Empresa busca impulsionar receitas com patentes expiradas – Foto: Divulgação
A farmacêutica brasileira Biomm acredita estar próxima de um ponto de virada em sua história, podendo finalizar em breve seu primeiro ano lucrativo em mais de uma década. As informações são do portal NeoFeed.
Essa esperança está depositada no fim da patente do Ozempic, prevista para o próximo ano. A Biomm produzirá sua versão genérica do medicamento em sua fábrica em Nova Lima, em Minas Gerais.
A construção desse complexo, que custou aproximadamente R$ 800 milhões, é a principal razão do endividamento da empresa, segundo o CEO Heraldo Marchezini.
“Esse prejuízo está muito associado aos investimentos feitos na implementação da fábrica e na antecipação de recursos para produção de canetas para insulinas em contratos que ainda não tínhamos recebido”, explica.
Com o início das operações da fábrica, a farmacêutica finalizou um acordo com o Ministério da Saúde para a produção de 20 milhões de fracos de insulina anualmente. A parceria prevê ainda a transferência da tecnologia de fabricação para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), eliminando a atual dependência brasileira da importação de insumos chineses.
Genérico do Ozempic é apenas uma das apostas da companhia
A busca pela inserção em mercados em expansão como o do genérico do Ozempic é um caminho visto como positivo pela companhia. “Isso é uma mudança completa de horizonte para a empresa. Somos a única companhia capaz de competir, na área da diabetes, com Eli Lilly e Novo Nordisk”, afirma o executivo.
Outras opções analisadas pela empresa incluem o medicamento oncológico bevacizumabe e o ranibizumabe, fármaco utilizado no tratamento de lesões na rotina, ambas os medicamentos já foram aprovados para a Anvisa e dependem de etapas burocráticas para serem liberados ao mercado.
“O que a gente está preocupado é em conseguir captar as oportunidades de mercado em biotecnologia, que vão muito além da produção de insulina”, explica Marchezini. “Tem bilhões de reais que estarão em jogo a partir da expiração de patentes, com chance de produção de biossimilares”, complementa.
Rival suíça anunciou investimentos no país recentemente – Foto: Divulgação
O plano de expansão da Roche nos Estados Unidos deve movimentar mais de US$ 50 bilhões (R$ 287 bilhões), segundo estimativas divulgadas na última terça-feira, dia 22. As informações são da Folha de S. Paulo.
A farmacêutica multinacional de origem suíça vai reformar seus centros de produção e distribuição de medicamentos e diagnósticos nos estados de Kentucky, Indiana, Nova Jersey, Oregon e Califórnia, além de construir uma nova unidade de pesquisa especializada em inteligência artificial em Massachusetts.
A companhia, que já conta com 24 filiais em funcionamento e 25 mil funcionários no país, deverá criar mais 12 mil oportunidades de emprego no território americano após a conclusão das obras e outras 6,5 mil durante o andamento da construção.
Plano de expansão da Roche é estratégico
A farmacêutica realizou o anúncio de sua expansão em um momento importante para o mercado, que vive um período de incertezas pela forte política tarifária imposta por Trump sob os produtos importados.
“Os novos investimentos deverão ajudar a não gerar tarifas adicionais para a indústria farmacêutica suíça”, explica Stephan Schneider, analista da administração de investimentos Vontobel.
Durante a divulgação dos planos, executivos da Roche afirmaram que a farmacêutica “exportará mais medicamentos dos Estados Unidos do que importa” ao final das obras.
O movimento ainda pode ser interpretado como uma resposta a farmacêutica rival Novartis, que semanas atrás anunciou um investimento de US$ 23 bilhões (R$ 132 bilhões) nos EUA durante os próximos cinco anos.
De 22 a 24 de maio de 2025, São Paulo será palco da 4ª edição da Medical Cannabis Fair e do Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal. Os dois eventos simultâneos são considerados os epicentros de debates sobre avanços científicos, regulatórios e econômicos do segmento no Brasil. E o Panorama Farmacêutico é mídia oficial do evento, organizado pela Sechat.
Com expectativa de reunir mais de 5 mil visitantes e 1 mil congressistas, o encontro acontecerá no Expo Center Norte e congregará profissionais da saúde, indústria, agronegócio, investidores, pesquisadores, empreendedores e representantes de políticas públicas.
