Jereissati: Não há mínima transparência nas informações do governo sobre vacinas

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Um dos senadores que pressionam o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a gestão federal na pandemia, Tasso Jereissati (PSDB-CE) contestou nesta quinta-feira, 11, os números apresentados pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre o cronograma de vacinação.

O senador reclamou de não haver a “mínima transparência ou confiabilidade” nos dados prestadas pelo auxiliar de Jair Bolsonaro. “O que nos traz insegurança sobre a administração dessa pandemia”, disse Jereissati, que cobrou a instalação da CPI durante a sessão do Senado.

O senador questionou o fato de o governo ter considerado no início do mês a previsão de receber ainda em março 8 milhões de doses da vacina do laboratório Precisa Medicamentos/Bharat Biotech. Jereissati ressaltou que, segundo a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o laboratório não solicitou, até o momento, autorização de uso e de pesquisa no Brasil da sua vacina. No último sábado, 6, o Ministério da Saúde reduziu a previsão de doses para março após excluir esse imunizante da lista imediata.

“E Pazuello confirmava o cronograma apresentado no dia 4 de março (que contava com a vacina da Biotech)”, disse Jereissati. “Evidentemente, se eu sei disso (que nem pedido à Anvisa existe), é evidente que ministro da Saúde também sabia ao prever. Logo é impossível ter essas oito milhões de doses”, pontuou o senador.

Para Jereissati, uma CPI é necessária para apurar omissões e mentiras ditas por autoridades na pandemia. “Vamos fazer uma CPI para que o ministro ou quaisquer autoridades tenham responsabilidade e juramento sobre o que diz. É mais que isso, que tenha penalidade ao omitir ou mentir, isso aqui é grave”, disse o senador.

Fonte: Bem Paraná Online

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União Europeia aprova compra de vacina da Johnson & Johnson

A Comissão Europeia autorizou a comercialização condicional da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson. A decisão foi tomada após a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovar o uso do imunizante em adultos nesta quinta-feira (11).

Veja também: Contrato da vacina da Pfizer já foi enviado aos EUA para assinatura

A União Europeia já aprovou a compra das vacinas BiotNTech/Pfizer, Oxford/AstraZeneca e Moderna e o imunizante da Janssen vai aumentar o esforço de vacinação dos países.

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No Brasil, representantes da Janssen e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vão se reunir na terça-feira (16) para discutir o uso emergencial do imunizante.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Problemas de envio de vacinas com a China foram resolvidos, diz Dimas Covas

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O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que ainda faltam insumos para concluir a produção das doses da CoronaVac encomendadas pelo Ministério da Saúde, mas que não vê ‘nenhuma perspectiva de dificuldade em relação à vinda dessa matéria-prima’. Ele concedeu as declarações em entrevista ao Poder360 gravada na 4ª feira (10.mar.2021).

O Butantan tem, atualmente, material para produzir 35 milhões das 100 milhões de doses que o Ministério da Saúde encomendou. Mais de 13 milhões de doses foram entregues até 4ª feira (10,mar).

Covas afirma que 46 milhões serão entregues até abril. ‘O Butantan está fazendo um grande esforço no sentido de acelerar a produção. Agora em março, no cronograma original, iríamos entregar 18 milhões. Vamos entregar 22 milhões, quase 23 milhões de doses’, disse.

O Butantan está construindo uma fábrica para produzir no Brasil os insumos que hoje importa da China. As obras devem ficar prontas em setembro. Mas a produção da matéria-prima em solo nacional só deve começar em 2022:

‘Até o fim do ano nós esperamos instalar a parte de equipamentos e qualificar essa fábrica, para que no início do próximo ano a gente dê início à produção [100% nacional]’, explica o diretor do Butantan. A partir desse momento, o instituto terá autonomia para produzir, em média, 100 milhões de doses por ano.

Mesmo dependendo dos insumos importados no atual momento, Covas reforça a avaliação de que hoje a CoronaVac é que está garantindo a vacinação no país. ‘O Butantan, neste momento, é a espinha dorsal do programa nacional de imunização contra a covid-19’. Assista à entrevista na íntegra (30min29s):

Demanda internacional

Argentina, Uruguai, Peru, Bolívia, Colômbia e Chile contataram o Butantan em busca de vacinas. Mas o Instituto só deve exportar a partir de 2022, quando não depender mais dos insumos chineses e os primeiros contratos com o governo brasileiro estiverem finalizados.

Por enquanto, ‘o Butantan faz os acordos e a Sinovac faz a remessa das vacinas’, explica Covas. Sobre os atrasos em entregas ou o interesse em comprar doses de outros medicamentos, Dimas Covas lembra que a elevada procura pelos imunizasntes pressiona os fabricantes. ‘O mercado mundial de vacinas é um mercado muito volátil e a demanda é muito grande’.

Eficácia e novas variantes

Covas criticou estudo preliminar da Lancet que indicara possibilidade de a CoronaVac não proteger contra a variante brasileira. Ele afirmou que a pesquisa tem problemas metodológicos: ‘Nesse mesmo estudo, o soro de pessoas que tiveram a infecção apresentou uma resposta até pior do que os indivíduos que haviam sido vacinados’, aponta Covas.

O Butantan divulgou na 4ª (10.mar) um estudo de pesquisadores do ICB (Instituto de Ciências Biomédicas) da USP (Universidade de São Paulo). A eficácia valeria para 3 variantes em circulação no Brasil: P.1, P.2 e do Reino Unido. Segundo comunicado do governo, o resultado é preliminar. O estudo completo ainda não foi divulgado.

Covas se disse mais preocupado com a resposta da CoronaVac à variante sul-africana: ‘A resposta [contra a cepa sul-africana] é adequada, embora possa haver uma diminuição em relação à cepa original, encontrada na China’, explica o médico. Ele ressalta que os estudos sobre essa variante em específico foram realizados fora do Brasil.

Dimas explica que a preocupação maior é em relação a vacinas que se baseiam na proteína S do coronavírus -como a da Pfizer, da Oxford e a da Moderna: ‘como as mutações ocorrem exatamente nessa proteína S, isso pode interferir na qualidade da resposta imunológica. O indivíduo produz anticorpos contra a proteína S original, e esses anticorpos têm dificuldade para reconhecer a proteína S que passou por mutação’.

Covas ressaltou que, ainda que uma vacina não impeça o contágio por novas cepas, ainda é válida no combate à pandemia: ‘Não significa que ela não seja eficaz na proteção dos sintomas da doença, que é o objetivo de todas essas vacinas: evitar a doença grave que leva a pessoa ao hospital’, alerta Covas.

Novas vacinas

O Instituto Butantan desenvolve outros 3 imunizantes contra a covid-19. Um deles está na fase pré-clínica e pode ficar pronto em 2020. Agora, o Butantan se organiza para começar os testes clínicos (em pessoas) .

A vacina mais ‘recente’ usa RNA mensageiro, mesma tecnologia da Pfizer e da Moderna. O projeto está na fase inicial e o Butantan procura parcerias para dar continuidade ao projeto.

Soro anti-covid

A vacina é voltada para as pessoas que ainda não contraíram o coronavírus, mas o Butantan também desenvolve um soro para aqueles que pegaram a doença. Covas explicou que a substância funciona como um tratamento precoce: ‘a hora que o indivíduo começa com os primeiros sintomas da doença, ele recebe o soro, que funciona quase como uma vacina imediata. Quando você aplica, o soro já começa a fazer o seu efeito contra o vírus’.

O diretor do Butantan afirmou que a autorização para ensaio clínico (testes em humanos) foi solicitada à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Ele se disse que espera começar o ensaio ‘nas próximas semanas possamos começar os estudos clínicos’ e pediu ‘sensibilidade’ da agência em se manifestar de forma rápida.

