Perspectiva de novo aumento da Selic surpreende o mercado

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O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 0,5 ponto na quarta-feira, 15/06, fazendo os juros básicos da economia avançarem de 12,75% para 13,25% ao ano. A alta era esperada pelos analistas financeiros. Já o anúncio do Comitê de que pretende continuar a elevar a taxa surpreendeu o mercado.

A expectativa dos analistas era de que a Selic terminasse o ano no patamar atual, de 13,25%. Para Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito (Acrefi), a decisão de seguir com as altas reforça que os riscos de inflação e internacionais ainda são elevados.

“Tendo esses riscos em vista, o Copom vai persistir nos ajustes monetários, não somente para tentar trazer a inflação de volta à meta, mas também para ter controle maior sobre as expectativas”, disse Tingas.

Segundo o economista da Acrefi, a vantagem por aqui é que estamos mais adiantados na precificação de juros que outras economias. “Isso, se bem administrado, pode ajudar o mercado a absorver esse ajuste que, embora seja expressivo, tenta ser o menos negativo para a atividade econômica.”

Vale lembrar que o Fed, o banco central dos Estados Unidos, começou bem mais recentemente a ter uma postura mais ativa em relação ao controle da inflação. Por lá os juros foram elevados em 0,75%, taxa de elevação que não se via fazia anos.

No Brasil, o aumento de 0,5 ponto levou a Selic ao maior nível desde janeiro de 2017, quando estava em 13,75% ao ano. Esse foi o 11º reajuste consecutivo na taxa.

SETOR EMPRESARIAL CRITICA ALTA

Para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), as altas seguidas dos juros têm prejudicado o consumo por encarecerem as compras parceladas. Segundo a associação, “os consumidores já sentem muito no bolso no momento em que vão às compras, uma vez que itens com valores mais elevados, como linha branca, eletrônicos e móveis, estão cada vez menos acessíveis para uma grande parcela da população.”

“Subir os juros a cada anúncio do Banco Central não é a solução do problema”, disse Marcel Solimeo, economista da ACSP. “A gente precisa aguardar um tempo para saber como a inflação vai se comportar com essa taxa de juros já elevada”, disse.

Ainda segundo Solimeo, a Selic elevada piora as condições do crédito e diminui a disponibilidade de financiamento no mercado. Isso, somado ao desemprego elevado e a queda no poder aquisitivo das famílias. “Fica difícil adquirir produtos como geladeira, fogão, máquina de lavar, TVs, computadores, celulares, carros e imóveis, por exemplo”.

Para entidades da indústria, a decisão de elevar a taxa de juros foi equivocada e prejudicará a recuperação da economia.

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que a taxa Selic está em um nível que inibe a atividade econômica. Para a entidade, os aumentos realizados neste ano se refletem em uma taxa real (juros menos a inflação) elevada, em um momento em que a inflação começa a desacelerar.

“Este aumento adicional da taxa de juros no momento é desnecessário para o controle da inflação e trará custos adicionais à economia, como queda do consumo, da produção e do emprego”, afirmou em nota o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Fonte: Diário do Comércio

Projeto que amplia teto do Simples Nacional avança na Câmara

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A Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara aprovou projeto de lei complementar que aumenta o teto de enquadramento do Simples Nacional e do Microempreendedor Individual (MEI). O texto será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

De acordo com o substitutivo do deputado Marco Bertaiolli, o limite para o MEI passa de R$ 81 mil para R$ 144 mil; para microempresa, salta de R$ 360 mil para R$ 869 mil; e para empresa de pequeno porte, pula de R$ 4,8 milhões para R$ 8,69 milhões.

Presidente da CFT e coordenador-geral da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, Bertaiolli apresentou substitutivo ao Projeto de Lei Complementar 108/2021, do senador Jayme Campos, que previa apenas a atualização do teto para o MEI em R$ 130 mil. O texto também ampliava de um para dois o número máximo de empregados contratados pelo microempreendedor individual. Essa mudança foi mantida no novo relatório.