A feira contará com 60 estandes e 100 marcas expositoras, apresentando ao público inovações do Brasil e do Exterior com foco no uso medicinal e industrial da cannabis. Isso abrange desde medicamentos, cosméticos e alimentos funcionais, até tecidos, suplementos, bioplásticos e soluções agrícolas baseadas em cânhamo industrial.
“Os eventos consolidam o Brasil como um dos polos mais relevantes na discussão global sobre o tema. Estamos conectando ciência, mercado e sociedade, com a proposta de reforçar a cannabis medicinal como ferramenta legítima de cuidado à saúde”, ressalta Daniel Jordão, diretor geral da Sechat.
Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal terá mais de 100 palestras
Já o Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal atraiu mais de 100 palestrantese 1.200 congressistas, entre especialistas nacionais e internacionais. A programação foi distribuída em módulos temáticos que exploram as múltiplas aplicações da planta.
MedCan – Especialidades: uso avançado da cannabis em diferentes especialidades médicas
MedCan – Sistema Endocanabinoide: formação básica e clínica
Vet Cannabis: uso veterinário
Odonto Cannabis: aplicações odontológicas
Business Cannabis: negócios e investimentos
Agro Tech Cannabis: potencial agrícola e industrial do cânhamo
Agro em destaque e acesso digital ampliado: realizado em colaboração com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), instituição que lidera estudos sobre o cultivo da cannabis e do cânhamo em solo brasileiro
Cannabis: a nova soja para o agro brasileiro?
No dia 19 de maio, a Anvisa e o MAPA devem anunciar oficialmente as regras para o cultivo de cannabis no Brasil, após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A medida pode destravar o potencial de um mercado promissor e colocar o Brasil entre os mais de 60 países que já regulamentaram o cultivo para fins medicinais e industriais.
Especialistas apontam que a cannabis pode se tornar uma das culturas mais rentáveis do agronegócio brasileiro, especialmente o cânhamo industrial, que possui ampla aplicação na indústria têxtil, cosmética, alimentícia, construção civil, biocombustíveis e até plásticos biodegradáveis.
Estudos da consultoria Kaya Mind apontam que a cadeia produtiva da cannabis poderá movimentar mais de R$ 26 bilhões por ano no Brasil, impulsionando setores como saúde, cosméticos, alimentação, construção civil e agricultura regenerativa.
“A regulamentação inteligente e baseada em evidências é o caminho para destravar todo o potencial econômico e social da cannabis no Brasil”, endossa Jordão.
4ª Medical Cannabis Fair e Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal Data: 22 a 24 de maio de 2025 Local: Expo Center Norte – Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme, São Paulo (SP) Inscrição: Gratuita para profissionais da saúde (mediante credenciamento online neste link) Informações:www.medicalcannabisfair.com.br
Rafael Arcuri, diretor Executivo do ICR | Foto: Vinicius Loures/Agência Câmara
A importação de cannabis medicinal movimentou R$ 400 milhões em 2024, o que correspondeu a um avanço de 22% em relação ao ano anterior, segundo dados da consultoria Kaya Mind. O potencial dessa atividade, que beneficia em torno de 300 mil pacientes, inspirou empresários, advogados, médicos e especialistas técnicos do setor farmacêutico a criarem o Instituto Conexão e Regulação (ICR).
A nova entidade reúne 15 empresas que representam mais de 50% da receita do mercado brasileiro de cannabis e respondem por cerca de um terço das prescrições no país. A meta é, até o fim do ano, dobrar o número de associados para alcançar market share superior a 70%.
O acesso a produtos importados à base de cannabis se dá pela RDC 660, que regula os trâmites envolvendo formulações, apresentações, formas de administração e perfis de canabinoides não disponíveis nas farmácias.
Como primeiro passo, o ICR iniciou, em janeiro, um amplo processo de articulação junto à Anvisa para assegurar a médicos e pacientes o acesso a produtos de qualidade, contribuindo para um ambiente regulatório robusto e eficaz.