Covas descartou qualquer semelhança entre o soro do Butantan e o spray nasal de Israel: ‘Não tem relação. Essa terapia com o soro é uma terapia que tem mais de século, é chamada a imunoterapia passiva e é utilizada contra um grande número de doenças. Não é nada assemelhada com esse spray nasal que estão procurando como solução. São coisas completamente distintas’.

O governo federal enviou uma comitiva a Israel na semana passada. Quer realizar ensaios clínicos do medicamento no Brasil.

Relação com a Anvisa

Covas negou a possibilidade do uso emergencial da CoronaVac cair. Quando o uso do imunizante foi aprovado pela Anvisa, a agência solicitou dados adicionais sobre a produção dos anticorpos, que deveriam ser entregues e aprovados até 31 de março.

O Butantan pediu mais prazo para enviar as informações. A Anvisa prorrogou o limite para 30 de abril.

Sem esses dados, o Butantan não pode pedir o registro definitivo da CoronaVac junto à agência. Sem detalhar datas, Covas afirmou que a documentação do processo está adiantada.

Fonte:  

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/12/anvisa-proibe-pessoas-fisicas-de-importar-vacinas-contra-a-covid-19/

Alerj aprova uso de capacete contra a covid-19

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Um projeto de lei que autoriza a utilização do capacete Elmo no tratamento de pacientes com Covid-19 em hospitais estaduais e de campanha foi aprovado ontem pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Agora, o PL 3666/2021, apresentado pelo deputado Anderson Alexandre (SDD), segue para avaliação do governador em exercício, Cláudio Castro (PSC), que tem até 15 dias para sancionar ou vetar. o projeto de lei foi aprovado com urgência pela Alerj, que incluiu na proposta que a aquisição do capacete Elmo deve ser feita com recursos do SUS.

O equipamento, desenvolvido pelo médico Marcelo Alcantara, superintendente da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), já está sendo em hospitais de referência no tratamento da Covid-19 no estado nordestino e, segundo a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), tem alcançado resultados positivos em pessoas com quadro leve ou moderado internadas. Em fevereiro, o equipamento de respiração artificial não invasivo havia sido utilizado em 14 pacientes, dos quais sete receberam alta hospitalar. A tecnologia foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os testes clínicos realizados com o equipamento mostraram que o uso do capacete pode diminuir em 60% a necessidade de internações em leitos de UTI. Além de evitar a intubação, procedimento necessário para tentar reverter um quadro de insuficiência respiratória em pacientes que não conseguem respirar espontaneamente, o Elmo traz, mais segurança para os profissionais da linha de frente do enfrentamento à pandemia, segundo a Sesa.

‘Esse capacete tem eficácia comprovada no Ceará e também em Manaus. Com certeza poderá ser um grande instrumento para salvar vidas e ajudar no trabalho dos profissionais da saúde. Agora confiamos na sensibilidade do governador para que possa sancionar o quanto antes a lei’, afirmou o deputado Anderson Alexandre.Um projeto de lei que autoriza a utilização do capacete Elmo no tratamento de pacientes com Covid-19 em hospitais estaduais e de campanha foi aprovado ontem pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Agora, o PL 3666/2021, apresentado pelo deputado Anderson Alexandre (SDD), segue para avaliação do governador em exercício, Cláudio Castro (PSC), que tem até 15 dias para sancionar ou vetar. o projeto de lei foi aprovado com urgência pela Alerj, que incluiu na proposta que a aquisição do capacete Elmo deve ser feita com recursos do SUS.

O equipamento, desenvolvido pelo médico Marcelo Alcantara, superintendente da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), já está sendo em hospitais de referência no tratamento da Covid-19 no estado nordestino e, segundo a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), tem alcançado resultados positivos em pessoas com quadro leve ou moderado internadas. Em fevereiro, o equipamento de respiração artificial não invasivo havia sido utilizado em 14 pacientes, dos quais sete receberam alta hospitalar. A tecnologia foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os testes clínicos realizados com o equipamento mostraram que o uso do capacete pode diminuir em 60% a necessidade de internações em leitos de UTI. Além de evitar a intubação, procedimento necessário para tentar reverter um quadro de insuficiência respiratória em pacientes que não conseguem respirar espontaneamente, o Elmo traz, mais segurança para os profissionais da linha de frente do enfrentamento à pandemia, segundo a Sesa.

‘Esse capacete tem eficácia comprovada no Ceará e também em Manaus. Com certeza poderá ser um grande instrumento para salvar vidas e ajudar no trabalho dos profissionais da saúde. Agora confiamos na sensibilidade do governador para que possa sancionar o quanto antes a lei’, afirmou o deputado Anderson Alexandre.

Fonte: O Dia RJ Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/12/alerj-aprova-uso-de-capacete-contra-a-covid-19/

Contrato da vacina da Pfizer já foi enviado aos EUA para assinatura

Expectativa é de que documento retorne ao Brasil até este sábado (13), dizem fontes do Ministério da Saúde

Veja também: Assuntos Regulatórios: quem são os profissionais que podem atuar nesta área?

O contrato das vacinas da Pfizer já está nos Estados Unidos para análise e deve retornar ao Brasil entre esta sexta-feira (12) e sábado (13) para assinatura do Ministério da Saúde. Após a formalização burocrática, o país poderá receber um lote de até 100 milhões de doses da vacina até maio ou junho.

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Fontes do Ministério da Saúde informaram à CNN que o contrato seguiu virtualmente para assinatura dos diretores da Pfizer. O laboratório foi procurado pela reportagem, mas ainda não retornou o contato.

A vacina possui 94% de eficácia, já tem registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e atualmente é aplicada em diversos países no mundo.

Uma vez que o documento for assinado pela Pfizer, o lote de 100 milhões chegaria ao Brasil a partir de maio ou junho.

Fonte: Jornal do Dia

Entenda a suspensão temporária da vacina de Oxford em alguns países europeus

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Autoridades de saúde da Dinamarca, Noruega e Itália suspenderam temporariamente nesta quinta-feira (11) o uso de vacinas contra a Covid-19 desenvolvidas pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, depois de relatos de formação de coágulos em pessoas vacinadas.

Os países decidiram pela pausa para analisar dados da vacinação com o imunizante depois que autoridades da Áustria suspenderam um lote da vacina por conta de uma morte por embolia pulmonar – que poderia ser consequência da formação e desprendimento de um coágulo.

Coágulo é uma espécie de bloco de sangue com consistência mais sólida.

As autoridades sanitárias destes países ponderam, no entanto, que não há a comprovação de que a vacinação tenha aumentado a incidência de coágulos em pacientes – mas reforçam que o evento adverso pede por precaução. Veja a seguir o que se sabe até o momento sobre essa pausa.

A vacina é segura?

SIM. A vacina de Oxford é segura. Sua segurança foi comprovada em um estudo de fase 2 publicado, no ano passado, pela renomada publicação científica “The Lancet”.

Segundo o artigo, a ela induziu “uma forte resposta imune” em idosos e registrou apenas reações adversas leves como dor no local da injeção, fadiga, dor de cabeça, febre e dor muscular.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também já declarou diversas vezes que a vacina de Oxford é segura, tanto que a agência de saúde das Nações Unidas aprovou seu uso emergencial.

“Ela é muito segura, não só porque foi testada mas também porque isso [a pausa] mostra que ela está sendo monitorada”, disse em entrevista ao G1 a biomédica Mellanie Fontes-Dutra.

Isso já aconteceu antes?

A suspensão temporária das aplicações após o aparecimento de eventos adversos é um procedimento comum. Isso aconteceu com a vacina de Oxford, ainda na fase de estudos, quando um paciente do Reino Unido apresentou uma reação que poderia estar ligada à vacina.

