médicos tenham consciência. Mais seis meses utilizando medicação convencional e eu ia perder o meu filho, porque para síndrome dele, o medicamento tradicional prejudicava, por mais que para outros casos fosse indicado’.

‘É necessário que as informações sejam atualizadas, que nossos parlamentares se atualizem. Precisamos de um olhar humanitário. É uma luta para que muitas pessoas se beneficiem, não uma única. E é necessário, também, que os nossos médicos tenham consciência. Mais seis meses utilizando medicação convencional e eu ia perder o meu filho, porque para síndrome dele, o medicamento tradicional prejudicava, por mais que para outros casos fosse indicado’.

Para a mãe, que hoje mora com o filho e o marido em Minas Gerais, se não fosse a medicação de CBD e THC, Miguel teria morrido.

Durante um período em que o tema ainda não tinha ampla divulgação, foram pesquisas independentes de Priscila que a levaram a entender os benefícios que canabinoides poderiam causar.

“Um dos meus sonhos é que o canabidiol seja uma droga de primeira escolha, e não a última. Nós tivemos sorte de ter entrado cedo com essa medicação, porque retardamos a doença. Conseguimos tirar a maioria dos medicamentos convencionais, os que produziam efeitos contrários à doença, e mantivemos só as mais básicas”.

“Um dos meus sonhos é que o canabidiol seja uma droga de primeira escolha, e não a última. Nós tivemos sorte de ter entrado cedo com essa medicação, porque retardamos a doença. Conseguimos tirar a maioria dos medicamentos convencionais, os que produziam efeitos contrários à doença, e mantivemos só as mais básicas”.

Fonte: G1.Globo

Após Barra Torres cobrar retratação, Bolsonaro nega ter acusado Anvisa de corrupção, mas volta a atacar órgão

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (10) que não acusou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de corrupção “em nenhum momento”, mas voltou a levantar suspeitas sobre a atuação do órgão nos processos relacionados à vacinação de crianças contra a Covid-19.

Veja também: Governo de SP espera liberação da Coronavac para crianças ainda esta semana

O presidente deu a declaração durante entrevista à Jovem Pan, dois dias depois de o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, divulgar uma nota em que cobrou uma retratação de Bolsonaro por ataques à agência.

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“Me surpreendi com a carta dele. Carta agressiva. Não tinha motivo para aquilo. Eu falei: ‘o que está por trás do que a Anvisa vem fazendo?’. Ninguém acusou ninguém de corrupto […] O que que está por trás? Quais segundas intenções, quais outras intenções da Anvisa? Não houve da minha parte nenhuma acusação, a palavra corrupção não saiu nenhum momento. E ele [Barra Torres] resolveu fazer uma nota bastante agressiva”, disse Bolsonaro.

Na sequência, sem provas, o presidente afirmou que “tem alguma coisa acontecendo” na Anvisa.

“Eu não quero dizer aqui, acusar a Anvisa de absolutamente nada, agora que tem uma coisa acontecendo, isso não há a menor dúvida que vem acontecendo. Pode ver, pelo que estou sabendo agora, não é segredo pra ninguém, Anvisa vai deliberar sobre a CoronaVac para crianças a partir de 3 anos de idade, eu não sei o que acontecerá no final, mas Anvisa vai tomar sua posição. E, de uma forma ou de outra, vai sofrer críticas também”, disse Bolsonaro.

Nota de Barra Torres

O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, emitiu uma nota neste sábado (8) em que responde uma declaração do presidente Jair Bolsonaro, que questionou suposto interesse da agência relacionado a imunização infantil contra Covid.

Barra Torres disse que, caso o presidente tenha informações que “levantem o menor indício de corrupção” contra ele, que “não perca tempo nem prevarique” e que “determine imediata investigação policial”.

Barra Torres também pediu que, caso não tenha indícios, Bolsonaro se retrate da acusação feita contra a agência.