A medida visa a rebater o pedido do Sindusfarma. Em outubro do ano passado, o sindicado recomendou a revogação da RDC 660, sob a alegação de que a norma não atende de maneira adequada aos critérios de segurança e qualidade previstos pela Anvisa. Na visão da entidade, diretrizes importantes sobre o controle de qualidade não são previstas na legislação atual.
“Nosso objetivo é apoiar a finalidade institucional da Anvisa, cujo foco é a proteção da saúde pública. Estamos diante de um cenário muito desafiador que envolve o crescimento acelerado do segmento de cannabis, em contrapartida ao número insuficiente de servidores na agência”, afirma Rafael Arcuri, diretor executivo do ICR.
“As críticas dirigidas à importação, originadas na indústria farmacêutica, não levam em conta características dos pacientes. Muitos enfrentam situação de vulnerabilidade e necessitam de produtos não disponibilizados nas farmácias”, pontua o diretor-jurídico do ICR, Leonardo Navarro.
Leonardo Navarro, diretor jurídico do ICR | Foto: Divulgação
Para o advogado, restringir a importação em nome de uma reserva de mercado penaliza a sociedade sem qualquer contrapartida. “Sabemos que este é um debate complexo e estamos dispostos a envolver toda sociedade nesta discussão”, acrescenta.
Ainda na opinião de Navarro, com pouquíssimas empresas investindo em estudos clínicos ou pesquisas, é improvável que haja alguma mudança de cenário no curto prazo em relação aos produtos encontrados nas farmácias. “Esse contexto torna ainda mais relevante a criação de um arcabouço regulatório específico para acesso a produtos importados”, adverte.
“Muitas empresas representadas pelo ICR têm origem e atuam em mercados muito mais maduros do que o brasileiro, comercializando seus produtos em diversos países europeus e nos Estados Unidos”, acrescenta.
Entre as propostas apresentadas pelo ICR à Anvisa estão:
Criação de um selo de qualidade
Requisitos técnicos: estabelecer critérios de conformidade inspirados em normas nacionais e internacionais, prevendo rastreabilidade, além de assegurar e facilitar a verificação de produção e distribuição por estabelecimentos devidamente regularizados em seus países de origem
Verificação laboratorial: incentivar a realização de testes independentes para identificação e mensuração de canabinoides, detecção de contaminantes e conferência de rotulagem
Boas práticas: adotar políticas sobre publicidade e relacionamento com profissionais de saúde e pacientes
Suporte técnico e transparência
Relatórios de conformidade e compilação de dados: disponibilizar à Anvisa uma documentação clara e consolidada sobre a qualidade dos produtos, regularização dos estabelecimentos e análises laboratoriais
Participação regulatória: colaborar ativamente no aperfeiçoamento de diretrizes, fornecendo subsídios técnicos que contribuam para decisões regulatórias e ações de fiscalização
O ICR entende que essas iniciativas não substituem as competências regulatórias da Anvisa, mas constituem um recurso adicional para assegurar a qualidade de produtos à base de cannabis no Brasil. “Essa colaboração voluntária beneficia os pacientes, reforça a confiança dos profissionais de saúde e contribui para reduzir a sobrecarga de trabalho da própria autarquia”, pondera Arcuri.
Mais de 25 mil prescritores por meio da importação
Todas as especialidades médicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) emitem receita de produtos de cannabis via RDC 660. Estima-se que mais de 25 mil prescritores utilizem esse expediente em mais de 80% dos municípios brasileiros. Para se ter uma ideia, em dezembro de 2024, um em cada dez neurologistas do país utilizou essa via de importação, que conta com mais de mil produtos acompanhados de um Certificado de Análise (COA – Certificate of Analysis).
A pujança do mercado de importação justifica-se não apenas na variedade de apresentações ou formulações, mas também no preço. Os custos médios dos óleos importados pela RDC 660 são significativamente menores que os da RDC 327, tornando o tratamento também mais acessível à população.
A Abbott é a mais nova associada da Acessa – Associação Brasileira da Indústria de Produtos para o Autocuidado em Saúde. Sua entrada fortalece a representatividade da associação no setor e contribui com a troca de conhecimento e experiências voltadas à educação em saúde e uso racional de medicamentos isentos de prescrição (MIPs).