Segundo o relator, a atualização dos valores é necessária para se fazer “justiça tributária”, pois a inflação fez com que diversas empresas “deixassem de se enquadrar não porque cresceram, mas porque o valor nominal estrangulado no tempo e sem a atualização não representa a realidade atual, excluindo contribuintes que sempre foram os reais destinatários da norma”.

Os novos valores foram definidos com base no IPCA acumulado entre dezembro de 2006, quando entrou em vigor a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, e março de 2022.

“O que se pretende não é ampliar o limite, mas sim, em consonância com a Constituição Federal, permitir, com a devida atualização, que os reais destinatários permaneçam no regime e que não haja a exclusão em decorrência da inflação, pois isso significa que o Poder Público Federal, em sua omissão na atualização dos valores constantes da norma está retirando contribuintes que antes estavam enquadrados no regime e aos poucos diminuindo o escopo da norma e está tornando a letra da lei morta”, justificou o deputado.

O projeto estabelece ainda que, em caso de empresa recém-aberta, o limite para o enquadramento no MEI será de R$ 10.833,33, multiplicados pelo número de meses compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro.

Fonte: Diário do Comércio

D2C: o modelo de compra que transformou os hábitos do consumidor

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O comportamento dos consumidores, as estratégias mercadológicas e os números mostram que a sociedade construiu uma nova relação com a indústria.

Comprar diretamente de quem vende é o que propõe o mercado D2C, sigla para Direct to Consumer, que traduzido para o português quer dizer direto ao consumidor.

Em um crescimento expressivo, marcas e fabricantes de bens de consumo entraram diretamente no mercado, e não somente por meio de intermediários.

De olho nos adeptos de um novo tipo de comércio, a Nike impulsionou as vendas diretas ao consumidor, avançando o faturamento em 16% no comparativo trimestral, no último ano. Suas vendas diretas cresceram 28%, alcançando o número de US$ 4,7 bilhões, enquanto as lojas físicas próprias cresceram 24% e atingiram o patamar pré-pandemia.

E é nesse modelo de negócios – em que as indústrias comercializam seus produtos diretamente para o usuário – sem a intermediação de revendas ou distribuidores, que ocorre o estreitamento dessa relação.

Os números mostram que há uma explosão de consumidores assinando uma variedade cada vez maior de categorias, e mesmo num período em que o mundo começa a replicar a vida pré-pandemia, esse movimento não mostra uma desaceleração.

A chamada economia por assinatura cresceu quase seis vezes (mais de 435%) nos últimos nove anos, de acordo com um estudo da Zuora, plataforma de gerenciamento de assinaturas.

Enquanto empresas já consolidadas se esforçam para alcançar o consumidor desse jeito, outros nomes já nasceram com essa proposta. A Sallve, marca brasileira de beleza, é D2C de origem e vê nesse modelo diversas formas de entender o cliente.

É por meio dessa interação que a marca vislumbra o tamanho de sua comunidade, sua conexão com o consumidor e a forma como os produtos são recebidos, segundo Michel Brousset, sócio da Waldencast, um dos fundos de investimento que estão por trás da Sallve.

Com embalagens descontraídas e coloridas e fórmulas veganas, a Sallve atua apenas no e-commerce e se posiciona como uma Digitally Native Vertical Brand (DNVB), que elimina intermediários e investe no relacionamento com cliente.

Com seu público-alvo formado sobretudo por millennials e jovens da Geração Z (entre 1980 e meados dos anos 2000), a marca se reporta para cerca de 70 milhões de brasileiros.

Antes mesmo de lançar seu primeiro produto, a Sallve se empenhou em cocriar uma comunidade – abriu uma conta no Instagram, lançou um blog sobre cuidados com a pele, estimulou conversas sobre o tema para, enfim, apresentar um produto, ou melhor, o que parecia ser uma solução para aqueles que participavam daquele debate.

Segundo o Euromonitor International, o Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais no mundo, com vendas da ordem de US$ 30 bilhões. As três principais tendências apontadas para o setor são engajamento digital, posicionamentos éticos e atributos orgânicos e naturais.

Impulsionada pelos desafios dos últimos dois anos, a indústria brasileira vem se reinventando por meio da digitalização, que não se restringe à produção, mas também ao posicionamento de mercado.

