Os moradores de Florianópolis podem contar com mais uma loja da Panvel. Atenta à demanda da comunidade, a rede está ampliando presença na região, somando 22 lojas na cidade. Localizada na Av. Mauro Ramos, 1168, a estrutura irá operar de segunda a sábado, das 7h00 às 23h, e aos domingos e feriados, entre 8h e 22h.
Um dos principais destaques da loja é o Panvel Clinic, programa de atenção farmacêutica que inclui diferentes serviços, visando a auxiliar na eficácia dos tratamentos médicos e atuar como um agente de prevenção. Através de uma sala exclusiva instalada na loja, serão oferecidos verificação de pressão, glicemia e temperatura corporal, aplicação de injetáveis, colocação de brinco, entre outros cuidados farmacêuticos.
Além de estacionamento exclusivo e 228m², o espaço está conectado ao serviço Clique & Retire, que permite ao cliente realizar a compra pelo www.panvel.com ou App Panvel e resgatar os produtos no local, sem pagar frete, nem enfrentar fila. Além dos canais digitais, podem usufruir do Alô Panvel, serviço de tele-entrega para todo país (0800.642.9001). Com estas e outras facilidades, a rede integra seus diferentes canais nos ambientes físico e digital a fim de estreitar a proximidade com o consumidor.
Sobre a Panvel
Com quase 50 anos de história e mais de 470 filiais no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, a Panvel está entre as principais redes de farmácias da Região Sul do Brasil. São 15 mil itens à venda, entre medicamentos e produtos de higiene e beleza, e mais de 860 Produtos Panvel, incluindo maquiagem, proteção solar, ortopédicos, infantis e cuidados masculinos. É uma rede multicanal, com lojas físicas conectadas a uma série de facilidades, como telentrega Alô Panvel, Aplicativo Panvel, Serviço Clique & Retire e loja online www.panvel.com, com entrega para todo país.
Farmácias – Entre os meses de janeiro e dezembro de 2020, as farmácias e drogarias brasileiras realizaram 888 milhões de atendimentos. É como se cada brasileiro tivesse passado quatro vezes em uma unidade de atendimento no decorrer do ano. Neste período, foram comercializados 2,72 bilhões de produtos, que representaram um faturamento de R$ 58,17 bilhões – um crescimento de 8,8% na comparação com o ano de 2019.
O movimento de expansão também se deu no número de lojas, de quase 5% somente em 2020. Em dezembro do ano passado, havia 8.364 farmácias e drogarias no Brasil, dando vida ao meme que diz que até na lua é possível encontrar unidades de uma famosa rede.
Medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em conjunto com as vendas de artigos médicos, ortopédicos, além de perfumaria e cosméticos, a venda de artigos farmacêuticos aparece com uma alta de 8,4% no Brasil e de 4,6% na Bahia.
E por mais que a pandemia do novo coronavírus apareça logo no imaginário de quem vê os resultados deste segmento, é recomendável trocar a expressão ‘por conta de’ por outra: ‘apesar de’. A verdade é que há alguns anos o varejo de medicamentos iniciou uma revolução em direção a um novo conceito de negócio, onde a venda de remédio caminha para se tornar apenas uma das fontes de recursos.
No lugar de só atender quem já está doente, em um mercado altamente regulado e com margem de lucro baixa – 2% em média, segundo dados do setor -, o futuro passa pelo conceito de espaços para a promoção da vida saudável, ou hubs de saúde, no jargão do mercado.
‘Somos um setor em transformação. Trabalhamos com gestão moderna de preços, estoques, pessoal e muita automação. As grandes redes investem muito em inovação e na estrutura de distribuição’, conta Sergio Mena Barreto, CEO da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).
Nada irrita mais um cliente que encontrar apenas parte da receita. Isso levou as maiores redes do Brasil a investir pesado em sistemas de estoque e logística. Segundo Mena Barreto, isso se resolveu com o uso de dados e o desenvolvimento de inteligência do negócio. Mas, além disso, complementa, houve uma percepção de que é preciso oferecer um mix mais diversificado.
Conveniência
O setor travou uma verdadeira guerra com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), lembra o executivo da Abrafarma. Até que em 2014 o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a possibilidade da venda de produtos de conveniência, lembra Mena Barreto.
A transformação do setor passa ainda por uma nova visão em relação ao consumidor, que deixa de ser o comprador de um medicamento e passa ser alguém que vai receber ofertas personalizadas e um verdadeiro serviço de curadoria em saúde.
Essa transformação passou por um processo de profissionalização das equipes, que passaram a ter mais conhecimento em gestão de preços, logística e distribuição dos produtos. A tomada de decisões passou a ser baseada em dados utilizados para abastecer sistemas de informação robustos.
Dia após dia, as redes de farmácias e drogarias no Brasil avançam em direção a um novo papel, que a Abrafarma chama de uma ‘Revolução além da pílula’. Cada vez mais, os serviços investem na identificando riscos, prevenção e na ajuda ao paciente no processo de monitoramento e aconselhamento quanto ao tratamento.
‘Cerca de 54% das pessoas abandonam os tratamentos depois de três meses’, diz Mena Barreto. Pensando em reforçar o acompanhamento, a associação identificou 8 serviços que podem ser realizados no acompanhamento à saúde da população: acompanhar a tensão arterial, colesterol, diabetes, revisão da medicação, vacinação, autocuidado, tabagismo e peso.