Com mais de 90 anos de presença no Brasil, a companhia atua em áreas como nutrição, diagnóstico, dispositivos médicos e produtos farmacêuticos, sendo referência em inovação e qualidade. “Acreditamos que o autocuidado tem um papel fundamental na promoção da saúde e prevenção de doenças. Fazer parte da Acessa é um passo importante para seguirmos contribuindo com o desenvolvimento de políticas e iniciativas que beneficiem toda a sociedade”, afirma João Sanches, diretor de Relações Governamentais da Abbott.
Avanço na consolidação do autocuidado em saúde
Para a Acessa, a adesão da farmacêutica representa mais um avanço na consolidação de uma agenda colaborativa entre indústria, profissionais de saúde, governo e consumidores. Também contribui para ampliar o potencial de colaboração e reforçar o compromisso do setor com soluções que colocam o indivíduo no centro das decisões sobre sua saúde.
“A presença de uma empresa como a Abbott amplia o diálogo e fortalece o nosso compromisso com o desenvolvimento de um ecossistema de saúde mais acessível, sustentável e centrado nas pessoas”, destaca Cibele Zanotta, presidente executiva da Acessa.
Segundo ela também traz visibilidade para a importância dos MIPs e produtos para o autocuidado em saúde em um momento de crescente demanda por soluções que empoderem a população em sua jornada de uma melhor qualidade de vida.
Prêmio Autocuidado Acessa 2025
A Abbott se junta a outras 17 empresas do ramo da saúde, nacionais e multinacionais que compõem a entidade, que se prepara para a próxima edição do Prêmio Autocuidado Acessa 2025. A iniciativa reconhece projetos, campanhas e boas práticas que promovam, de forma inovadora, o acesso e a conscientização sobre o autocuidado no Brasil.
As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas até 13 de junho de 2025 no site oficial da premiação. Ela é aberta a empresas, profissionais da saúde, startups, organizações da sociedade civil e instituições acadêmicas.
Estrutura da plataforma inclui opções de automação de rede social e disparo de e-mails | Foto: Divulgação
Marcia Arbache, especial para o Panorama Farmacêutico
A plataforma Farmácias Digitais já atende 1 mil municípios e está transformando a integração de vendas online e físicas em casos de sucesso. O ecossistema faz parte do núcleo de tecnologia e inovação do GrupoSC, maior distribuidora de medicamentos do país. Foi concebido a partir da aquisição gradual de startups, que hoje funcionam como um hub farmacêutico focado no omnichannel, sob medida para PDVs independentes e de pequeno porte.
O ambiente virtual agrega um conjunto de funcionalidades, inclusive as do Farmácia App, marketplace líder do setor farmacêutico e que também é administrado pelo grupo. Por meio dessa ferramenta, os clientes visualizam, comparam e compram produtos online.
Com suporte da plataforma, mais de 4.700 farmácias conseguiram incorporar artigos de HPC e suplementos ao seu mix de vendas digitais. A estimativa é que esse número salte para 11 mil até o fim do ano. Outros 500 estabelecimentos têm contratos fechados para estrear a operação de e-commerce. A meta é que esse contingente chegue a 9 mil.
“O empreendedor pode transformar seu negócio em uma loja virtual em até 24 horas. Oferecemos integração com sistemas de pagamento, campanhas promocionais personalizadas e conexão direta com ferramentas de marketing, como o Google Meu Negócio, ampliando a exposição da farmácia e aumentando a conversão de clientes”, comenta Henrique Mazza, gerente de marketing do Canais Digitais do GrupoSC.
Farmácias Digitais têm IA como base
A inteligência artificial permeia toda a arquitetura da plataforma Farmácias Digitais. A prevenção de rupturas e encalhes no estoque, um dos pontos críticos do varejo farmacêutico, é gerenciada com a solução Farmácias TX4. Um assistente de IA ajuda a regular o volume de produtos armazenados, monitorar gôndolas, fazer compras em tempo real e sugerir reposição de produtos automaticamente, garantindo uma gestão eficiente do negócio.
As aplicações podem ser usadas de maneira complementar. Com o recurso Farmácias Docas Virtuais, o lojista vende sem dispor de estoque. O acesso a mais de 16 mil produtos e ofertas de indústrias, também conectadas ao sistema, contribui para que a farmácia amplie seu catálogo. E para aumentar sua visibilidade, o Farmácias Ads direciona anúncios ao público-alvo, chegando a mais de 2 milhões de usuários.
