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Pesquisadores identificam novo subtipo do vírus HIV

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Pela primeira vez em 19 anos, pesquisadores descobriram um novo subtipo do vírus da aids. A cepa inédita pertence ao grupo que gera mais de 90% dos casos da pandemia. Cientistas do Laboratório Abbott e da Universidade do Missouri (EUA) assinam a pesquisa, publicada na Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes.

Como qualquer outro vírus, o HIV sofre mutações que, eventualmente, podem dar origem a um novo subtipo. Esta é a primeira vez que um novo subtipo foi identificado desde o estabelecimento, em 2000, das diretrizes de classificação dos diversos subtipos ou cepas do vírus.

É importante saber quais subtipos do vírus estão circulando para garantir que os medicamentos usados sejam os mais adequados, e os testes de diagnóstico, eficazes na detecção de todas as cepas. “Isso pode ser um desafio para os testes de diagnóstico”, afirmou Mary Rodgers, pesquisadora da Abbott e co-autora do estudo.

“Essa descoberta nos lembra que, para dar fim à pandemia do HIV, temos de acompanhar de forma contínua esse vírus em constante mutação e usar os últimos avanços da tecnologia para monitorar sua evolução”, disse a coautora do estudo Carole McArthur, da Universidade do Missouri.

A descoberta não é motivo para pânico.O novo subtipo é raro e, provavelmente, restrito à República Democrática do Congo, onde a epidemia surgiu. Além disso, testes de diagnóstico são programados para reconhecer as partes mais estáveis do vírus, que geralmente não sofrem mutações.

A identificação de um novo subtipo também é importante porque oferece um mapa mais completo da evolução do vírus. A constante mutação do vírus HIV e o fato de se apresentar em subtipos diversos também é um dos principais obstáculos para a descoberta de uma cura para a doença.

Para que os cientistas possam declarar oficialmente que um novo subtipo foi descoberto, é preciso que três casos tenham sido detectados de forma independente. Os dois primeiros foram encontrados na República Democrática do Congo em 1983 e 1990.

“As duas amostras eram muito incomuns e não batiam com os outros subtipos conhecidos”, contou Rodgers. A Abbott criou o programa de monitoramento há 25 anos para mapear mudanças nas cepas do HIV e também nos vírus da Hepatite.

Ainda não está claro que o novo subtipo poderia provocar algum impacto diferente no organismo. Os atuais tratamentos contra o HIV disponíveis abarcam uma grande variedade de cepas. Os cientistas acreditam que seriam eficazes também contra o novo subtipo.

“Em relação à epidemia global, é mais um subtipo para ficarmos alertas”, disse o coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Amílcar Tanuri.

Para descrever o novo subtipo, os cientistas tiveram de mapear o genoma de uma amostra de 2001. Eles conseguiram fazer o sequenciamento genético completo e determinar que o vírus era idêntico ao de outras duas amostras coletadas anteriormente, em 1983 e 1990.

“Precisamos monitorá-lo para estar sempre um passo à frente do vírus”, disse Mary Rodgers, pesquisadora da Abbott e coautora do estudo. Cerca de 36,7 milhões de pessoas vivem com HIV em todo o mundo.

Fonte: Terra

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2019/11/14/virus-sao-muito-mais-variaveis-do-que-cientistas-pensavam/

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