Naquela época, o laboratório suspendeu o estudo de segurança e eficácia temporariamente. Os ensaios voltaram semanas depois, quando uma equipe independente de cientistas comprovou que um efeito adverso registrado não tinha relação com a vacina.

No início do ano, o governo da Alemanha chegou a pedir que a vacina de Oxford não fosse aplicada em idosos. Isso porque as autoridades sanitárias do país questionaram a quantidade de estudos da vacina para essa faixa etária.

No entanto, a Alemanha voltou atrás e – no começo de março – recomendou a aplicação da vacina em pessoas com mais de 65 anos.

A Noruega também já havia acendido um alerta contra outra vacina, a da Pfizer/BioNTech, depois que 33 idosos morreram após tomar a primeira dose – mas uma investigação independente não ligou as mortes com o imunizante.

Já a África do Sul suspendeu a vacinação com a vacina de Oxford depois que um estudo preliminar – e apenas com voluntários jovens – apontou que o imunizante era menos eficaz para a variante 501Y.V2, dominante no país.

Como isso afeta a vacinação no Brasil?

A vacina de Oxford/AstraZeneca é uma das duas usadas no Brasil – a outra é a vacina CoronaVac feita em parceria pela chinesa Sinovac com o Instituto Butantan – que foram aprovadas para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O G1 entrou em contato com a Anvisa perguntando se a agência foi notificada sobre as suspensões na Áustria, Itália, Dinamarca e Noruega, e até a última atualização desta reportagem não obteve resposta.

Segundo a agência de notícias Reuters, citando fontes da Anvisa, a área técnica da organização acompanha a situação e já analisa as informações disponíveis sobre os relatos de efeitos adversos para poder se posicionar.

A formação de coágulos está relacionada à vacina?

Não há nenhuma relação já estabelecida até o momento entre a vacina e a formação de coágulos no sangue.

“Não é porque duas coisas acontecem ao mesmo tempo, que elas têm uma relação causal”, disse Fontes-Dutra. “É preciso de mais estudos para estabelecer essa relação de causa e consequência.”

A biomédica reforçou que a pausa nas aplicações é um mecanismo a mais de segurança no processo de produção e distribuição de vacinas.

Ela disse ainda que relatos como estes devem ser analisados, e que eles sempre vão acontecer, mas que a pausa não significa que a vacina seja insegura.

“A gente já viu isso para várias outras vacinas, também para as contra a Covid-19”, disse a Fontes-Dutra.

Na Dinamarca, o ministro da Saúde, Magnus Heunicke, disse em entrevista coletiva que “no momento” não é possível concluir que exista essa relação, mas que a decisão de suspender foi preventiva – a relação também não foi comprovada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

Segundo a agência, o número de casos de tromboembolismo pulmonar – marcado pela formação de coágulos sanguíneos – em pessoas que receberam a vacina da AstraZeneca não é maior do que aquele visto na população em geral.

Fonte: G1

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/10/fiocruz-entrega-a-anvisa-mais-dados-da-vacina-de-oxford-produzida-no-brasil/

Como usar a máscara PFF2/N95?

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Você já deve ter visto profissionais de saúde ou pessoas na rua usando máscaras que parecem um bico de pato ou uma concha, com elásticos presos atrás da cabeça. Essas máscaras – ou respiradores, em seu nome técnico – são as PFF2, nomenclatura brasileira que é equivalente à americana N95.

Alguns especialistas têm feito publicações ou criado páginas em redes sociais para tirar dúvidas sobre esse tipo de máscara. O G1 conversou com alguns deles para responder às seguintes perguntas:

O que é uma máscara N95/PFF2? Como ela funciona?

Ela me dá maior proteção contra o coronavírus do que as máscaras de pano e as cirúrgicas?

Se eu usar uma PFF2, vou também proteger outras pessoas?

Eu devo usar uma PFF2 com válvula?

Como eu sei se a máscara está bem ajustada?

Quais são os erros mais comuns ao usar uma PFF2?

Se eu sinto cheiros com a PFF2, significa que corro o risco de me contaminar?

Posso usar duas PFF2 ao mesmo tempo?

Para quais ambientes a PFF2 é recomendada?

Como eu sei se estou comprando uma PFF2 legítima?

Por quanto tempo eu posso ficar com a máscara antes de trocar?

Como reutilizar a máscara?

Se eu comprar máscaras PFF2, elas vão faltar para profissionais de saúde?

Crianças podem usar PFF2?

Quanto custa, em média, uma PFF2? Onde encontro mais barato?

AS KN95 são a mesma coisa que a PFF2/N95?

Qual a diferença entre PFF1, PFF2 e PFF3?

1) O que é uma máscara N95/PFF2? Como ela funciona?

A sigla PFF significa “peça facial filtrante”. No Brasil, existem 3 tipos: as PFF1, PFF2 e PFF3. As máscaras desse tipo são uma peça facial constituída parcial ou totalmente de material filtrante que cobre o nariz, a boca e o queixo.

“Portanto, necessariamente, uma PFF deve possuir uma camada de filtro, sendo que, normalmente, essa camada filtrante encontra-se entre outras duas camadas: uma de cobertura, a parte externa, e outra camada que fica em contado com a face, a camada interna”, explica Vladimir Vieira, servidor aposentado da Fundacentro, órgão do atual Ministério da Economia que elabora estudos sobre proteção respiratória, segurança, higiene e outros assuntos relacionados à medicina do trabalho.

Na camada filtrante é onde será retido o material particulado. Essa camada pode ser composta de vários polímeros: polipropileno, poliéster ou polietileno.

“Essa camada de material filtrante possui uma alta porosidade, fazendo com que a resistência à respiração – dificuldade para respirar – da PFF não seja alta”, pontua Vladimir Vieira, que também dá aulas em cursos de medicina e segurança do trabalho.

“Essa camada de material filtrante possui uma alta porosidade, fazendo com que a resistência à respiração – dificuldade para respirar – da PFF não seja alta”, pontua Vladimir Vieira, que também dá aulas em cursos de medicina e segurança do trabalho.

Ele explica que a captura do material particulado ocorre por vários mecanismos de retenção de partículas.

“Podemos destacar um deles, que é a atração eletrostática. Com a tecnologia avançada atualmente, as camadas filtrantes são fabricadas com materiais que capturam partículas que emitem cargas negativas. A fibra do material filtrante emite cargas positivas”, diz.

“Assim, o material filtrante ‘atrai’ as partículas que entram em contato com a máscara e não deixa que elas entrem nas vias respiratórias do usuário. Importante destacar que as partículas são capturadas não na superfície da máscara, e, sim, na camada filtrante”, esclarece Vieira.

“Assim, o material filtrante ‘atrai’ as partículas que entram em contato com a máscara e não deixa que elas entrem nas vias respiratórias do usuário. Importante destacar que as partículas são capturadas não na superfície da máscara, e, sim, na camada filtrante”, esclarece Vieira.

As PFF são, ainda, classificadas de acordo com a sua capacidade de reter partículas sólidas e líquidas à base de água ou sólidas e líquidas à base de óleo ou outro líquido diferente de água. Nesses casos, elas recebem, também, a nomenclatura (S) ou (SL), respectivamente. Esse símbolo pode aparecer na embalagem (veja mais detalhes sobre o que deve estar na embalagem na pergunta 10).

Na Europa, a PFF é conhecida como FFP (inglês para “filtering face piece”). A PFF2 é equivalente, nos Estados Unidos, às N95, e, na Europa, às FPP2.

No Brasil, as tiras da PFF2 devem ser atrás da cabeça.

2) Ela me dá maior proteção contra o coronavírus do que as máscaras de pano e as cirúrgicas?

