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Mato Grosso sem remédio para hanseníase

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Com citações bíblicas e conhecida há mais de quatro mil anos na Índia, China e Japão, a hanseníase é um dos maiores desafios da saúde pública no Brasil, e de modo especial em Mato Grosso, que tem taxa de prevalência de 77,5 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto nacionalmente a média é de 10,1.

Para conscientizar sobre essa doença, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou em 1954 o Dia Mundial Contra a Hanseníase, data móvel que se celebra no último domingo de janeiro. Além do elevado número de contaminados mato-grossenses um outro fator preocupa: desde meados do ano passado falta o medicamento Minociclina, de uso continuado.

Não há números atualizados. Mas, considerando-se a taxa de prevalência Mato Grosso teria 2.713 hansenianos, além daqueles que a subnotificação não permite identificar. Esse grupo de sem rosto e sem qualificação é formado por aqueles que buscam tratamento médico fora de seu município de residência, batendo à porta da saúde pública em outros estados. Essa prática acontece nos dois sentidos: para dentro e fora do Estado por conta do estigma que teima em rondar essa doença infecto-contagiosa de evolução crônica.

O Ministério da Saúde reconhece a dificuldade na elaboração de estatística exata sobre hansenianos e isso acontece inclusive fora do Brasil, principalmente pelo longo período de incubação que oscila entre dois e sete anos.

Em Mato Grosso os pacientes em tratamento recebem medicamento distribuído pelas prefeituras, fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde que os repassa em nome do Ministério da Saúde. Porém, no começo do ano passado, os estados foram informados que por razões de logística haveria desabastecimento momentâneo, de Minociclina, que é produzido no exterior. Porém, o que seria um curto prazo agora não tem data para reposição, conforme reconhece o coordenador do Programa de Combate a Hanseníase em Mato Grosso, Cícero Fraga. A argumentação em Brasília é que a pandemia teria criado embaraço à importação do produto farmacêutico.

O medicamento está ausente nas prateleiras de todas as farmácias da rede pública e não há venda desse produto ou similar na rede farmacêutica comercial. Segundo médicos, a interrupção do tratamento pode retardar e até mesmo comprometer a cura levando a novo tratamento, o que se torna doloroso.

A falta de medicamento é extremamente nociva aos portadores. Segundo Araci Pontes Aires, assessora do Departamento de Hanseníase da Sociedade Brasileira de Dermatologia, 33% dos pacientes que são atendidos em Mato Grosso têm algum grau de incapacitação de nervos, por conta a agressividade da doença.

DATA – O Dia Mundial Contra a Hanseníase foi criado a pedido do jornalista, escritor e filantropo francês Raoul Follerreau, que se destacou mundial no combate a essa doença na África e Ásia.

Fonte: Diário de Cuiabá

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Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/01/29/hanseniase-atinge-30-mil-brasileiros-anualmente-faltam-remedios-em-quatro-estados/

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