Orientação
Na Farmácia do Trabalhador Baiano, no Engenho Velho de Brotas, a orientação sobre o uso correto e racional da medicação é algo rotineiro. Muita gente chega lá com dúvidas, conta a farmacêutica Lorena Miranda de Oliveira, sócia do estabelecimento junto com a também profissional da área Grazielly Katarinny Freire Costa. ‘O farmacêutico é o profissional que mais entende de medicamentos e tem como objetivo orientar de forma correta sobre interações medicamentosas e o uso indiscriminado’, explica Lorena.
A farmácia oferece ainda serviços de aplicação de injetáveis, aferição de pressão, glicemia e perfuração lobular, entre outros. ‘Os pacientes/clientes gostam muito desses serviços, um bom atendimento faz com que fidelizamos eles’, explica Lorena Oliveira.
Ela explica que a grande maioria dos farmacêuticos é habilitada a prescrever alguns tipos de medicamentos e solicitar alguns exames clínicos.
‘Essa prática está voltada para a atuação farmacêutica clínica em farmácias, porém alguns exames mais específicos que seriam importantes são vetados pelos legislação, dificultando um atendimento mais rápido, uma vez que a população menos favorecida tem dificuldade ao acesso à saúde básica’, diz.
A oferta dos chamados produtos de conveniência é importante para equilibrar as contas do negócio. ‘Atualmente houve uma diminuição considerável dos lucros sobre a venda de medicamentos, fazendo com que a venda de produtos de perfumaria, higiene pessoal e correlatos, incluindo serviços farmacêuticos, tragam um aumento nas vendas e maior lucratividade para a empresa’, explica.
A busca por estes itens se dá muito pela facilidade de encontrar todos os produtos em um só lugar, explica.
Anick Andrade, diretora técnica da rede A Fórmula, destaca que um dos pontos mais frequentes é a interação entre o farmacêutico e quem prescreve o medicamento na busca de um tratamento mais confortável. ‘Atendemos do público infantil à melhor idade e cada grupo tem uma particularidade e os nossos farmacêuticos interagem com demais profissionais na sugestão de uma forma farmacêutica adequada, como formas farmacêuticas lúdicas para crianças como balas e pirulitos, medicamentos ou xaropes e soluções orais para idosos com dificuldades de deglutição’, conta.
Ela lembra que a rede iniciou o serviço de armários inteligentes, conhecidos como lockers. A Fórmula é a primeira empresa do setor a oferecer este tipo de comodidade. ‘O cliente pode pegar o produto próximo de casa, mesmo em local onde a rede não possua unidades’, explica.
Atuação das farmácias na pandemia
Do mesmo modo que não se pode atribuir à pandemia o bom desempenho da atividade em 2020, não se deve negar que a crise ampliou o leque de atuação do negócio. Os testes rápidos para a covid-19 realizados em 2020 são apenas um exemplo deste movimento e do impacto que esta nova visão em relação ao negócio pode trazer para a sociedade. Foram realizadas 6 milhões de testagens nos locais, evitando aglomerações em postos de saúde.
A ideia da Abrafarma é fortalecer cada vez mais esta visão, inclusive com cessão dos pontos de vendas como postos de vacinação e a estrutura de distribuição para o armazenamento dos imunizantes, se necessário. O projeto Vacina na Farmácia já foi apresentado ao governo federal e depende apenas de um aumento na disponibilidade de doses e da demanda do Ministério da Saúde.
Para garantir o atendimento sem aglomerações, foi criado um aplicativo que vai permitir à população agendar a vacinação na farmácia mais próxima de sua residência. No app, será possível armazenar o comprovante de vacinação, manter o registro das imunizações e agendar novas doses.
Cerca de 5,5 mil pontos de vendas possuem estrutura para a aplicação de vacinas. Além disso, os 40 centros de distribuição pertencentes a empresas filiadas à Abrafarma estão disponíveis para auxiliar na logística de distribuição dos medicamentos.
Mas os planos vão além da imunização contra a covid-19, serviço que o segmento pretende oferecer ao consumidor final sem custos. A insituição identificou que existe espaço para oferecer um serviço de prevenção para a população. ‘Nós acreditamos que 100 milhões de brasileiros deveriam estar tomando vacinas diversas, mas não tomam porque o acesso a elas é difícil, temos poucas clínicas de vacinas’, acredita.
Atuando em um setor em que a margem de lucro é de 2% em média, em que muita coisa é regulada pelo poder público, é necessário realmente muita criatividade para sobreviver. Esse cenário explica o movimento de concentração do setor em grandes redes, muitas com atuação nacional. Marcas locais como a rede de farmácias Sant’Anna e outras cedem espaço para grandes conglomerados.
Mas para Mena Barreto, da Abrafarma, existe sim espaço para redes regionais e até para farmácias independentes que prestem serviços de qualidade para a população. ‘É possível encontrar espaço para todos. Nos Estados Unidos, 80% do mercado é dominado por grandes redes. Quando o cliente procura um produto e não encontra, isso o deixa insatisfeito, mas com bom serviço há espaço para todos’, acredita.