Se estiver bem vedada, sim. Isso porque, quando está bem aderida ao rosto, a máscara impede que o vírus entre pelas “folgas” que acabam sendo criadas pelas máscaras de pano ou cirúrgicas. Para isso, é preciso ajustar bem o clipe nasal, o pedacinho de metal que as PFF2 têm. Algumas delas têm o clipe nasal na parte de dentro.

“As PFF2 são uma alternativa segura, barata fácil de se encontrar para as máscaras de pano e as máscaras cirúrgicas, principalmente porque essas não oferecem o mesmo grau de proteção contra a Covid”, explica Beatriz Klimeck, doutoranda em Saúde Coletiva na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) por trás da página “Qual Máscara?” na rede social Twitter (assista ao vídeo no topo da reportagem).

A PFF2 tem, por exemplo, poder de filtragem, o que as máscaras de pano não têm.

“A máscara cirúrgica tem boa eficiência de filtragem, mas tem um vazamento grande nas laterais na região da bochecha. Ela filtra bem, mas nem sempre veda bem”, explica o engenheiro biomédico Vitor Mori, da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, no episódio de ‘O Assunto’ sobre máscaras ( escute abaixo na íntegra).

“A máscara cirúrgica tem boa eficiência de filtragem, mas tem um vazamento grande nas laterais na região da bochecha. Ela filtra bem, mas nem sempre veda bem”, explica o engenheiro biomédico Vitor Mori, da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, no episódio de ‘O Assunto’ sobre máscaras ( escute abaixo na íntegra).

As máscaras PFF2 são consideradas equipamentos de proteção individual (EPIs) – por isso, são construídas para garantir um nível grande de proteção, explica Mori, que também fala sobre máscaras no Twitter.

“Além de garantir uma boa vedação, elas também passam por testes muito rigorosos com relação à filtragem: são máscaras que, por padrão, têm que filtrar pelo menos 94% das partículas de 0,3 mícrons, que são as mais difíceis de serem coletadas”, diz.

3) Se eu usar uma PFF2, vou também proteger outras pessoas?

Sim – desde que a máscara não tenha válvulas e esteja bem aderida ao rosto.

“Quanto mais bem vedada a máscara estiver e quanto melhor for a qualidade da filtração, mais essa máscara vai proteger os outros das partículas que você emite e mais vai te proteger também”, diz Vitor Mori.

“Quanto mais bem vedada a máscara estiver e quanto melhor for a qualidade da filtração, mais essa máscara vai proteger os outros das partículas que você emite e mais vai te proteger também”, diz Vitor Mori.

“A máscara, antes de mais nada, tem que estar bem ajustada ao rosto”, reforça. “Ela tem que estar sem vazamentos pelas laterais, com o máximo de vedação possível, e, além disso, tem que ter um elemento filtrante de boa qualidade, de forma que todo o ar que entre ou que saia passe por esse elemento”.

Um estudo publicado na revista científica ‘Science’ mediu o quanto máscaras de vários tipos conseguiam impedir que as gotículas expelidas por uma pessoa ao falar se espalhassem pelo ambiente. A PFF2 – sem válvula – foi a que melhor cumpriu esse objetivo (veja vídeo abaixo).

4) Eu devo usar uma PFF2 com válvula?

Na pandemia, não. Isso porque a válvula de exalação serve para facilitar a saída de ar. Nessa saída, entretanto, se a pessoa que está usando a máscara estiver contaminada com o vírus, ela pode expelir partículas virais, ainda que em pequena quantidade, e infectar outras. Ou seja: a PFF2 com válvula protege a pessoa que está usando, mas não as que estão ao redor.

Na quinta-feira (11), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu o uso de PFF2 com válvulas em aeroportos e aviões. (Veja mais sobre recomendações de uso da PFF2 na pergunta 9).

A cientista Melissa Markoski, professora de biossegurança da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e integrante da Rede Análise Covid-19, alerta que a PFF2 com válvula não deve ser usada.

“Essa válvula existe para facilitar a saída do ar – e, junto com essa saída do ar facilitada, as partículas do Sars-CoV-2 podem ser liberadas também. Esse modelo de máscara não é utilizado pelos profissionais de saúde, então nós não recomendamos que a população utilize”, afirma.

“Essa válvula existe para facilitar a saída do ar – e, junto com essa saída do ar facilitada, as partículas do Sars-CoV-2 podem ser liberadas também. Esse modelo de máscara não é utilizado pelos profissionais de saúde, então nós não recomendamos que a população utilize”, afirma.

5) Como eu sei se a máscara está bem ajustada?

(Assista ao vídeo no topo desta reportagem para visualizar o teste).

6) Quais são os erros mais comuns ao usar uma PFF2?

Veja, no infográfico abaixo, os erros mais comuns (e as instruções de ajuste) no uso da máscara:

7) Se eu sinto cheiros com a PFF2, significa que corro o risco de me contaminar?

Não. A máscara não foi feita para segurar cheiros, explica Vladimir Vieira. Por isso, sentir cheiro do cigarro de alguém na rua, por exemplo, não significa risco de contaminação se a pessoa estiver infectada.

“A camada filtrante dela é para bioaerossol, para material particulado. Se a pessoa está contaminada e você está usando a PFF2 de forma correta, o fato de você sentir o cheiro porque ela está fumando, no caso, se você está com a máscara bem vedada, isso não teria problema nenhum”, afirma.

“A camada filtrante dela é para bioaerossol, para material particulado. Se a pessoa está contaminada e você está usando a PFF2 de forma correta, o fato de você sentir o cheiro porque ela está fumando, no caso, se você está com a máscara bem vedada, isso não teria problema nenhum”, afirma.

8) Posso usar duas PFF2 ao mesmo tempo?

Não. Por dois motivos: a de cima pode deslocar a de baixo e há um aumento da dificuldade de respirar.

Uma saída possível, explica Vladimir Vieira, é usar uma máscara cirúrgica por cima da PFF2. Isso porque a máscara cirúrgica não aumenta tanto a dificuldade de respirar quanto o outro tipo.

Mas o especialista também alerta que colocar a máscara cirúrgica “dentro” da PFF2 não é recomendado.

“Tomando cuidado para verificar a vedação da máscara, você diminui a sujidade dessa máscara – acaba aumentando um pouco mais o tempo de uso [da PFF2] quando coloca uma cirúrgica. A cirúrgica embaixo da PFF2, não”, alerta.

“Tomando cuidado para verificar a vedação da máscara, você diminui a sujidade dessa máscara – acaba aumentando um pouco mais o tempo de uso [da PFF2] quando coloca uma cirúrgica. A cirúrgica embaixo da PFF2, não”, alerta.

9) Para quais ambientes a PFF2 é recomendada?

Principalmente para locais fechados e/ou mal ventilados e com muitas pessoas – como, por exemplo, o transporte público.

Locais fechados e mal ventilados trazem maior risco de contaminação porque os aerossóis emitidos pelas pessoas ao falar, respirar ou tossir, por exemplo, ficam mais tempo em suspensão, ao invés de evaporarem ou serem dispersados. Se esses aerossóis estiverem carregando o coronavírus, outra pessoa, no mesmo ambiente, pode inalar essas partículas e se contaminar. É assim que funciona a transmissão pelo ar – o contágio sem que se tenha contato direto com uma pessoa infectada.

“Se for completamente inevitável ir para um local fechado, mal ventilado, com muita gente, aí é interessante pensar na opção de utilizar uma máscara de melhor qualidade, de preferência um respirador do tipo PFF2”, avalia Vitor Mori.

“Se for completamente inevitável ir para um local fechado, mal ventilado, com muita gente, aí é interessante pensar na opção de utilizar uma máscara de melhor qualidade, de preferência um respirador do tipo PFF2”, avalia Vitor Mori.