Formato pioneiro no país
Já por meio do Farmácias Delivery, negócios de variados portes interligam-se a uma rede de entregas rápidas, mesmo para lojistas que não possuem frota própria. Os pedidos chegam ao destino com uma média de entrega de 33 minutos (a depender da localização), assegurando ao consumidor uma experiência ágil e confiável. A logística de distribuição reduz custos de cerca de 4,8 milhões de itens com rastreamento em tempo real, que perfazem 70 mil entregas diárias. ‘’Temos quase 40 centros de distribuição em todo o país’’, relata Mazza.
O objetivo, segundo ele, é suprir os gaps que ainda persistem na cadeia – indústria, distribuição e varejo farmacêutico. O formato do Farmácias Digitais oferece a solução completa, diferente dos competidores. ‘’Cada um é direcionado a uma expertise, seja delivery ou ponto físico. Não existe nada parecido na escala em que operamos’’, frisa Mazza. Montado no final do ano passado, o Farmácias Digitais começou a ser implementado em março último.
A proposta é formar uma estrutura com um número cada vez maior de farmácias parceiras. A divulgação compreende rodadas de demonstração junto a lojistas e entidades setoriais. Na mais recente ação, para mais de 500 associados da Fecofar, os pedidos de conexão multiplicaram-se. ‘’As farmácias nos trarão o feedback sobre o efetivo atendimento às suas necessidades’’, diz.
Dinamismo do mercado acelera evolução
Mazza acrescenta que a ideia do sistema surgiu durante um evento Farma & Negócios do GrupoSC, no qual foi exposto um totem físico dotado de funcionalidades. ‘’Pensamos que ele poderia, de fato, virar um produto do qual o varejista poderia se apropriar. É apenas um exemplo para ilustrar o dinamismo e a acelerada evolução desse mercado’’, pontua.
O executivo valoriza a experiência somada do time que gerencia o dia a dia desse projeto. “O GrupoSC acumula 70 anos no setor de saúde e bem-estar. Com toda essa bagagem, entendemos bem as dores do mercado e vimos uma oportunidade de suprir as necessidades do fabricante, do PDV e do consumidor. Não criamos essa demanda, apenas oferecemos meios para supri-la’’, argumenta.
Projeto-piloto de autoatendimento
Em outra frente com foco na digitalização do setor, o GrupoSC mantém um projeto de loja autônoma desde o fim de 2024, em parceria com a Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo (CAASP). O totem interativo funciona como uma prateleira digital em que os produtos são exibidos na mesma disposição das estantes físicas para facilitar a localização dos itens. O cliente escaneia o produto, informa seu CPF, paga e retira a mercadoria em um ambiente, nesse caso específico, de segurança controlada.
O totem, aliás, tem sido encomendado por diversos estabelecimentos farma em todo o país. O equipamento, em fase de produção, começa a ser instalado no varejo farmacêutico a partir de junho. O cliente poderá navegar e obter informações de um mesmo produto com diversas apresentações. ‘’O consumidor vai saber as diferenças, por exemplo, entre as 15 opções de leite infantil’’, conclui Mazza.
Conectividade e digitalização
O ecossistema tem um investimento recorrente e expressivo em mídia digital – abrangendo Google, Facebook, Instagram e TikTok –, o que atrai um grande volume de consumidores para as farmácias participantes, criando oportunidades reais de crescimento.
A estimativa é que mais de 11 mil farmácias estruturem sua operação de e-commerce com apoio da plataforma, que funciona como um hub farmacêutico focado no omnichannel, sob medida para PDVs independentes e de pequeno porte.
Produção em larga escala está prevista para 2027 – Foto: Canva
A Regeneron Pharmaceuticals, companhia listada na Nasdaq, anunciou nesta terça-feira, dia 22, um acordo para adquirir uma série de medicamentos da Fujifilm, que passarão a ser produzidos nos Estados Unidos. As informações são do Valor Econômico.
A parceria entre as empresas é válida pelos próximas dez anos, está avaliada em mais de US$ 3 bilhões (R$ 17,05 bilhões) e envolve medicamentos biológicos derivados de organismos vivos.