Segundo o Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil precisará qualificar 9,6 milhões de pessoas até 2025 para atender necessidades projetadas pelas indústrias, de forma a atualizar funcionários ou preencher as novas vagas programadas para o setor.

Fonte: Diário do Comércio

Com novo CEO, Natura &Co troca estratégia

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A alteração na Natura &Co (NTCO3), com a saída de Roberto Marques como CEO global e a chegada de Fabio Barbosa, é muito mais profunda do que parece. É uma mudança de rota de gestão, não é só uma troca de liderança. Melhoria de margens e aumento de eficiência são consequências esperadas, mas não objetivos por si só.

A companhia sofreu um bocado nos últimos 18 meses: o valor em bolsa, que chegou a ser de R$ 83 bilhões em 2021, foi para os R$ 20 bilhões e lá ficou estacionado. Ainda que tenha faltado clareza na mensagem, o mercado reagiu bem à ideia de que a meta é simplificar. No pregão de hoje, as ações subiram mais de 8% e fecharam em R$ 15,12.

A revisão em andamento passa por desmontar o entendimento que Marques tinha: uma operação de marcas fortes, mas de grupo. A visão que dominava a Natura &Co partia de um pressuposto de ganho de sinergia entre as empresas e uma atuação integrada, nos diversos mercados em que está presente.

Mas o tempo mostrou que alcançar esse objetivo (ainda que ele faça sentido) poderia trazer mais custo do que benefícios, em especial porque a formação da Natura &Co como 4º maior grupo de higiene e beleza do mundo é produto de um conjunto de aquisições e não de um desenvolvimento orgânico de portfólio. Foram compradas as marcas The Body Shop, Aesop e Avon. De uma empresa com receita líquida anual de R$ 8 bilhões, em 2015, nasceu um grupo de mais de R$ 40 bilhões.

O diagnóstico é que o conceito exagerado de integração estava trazendo perda de agilidade, ineficiências, algum inchaço e começando a gerar desalinhamento de interesses dentro do grupo. Esse último ponto, talvez o mais preocupante de todos. Com a simplificação, a remuneração de executivos tende a ser mais direta: no lugar de ser penalizado pelos ajustes necessários na Avon, por exemplo, a gestão da Aesop, em 2021 e 2022, poderia ser premiada pelo bom desempenho.

Com o tempo, a holding vai desinchar por um motivo bem simples: vai perder relevância. As lideranças de marcas vão ganhar mais autonomia e importância na definição de seus planos. Nesse primeiro momento, as divisões continuam iguais. João Paulo Ferreira à frente de tudo na América Latina e com 60% da receita sob seu comando. E seguem separadas as administrações de Avon Internacional, The Body Shop e Aesop. Mas não está claro se esse desempenho persistirá no tempo.

Assim, esse é o começo da mudança e não o fim delas. Muitos temas ainda estão em estudo e passarão por definições futuras. A direção a ser perseguida é que a visão de portfólio e mercados deve partir das marcas. Não se trata de independência absoluta de cada gestor, mas de autonomia. O conselho de administração, no futuro, também poderá passar por uma reformulação, para reforçar seu papel.

Ferreira já é percebido como o principal nome de operação, o homem que realmente entende do negócio, a despeito de Barbosa estar perto do grupo há anos, como membro do conselho de administração.

A percepção de grupo não vai desaparecer e sinergias vão existir – e serão perseguidas quando fizerem sentido. Mas elas não serão um objetivo acima de eficiência e estratégia de marcas. Além disso, temas como os valores do grupo, com a filosofia calcada em fatores ESG, jurídico e financeiro continuarão transversais.

No mercado, o entendimento é que, no futuro, faria muito mais sentido a listagem individual dos negócios, por exemplo, do que levar a holding Natura &Co para a Nyse, como chegou a ser estudado. Com esse passo, aí sim viria uma independência maior, inclusive financeira, de cada negócio, que poderia ter fontes próprias de financiamento.

