Pesquisa do IBGE revela um índice alarmante de 60% na mortalidade das empresas após cinco anos de funcionamento. De acordo com o estudo, apesar de o país contabilizar 405,6 mil aberturas de companhias no último ano, o cenário de fechamento também é elevado, o que reflete a fragilidade do ambiente de negócios.
Segundo reportagem da Exame, o ciclo de vida curto é mais evidente nas empresas de pequeno porte, que enfrentam desafios como alta competitividade, falta de gestão e dificuldades financeiras.
Mortalidade das empresas é mais frequente nas regiões Norte e Centro-Oeste
A taxa de sobrevivência varia de acordo com a região, com a maior dela observada na Região Sudeste, enquanto as regiões Norte e Centro-Oeste apresentam as maiores probabilidades de mortalidade das empresas.
Por outro lado, as companhias que aumentam sua força de trabalho registraram um desempenho bem melhor. Em 2023, o Brasil contava com 70.032 empresas de alto crescimento, que geraram 4 milhões de novos postos de trabalho nos três anos anteriores.
Em 2022, o Brasil tinha 7,9 milhões de empresas ativas, sendo 2,6 milhões (32,9%) empregadoras, que juntas empregavam 40,5 milhões de pessoas, com 36,5 milhões de assalariados.
O estudo também mostra que o setor de serviços, especialmente os de baixo custo e não especializados, enfrentou uma alta taxa de mortalidade. Para 2022, a taxa de mortalidade das unidades locais empregadoras foi de 9,2%, com a maior incidência nas regiões Norte (9,6%) e Centro-Oeste (10%).
Nascimento e mortalidade de empresas
A pesquisa também detalhou as taxas de nascimento e falência das empresas em 2022. O Brasil registrou 405,6 mil novas empresas empregadoras no ano, representando uma taxa de nascimento de 15,3%. A maioria dessas empresas de novo nascimento tinha entre um e nove assalariados e estavam nos setores de comércio (39,4%).
Entretanto, a mortalidade empresarial também segue um padrão elevado. O comércio, apesar de ser o setor com mais nascimentos, também liderou o número de falências, refletindo a alta competitividade e a instabilidade do setor. A taxa de falências foi notavelmente alta em setores de serviços não especializados e comércio, exacerbada pela crise econômica e mudanças no comportamento do consumidor.