Os clientes querem achar tudo em um lugar
Comodidade é a grande moeda no varejo de farmácias e drogarias. A ampla oferta de produtos e serviços concentrados em um mesmo local é um dos diferenciais de mercado da Pague Menos, diz o vice-presidente de Operações, Digital e Real Estate da rede, José Rafael Vasquez. ‘Nossas lojas não são apenas um lugar onde o cliente compra medicamentos, mas onde ele pode realizar exames e testes de rotina, acompanhamento para obesidade ou parar de fumar’, conta. ‘E, principalmente, ter apoio para dar continuidade ao tratamento médico, além de acesso a um profissional capacitado para tirar dúvidas sobre medicações’, enumera.
Na rede, uma das principais em atuação na Bahia, a variedade de soluções e produtos vai desde as linhas de marcas próprias, com cosméticos, vitaminas e suplementos, kits de primeiros socorros e cuidados básicos, até inovações nas maneiras de entregar os produtos e serviços.
A Pague Menos complementa isso com uma plataforma que leva conteúdo sobre saúde, autocuidado, cidadania, bem-estar e muito mais, por meio de programa de televisão, revista, portal e redes sociais. Segundo José Rafael Vasquez, o próximo passo será o lançamento do Sempre Bem Club, com planos de descontos para consultas médicas e exames em laboratórios, além de outras vantagens. ‘Tudo isso faz parte do nosso hub de saúde, da nossa proposta de levar mais do que apenas medicamentos para o brasileiro’, diz.
Atualmente, os consultórios farmacêuticos Clinic Farma presentes em mais de 800 unidades em todos os estados. O serviço é oferecido desde 2016, porém passou a ser mais procurado após a crise da covid-19. ‘Com a pandemia, as pessoas começaram a dar ainda mais relevância para a sua própria saúde e a necessidade de estarem sempre atentas a sintomas, realizando check-ups com mais frequência, verificando níveis de glicemia ou pressão arterial constantemente, por exemplo. E a farmácia vem para cumprir um papel essencial nesse sentido, muitas vezes ajudando até mesmo a desafogar o sistema de saúde em algumas regiões por meio de triagens, exames e acompanhamentos mais simples’, acredita.
O Clinic Farma é um local de vacinação, participando de campanhas como a vacinação contra a gripe, além de oferecer imunização contra meningite, HPV, pneumonia, entre outras.
‘Também realizamos outros procedimentos, como exames de perfil lipídico, testes toxicológicos, para dengue e PSA, por exemplo. Sempre fez parte da nossa proposta as unidades da rede serem consideradas verdadeiros hubs de saúde’, conta. ‘Vemos com bons olhos a possibilidade de aumentar cada vez mais a atuação de farmácias nesse sentido, facilitando o acesso da população à saúde’.
A Pague Menos tem 114 unidades na Bahia, sendo 45 em Salvador. Além disso, a empresa tem um centro de distribuição de 8 mil metros quadrados em Simões Filho. ‘Com a abertura de capital que realizamos em setembro do ano passado, o nosso foco inicial está sendo a expansão orgânica no Nordeste, como também na região Norte. Já inauguramos três novas unidades esse ano, sendo que a primeira delas foi exatamente em Salvador’.
O hotel na orla de Camburi, em Vitória, que precisou ser interditado pela Vigilância Sanitária Estadual, não cumpria o protocolo de segurança, segundo informações da Vigilância Sanitária Municipal (Visa).
O hotel recebeu três indianos, e um testou positivo para covid-19. A Visa, em ação integrada com a Vigilância Epidemiológica do município, foi até o local e realizou inspeção. De acordo com eles, foram encontradas algumas inconformidades no protocolo de segurança e o hotel foi notificado.
A visita da Vigilância Sanitária Municipal aconteceu depois que foi notificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) sobre a hospedagem de indianos no hotel.
Segundo eles, todos os hotéis são fiscalizados anualmente e, na pandemia, a fiscalização de rotina foi intensificada, também por meio de denúncias.
A Secretaria de Saúde de Vitória foi questionada sobre quais inconformidades foram encontradas pela Visa, qual o caráter da notificação e como será feito o acompanhamento do hotel. Assim que responderem, a matéria será atualizada.
A administração do hotel foi procurada pela equipe do Jornal Online Folha Vitória, porém, o telefone estava ocupado em todas as tentativas.
Entenda o caso
O hotel na Praia de Camburi, em Vitória, foi fechado na manhã de sexta-feira (28), após três indianos, que estavam hospedados no local, serem isolados com suspeita de covid-19. Um deles, que já chegou ao hotel com sintomas do coronavírus, como febre e coriza, testou positivo para a doença.
A partir disto, o hotel isolou as três pessoas e acionou a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Leia mais: Resultado de teste de variante indiana em passageiro no ES deve sair em cinco dias
Os indianos desembarcaram de avião no Espírito Santo em um voo de São Paulo. Eles levariam um navio atracado no litoral capixaba para a Índia.
Vários profissionais integrantes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e da Vigilância Sanitária chegaram às 11 horas no hotel para testar os indianos, funcionários e hóspedes do estabelecimento para investigação de novas infecções.