Se estiver cuidando de uma pessoa com Covid em casa, a PFF2 também é recomendável, desde que seja usada de maneira correta, lembra Vladimir Vieira.

10) Como eu sei se estou comprando uma PFF2 legítima?

Beatriz Klimeck dá algumas dicas:

Klimeck também reforça que é necessário atentar para outros detalhes visuais – porque algumas marcas colocam, na embalagem, um CA que não corresponde ao produto que está ali dentro.

“Só analisar o CA não é a garantia. Tem que observar as condições da máscara”, diz Klimeck. ” Não precisa dizer, na embalagem, que ela protege contra vírus. Porque elas não dizem – dizem que protegem contra poeira e outras partículas. Elas são instrumentos de trabalho – colateralmente protegem contra o vírus, mas não é o objetivo central delas”, esclarece.

“Só analisar o CA não é a garantia. Tem que observar as condições da máscara”, diz Klimeck. ” Não precisa dizer, na embalagem, que ela protege contra vírus. Porque elas não dizem – dizem que protegem contra poeira e outras partículas. Elas são instrumentos de trabalho – colateralmente protegem contra o vírus, mas não é o objetivo central delas”, esclarece.

Atenção: como, no Brasil, a nomenclatura N95 não é utilizada, é provável que você encontre apenas a sigla “PFF2” na embalagem.

11) Por quanto tempo eu posso ficar com a máscara antes de trocar?

Em uso comum, fora de ambiente hospitalar, não existe uma regra.

O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) diz que uma consideração importante para o uso prolongado seguro das N95 é que a máscara deve manter seu ajuste e função. Experiências em indústrias, por exemplo, apontam que elas continuam funcionando por 8 horas de uso contínuo ou intermitente.

“Assim, a duração máxima de uso contínuo em locais de trabalho de saúde sem poeira é normalmente ditada por questões de higiene (por exemplo, o respirador foi descartado porque ficou contaminado) ou por considerações práticas (por exemplo, necessidade de usar o banheiro, intervalos para refeições etc.), em vez de um número predeterminado de horas”, considera o órgão.

Melissa Markoski, da UFCSPA, recomenda trocar a máscara a cada 4 ou 6 horas.

“Se uma pessoa trabalha e tem um turno de 8 horas de trabalho por dia, é ideal que ela tenha 2 máscaras, porque ela pode ser utilizada entre 4 e 6 horas. Então, a pessoa precisa, num turno de trabalho, fazer uma substituição”, aconselha.

“Se uma pessoa trabalha e tem um turno de 8 horas de trabalho por dia, é ideal que ela tenha 2 máscaras, porque ela pode ser utilizada entre 4 e 6 horas. Então, a pessoa precisa, num turno de trabalho, fazer uma substituição”, aconselha.

Ela explica que, para uso por períodos mais longos, é preciso se atentar a alguns detalhes – como, por exemplo, evitar falar demais, para não umedecer a máscara.

“Com essa questão do tempo estendido de uso, se tem recomendado esse uso por até 8 horas. Mas vamos pensar nas condições, porque as máscaras precisam não estar umedecidas. Então, se a pessoa vai passar 8 horas com a máscara, ela precisa entender que não pode passar 8 horas falando, conversando, isso vai umedecer a máscara mais rapidamente”, alerta Markoski.

Em áreas de alto risco, com maior chance de contato com aerossóis, a recomendação é diminuir o tempo de uso. “O ideal seria utilizar um tempo menor e, depois, fazer uma reposição”, diz.

Beatriz Klimeck, da Uerj, afirma que passar de um determinado número de horas de uso não significa que a máscara perde completamente a eficiência.

“A gente recomenda por até 8 horas, mas não é como se passar [desse tempo] fosse desproteger completamente a pessoa”, diz. “É preciso dizer que, se a pessoa precisou ficar 12 horas com a máscara, sem dúvida ela está mais protegida do que se estivesse com qualquer outra. Então não é como se, em 12 horas, a máscara chegasse a zero de filtragem”, pondera Klimeck.

12) Como reutilizar a máscara?

Reutilizar, para uso fora de hospitais, é possível; lavar, não. Não use álcool, sabão ou qualquer produto de limpeza.

“Num cenário ideal, sem escassez de recursos, seria utilizar uma vez e descartar. Mas, se todo mundo fizer isso, vai acabar faltando”, lembra Vitor Mori.

“Num cenário ideal, sem escassez de recursos, seria utilizar uma vez e descartar. Mas, se todo mundo fizer isso, vai acabar faltando”, lembra Vitor Mori.

Veja algumas recomendações de reuso da máscara:

“Como você não tem como saber se no ambiente em que você está tem uma pessoa ou mais de uma pessoa infectada, sempre que for a algum lugar, deixe [descansar] 3 dias, porque reutilizar envolve a chance de se contaminar quando recoloca a máscara”, lembra Beatriz Klimeck.

“Como você não tem como saber se no ambiente em que você está tem uma pessoa ou mais de uma pessoa infectada, sempre que for a algum lugar, deixe [descansar] 3 dias, porque reutilizar envolve a chance de se contaminar quando recoloca a máscara”, lembra Beatriz Klimeck.

Melissa Markoski avalia que até períodos menores de descanso – de 48h – são suficientes para “descansar” a máscara e inativar partículas virais que possam estar ali.

“Se a pessoa tiver um jogo de máscaras para cada dia da semana, ela só vai reutilizar a que ela usou na segunda-feira uma semana depois. Seria a condição ideal. Mas a gente sabe que a população, hoje, não tem condições de ter tantas máscaras, fazer essas reposições todas, então a gente recomenda um mínimo de 48 horas”, diz.

Para guardar as máscaras em casa, você pode pendurá-las em um varal, em ganchos na parede ou guardá-las em um envelope de papel.

“Não tem perigo de ficar numa parte da casa em que as pessoas passam, porque o vírus não sai da máscara voando. Ele precisa de partículas – no caso partículas da nossa respiração, da nossa fala – para se propagar, então a máscara pode ficar num ambiente dentro da sua casa, de preferência num lugar arejado e ventilado”, explica Klimeck.

O CDC considera que não há como determinar o número máximo possível de reutilizações seguras para uma máscara N95 que possa ser aplicado em todos os casos.

“A reutilização segura do N95 é afetada por uma série de variáveis que afetam a função do respirador e a contaminação ao longo do tempo. No entanto, os fabricantes de respiradores N95 podem ter orientações específicas sobre a reutilização de seus produtos”, diz o órgão.

13) Se eu comprar máscaras PFF2, elas vão faltar para profissionais de saúde?

Essa possibilidade é levantada pelo CDC. O órgão não recomenda que máscaras do tipo N95 (equivalente americano da PFF2) sejam usadas pela população em geral – argumentando que elas são suprimentos críticos que devem ser reservados para profissionais de saúde.

Os Estados Unidos enfrentaram, no ano passado, falta de equipamentos de proteção individual, inclusive das N95, no combate à pandemia.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que as máscaras do tipo N95 “são projetadas para proteger os profissionais de saúde que prestam cuidados a pacientes com Covid-19 em ambientes e áreas onde são realizados procedimentos de geração de aerossol”.

Segundo Beatriz Klimeck, não há, no Brasil, indícios de desabastecimento até agora.

“São muitas marcas, é um produto que é fácil de ser produzido. A orientação de que elas devem ser deixadas para os médicos faz sentido – mas num contexto onde a gente tem um desabastecimento”, pontua.

Fonte: G1

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Vacinação contra a Covid-19: quando o Brasil começará a ver os efeitos positivos?