Fonte: SBVC – Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo

‘Quase 90% dos brasileiros acima de 16 anos se medicam sem orientação’, alerta psiquiatra

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De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), a partir de dados da consultoria IQVIA, nos cinco primeiros meses de 2021 houve um aumento de 13% na venda de antidepressivos e estabilizadores de humor. Em número absolutos, isso significa 4,7 milhões de medicamentos vendidos a mais em relação ao mesmo período de 2020.

O uso indiscriminado de medicamentos é um problema galopante. Uma recente pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), em parceria com o Datafolha, apontou que quase 90% dos brasileiros acima de 16 anos fazem uso de substâncias sem qualquer orientação ou prescrição médica.

A pesquisa mostrou que a automedicação é maior entre os jovens. Na faixa entre 16 e 34 anos, 95% consomem remédios sem consultar um profissional de saúde. Já as pessoas com 60 anos ou mais se automedicam menos.

Entre os riscos da automedicação, a intoxicação é a mais perigosa. De acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, cerca de 30 mil casos de internação são registrados por ano no Brasil por decorrência de intoxicação.

Outro risco da automedicação é o fato de que, se uma substância é ministrada na quantidade inapropriada, ou ainda, se combinada a outra, ela pode mascarar sintomas de uma doença mais grave.

No caso dos remédios psiquiátricos, um perigo é subestimar as consequências do uso sem orientação médica. O consumo indiscriminado de psicofármacos (ansiolíticos e sedativos-hipnóticos, antipsicóticos, antidepressivos e psicoestimulantes) pode potencializar, anular ou gerar efeitos adversos, como intoxicação, dependência e até agravamento do quadro psiquiátrico.

Dentre os eventos adversos causados pelo uso indiscriminado destes medicamentos, destacam-se os seguintes:

Síndrome serotoninérgica

Também chamada de síndrome da serotonina, a condição é resultado do aumento da atividade da serotonina no sistema nervoso central.

A serotonina é um dos neurotransmissores responsáveis por regular funções como humor, prazer, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal e outras funções cognitivas.

Em doses elevadas, contudo, a seratonina descontrola o funcionamento do organismo, gerando alterações do estado mental, das funções motoras e autônomas.

E a principal causa desta síndrome é justamente a interação medicamentosa. Isso ocorre quando o indivíduo consome ao mesmo tempo dois medicamentos que estimulam os receptores de serotonina, ou quando mistura com outras substâncias ou medicações que potencializam sua ação.

Os principais antidepressivos que aumentam a serotonina no cérebro são: imipramina, clomipramina, amitriptilina, nortriptilina, fluoxetina, paroxetina, citalopram, sertralina, fluvoxamina, venlafaxina, duloxetina, nefazodona, trazodona, bupropiona, mirtazapina, tranilcipromina e moclobemida. Entre os anticonvulsivantes estão valproato sódico e carbamazepina.

Também é preciso ter atenção quanto aos suplementos naturais. Parecem inofensivos, mas, quando combinados com antidepressivos, podem gerar a síndrome serotoninérgica. O triptofano, a erva-de-são-joão e o ginseng são alguns exemplos.

Os sintomas mais comuns da síndrome da seratonina podem aparecer logo nas primeiras 24 horas: ansiedade, irritabilidade, espasmos musculares, tremores, náuseas, diarreia, dilatação das pupilas, aumento da pressão e dos batimentos cardíacos, confusão mental, alucinações e, em casos mais graves, perda da consciência, convulsões, coma e morte. Ao notar os sintomas, é preciso levar a pessoa imediatamente ao pronto-socorro.

Síndrome de descontinuação

Essa é outra condição perigosa para quem faz uso de psicofármacos sem orientação médica. Trata-se de sintomas de abstinência que surgem após a rápida diminuição ou a interrupção abrupta da dose do medicamento tomado há pelo menos um mês.

Um problema frequente para pessoas que tomam medicações psiquiátricas a longo prazo e sem indicação médica é que da mesma forma que o indivíduo toma a decisão por conta própria, ele também considera a possibilidade de diminuir ou retirar a medicação sem ter conhecimento das consequências.

Segundo estudo publicado no The British Journal of Psychiatry, mais da metade das pessoas que tomavam antidepressivos apresentaram sintomas de abstinência, e cerca de 25% classificaram esses sintomas como graves. Os primeiros sinais podem surgir poucos dias (de um a quatro) após a diminuição ou retirada da medicação, dependendo do seu tipo.