Ao todo, 94 pessoas foram submetidas a testes RT PCR, que foram realizados na área da piscina do hotel.
Variante indiana – Na tarde desta sexta-feira (28), conforme noticiado em primeira mão pelo Jornal Online Folha Vitória, um hotel na orla de Camburi, em Vitória, precisou ser interditado pela Vigilância Sanitária Estadual, já que um indiano que estava hospedado, testou positivo para covid-19.
A entrada da tripulação de três indianos e o contato deles com funcionários do hotel chama a atenção de como o controle, tanto dos portos quanto dos aeroportos, tem sido feito. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a vigilância das fronteiras aéreas e marítimas é de responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O caso dos hóspedes indianos acontece no momento em que o Governo do Espírito Santo inicia a vacinação de profissionais portuários e aeroportuários.
“Já identificamos um indiano, agora é investigar se ele tem a cepa indiana. Isso mostra a necessidade de uma ação de controle e vigilância em portos e aeroportos. É importante que o Governo Federal estabeleça um controle e dificulte a entrada de novas variantes’, reforçou o governador.
Casagrande adiantou também que busca com a equipe, independente do Governo Federal, medidas de fiscalização em portos e aeroportos, mas não especificou quais seriam. ‘Faremos o que for possível para diminuir o risco do contágio e variação da Índia ou de outro país”, finalizou.
A equipe do Jornal Folha Vitória questionou a Anvisa sobre quais medidas são tomadas para o controle das fronteiras marítimas e aéreas. E, em relação ao caso específico do indiano, se em algum momento ao entrar no país ele já tinha sido testado. Assim que houver resposta, a matéria será atualizada.
Variante indiana é confirmada em São Paulo
O Estado de São Paulo identificou o primeiro caso da cepa B.1.617 do coronavírus, conhecida como variante indiana. O paciente tem 32 anos, é morador de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, e desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos no dia 22 de maio. A amostra foi enviada ao Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria Estadual da Saúde, e o sequenciamento, finalizado na última quarta-feira (26).
O passageiro foi identificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável pelo monitoramento no aeroporto. O órgão federal informou a pasta estadual sobre o caso positivo quando o passageiro já havia embarcado em voo doméstico para o Rio de Janeiro. Segundo o governo estadual, não há registros desta linhagem no Estado de São Paulo.
A secretaria informou que, imediatamente após ser comunicada pela Anvisa, iniciou as medidas de vigilância epidemiológicas necessárias junto ao município. Foi solicitada a lista completa dos passageiros do voo, além dos nomes de todos os funcionários do aeroporto, laboratório e dos contatos do passageiro para isolamento e monitoramento. As equipes de vigilância do Rio de Janeiro também foram imediatamente notificadas para o acompanhamento do caso.
Desde o dia 14 de maio, as equipes de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde notificam os municípios de residência de todos os passageiros vindos da Índia que desembarcam no Brasil. A medida é uma parceria com a Anvisa, que envia para a Saúde a lista completa dos passageiros do voo.
A comunidade acadêmica da UFABC (Universidade Federal do ABC) que precisa comparecer aos campi da instituição em Santo André e São Bernardo está sendo submetida a testes para Covid com kit desenvolvido pela própria universidade. Semelhante ao teste PCR, aquele em que com um cotonete o profissional de saúde coleta material da faringe, o sistema desenvolvido utiliza a saliva do paciente para identificar a doença, tornando a coleta mais simples e menos desconfortável.
Com a finalidade de monitorar a situação epidemiológica no âmbito da universidade, a instituição estabeleceu o protocolo de testar, semanalmente, integrantes da comunidade universitária que, mediante apresentação de justificativa, necessitem comparecer aos campi.
‘Atualmente a UFABC está com atividades presenciais suspensas. Portanto, o número de pessoas que têm frequentado os campi é bastante baixo e restrito’, destacou a instituição. Os testes começaram a ser feitos na semana passada e a cada 15 dias serão divulgados boletins, mas os resultados ficam prontos em até 24 horas. A capacidade é de até 300 testes por semana.
Pesquisadora e coordenadora do grupo de pesquisadores que desenvolveu o teste, a professora Márcia Aparecida Sperança explicou que o exame pode ser coletado em casa, dispensando a presença de um profissional de saúde, e que, se houver interesse do governo para produção em massa, o kit já está em condições de ser fabricado e atender à necessidade de testagem da população. Além da facilidade de coleta, o teste tem custo de produção de R$ 20, até 75% menor do que os PCRs, que custam entre R$ 70 e R$ 80 para serem fabricados.
O valor mais acessível se deve ao fato de que todos os componentes do teste são nacionais e com registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Márcia relatou que os exames começaram a ser desenvolvidos entre julho e agosto do ano passado e que contaram com colaboração científica da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), que atuou na validação dos testes e também no estudo comparativo dos resultados entre os kits desenvolvidos pela UFABC e os outros, atestando a sua eficácia.
De acordo com a pesquisadora, caso houvesse condições de promover parcerias com laboratórios especializados e garantir mais recursos operacionais, este modelo de testagem poderia ser ampliado e aplicado em diversas outras esferas da sociedade. O exame não será vendido pela UFABC ao público geral. A instituição pretende transferir o desenvolvimento para empresas do setor ou para o governo.
