Analgésicos como o paracetamol e ibuprofeno não devem ser receitados para as dores crónicas, recomendam as autoridades de saúde britânicas, sublinhando que este tipo de fármacos podem ser mais nocivos do que benéficos para os doentes que delas sofram.
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De acordo com uma versão ainda preliminar de uma orientação a divulgar pelo Instituto Nacional para Saúde e Cuidados de Excelência (NICE, na sigla original), citada pelo “The Guardian”, os especialistas consideram existir ‘pouca ou nenhuma evidência’ de que estes medicamentos sejam eficazes, aliás, tal como a aspirina e os opióides, pode ler-se.
Para o Instituto, existem analgésicos que podem causar danos, ou mesmo dependência, sendo mais apropriado recomendar às pessoas com dor crónica que pratiquem determinados exercícios, terapia, acupuntura ou até antidepressivos.
O documento, que está aberto a consulta pública até 14 de agosto, não esclarece porque pode o paracetamol ser prejudicial, orientação que contraria as indicações do própria serviço de saúde nacional. A NHS considera segura a toma de analgésicos sem receita pelas pessoas com dor crónica. “É seguro tomar paracetamol regularmente durante muitos anos, desde que não se exceda a dose recomendada”, lê-se no site do organismo.
Sublinhando que a dor crónica é uma condição – não deve ser considerada sintoma de um problema problema médico ou atribuída a nenhum outro diagnóstico – Paul Chrisp, diretor do NICE, fez uma chamada de atenção: “Quando muitos tratamentos são ineficazes ou mal tolerados, é importante entender como a dor está a afetar a vida de uma pessoa e dos que a rodeiam, porque ela sabe o que é importante. Ouvir a própria pessoa deve o primeiro passo para o desenvolvimento de um plano de cuidados eficaz”.
Na versão do documento em consulta, é também reconhecida a necessidade de serem feitas mais pesquisas sobre toda a gama e opções de tratamento disponíveis.
Entre eles, os especialistas do NICE reconhecem que são várias as evidências de que a acupuntura é clinicamente eficaz a curto prazo (por até três meses), embora sejam menos claros os seus benefícios a longo prazo. Alguns antidepressivos podem também ser considerados para pessoas com dor primária crónica, afirmam.
Fonte: Expresso