Alguns dos principais sintomas são: ansiedade aumentada, sintomas de gripe, insônia, náusea, tontura, desequilíbrio, distúrbios sensoriais, hiperexcitação, sensações de choque elétrico, lapsos de memória, diarreia, dores de cabeça, espasmos musculares, tremores, alucinações, sudorese, episódios de mania e hipomania, embotamento emocional, disfunção sexual a longo prazo ou permanente.

Com os ansiolíticos (benzodiazepínicos), não é diferente. Indicados para transtornos de ansiedade ou para insônia, eles afetam o receptor gaba, um neurotransmissor que suprime a atividade neural, gerando um efeito calmante. Estes devem ser utilizados de forma ocasional ou, se diariamente, por poucas semanas. O risco da dependência acontece quando a pessoa toma regularmente, em doses altas e a longo prazo, o que não é indicado para essa classe de medicamentos.

A síndrome de descontinuação dos ansiolíticos pode surgir entre 24 horas e 72 horas após a interrupção do tratamento. Os efeitos são ansiedade, insônia, irritabilidade, explosões de choro, distúrbios de humor e sonhos vívidos, além de sintomas neurológicos e motores como tonturas, vertigens, cefaleia, falta de coordenação motora, alterações de sensibilidade da pele e tremores. Já os sintomas mais graves incluem paranoia, delírio e convulsões.

A duração da síndrome de descontinuação dos psicofármacos depende do tempo de uso, da dose utilizada, das características da medicação e do estado físico e mental do paciente. É preciso avaliar os fatores psicossociais e a resistência do paciente em manter ou retirar a medicação. E, o mais importante: dar continuidade ao tratamento e não tomar nenhum medicamento que não tenha sido prescrito pelo especialista.

*Adiel Rios é médico no Programa de Transtorno Bipolar do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (IpQ-HCFMUSP) e coordenador do Programa de Residência Médica em Psiquiatria da Secretaria Municipal de Saúde de Mauá.

Fonte: Future Health

Mês do Meio Ambiente: evento discute logística reversa na indústria farmacêutica

Na próxima segunda-feira, 20 de junho, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) realizará um encontro alusivo ao Mês do Meio Ambiente. O evento, que contará com lideranças de empresas, órgãos públicos e associações, terá um painel sobre logística reversa de medicamentos e embalagens, cuja moderação ficará a cargo de Fabrício Soler, sócio na área Ambiental do Felsberg Advogados.

Soler é especialista em Direito Ambiental e Infraestrutura, além de consultor da ONU para o Desenvolvimento Industrial. O painel que mediará terá debatedores não só da Sindusfarma, como também da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e da Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico (Abafarma).

‘É fundamental que o Brasil tenha uma política dedicada à logística reversa e à economia circular para incentivar a adição, retenção e recuperação de valor dos recursos pelas organizações’, afirma Soler. Segundo ele, essa política, alinhada a princípios de geração e compartilhamento de valor, pode favorecer a competitividade e a ampliação do setor de manufatura brasileiro, bem como seu acesso ao mercado externo.

O evento, que serve ainda para celebrar o 50º aniversário da Conferência de Estocolmo e acelerar os esforços para cumprir a Agenda de 2030 – voltada ao desenvolvimento sustentável – terá ainda representantes do Ministério do Meio Ambiente, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e da Eurofarma. Gratuito, será possível acompanhá-lo ao vivo pela internet.

Serviço

Data: 20 de junho, segunda-feira

Horário: das 10h às 12h

Inscrições e transmissão: https://bit.ly/3txB1sG

Fonte: Ceará Leste

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/logistica-reversa-de-medicamentos/

Desabastecimento: buscador ajuda o consumidor a encontrar remédios fazendo economia de até 70%

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Comparadores de preços pela internet se tornaram grandes aliados dos consumidores que enfrentam a atual onda de desabastecimento de medicamentos. Além de evitar a maratona pelas farmácias ou horas ao telefone, os aplicativos proporcionam economia de até 70% ao localizarem ofertas e promoções de diferentes marcas em vários marketplaces. Em muitos estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, quem precisa adquirir medicamentos enfrenta horas de cansaço e frustração, atrás de produtos básicos, como antibióticos e dipirona injetável, ou remédios de alto custo, para doenças como lúpus, Guillain-Barré e Crohn.