COMBATE À COVID
Série de pesquisas que vêm sendo realizadas desde o ano passado por pesquisadores da FGV (Fundação Getulio Vargas) em parceria com a Rede Humanidades Covid-19, ligada à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostra falhas no combate à pandemia que afetam diretamente quem está na linha de frente: os profissionais de saúde. Uma das pesquisadoras, a professora da FGV Gabriela Lotta é docente licenciada da UFABC e explicou que, embora os resultados das pesquisas tenham melhorado pouco desde o ano passado, no que se refere à oferta de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para os profissionais de saúde, os dados mais recentes, de abril de 2021, mostram que 50% dos trabalhadores não recebem os materiais adequados.
Outros indicadores também chamam a atenção, como o fato de que, no início da pandemia, a taxa de testagem entre os profissionais de saúde era de 35%. No último levantamento, caiu para 15%. ‘Testar os profissionais de saúde deve ser prática constante, porque aquela pessoa está sempre em contato com pacientes contaminados’, apontou Gabriela.
Os dados das pesquisas têm sido usado para embasar questionamentos na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Senado, que apura possíveis responsabilidades do governo federal no combate à pandemia.
Universidade continua com verbas bloqueadas
O Diário mostrou em 13 de maio que a UFABC (Universidade Federal do ABC) teme não conseguir manter as atividades até o segundo semestre de 2021 por falta de verbas. Até a data em que a reportagem foi publicada, o governo federal havia liberado 44% do orçamento da instituição, que já é 18% menor do que o de 2020 – no ano passado a verba foi de R$ 53,1 milhões. Dos R$ 43,6 milhões do orçamento deste ano, haviam sido depositados R$ 19,3 milhões. O restante, R$ 24,3 milhões, aguardava chancela do Congresso Nacional.
O recurso é utilizado para o custeio de contas básicas, como água, luz, internet, disponibilidade para aulas remotas, empresas terceiras de segurança e limpeza, além das bolsas estudantis socioeconômicas destinadas a pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade. Segundo o conselho universitário, para dar conta de manter toda a estrutura, a UFABC precisaria de R$ 90,3 milhões, ou seja, mais do que o dobro dos R$ 43,6 milhões que constam no orçamento.
Após mobilização da instituição, o governo federal liberou, em maio, R$ 18,3 milhões, o que equivale a mais 42% do orçamento, mas ainda existem cerca de R$ 6 milhões (14%) contingenciados. Além da liberação total do recurso, a instituição também pleiteia a recomposição dos 18% no orçamento. Segundo a instituição, os R$ 37,7 milhões liberados não cobrem dez meses dos gastos da universidade. ‘Os dirigentes das instituições federais permanecem mobilizados, buscando agendas com parlamentares e com o governo federal para tentar reverter a situação. Além de desbloquear os valores indisponíveis de 2021, é ainda mais urgente garantir a recomposição dos 18% em relação a 2020’, informou em nota a UFABC.
A instituição ressalta que sem a recomposição do orçamento do ano passado e a liberação total dos recursos deste ano, a UFABC vai enfrentar um cenário de muitas dificuldades nos próximos meses. ‘Trata-se de realidade que coloca em risco a manutenção de serviços básicos da universidade. Não se trata de novas ações e investimentos em expansão, mas sim de condições básicas para continuidade. Por isso é tão urgentes a recomposição e liberação desses valores.’
Em nota, o MEC (Ministério da Educação) informou que a redução nos orçamentos das instituições federais ocorre devido à necessidade de observância do teto de gastos, mas que não tem medido esforços nas tentativas de recomposição e/ou mitigação das reduções orçamentárias. Que está atento à situação que preocupa suas unidades vinculadas e, na expectativa de evolução positiva do cenário fiscal, seguirá envidando esforços para reduzir o máximo que for possível os impactos na LOA (Lei Orçamentária Anual) 2021.
Todos os checkouts dos supermercados (com exceção dos autocaixas) edrogarias da Coop já estão aceitando o meio de pagamento Pix. Trata-se de mais uma conveniência, prática e segura, para os seus cooperados e clientes.
Para utilizar este meio de pagamento, basta ter uma conta-corrente com a funcionalidade Pix ativada no smartphone. Após passar suas compras pelo checkout, o monitor de tela do PDV exibirá um QR Code, que deve ser escaneado pelo aparelho de celular do cliente.
Essa nova forma de pagamento deverá agilizar ainda mais as transações. Em 2020, aproximadamente 900 mil cooperados realizaram compras nas lojas da Coop. No período foram registradas nos checkouts 34,7 milhões de compras.
‘A fim de viabilizar essa nova forma de pagamento, foram necessárias atualizações no software dos checkouts para garantir a exibição do QR Code e permitir a comunicação com a instituição financeira’, explica Valeria Marquiotti, Coordenadora da Tesouraria.
A Coop fechou o exercício de 2020 com faturamento total de R$ 2.618 bilhões, 9% superior ao ano anterior, possui cerca de 6 mil colaboradores diretos, mais de 895 mil cooperados ativos e 108 unidades de varejo, divididas em 31 lojas de supermercados, sendo duas em Tatuí, 23 no Grande ABC, uma em Piracicaba, três em São José dos Campos e duas em Sorocaba, três postos de combustíveis e 74 drogarias. Por ser uma cooperativa, seu principal objetivo é oferecer os melhores serviços a preços justos, além de reverter benefícios a seus cooperados e à comunidade.
