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Medicamentos para tratar doenças respiratórias estão em falta em hospitais e farmácias de Pernambuco

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Com mais de 100 bebês e crianças na fila de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por causa de doenças respiratórias, os pais e responsáveis precisam lidar também com a falta de medicamentos. Segundo o Conselho Regional de Farmácia de Pernambuco, o estoque está baixo em farmácias de hospitais e da rede particular (veja vídeo acima).

Nesta quarta (18), o secretário de Saúde, André Longo, confirmou que alguns municípios, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e emergências tiveram problemas com a falta de medicamentos. Disse, no entanto, que a situação tem sido “pontual”.

“Infelizmente, a gente tem recebido alguns relatos de falta de alguns medicamentos. Isso tem sido pontual e tem sido buscado resolver com comprar emergenciais, com empréstimos, por vezes, de outras unidades”, disse.

“Infelizmente, a gente tem recebido alguns relatos de falta de alguns medicamentos. Isso tem sido pontual e tem sido buscado resolver com comprar emergenciais, com empréstimos, por vezes, de outras unidades”, disse.

André Longo citou medicamentos como dipirona, salbutamol e até o soro fisiológico entre os que faltaram em unidades, mas disse que problema foi “bem manuseado pelos serviços sem maiores repercussões até o momento”. O secretário também disse que está estimulando que se façam compras emergenciais.

“Isso não é uma realidade só da rede pública. Algumas vezes, a gente tem também pedidos da própria rede privada em relação a algumas medicações. É fato que a guerra [da Ucrânia], a questão do lockdown da China e outras coisas fizeram com que insumos ficassem mais escassos na sua circulação e que os custos de produção de alguns destes medicamentos aumentassem”, declarou.

Entre os remédios em falta ou com estoque baixo em hospitais, além dos citados por André Longo, estão furosemida (anti-hipertensivo) e contraste radiológico. Em farmácias, faltam dipirona xarope, amoxicilina, medicamentos para asma e antigripais.

Uma equipe da TV Globo esteve em várias farmácias e, em todas, faltavam remédios ou o estoque estava baixo. Em uma drogaria de Paratibe, em Paulista, no Grande Recife, não tem mais a dipirona xarope, que custava R$ 32.

Para dor e febre em criança, as opções são mudar de substância e levar paracetamol. O de laboratório sai por R$ 40. O genérico custa R$ 10.

A empregada doméstica Joelma Martins da Silva não imaginou que teria tanta dificuldade para conseguir remédio para gripe.

“A gente vai de farmácia em farmácia procurando e muitas não têm a medicação. Tem que ir em várias para encontrar um medicamento e, quando você encontra, está mais caro”, afirmou.

Outro lado do balcão

Dono de farmácia, Valmir Leão disse que nem no auge da pandemia de Covid-19 viu isso acontecer. “Mais de quatro meses que a gente não consegue ter esse produto. Nunca aconteceu. Inclusive, na [pandemia da] Covid, não foi tão difícil quanto dezembro para cá”, afirmou.

A explicação, segundo o conselheiro federal de farmácia de Pernambuco, Arimateia Filho, está na alta dos produtos usados na fabricação, que nem o reajuste autorizado pelo governo federal no mês passado cobriu.

Segundo eles, os problemas são a dificuldade da aquisição da matéria-prima, o aumento do preço, em função dessa falta, e a diminuição da capacidade de produção deles, por causa do aumento do custo da produção desses produtos.

“O governo teria que agir rapidamente em cima disso para estabelecer políticas que façam com que os laboratórios se sintam estimulados a voltar a produzir nos volumes que são necessários para que o mercado volte a ser competitivo e rápido no abastecimento”, disse.

Nas farmácias, o que mais preocupa é a falta de antibiótico para criança. Em uma unidade no bairro de Jardim Brasil 1, em Olinda, no Grande Recife, o estoque de amoxicilina em suspensão, que é líquida, está zerado.

“A gente passa isso para os clientes e, às vezes, eles não entendem. Passaram o dia ou durante a madrugada com as suas crianças no hospital e tendo que voltar novamente para lá para poder pedir a substituição desse antibiótico”, contou a farmacêutica Nailde Lima.

O Conselho dos Secretários Municipais de Saúde disse que pediu a prefeituras os nomes dos medicamentos que estão em falta e que esse levantamento vai ser enviado ao Ministério da Saúde. De acordo com o conselho, essa situação já foi repassada em reunião a representantes do ministério.

Por nota, o Ministério da Saúde disse que trabalha para “manter a rede de saúde abastecida com todos os medicamentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”.

Afirmou também que “está verificando com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e com os conselhos municipais e estaduais de saúde as causas do desabastecimento de alguns remédios”.

Fonte: G1.Globo

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/senado-imposto-sobre-medicamentos/

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