Fique por dentro dos principais FATOS e TENDÊNCIAS que movimentam o setor farmacêutico

Medicamentos em supermercados serão um fiasco, diz Itaú BBA

Acompanhe as principais notícias do dia no nosso canal do Whatsapp

medicamentos em supermercados

No que depender da avaliação do mercado financeiro, a tentativa de liberar a venda de medicamentos em supermercados e transformar remédios em mercadoria caminha para o fracasso. As informações são do Brazil Journal.

De acordo com relatório do Itaú BBA, o Projeto de Lei 1774/19 teria poucas chances de aprovação. “Essa é uma discussão que aparece todos os anos desde pelo menos 2013,” escreveram os analistas. Outro fator que compromete a proposta é a precariedade do texto, que habilitaria até quitandas para a venda e não prevê uma farmácia dentro do estabelecimento ou a presença obrigatória de um farmacêutico.

Medicamentos em supermercados para farmácias: baixo risco

E mesmo se a pressão do setor supermercadista prevalecer, os analistas acreditam que a lei teria baixo risco para as redes de farmácias. Segundo o banco, as vendas de medicamentos isentos de prescrição respondem por 10% a 15% do faturamento do varejo farmacêutico e a maior parte das compras é feita por impulso quando o cliente já está dentro da loja. E esse cenário não mudaria nos supermercados.

O Itaú BBA também entende que a maioria dos grandes supermercadistas já tem farmácias acopladas a suas operações – o que fará a adesão à venda desses produto ser baixa.  Ao mesmo tempo, os pequenos varejistas também devem pensar duas vezes antes de entrar nesse mercado, já que as exigências sanitárias trariam custos e complicações maiores para a operação.

Esforço dos supermercados sem resultado desde 2009

O debate sobre os MIPs em supermercados poderia ter acabado em 2004, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pela proibição definitiva da venda de medicamentos em outros estabelecimentos. Mesmo assim, o Congresso Nacional vem mantendo viva a discussão sobre o assunto ao longo desses anos, atendendo a interesses particulares de um único setor em detrimento do compromisso com a saúde. O lobby econômico não parou desde então, mas sem obter sucesso até hoje.

  • Em 2009, o deputado Sandro Mabel tentou autorizar novamente a liberação por meio da MP 549/11. Apesar de aprovada como “contrabando” na Câmara dos Deputados, foi vetada em 2012 por Dilma Rousseff
  • Em fevereiro de 2018, o projeto de lei de Ronaldo Martins (PRB-CE) foi encaminhado para a Comissão de Seguridade Social. No entanto, saiu da pauta pelo fato de o parlamentar não ter sido reeleito. O então presidente Michel Temer sinalizou apoio à iniciativa depois de analisar um pedido da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para agilizar a votação
  • Em junho de 2019, foi a vez de o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) sugerir a alteração da lei, após encontro com executivos da entidade supermercadista
  • A Câmara Municipal de São Paulo ensaiou um movimento similar em 2020, mas no fim aprovou um projeto do vereador Gilberto Natalini (PV-SP) para vetar os remédios isentos de prescrição não apenas em supermercados, como também em bares, lanchonetes, hotéis e restaurantes
  • Em junho de 2021, foi a vez de o governo federal estudar a possibilidade de lançar uma MP. O ministro da Economia Paulo Guedes chegou a defender publicamente a venda nesses estabelecimentos justamente no maior fórum do setor supermercadista.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Notícias Relacionadas

plugins premium WordPress
error: O conteúdo está protegido !!