Coop Fundação: 1954 em Santo André (SP)
Número de lojas: 31 lojas de supermercados, sendo duas em Tatuí, 23 no Grande ABC, uma em Piracicaba, três em São José dos Campos e duas em Sorocaba, três postos de combustíveis e 74 drogarias
Número de colaboradores: 6 mil
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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Esse tipo de efeito é comum após a aplicação de qualquer tipo de vacina e faz parte da resposta imune inata do organismo, segundo a pediatra Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
‘É uma reação natural e esperada. Faz parte da resposta inflamatória e é responsável pela dor local [onde a vacina foi aplicada], pelo mal estar, por febre, reações que nem todas as pessoas apresentam porque é uma resposta individual’, explica
Quais os principais efeitos colaterais da vacina da AstraZeneca?
A bula da vacina da AstraZeneca indica que os principais efeitos colaterais após a aplicação do imunizante são sensibilidade, dor, sensação de calor, vermelhidão, coceira, inchaço ou hematomas onde a injeção foi administrada; sensação de indisposição de forma geral; sensação de cansaço; calafrio ou sensação febril; dor de cabeça; enjoos e dor nas articulações ou dor muscular. Além disso, é comum que a pessoa imunizada tenha sintomas semelhantes aos de um resfriado como febre alta, dor de garganta, coriza, tosse e calafrios; também é possível que surja um caroço no local da injeção. Para amenizar esses sintomas, a bula indica que a pessoa deve informar a um profissional de saúde e, caso seja prescrito algum medicamento, o recomendado é que contenha paracetamol
Qual o risco de formação de coágulos após a imunização com a vacina da AstraZeneca?
Casos envolvendo a formação de coágulos sanguíneos após a aplicação da vacina foram relatados pelo mundo. A EMA (Agência Europeia de Medicamentos) considerou que o efeito colateral é ‘muito raro’ e que os benefícios do imunizante superam os riscos. No Brasil, a Anvisa solicitou à Fiocruz que inclua na bula o risco do desenvolvimento de coágulos. De acordo com a diretora da SBIm, o risco de formação de coágulos após a aplicação da AstraZeneca é de 0,007%.
‘O que se identificou é que é um fenômeno específico, não é a trombose ou embolia normal, é uma síndrome específica em que há esse tromboembolismo associado a uma taxa pequena de plaquetas’, explica.
É a chamada síndrome de tromboembolismo e trombocitopenia, TTS na sigla em inglês(thrombosis with thrombocytopenia syndrome). Além disso, a especialista destaca que o risco de uma pessoa desenvolver trombose ao ser infectada pelo coronavírus é maior do que em relação ao imunizante.
‘A covid é uma doença que causa inflamação muscular, os pacientes que morrem pela covid todos passam por processos inflamatórios, todos eles têm problema de coagulação. A própria covid é um risco muito maior que o risco do TTS com a vacina’, afirma
Como saber se tenho risco para a formação de coágulos após a imunização com a vacina da AstraZeneca?
Segundo Flávia, não é possível saber se uma pessoa é propensa à formação de coágulos sanguíneos após a imunização.
‘Por isso que os eventos adversos devem ser vigiados, e qualquer sintoma que indique inchaço nas pernas ou dor abdominal, que podem ser sinal de pequenos êmbolos pelos órgãos, os profissionais da saúde precisam fazer essa notificação, e com a investigação é que se estabelece se aquilo foi mesmo um TTS ou não. A vigilância de eventos adversos é importantíssima’, afirma
Por que seu uso foi suspenso para grávidas? As gestantes que tomaram a primeira dose devem tomar a segunda?
O Ministério da Saúde suspendeu a aplicação da vacina da AstraZeneca em gestantes e puérperas no país. A medida seguiu a recomendação da Anvisa, após o registro de um evento adverso grave que acabou em morte, tanto do feto quanto da grávida que foi acometida de um acidente vascular cerebral após a imunização. Para as gestantes que já haviam tomado a primeira dose da vacina, a recomendação da pasta é que aguardem o fim da gravidez e do puerpério (45 dias após o parto) para que completem a imunização com a segunda dose
Quando é seguro tomar a vacina contra a gripe depois da AstraZeneca?
As campanhas de vacinação contra a gripe e contra a covid-19 ocorrem simultaneamente pelo país e, por este motivo, o Ministério da Saúde recomenda que seja respeitado um intervalo de 14 dias entre a aplicação dos imunizantes. A orientação da pasta é que a população dê prioridade à vacina contra a covid-19 e, ao fazer a imunização, agende a data correta para a vacina contra o vírus influenza
Bebida alcoólica antes ou depois da vacina compromete sua eficácia?
Segundo a especialista Flávia Bravo, não há nenhum dado científico que comprove o efeito negativo de bebidas alcóolicas sobre a eficácia do imunizante, ou sobre qual a quantidade recomendada para ser ingerida antes ou depois da imunização.