“Agora, se o senhor não possui tais informações ou indícios, exerça a grandeza que o seu cargo demanda e, pelo Deus que o senhor tanto cita, se retrate. Estamos combatendo o mesmo inimigo e ainda há muita guerra pela frente”, disse Barra Torres.

Anvisa autorizou o uso da vacina Pfizer para vacinação infantil contra a Covid-19 no dia 16 de dezembro. No entanto, as regras para a imunização de crianças foram divulgadas pelo Ministério da Saúde apenas na última quarta-feira (5) após uma consulta pública realizada pela pasta.

Fonte: G1.Globo

Governo de SP espera liberação da Coronavac para crianças ainda esta semana

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O governador João Doria (PSDB) espera para ainda esta semana a liberação, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da aplicação da Coronavac em crianças com idade entre 3 e 11 anos. O Estado tem 12 milhões de doses da vacina contra a covid-19 produzida em parceria com o laboratório chinês Sinovac prontas para utilização pelos 645 municípios do Estado.

Conforme o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, serão encaminhados à agência ainda na tarde desta segunda, 10, estudos desenvolvidos pela Universidade Católica do Chile que mostram eficácia e segurança da Coronavac no público com mais de 3 anos. Segundo Covas, a expectativa é grande para a resposta ao novo pedido do instituto. “Estamos prontos para iniciarmos a vacinação imediatamente a partir do aval da Anvisa“, disse o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn. Até agora, o imunizante da Pfizer é o único aprovado para crianças e adolescentes (5 a 17 anos) no Brasil. Para a faixa menor de 12 anos, porém, a aplicação ainda não foi iniciada.

Assim como fez com o início da vacinação de adultos, há quase um ano, Doria corre para iniciar a vacinação de crianças antes do governo federal – que promete entregar doses infantis da Pfizer na sexta-feira, 14, cerca de um mês após a liberação do imunizante pela Anvisa. Já o governo Jair Bolsonaro tem manifestado resistência à aplicação da vacina entre os mais novos, embora haja recomendação dos cientistas e entidades médicas. Durante reunião do secretariado nesta segunda-feira, 10, Covas informou que o Chile já vacinou 1,4 milhão de crianças e adolescentes de 3 a 17 anos com a Coronavac e em segurança.

Segundo ele, com a entrega dos dados solicitados, “não existirão mais pendências” para a autorização solicitada. “A Anvisa está num momento propício em relação à Coronavac para a faixa etária dos 3 anos ou mais. Esperamos para essa semana a autorização”, acrescentou o diretor do Butantan.

Fonte: Época Negócios

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/coronavac-e-segura-para-criancas-com-mais-de-6-meses-diz-estudo/

Em procedimento inédito, homem recebe coração de porco geneticamente modificado

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Pela primeira vez na história, um homem com doença cardíaca recebeu um coração de um porco geneticamente modificado, procedimento pioneiro que pode oferecer uma alternativa a milhares de pessoas na fila dos transplantes.

Segundo reportagem do New York Times, o homem de 57 anos passou por uma cirurgia de oito horas em Baltimore, nos Estados Unidos, na sexta-feira. De acordo com os cirurgiões do Centro Médico da Universidade de Maryland, David Bennett está passando bem e o corpo aceitou bem o coração transplantado.

“Ele cria pulso, cria a pressão, é o coração dele”, disse o Dr. Bartley Griffith, diretor do programa de transplante cardíaco do centro médico, que realizou a operação. ‘Está funcionando e parece normal. Estamos emocionados, mas não sabemos o que o amanhã nos trará. Isso nunca foi feito antes”, completou.

A operação só foi possível porque cientistas vêm trabalhando em pesquisas de modificações genéticas em porcos, para que os órgãos transplantados não sejam rejeitados pelo corpo humano. “Este é um evento divisor de águas”, disse o Dr. David Klassen, diretor médico da United Network for Organ Sharing, que foi cirurgião de transplantes na Universidade de Maryland.