A negociação é uma espécie de resposta às políticas tarifárias impostas por Donald Trump, que têm forçado as farmacêuticas americanas a investirem pesado na oferta doméstica. O acordo é o maior contrato de fabricação de biofármacos já registrado.
A Lei de Biossegurança, projeto bipartidário que pode impedir empresas chinesas de biotecnologia de obter contratos federais, também pode afetar as cadeias de produção das farmacêuticas, que tem optado por evitar as até então populares terceirizações para companhias asiáticas.
Medicamentos da Fujifilm serão produzidos nos EUA
A produção terá como base a fábrica da companhia japonesa no estado americano da Carolina do Norte. A construção da unidade fabril foi anunciada em 2021, contou com um investimento de 380 bilhões de ienes (R$ 15,15 bilhões) e deve ser inaugurada no quarto semestre de 2025.
É esperado que a produção em larga escala seja iniciada apenas no segundo ano de operação da fábrica, que contará com oito biorreatores de 20 mil litros e ingredientes extraídos e cultivados no local.
Resultado financeiro do trimestre foi um prejuízo de R$ 195,2 milhões – Foto: Divulgação
O prejuízo da Hypera no primeiro trimestre de 2025 fez com que seus controladores perdessem mais de R$ 140 milhões no período, revertendo o lucro de R$ 392,2 milhões registrado nos primeiros meses do ano passado. As informações são do Valor Econômico.
O resultado líquido das operações continuadas gerou uma dívida de R$ 138,8 milhões, enquanto o balanço financeiro desse primeiro trimestre criou um revés de R$ 195,2 milhões, valor 10,4% melhor no comparativo anual.
Na mesma comparação, entre janeiro e março, a companhia teve uma receita de R$ 1,08 bilhão, apresentando uma queda de 40,8% em relação aos 1,82 bilhão de 2024.
O índice de sell-out, no entanto, apresentou resultados positivos, crescendo 6,9% assim como as vendas no mercado institucional (+20,6%) e no varejo farmacêutico (+6%).
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia no último trimestre ficou negativo em R$ 148,5 milhões, revertendo o resultado positivo de R$ 647,8 milhões no primeiro trimestre de 2024.
Prejuízo da Hypera tem explicações
Os resultados negativos, de acordo com a Hypera, refletem o processo de otimização de capital de giro vivido pela empresa. A situação ainda é potencializada pela redução de estoques em clientes, que também levou a uma queda no indicador de contas a receber, e pela redução na margem bruta por conta da alteração do “mix” de produtos vendidos.
Gustavo Palhares, co-CEO de Negócios e Relações Institucionais da Ease Labs / Foto: Divulgação
A farmacêutica brasileira Ease Labs, especializada em produtos à base de cannabis medicinal, acaba de concluir uma nova rodada de captação de recursos no mercado de capitais no valor de R$ 30 milhões. As informações são do portal Sechat.
A operação, coordenada pelo Itaú BBA e estruturada por meio da emissão de uma Nota Comercial (NC), foi direcionada exclusivamente a investidores profissionais e contou com a assessoria jurídica dos escritórios Cescon Barrieu e Costa Ferreira Advogados.
O novo aporte representa mais um passo estratégico da empresa para fortalecer sua presença no mercado brasileiro e latino-americano de cannabis medicinal, além de consolidar sua trajetória de crescimento sustentável.
Os recursos serão aplicados na ampliação da linha de produção, em ações de marketing e vendas, e na aceleração de estudos científicos que reforcem a base de evidências sobre a eficácia da cannabis como opção terapêutica.
“A emissão da Nota Comercial é um passo significativo para a Ease Labs, pois nos insere no mercado de capitais e evidencia nossa capacidade de atender às exigências desse ambiente. Estamos nos preparando para operações com emissão de valores mobiliários ainda mais relevantes no futuro, visando a consolidação da nossa posição como referência nesse setor e a expansão da nossa operação para outros mercados”, afirma Gustavo Palhares, co-CEO de Negócios e Relações Institucionais da Ease Labs.