‘O álcool em uso crônico e abusivo faz mal ao organismo como um todo, prejudica todos os nossos sistemas, inclusive o sistema imune, e piora a nossa resposta às infecções’, explica
Posso escolher qual vacina tomar?
Não é possível escolher a vacina para a imunização contra a covid-19. ‘Não há o menor sentido em fazer escolha de vacina. Hoje o que temos que fazer é usar a vacina que estiver disponível, porque precisamos de cobertura vacinal e todas as vacinas aprovadas foram qualificadas pelos órgãos reguladores’, afirma a especialista.
Além disso, Flávia destaca que mesmo que as vacinas tenham apresentado números de eficácia diferentes uma das outras, todos os imunizantes em aplicação no país são seguros e eficazes para conter o avanço da pandemia.
‘No ponto de vista de saúde coletiva essas diferenças acabam diluídas, porque vamos ter diminuição da circulação do vírus. Se a maior parte da população estiver vacinada, vamos reduzir a circulação do vírus, reduzir as chances de quadros graves de covid-19, reduzir internações e mortes num cenário de vida real onde as pessoas estão se expondo’, afirma
A formação de íngua na axila após vacina contra covid é comum?
O inchaço de linfonodos, também chamados de ínguas, nas axilas, após a vacinação contra a covid-19 pode ser um sinal de que o sistema imunológico está respondendo à imunização. A imunologista Lorena de Castro Diniz, da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), explica que a reação é chamada de linfadenopatia.
‘É um sinal de funcionamento do sistema imunológico, porque os gânglios fazem parte do nosso sistema, é onde há um recrutamento das células de defesa e por isso há essa inflamação, em algumas pessoas é mais intensa e perceptível, por isso falamos que é um evento adverso. Mas geralmente não tem uma evolução negativa ou com sequela, é muito difícil precisar de intervenção’, afirma.
Principais informações sobre a vacina da AstraZeneca:
– Situação: registro definitivo concedido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), autorização permanente para ser usada em território nacional, o que permite vacinação em massa e comercialização com o setor privado
– Número de doses: aplicação em duas doses, com intervalo de 3 meses
– Fabricante: Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca. No Brasil, é produzida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro
– País de origem: Reino Unido
– Tecnologia: vetor viral não replicante, utiliza adenovírus que causa resfriado em chimpanzés modificado em laboratório para transportar fragmentos do coronavírus, especificamente a proteína spike, para estimular o organismo a produzir uma resposta imunológica
– Eficácia: 82,4% ao fim das duas doses, sendo 76% após 90 dias da primeira dose
– Proteção contra variantes: a vacina protege contra a cepa brasileira, mas não neutraliza a variante da África do Sul
Um telegrama enviado a diversos ministérios em 11 de junho de 2020 pela embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo (foto), então representante do Brasil junto à OMS, alertava que o mundo enfrentaria escassez de vacinas contra a Covid-19 quando os imunizantes fossem disponibilizados à população, e solicitava ‘providências’ sobre o tema.
Nazareth manifestou a preocupação ao informar sobre o lançamento do Covax Facility, consórcio global de vacinas liderado pela OMS e pela Aliança Global por Vacinas, a Gavi. ‘O desafio atual para a Gavi (e para todos) é como acelerar pesquisa e desenvolvimento de vacinas seguras e eficazes e, ao mesmo tempo, garantir níveis adequados de acesso, em razão de uma escassez que se antecipa inevitável, mesmo nas hipóteses mais otimistas’, escreveu a embaixadora.
O documento, obtido por Crusoé, foi encaminhado ao então ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, e retransmitido à Casa Civil, à Fiocruz, à Anvisa e aos Ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia.
Apesar de o Covax Facility ter sido lançado em junho de 2020, o Brasil só formalizou sua entrada no consórcio em setembro. E, mesmo assim, optou pela cota mínima disponível, que garantiu doses para somente 10% da população.
Em dezembro de 2020, Jair Bolsonaro chegou a dizer que os laboratórios produtores de vacinas é que deveriam procurar o governo brasileiro para vender seus imunizantes. ‘O Brasil tem 210 milhões de habitantes, um mercado consumidor enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente?’, questionou o presidente, à época.
Desde outubro do ano passado, a ajudante de cabeleireiro Rosilda da Silva Magalhães, de 55 anos, está com os exames prontos para fazer uma cirurgia para a troca de duas válvulas cardíacas e aguarda o chamado do hospital. Enquanto espera, tem episódios frequentes de tontura e mal-estar. Ela está entre os cerca de 60 mil pacientes com doenças cardiovasculares diretamente afetados pela pandemia de Covid-19 que tiveram procedimentos suspensos ou adiados porque leitos estavam ocupados com infectados pela doença.
A situação é agravada por uma crise no fornecimento de materiais essenciais para essas cirurgias. Com a alta do dólar e a defasagem na Tabela SUS, fornecedores têm dificuldade de repassar os produtos sem prejuízo, e hospitais da rede pública nem sempre conseguem repor a diferença para garantir as compras, o que já resulta em desabastecimento de itens em 52% das unidades que fazem o serviço, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV).