No entanto, o especialista acrescentou que ainda há obstáculos a serem superados antes que o procedimento possa ser amplamente aplicado, observando que a rejeição de órgãos ocorre mesmo quando um rim de doador humano compatível é transplantado.

‘Leva muito tempo para amadurecer uma terapia como essa’, disse Klassen.

Alternativa experimental

Segundo a reportagem do New York Times, David Bennett decidiu apostar no tratamento experimental porque ele teria morrido sem um novo coração, havia esgotado outros tratamentos e estava doente demais para se qualificar a receber um coração humano.

Seu prognóstico é incerto. Bennett ainda está conectado a uma máquina de bypass, que o mantinha vivo antes da operação, embora isso não seja incomum para um novo receptor de transplante de coração.

O novo coração está funcionando e já está fazendo a maior parte do trabalho, e seus médicos disseram que ele poderia ser retirado da máquina na terça-feira. O paciente também está sendo monitorado de perto para identificar possíveis sinais de que seu corpo poderia estar rejeitando o novo órgão – mas as primeiras 48 horas, que são críticas, passaram sem incidentes.

Ele também está sendo monitorado para infecções, incluindo retrovírus suíno, um vírus que pode ser transmitido a humanos, embora o risco seja considerado baixo.

“Era morrer ou fazer esse transplante”, disse Bennett antes da cirurgia, de acordo com funcionários do Centro Médico da Universidade de Maryland. “Eu quero viver. Eu sei que é um tiro no escuro, mas é minha última escolha.’

Genes suínos e humanos

O coração transplantado para o Bennett veio de um porco geneticamente modificado fornecido pela Revivicor, uma empresa de medicina regenerativa com sede em Blacksburg, Virgínia.

O porco tinha 10 modificações genéticas. Quatro genes foram eliminados ou inativados, incluindo um que codifica uma molécula que causa uma resposta agressiva de rejeição humana.

Um gene de crescimento também foi inativado para evitar que o coração do porco continuasse a crescer depois de implantado. Além disso, seis genes humanos foram inseridos no genoma do porco doador – modificações destinadas a tornar os órgãos suínos mais toleráveis ??ao sistema imunológico humano.

A Food and Drug Administration, espécie de Anvisa norte-americana, trabalhou intensamente no final do ano, dando aos cirurgiões de transplante uma autorização de emergência para a operação na véspera de Ano Novo.

Transplantes de animais em seres humanos são comuns?

O xenotransplante, o processo de enxerto ou transplante de órgãos ou tecidos de animais para humanos, tem uma longa história. Os esforços para usar o sangue e a pele de animais remontam a centenas de anos.

Na década de 1960, os rins dos chimpanzés foram transplantados em alguns pacientes humanos, mas um receptor só viveu nove meses depois da operação. Em 1983, um coração de babuíno foi transplantado para uma criança conhecida como Baby Fae, mas ela morreu 20 dias depois.

Os porcos oferecem vantagens sobre os primatas para a obtenção de órgãos, porque são mais fáceis de criar, e atingem o tamanho humano adulto em seis meses. Válvulas cardíacas de porco são rotineiramente transplantadas para humanos, e alguns pacientes com diabetes receberam células do pâncreas suíno. A pele de porco também tem sido usada como enxerto temporário para pacientes queimados.

Duas tecnologias mais recentes – edição de genes e clonagem – produziram órgãos de porco geneticamente modificados com menos probabilidade de serem rejeitados por humanos.

O Dr. Jay Fishman, diretor associado do centro de transplantes do Massachusetts General Hospital, disse que o uso de órgãos de porco oferece a capacidade de realizar manipulações genéticas, tempo para realizar uma melhor triagem de doenças infecciosas e a possibilidade de um novo órgão no tempo que o paciente precisa.

‘Há desafios, com certeza, mas também oportunidades’, disse ele.

Fonte: Época Negócios

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/transplante-de-coracao-de-porcos-em-humanos-sera-possivel-em-tres-anos-diz-especialista/