Este é o segundo grande aporte captado pela farmacêutica nos últimos dois anos. Em 2023, a Ease Labs já havia levantado R$ 25 milhões por meio de fundos como Airborne, RJ Capital, Bullside e investidores anjo, além de receber recursos via equity investment e venture debt, totalizando R$ 40 milhões.
Segundo Guilherme Franco, co-CEO de Competitividade e Desenvolvimento Científico da empresa, o novo investimento permitirá intensificar as pesquisas e fortalecer a confiança da comunidade médica na cannabis medicinal. “Este novo aporte permitirá ampliar ainda mais nossas operações, consolidar nossa estratégia comercial e acelerar pesquisas científicas que fortaleçam a base de evidências sobre a cannabis medicinal, a fim de ampliar a confiança nesta opção terapêutica para profissionais da saúde e pacientes”, destaca Franco.
Pioneira na produção de cannabis medicinal
Criada em 2018, a Ease Labs tem sede em Belo Horizonte (MG) e é pioneira na produção e distribuição de produtos à base de canabinoides no Brasil. A empresa atua de forma verticalizada, controlando todas as etapas do processo produtivo, do cultivo ao produto final e conta com mais de 4 mil pontos de venda em 25 estados brasileiros, incluindo redes como Drogasil, Drogaria São Paulo, Pague Menos e DrogaRaia.
A Ease Labs é a primeira farmacêutica especializada em cannabis com produção nacional aprovada pela Anvisa. A empresa também fornece canabidiol para a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, após vencer a maior licitação pública do país voltada a produtos de cannabis.
No cenário internacional, a aquisição da Colômbia Cannabis Company, renomeada para Ease Labs Colômbia, e posteriormente da Plena Colômbia, marcou a entrada da empresa no cultivo e desenvolvimento genético da planta. Com isso, a farmacêutica passou a ser reconhecida como a maior da América Latina no setor, tornando-se a primeira empresa brasileira com atuação internacional relevante no mercado de cannabis.
Um novo medicamento para retardar o Alzheimer traz esperança para pacientes no Brasil. A Anvisa aprovou nesta terça-feira, dia 22, o primeiro fármaco indicado para o tratamento de comprometimento cognitivo brando ou demência leve em estágio inicial.
Com o nome comercial de Kinsula, o donanemabe, da farmacêutica Eli Lilly, foi aprovado nos Estados Unidos em julho do ano passado. Na época, segundo a fabricante, as injeções da droga reduziram em 61% as placas amiloides – que destroem neurônios quando acumuladas em excesso- durante seis meses de tratamento, em 80% aos 12 meses e 84% aos 18 meses.
Fora isso, o medicamento também se mostrou eficaz em retardar o declínio cognitivo e funcional em até 35% (em comparação com placebo) durante 18 meses de tratamento. O donanemabe foi avaliado em um estudo principal envolvendo 1.736 pacientes. O medicamento já pode ser distribuído e utilizado em território nacional, dentro das indicações e limites aprovados pela agência.
Como funciona o medicamento para retardar o Alzheimer
O Kisunla é um anticorpo monoclonal que se liga a uma proteína chamada beta-amiloide. Na doença de Alzheimer, aglomerados de proteína beta-amiloide formam placas no cérebro. A droga atua ligando-se a esses aglomerados e reduzindo-os, retardando assim a progressão da doença.
O uso do medicamento é contraindicado para pacientes que estejam tomando anticoagulantes (incluindo varfarina) ou que tenham sido diagnosticados com angiopatia amiloide cerebral (AAC) na ressonância magnética antes de iniciar o tratamento, pois os riscos nesses pacientes são considerados maiores que os benefícios.
As reações adversas mais comuns do medicamento são relacionadas à infusão (que podem causar febre e sintomas semelhantes aos da gripe), dores de cabeça e anormalidade relacionadas à proteína amiloide.
“O Kisunla demonstrou resultados muito significativos para pessoas com doença de Alzheimer sintomática precoce, que precisam urgentemente de opções de tratamento eficazes. Sabemos que esses medicamentos têm o maior benefício no tratamento precoce e estamos trabalhando arduamente para melhorar a detecção e o diagnóstico”, afirma Anne White, vice-presidente executiva e presidente da Lilly Neuroscience e da Eli Lilly.