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Um ano se passou desde a primeira morte por Covid-19 no Brasil. Durante esse tempo, muito se falou sobre o ‘novo normal’. Usar máscara, manter o distanciamento social, fazer quarentena, higienizar as mãos. Essas medidas foram aplicadas para tentar frear o contágio da doença enquanto cientistas desenvolviam as vacinas. Mas agora, com as vacinas sendo aplicadas no mundo, podemos começar a pensar no ‘velho normal’? Ele ainda existe?

Especialistas alertam que ainda vai demorar para o Brasil atingir índices como o de Israel, um exemplo na campanha de vacinação, ou como os Estados Unidos, que começaram a liberar atividades para pessoas vacinadas. Ainda temos poucas doses disponíveis e vacinamos menos de 5% dos grupos prioritários.

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Mas, apesar de tantas incertezas, o Brasil pode, se tudo der certo e em um cenário muito otimista, chegar a 70% das pessoas com mais de 18 anos vacinadas no último trimestre deste ano. O ‘tudo dar certo’ significa ter as milhões de doses prometidas nos cronogramas do Ministério da Saúde. Até setembro, o governo prevê receber cerca de 225 milhões de doses. Isso é referente às doses contratadas, sem somar as intenções e negociações.

O último documento do governo, divulgado no dia 6 de março, diz que o país pode ter quase 576 milhões de doses em 2021 – o suficiente para imunizar toda a população com mais de 18 anos. O cronograma traz a soma de contratos já firmados com a CoronaVac/Butantan, Oxford/Fiocruz, Aliança Covax/OMS e Covaxin (vacina ainda não aprovada pela Anvisa), além de negociações em tratativas com a Pfizer/BioNTech, Moderna, Johnson/Janssen e Sputnik V.

Precisamos vacinar os vulneráveis

Um dos primeiros passos para pensar em voltar ao ‘velho normal’ é vacinar os grupos prioritários. Ainda não se sabe qual a porcentagem certa para se atingir a imunidade coletiva do coronavírus. Mas o Brasil deve seguir os bons exemplos de outros países e priorizar os idosos para diminuir o número de casos graves, hospitalizações e óbitos, e assim ver o desaceleramento da pandemia.

Para o infectologista da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, vacinar a população mais vulnerável pode permitir que as pessoas tenham mais mobilidade, já que a doença provavelmente terá um comportamento diferente.

‘A partir do momento que protegermos essa população mais vulnerável, que é quem acaba sendo internada, que vai a óbito, vamos ter uma doença com outro comportamento, que raramente vai levar a caso grave, a morte, porque essa população estará protegida. Nessa hora você muda um pouco os cuidados, tratamento, isolamento. Você permite que a sociedade tenha uma mobilidade um pouco maior’, explica Kfouri.

‘A partir do momento que protegermos essa população mais vulnerável, que é quem acaba sendo internada, que vai a óbito, vamos ter uma doença com outro comportamento, que raramente vai levar a caso grave, a morte, porque essa população estará protegida. Nessa hora você muda um pouco os cuidados, tratamento, isolamento. Você permite que a sociedade tenha uma mobilidade um pouco maior’, explica Kfouri.

Israel, país que já vacinou grande parte da população, viu as taxas de hospitalizações e óbitos caírem após a imunização dos mais velhos. ‘Vimos que em Israel, quando estava com 70% da população acima dos 60 anos vacinada, já começou a ver um impacto grande nos óbitos. Esses 70% correspondiam a 30% da população geral’, explica a epidemiologista da Universidade do Espírito Santo, Ethel Maciel.

Os desafios para vacinar essa população no Brasil, entretanto, são gigantes. Faltam doses, o cronograma de vacinas muda a todo tempo, o governo ainda está fechando contratos e a campanha de vacinação segue lenta.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil deve receber 30 milhões de doses em março, 47 milhões em abril, 40 milhões em maio e 33 milhões em junho. Se isso se concretizar, há a possibilidade de vacinar 75 milhões de brasileiros, ou seja, todas as pessoas dos grupos prioritários do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

‘Com esses números temos a probabilidade de vacinação de 60, 70 milhões de pessoas. Isso pode nos ajudar a conseguir a queda igual a de Israel. Eu espero que até outubro, com as doses e com a possibilidade do governo cumprir parte da sua promessa e comprar Pfizer, Johnson e mais a Covax, acho que por volta de setembro e outubro chegaremos em 70% da população que deve ser vacinada’, diz o médico sanitarista, Gonzalo Vecina.

Atingir essa porcentagem, no entanto, não significa que o ‘velho normal’ voltará com tudo. Maciel explica que vivemos um cenário de muita incerteza e a pandemia está muito acelerada no Brasil.

Atingir essa porcentagem, no entanto, não significa que o ‘velho normal’ voltará com tudo. Maciel explica que vivemos um cenário de muita incerteza e a pandemia está muito acelerada no Brasil.

‘Tudo vai depender de como estivermos com a pandemia no Brasil, como estará o controle após atingir esses 30% dos idosos. Precisamos ter menos de 10 casos por 100 mil habitantes. Mas acredito que quando tivermos muitos vacinados, lá para o fim do ano, talvez consigamos ter atividades com mais pessoas’.

Brasil precisa acelerar a vacinação

A vacina é uma das maiores ferramentas para tentar conter a pandemia do coronavírus. Mas o Brasil demorou para fechar contratos com as farmacêuticas. E sem doses, não existe vacinação. Atualmente, dependemos da fabricação das vacinas CoronaVac (responsável por mais de 70% dos vacinados no país) e da vacina de Oxford.

Para pensar em flexibilizar, o Brasil deveria estar vacinando cerca de 2 milhões, 2,5 milhões de pessoas por dia – essa é a média do país por semana. ‘O governo perdeu o timing, não negociou com as farmacêuticas no ano passado. A gente precisa garantir doses, mesmo que para o segundo semestre. Queremos vacinas que sejam boas, seguras e eficazes’, alerta Maciel.

Mellanie Fontes-Dutra, biomédica e idealizadora da Rede Análise Covid-19, concorda. ‘Ainda temos um caminho bem grande pela frente. Temos um gargalo das vacinas e como demoramos para fechar acordos importantes, estamos no final da fila. Esperamos que a vacinação dê uma galopada no meio do ano’.

A esperança é a produção 100% em solo brasileiro no segundo semestre. Para os especialistas, a partir do momento que o Instituto Butantan e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) começarem as produções, a vacinação ganhará mais força.

‘Eu acho que com a produção do Butantan e Fiocruz ganhando robustez, conseguimos vacinar muita gente. Precisamos acreditar nessas instituições, precisamos ser otimistas’, diz Maciel.

Essa também é a opinião de Kfouri. ‘Nós pecamos muito na questão da imunização em curto prazo, mas temos uma estratégia para médio e longo prazo. Temos acordos de tecnologia para dois laboratórios brasileiros, o que nos garantirá no longo prazo a produção 100% nacional, uma autossuficiência. Nos dá independência, autonomia e traz muitas vantagens’.

Flexibilização depende de doses e estudos

Ainda não temos 100% de clareza sobre como as vacinas contra a Covid-19 impactam na transmissão do vírus. Os estudos já mostraram que os imunizantes devem impedir o desenvolvimento da forma grave da doença e as hospitalizações. No entanto, análises preliminares dos laboratórios apontam para um cenário positivo quando o assunto é contágio.

‘Essa talvez seja a pergunta do milhão para a flexibilização. Precisamos descobrir se os vacinados também transmitem. Se eles não transmitirem, podemos pensar em encontros. A pessoa vai saber que está imune e não está contribuindo para a transmissão’, explica Fontes-Dutra.

‘Essa talvez seja a pergunta do milhão para a flexibilização. Precisamos descobrir se os vacinados também transmitem. Se eles não transmitirem, podemos pensar em encontros. A pessoa vai saber que está imune e não está contribuindo para a transmissão’, explica Fontes-Dutra.

