Os conselhos das conselheiras
Durante uma reunião, Patriciana Rodrigues, hoje presidente do conselho de administração da rede de farmácias Pague Menos, ouviu de um dos executivos envolvidos na negociação que conduzia que esperavam que ela “chamasse o chefe”. Na época, a executiva era a vice-presidente comercial da varejista e “o” chefe, no caso, era ela mesmo. Esse tipo de situação faz parte da carreira de Patriciana, mas não a impediu de galgar novos postos. Ela foi parte importante do processo que levou ao IPO da empresa, em setembro do ano passado, e conquistou sua cadeira no conselho. “É essencial que as mulheres olhem para esses cargos de alta liderança e percebam que também podem chegar lá, pois outras mulheres já chegaram. Temos que dar esse exemplo.”
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Essa é a terceira e última reportagem da série sobre mulheres nos conselhos administrativos de grandes empresas. Um levantamento feito neste ano pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) avaliou 295 companhias brasileiras e apontou que 78% delas têm mulheres em cargos de liderança e 57,5% contam com ao menos uma mulher no conselho administrativo. Quando se trata de mulheres negras, esse número cai significativamente. “Colocar pessoas negras, mulheres e outros grupos em nas cúpulas das empresas traz um diferencial para o negócio, estimula a renovação”, diz Jandaraci Araújo, conselheira de administração da Kunumi IA. Não se trata, portanto de apenas uma questão social. Colocar diferentes grupos enriquece o debate, traz ganhos financeiros e fortalece a comunicação da empresa com seus clientes e consumidores.
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Fonte: Forbes