‘Hoje a melhor alternativa para enfrentar um cenário como esse é usar um comparador de preços. É bom para o consumidor, que evita o estresse das filas em farmácias, do trânsito ou do telefone. E é bom para as farmácias de todos os portes, que se tornam mais competitivas quando oferecem esse serviço de busca’, diz Douglas Milliatti, um dos fundadores da plataforma App Pharma, criada no fim do ano passado justamente para fazer a ponte entre o consumidor e as farmácias de menor tamanho, que não estão em grandes redes e podem alcançar públicos que apenas uma loja física não alcançaria.

Nada é mais ágil do que buscar um produto pelo celular em uma plataforma que pesquisa em diversas redes de farmácias ao mesmo tempo e já apresenta as opções disponíveis e quais são as mais econômicas, acrescenta Daniel Matsukuma, diretor de tecnologia e co-fundador da App Pharma.

A plataforma, que reúne redes de farmácias e farmácias avulsas em todas as regiões do Brasil, permite que as pessoas façam a busca por qualquer produto farmacêutico em diferentes categorias sem a necessidade de cadastro. Para os usuários cadastrados é possível criar uma lista de medicamentos de uso recorrente e pesquisar por remédios a partir de uma foto da receita. Em todos os casos é possível verificar os preços nas farmácias que tenham a medicação disponível e a economia gerada.

Foco na facilidade para quem pesquisa

Com um sistema claro e intuitivo, a plataforma permite que pacientes saiam da consulta já sabendo a farmácia com o menor custo para aquele tratamento com uma economia de até 70%. Ao fazer a busca pelo app, o paciente garante que terá economizado sem precisar ir em várias farmácias, esperar em filas ou gastar tempo em ligações para confirmar o valor de cada item da receita. Se o paciente quiser economizar ainda mais tempo, a plataforma permite que a receita seja fotografada e faz a leitura dos itens para compra, gerando um orçamento em tempo real.

Jamyle Nunes, gerente de marketing e produto, comenta que a pandemia redobrou a atenção aos cuidados com a saúde e, ao mesmo tempo, sobrecarrega o orçamento doméstico. ‘A combinação cria um cenário oportuno para soluções que buscam facilitar o acesso à saúde com foco na economia. Pesquisar preços é algo relativamente comum em diversos setores, mas, quando se trata de farmácia, pela alta presença de lojas físicas, as pessoas estão mais aptas a entrar na primeira loja do seu caminho para resolver logo a questão.’

Crise já é sinalizada em pelo menos 19 estados

Entre os motivos apontados pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) para a falta de medicamentos estão a dificuldade para a chegada de insumos ao Brasil e um aumento de casos de doenças respiratórias, além da pandemia que ainda atinge todo o planeta. O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) indica que a demanda por alguns antibióticos cresceu nestes primeiros meses do ano.

Entre os estados que já relataram a falta de remédios estão Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins, além do Distrito Federal.

Sobre a App Pharma

Criada em 2021, a App Pharma é uma ferramenta gratuita de comparação de preços entre produtos de saúde em diversas redes de farmácias em todo o Brasil. A plataforma permite que pacientes saiam da consulta já sabendo a farmácia com o menor custo para aquele tratamento, com uma economia de até 70%. Ao fazer a busca pelo app, o paciente garante que terá economizado sem precisar ir em várias farmácias, esperar em filas ou gastar tempo em ligações para confirmar o valor de cada item da receita.

Fonte: Jornal D Marília 

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/alta-nos-medicamentos-busca-evitar-desabastecimento-diz-presidente-de-sindicato/

Justiça Federal suspende procedimentos estéticos por farmacêutico

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A Sociedade Brasileira de Dermatologia venceu o processo em face do Conselho Federal de Farmácia (CFF) sobre a ampliação do campo de atuação dos farmacêuticos para que pudessem realizar procedimentos estéticos. A decisão quanto à suspensão da resolução do CFF foi publicada nesta quarta-feira (06), pelo Tribunal Federal da 1ª Região e a mesma deverá ser divulgada pelo próprio conselho.