Outra questão é sobre o número de doses. Sem um cronograma definido é impossível projetar uma flexibilização. ‘Se tudo der certo, se o cronograma estiver correto, podemos pensar em atividades com mais pessoas no fim do ano. O problema é que não sabemos. Precisamos de mais transparência nos dados para termos melhores previsões. Poderemos contar com quantas doses em abril? Em maio? Faltam informações para poder prever, organizar’, explica Maciel.

‘O cronograma que o Ministério da Saúde apresenta é pouco confiável. Tivemos atrasos em fevereiro, em março. É difícil prever quando teremos as 150 milhões de doses para vacinar os vulneráveis’, completa Kfouri.

‘O cronograma que o Ministério da Saúde apresenta é pouco confiável. Tivemos atrasos em fevereiro, em março. É difícil prever quando teremos as 150 milhões de doses para vacinar os vulneráveis’, completa Kfouri.

E as máscaras?

As máscaras, uma das medidas mais eficazes quando falamos sobre transmissão da Covid-19, devem continuar por um bom tempo. Na última semana, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, pediu aos países que não relaxem as medidas para combater a propagação da Covid-19.

‘Se os países dependem exclusivamente de vacinas, eles estão cometendo um erro. Medidas básicas de saúde pública continuam sendo a base da resposta’, alertou o diretor-geral.

‘Se os países dependem exclusivamente de vacinas, eles estão cometendo um erro. Medidas básicas de saúde pública continuam sendo a base da resposta’, alertou o diretor-geral.

A vacina é mais uma ferramenta contra o coronavírus, mas ela sozinha não acabará com a pandemia. ‘Vivemos um cenário de incertezas, é difícil projetar o próximo mês. Acho que as máscaras ainda ficarão por um bom tempo. Agora temos as variantes também’, explica Maciel.

Para Fontes-Dutra, a máscara será a última coisa que iremos flexibilizar nessa pandemia.

O que podemos aprender com outros países?

Israel é um exemplo que deve ser seguido. Com mais de 50% da população vacinada, o país está prestes a voltar à vida normal. A campanha de vacinação por lá começou em dezembro.

O país associou medidas de enfrentamento com a vacinação em massa. ‘Enquanto eles estavam vacinando de forma massiva, eles também fizeram lockdown para barrar a transmissão. Eles atacaram o problema em diferentes frentes e viram uma redução imensa em hospitalizações. É um exemplo muito feliz de enfrentamento da pandemia’, ressalta Fontes-Dutra.

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/11/ipo-das-farmacias-sao-joao-a-vista/

O Reino Unido também já sentiu o impacto da vacinação dos idosos. Por lá, vale a mesma regra de Israel: vacinação e lockdown. Segundo a agência de saúde britânica, as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca têm mais de 80% de eficácia para prevenir hospitalizações pela Covid-19 nos pacientes com mais de 80 anos após uma dose de qualquer uma delas. O país vacinou quase 34% da população, segundo dados do portal de monitoramento Our World in Data.

Os Estados Unidos começaram a liberar algumas atividades, após vacinar mais de 60 milhões de pessoas com a primeira dose. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde do país, disse na segunda-feira (8) que pessoas que já completaram todo o ciclo de vacinação contra a Covid-19 podem se reunir com outras pessoas na mesma situação sem usar máscaras ou manter o distanciamento social. A recomendação vale só para quem já tomou as duas doses; em outros casos, máscaras e distanciamento são aconselhados.

Fonte: G1.Globo

Lei permite que empresas comprem vacinas, mas clínicas privadas contestam obrigação de doar ao SUS

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O presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto de lei que autoriza o setor privado, Estados e municípios a comprarem vacinas contra a covid-19. O texto, de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), é fruto de reivindicação de uma parcela dos empresários e expõe um dilema ético sobre os limites da atuação privada na pandemia. A lei determina, inclusive, que os compradores assumam a responsabilidade civil pela imunização, ou seja, devem indenizar os cidadãos por eventuais efeitos colaterais das vacinas, uma exigência de fabricantes como Pfizer e Janssen, para compartilhar o risco.

‘Não é assim que se resolve a inação do Estado, isso vai transformar uma sociedade desigual em ainda mais desigual’, afirma o sanitarista Gonzalo Vecina, ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). ‘Essa proposta dos empresários é inacreditável porque não temos vacina para vender.’ O sanitarista afirma que as multinacionais não abrirão, pelo menos neste momento crítico da pandemia, espaço para negociar com o setor privado. ‘Mas empresas menores, de locais sem maior controle, como a Índia, fazem qualquer negócio’, afirma.

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Segundo Marcio Sommer Bittencourt, médico e pesquisador da Universidade de São Paulo, liberar a compra de vacinas para o setor privado é buscar uma solução para um problema que não é real. ‘Laboratórios que disseram que iriam vender não estão vendendo porque não tem o que entregar. Não se trata de falta de dinheiro. E se o problema não é dinheiro, por que achar que o privado vai resolver?’, questiona. ‘Do ponto de vista ético não é adequado que as empresas comprem para privilegiar um grupo de indivíduos porque estamos em escassez de recursos. O objetivo da política pública é proteger a comunidade. Se a empresa quiser comprar e doar para o Governo, ótimo’, afirma Bittencourt.

Para construir o projeto de lei, Rodrigo Pacheco se reuniu com os laboratórios Pfizer e Janssen e consultou o Ministério da Saúde, que não viu conflito com as ações que estão sendo desenvolvidas pela União. O texto determina que, enquanto estiver sendo realizada a vacinação dos grupos prioritários, as empresas deverão doar para o Sistema Único de Saúde (SUS) todas as doses adquiridas. Passada essa etapa, poderão ficar com metade das vacinas compradas e terão de doar o restante para o sistema público. Procurada, a Pfizer afirmou que por contrato de confidencialidade com o Governo, não pode dar informações. A Janssen não atendeu a solicitação da reportagem.

A nova medida, no entanto, não agradou a todas as empresas privadas. A Associação Brasileira de Clínicas de Vacina (ABCVAC) divulgou uma nota informando que a obrigatoriedade de doar parte das compras inviabiliza que as clínicas particulares atendam a população em geral, e transferem ‘para o setor privado a obrigação do Governo de suprir as necessidades de vacinação dos grupos prioritários’.

‘Ao invés de somar, a medida só vai atrasar a entrada de mais um instrumento na luta contra o vírus’, afirmou no comunicado Geraldo Barbosa, presidente da ABCVAC. Seu argumento é que a lei tira a liberdade da população de garantir a sua proteção, e também o direito fundamental de acesso à saúde suplementar. A entidade estima que o setor poderia ajudar a imunizar cerca de 10% da população até o final do ano. ‘Isso equivale a 40 milhões de doses de economia para o Governo’, diz. Ao menos 600 clínicas particulares negociaram para receber 5 milhões de doses da vacina Covaxin, da indiana Bharat Biotech no próximo mês. A associação diz que vai entrar na Justiça para conseguir driblar a doação de vacinas para o SUS.

O apoio da iniciativa privada

Luciano Hang, dono da Havan, e Carlos Wizard, fundador da rede de escolas de inglês que leva seu sobrenome, se organizaram para pressionar o Governo pela flexibilização da compra das vacinas. Os empresários, conhecidos apoioares do presidente Bolsonaro, representam um grupo de dirigentes empresariais e tem como proposta vacinar os trabalhadores paralelamente à imunização do grupo prioritário. ‘Esta é uma causa humanitária, sabemos que o Brasil está parado. Nós, como empresários, não temos nenhum interesse comercial ou financeiro em cima deste projeto. Nosso único desejo é auxiliar para que um número maior de pessoas tenha acesso à vacina, para que possamos voltar à nossa vida normal e com segurança’, disse Wizard em comunicado.