“A pandemia simplesmente represou as cirurgias cardiovasculares. Normalmente, a gente faz de 95 mil a 100 mil por ano e, no ano passado, fizemos menos de 40 mil. Então, tem mais ou menos 60 mil cirurgias eletivas que estão represadas. Elas não são de urgência, mas o problema é que estão ficando para trás”, disse Eduardo Rocha, presidente da SBCCV. “Além disso, teve o impacto tributário, o dólar disparou e muitos produtos são importados”, completou.
A entidade tem alertado sociedades médicas e instituições ligadas à indústria desde o fim do ano passado, e passou a se deparar com o apagão de materiais em janeiro deste ano. “Começaram a faltar alguns produtos, como válvulas cardíacas, oxigenadores e cânulas para poder operar dentro do coração. São usados em cirurgias de ponte de safena, correção de defeitos congênitos de adultos e crianças, trocas de válvulas. E para cirurgia cardíaca de peito aberto.”
Kit intubação
A retomada dos procedimentos eletivos não amorteceu o problema, pois esbarrou em outra questão que preocupou o país neste ano: a escassez de sedativos, analgésicos e bloqueadores, medicamentos do chamado kit intubação, que também são usados em cirurgias cardiovasculares. “Tivemos um primeiro trimestre com UTIs ocupadas, sem o kit intubação e isso é muito grave. Mesmo quem conseguir assistência pode ter o quadro agravado e muita gente vai morrer antes de ter assistência adequada. Estamos muito preocupados.”
Rosilda precisa trocar as válvulas mitral e aórtica e chegou a ter uma previsão de cirurgia para dezembro. Enquanto a data não é marcada, sofre com os impactos do problema de saúde.
“Não consigo andar na rua de máscara, tenho tontura e preciso parar e sentar. Até hoje, ninguém me ligou. Era para fazer no Hospital Evangélico, aqui em Belo Horizonte. Tem a falta de alguma coisa para o procedimento, mas não falam diretamente.”
Em nota, o hospital confirmou a situação. “Praticamente, toda a linha de materiais da cirurgia cardíaca não está sendo atendida pelos fornecedores. Desde janeiro de 2021, os fornecedores informaram sobre a dificuldade de atender os hospitais com os valores da tabela do SUS, sendo necessário uma complementação de valores, que hoje é inviável para os hospitais filantrópicos custearem.”
A fila tem, atualmente, 34 pessoas. Para resolver a situação, o hospital relatou o quadro para a Secretaria Municipal da Saúde e para o Ministério Público, solicitando “até mesmo encaminhamento desses pacientes para outros hospitais que tenham materiais disponíveis”.
A espera do aposentado Victor Camilo de Souza, de 72 anos, por três pontes de safena começou no mês passado. “O coração dele está fraco. O cardiologista recomendou ficar em repouso, não pode ter nenhum estresse nem estado nervoso. Só que causa uma ansiedade no paciente e na família. Não tem previsão da data e ele fica nervoso com a espera”, conta a filha do paciente, a autônoma Rosimeire Camilo de Sousa, de 43 anos.
A reportagem tentou contato por e-mail e telefone com o Hospital Evangélico Goiano, em Anápolis (GO), mas não conseguiu retorno.
Presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Celso Amodeo explica que a fila já era um desafio antes da pandemia, mas que a Covid-19 piorou a situação. “A pandemia veio mostrar uma série de deficiências do sistema público de saúde.”
Com o represamento de cirurgias, o quadro de saúde pode se agravar, demandando tratamentos mais complexos e, em casos extremos, levando o paciente à morte. “Pode ter situações em que o momento cirúrgico é bom e se perde isso.”
Crise
A queda de procedimentos somada à questão dos reajustes da Tabela SUS impactou o setor que atua com esses materiais, segundo Fernando Silveira Filho, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed).
“No que diz respeito aos impactos da pandemia da Covid e da redução de cirurgias eletivas, 89,66% das associadas reportaram queda na receita, 10,34% aumento do endividamento, 13,79% viram reduzir o número de clientes e 79,31% observaram aumento no valor da aquisição de produtos e insumos.”
Superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (Abimo), Paulo Henrique Fraccaro diz que o principal componente para esses procedimentos é o oxigenador, que está, desde 2002 sem reajuste. “A inflação neste período, pelo IPCA, foi de 181%. Pedimos para o governo federal que, pelo menos, tenha um reajuste de 107,8%.”
O Ministério da Saúde informou, em nota, que tanto a compra de insumos quanto a realização de procedimentos cardiovasculares são responsabilidades dos gestores locais e que faz os repasses que “correspondem aos procedimentos realizados e informados pelas Secretarias de Saúde, de acordo com a Tabela SUS.”
A Natura&Co, por meio de sua subsidiária Fable Investments, realizou investimento inaugural na empresa Perfumer H, da perfumista britânica Lyn Harris, segundo comunicado ao mercado da fabricante de cosméticos nesta sexta-feira.
No documento, que não traz detalhes sobre os valores envolvidos na operação, a empresa diz que a Perfumer H foi fundada em 2015 e é uma casa de fragrâncias de produção artesanal a partir de materiais reutilizáveis.
A Fable, segundo a Natura&Co, é um veículo corporativo de investimento criado para apoiar empresas de alto crescimento, diferenciadas e inovadoras nos setores de beleza e bem-estar durante os estágios iniciais de seu desenvolvimento.