A resolução dispunha sobre a inclusão da área da saúde estética ser atuação possível do farmacêutico desde que não houvesse intervenção de cirurgia plástica ou invasivas que atingissem órgãos internos, porém a decisão concluiu que não havia definição jurídica sobre o que seria procedimento invasivo ou não restringindo exclusivamente ao médico a indicação da execução e execução de procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (Cremero) defende a lei n. 12842 de 10 de julho de 2013 que dispõe sobre o exercício da Medicina. ‘Desta forma assegura o zelo pela saúde do paciente, visando garantir com segurança, a sua integridade e bem estar. Aproveitamos para reforçar a importância de cada paciente questionar e investigar se seu dermatologista possui o Registro de Qualificação de Especialista (RQE) devidamente regularizado junto ao CRM de seu Estado’, destacou o presidente da Câmara Técnica de Dermatologia do conselho, Dr. Cipriano Ferreira.

Fonte: Diário da Amazônia

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/cresce-busca-de-homens-por-procedimentos-esteticos-diz-gestora/

Painel da FDA recomenda vacina para crianças de até 5 anos

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EUA devem aprovar imunização contra covid-19 nessa faixa etária, último grupo que ainda aguarda a vacinação, motivo de preocupação para muitos pais. Casa Branca diz que doses podem começar a ser aplicadas na terça-feira.Um painel de especialistas convocado pela Food and Drug Administration (FDA), agência dos Estados Unidos equivalente à Anvisa, recomendou por unanimidade na quarta-feira (15/06) o uso das vacinas contra a covid-19 produzidas pela Pfizer/BioNTech e pela Moderna em crianças menores de cinco anos, o último grupo etário que ainda aguarda a imunização na maioria dos países, motivo de preocupação para muitos pais.

As autorizações formais devem ser emitidas em breve, e as primeiras vacinas podem começar a ser aplicadas nessa faixa etária nos Estados Unidos já na próxima semana, pouco mais de um ano e meio após as primeiras vacinas contra a covid-19 terem sido aprovadas para uso em adultos. As decisões da FDA sobre os imunizantes costumam ser acompanhadas em seguida por órgãos sanitários de outros países.

‘Esta recomendação preenche uma necessidade importante e não atendida de uma população mais jovem realmente ignorada’, disse Michael Nelson, professor de medicina da Universidade da Virgínia, um dos 21 especialistas convidados pela FDA a votar sobre o tema.

Abrindo a discussão, o cientista sênior da FDA, Peter Marks, disse que, apesar de estudos mostrarem que a maioria das crianças já foi infectada pelo coronavírus, o alto índice de hospitalizações entre recém-nascidos, bebês e crianças pequenas durante a onda ômicron no último inverno do hemisfério norte salientou a necessidade urgente da vacinação nessa faixa etária.

‘Estamos lidando com uma questão na qual temos que ter cuidado para não ficarmos insensíveis com as mortes pediátricas por causa do número avassalador de mortes de idosos’, disse. ‘Toda vida é importante e as mortes evitáveis pela vacinação são algo sobre o qual gostaríamos de tentar fazer algo. (?) Cada criança morta deixa uma família despedaçada.’

Seguras e eficazes

Os Estados Unidos registraram 480 mortes por covid-19 na faixa etária de zero a quatro anos na pandemia, disse Marks. Desde maio de 2022, houve 45 mil hospitalizações nesse grupo, das quais quase um quarto exigiu cuidados intensivos.

‘Há muitos pais que estão totalmente desesperados por essa vacina, e nós devemos a eles a chance para que possam decidir aplicá-las [em seus filhos] se quiserem’, disse Jay Portnoy, do Hospital Infantil de Kansas, no Missouri.

Antes da reunião de quarta-feira, a FDA divulgou suas análises independentes das vacinas, que as consideraram seguras e eficazes.