Mas a estratégia de apoio empresarial para a vacinação varia conforme os diversos grupos. ‘A gestão pública federal está aquém do atendimento de soluções para a pandemia, isso gerou uma mobilização do setor privado para que a gente possa entrar em campo’, afirma Basílio Jafet, presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP). Segundo ele, a situação brasileira não é a mesma de outros países, onde essa medida não é necessária. ‘O Governo federal já mostrou que não vai conseguir implementar a vacinação no ritmo desejado. Por isso, as empresas vão arregaçar as mangas e contribuir para o bem comum, para que possamos recuperar o ritmo de desenvolvimento e a economia’, diz.

O Secovi-SP faz parte de uma iniciativa de empresas e entidades que desde o final do ano passado se mobilizaram para pressionar o Governo a autorizar de vacinas pelo setor privado. Inicialmente, a meta era conseguir a aquisição de 33 milhões de doses de imunizantes. Jafet rebate as críticas de que a entrada da iniciativa privada na disputa aumentaria a desigualdade: ‘Não quero me vacinar, quero vacinar minha mãe. Por isso precisamos somar com o Governo. E a lei é clara, enquanto os proprietários não forem vacinados, temos que doar 100% do que for comprado’.

O Instituto do Aço Brasil (IAB) também participa dessa iniciativa. ‘A indústria brasileira do aço vem, desde o início da pandemia, comprometida com o combate ao coronavírus, tendo investido nesse sentido mais de 70 milhões de reais em ações’, informa em nota. No final de janeiro, Marco Polo Lopes, presidente do instituto, afirmou ao jornal Estado de S. Paulo, que o grupo teria como meta investir cerca de 4,4 bilhões de reais na aquisição do lote de 33 milhões de doses, sem esclarecer quem seria o vendedor. A divulgação recebeu duras críticas até mesmo do setor privado. Agora, o IAB informa apenas que, ‘neste momento, não está envolvido em nenhum movimento de compra de vacinas pela iniciativa privada’.

O setor bancário, por outro lado, tem seguido sua própria agenda de apoio à crise sanitária. De acordo com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraran), as empresas do setor doaram 380,5 milhões à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e ao Instituto Butantan para a construção de novas unidades de produção de vacinas. ‘Esse montante se soma aos 1,7 bilhão de reais já doados pelas instituições financeiras para o enfrentamento da pandemia desde seu início, em março de 2020’, informou a entidade.

Unidos pela Vacina

Outro movimento de empresários, esse liderado por Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, visa organizar a sociedade civil para conseguir viabilizar vacinas para todos os brasileiros. O Unidos pela Vacina nasceu no Grupo Mulheres do Brasil, uma organização apartidária que conta com mais de 80.000 participantes e busca engajar a sociedade para conseguir melhorias no país. Atualmente, mais de 400 pessoas, entre empresários, entidades e comunidade participam da iniciativa. O objetivo da ação é fornecer apoio comercial e logístico aos Governos locais para que as vacinas cheguem mais rápido em todos os cantos do país. A compra de vacinas não está na ordem do dia da organização, ao menos, ‘neste momento’, informam.

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/11/ipo-das-farmacias-sao-joao-a-vista/

O Unidos pela Vacina está realizando um levantamento colossal sobre as demandas dos 5.568 municípios do país para viabilizar a vacinação local, sejam elas ‘transporte, wifi, insumos, armazenamento, geladeiras ou outros materiais e equipamentos’. Em entrevista ao Blog da Conjuntura Econômica, da FGV/IBRE, Trajano deu exemplos de demandas que já foram encontradas. ‘Em Serrana (SP) [cidade de 48.000 habitantes escolhida pelo Instituto Butantan para um estudo de avaliação do impacto da vacinação com a Coronavac, onde se espera imunizar toda a população maior de 18 anos em dois meses], eles indicaram a necessidade de 12 aparelhos de ar condicionado para instalar em escolas que são ponto de vacinação. Se abrirem concorrência para comprá-los, levará três meses’, afirmou a empresária ao blog. Ela disse ainda que João Carlos Brega, presidente da Whirlpool Latin America, coordena a conexão entre pedidos e empresas. A meta é levantar o maior número de informações para que, tendo vacinas disponíveis, a campanha avance rapidamente.

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Fonte: El País

Bolsonaro prevê caos social com lockdown…

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Mesmo com as mais de 270 mil mortes pela covid-19 no país, o colapso no sistema de saúde e a vacinação lenta da população, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o lockdown adotado por estados e o Distrito Federal. Na visão dele, governadores e prefeitos estão ‘destruindo’ a economia. ‘Até quando? Até quando nossa economia vai resistir? Se colapsar, vai ser uma desgraça. O que poderemos ter brevemente? Invasão a supermercado, fogo em ônibus, greves, piquetes, paralisações’, enumerou. ‘Aonde vamos chegar? Será tarde para o sapo sair da panela’, emendou, durante participação virtual em reunião da Frente Parlamentar Mista das Micro e Pequenas Empresas, do Congresso Nacional.

Bolsonaro disse que as medidas de contenção do novo coronavírus são irresponsáveis. ‘Ficamos praticamente um ano em lockdown e começamos este ano com novas medidas seriamente restritivas, até para cancelar o futebol’, disse. ‘Eles (prefeitos e governadores) não querem salvar vidas, querem poder’, enfatizou. Segundo o mandatário, as ações implementadas são para ‘prejudicar a economia e o presidente da República’.

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O toque de recolher, decretado em São Paulo (leia reportagem na página 5) e no Distrito Federal, também foi alvo de reprovação de Bolsonaro, que chamou a iniciativa de ‘estado de sítio’. ‘De 22h às 5h da manhã ninguém pode andar. Só eu poderia tomar uma medida dessa e, assim mesmo, ouvindo o Congresso Nacional. Então, na verdade, medida extrema dessa, só o presidente da República e o Congresso Nacional poderiam tomar. E nós vamos deixando isso acontecer’, disparou. A lei, porém, garante direito aos governadores de adotarem tais medidas em períodos de calamidade na saúde.

O chefe do Planalto rebateu críticas contra o governo e afirmou que a administração federal não tem ficado ‘à margem do que está acontecendo’. Nesta semana, a atuação do Executivo na crise sanitária foi reprovada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo governador de São Paulo, João Doria, dois possíveis candidatos à eleição presidencial de 2022.

De acordo com Bolsonaro, o governo tomou medidas para combater o novo coronavírus desde o ‘primeiro momento’. Por isso, segundo ressaltou, não pode ser acusado de negacionista, terraplanista ou genocida. ‘Estamos no caminho certo. Faremos de tudo possível para diminuir o número de mortes e, se Deus quiser, zerar o número de mortes no Brasil, no tocante à vacina, no tocante ao coronavírus’, destacou.

O comandante do Planalto também negou que tenha se posicionado contra a saúde das pessoas, apesar de minimizar a covid-19 desde o início da pandemia, quando, por exemplo, chamou o vírus de ‘gripezinha’. Ele reforçou que ‘emprego também é vida’. ‘Você que está empregado, estamos trabalhando para manter seu emprego, não estamos fazendo política’, afirmou.

O presidente disse ‘lamentar todas as mortes’. ‘Lamento esta desgraça que se abateu sobre o mundo, mas nós temos que olhar para frente, buscar minimizar a dor dessas pessoas, buscar minimizá-la com vacina’, afirmou. ‘Toma vacina. Abrimos para comprar praticamente de todos os laboratórios depois de aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).’ O presidente sustentou que nunca foi contra imunizantes. Em dezembro, porém, garantiu que não tomaria vacina. (Com Agência Estado)

Fonte: Correio Braziliense Online