No Brasil, a vacina da Pfizer/BioNTech já recebeu autorização para ser usada em crianças de 5 anos ou mais. A vacina da Moderna até o momento não recebeu autorização para uso no Brasil.

Regimes diferentes

A Pfizer pediu autorização para aplicar três doses de três microgramas em crianças de seis meses a quatro anos. O pedido da Moderna é para aplicar duas doses maiores, de 25 microgramas, em crianças de seis meses a cinco anos.

Ambas as vacinas foram testadas em ensaios com milhares de crianças. Foi constatado que elas causavam níveis similares de efeitos colaterais leves aos registrados em faixas etárias mais velhas e desencadeavam níveis similares de anticorpos.

A eficácia contra a infecção foi maior na Pfizer, de 80% segundo a empresa. A Moderna informa que a eficácia de sua vacina é de 51% em crianças de seis meses a dois anos de idade e de 37% para as de dois a cinco anos de idade.

Mas o número da Pfizer é baseado em poucos casos e considerado preliminar. São necessárias três doses para alcançar sua proteção, sendo a terceira dose aplicada oito semanas após a segunda, que é aplicada três semanas após a primeira.

A vacina da Moderna deve proporcionar uma forte proteção contra doenças graves após duas doses, dadas com um intervalo de quatro semanas, e a empresa está estudando adicionar um reforço que elevaria os níveis de eficácia contra manifestações leves da doença. No entanto, a decisão da Moderna de usar uma dose mais alta está associada a níveis mais altos de febres em reação à vacina, em comparação com a da Pfizer.

Embora obesidade, distúrbios neurológicos e asma estejam associados ao aumento do risco de doenças graves entre as crianças pequenas, não é fácil prever quadros graves. Em crianças menores de cinco anos nos Estados Unidos, 64% das hospitalizações por covid-19 ocorreram em pacientes sem comorbidades.

As crianças também podem contrair a síndrome inflamatória multissistêmica em crianças (MIS-C), uma condição pós-viral rara, mas grave. E cerca de 3% a 6% podem apresentar sintomas de covid longa por mais de 12 semanas.

A expectativa é que a FDA dê sua decisão final em breve, seguindo a recomendação do painel. Autoridades da Casa Branca disseram na semana passada que 10 milhões de doses poderiam estar disponíveis para aplicação nessa faixa etária em farmácias e consultórios médicos na próxima terça-feira.

Fonte: Isto É Online 

Governo tem 11,7 milhões de doses de vacinas contra Covid com vencimento até julho, diz TCU

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Uma inspeção feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) identificou que o Ministério de Saúde mantém, em estoque, mais de 28 milhões de doses de vacinas contra a Covid que perdem validade até agosto deste ano. Dessas, 11,7 milhões de doses vencem até julho.

O número reúne imunizantes produzidos pela Pfizer e pela Astrazeneca. Segundo o tribunal, os 28 milhões de doses que expiram até agosto custaram R$ 1,21 bilhão aos cofres públicos.

Os números constam em um despacho assinado pelo ministro Vital do Rêgo, revelado pelo jornal “Folha de S.Paulo” e obtido pela TV Globo. O TCU foi acionado por líderes e vice-líderes da oposição na Câmara dos Deputados.

No documento, Vital do Rêgo cita “a necessidade e a urgência em se promover a vacinação da população para a contenção tanto da disseminação do vírus da covid-19, quanto da elevação dos casos graves da referida doença”.

O ministro determinou que o Ministério da Saúde adote as “ações necessárias” para evitar a perda das vacinas em estoque, sobretudo aquelas com prazo de validade próximo. O g1 pediu posicionamento à pasta e aguarda retorno.

Em momentos anteriores da pandemia, quando a população brasileira ainda não tinha atingido a cobertura vacinal mínima, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegou a prorrogar a validade dos lotes de vacinas estocadas.

Em nota nesta quinta, a Anvisa informou que “não possui, no momento, nenhum pedido de prorrogação do prazo de validade para esses lotes. Todas as prorrogações de prazo avaliadas pela Anvisa foram comunicadas por meio dos canais de comunicação da agência.”

Fonte: G1.Globo