Entre a preguiça e a justificativa, há uma linha muito tênue. Para manter as atividades físicas em dia, mesmo em meio aos horários sufocantes, é preciso, antes de tudo, travar uma luta diária com a motivação.
Para alguns, é muito fácil: despertador programado, um bom café da manhã e, antes mesmo do sol raiar, já é hora de suar a camisa e deixar pago o exercício do dia.
Por outro lado, há quem quase chore só de pensar em passar alguns minutos na esteira ou em movimentos repetitivos na academia.
Mesmo sem agradar gregos e troianos, uma rotina de práticas – esportivas ou não – é essencial para uma vida saudável. E a saúde não espera.
Se trocar o descanso por intensas e ofegantes horas de movimento já é um duro trabalho, imaginem quando o corpo abaixa a guarda e a doenças começam a aparecer. De fato, não há overdose de energia e bom humor que dê conta.
Como os inertes desistem logo de cara, o “problema” de se brigar com a indisposição, para não ficar sem a corrida ou o futebol da semana, acaba sendo, ironicamente, dos motivados.
A decepção dos corajosos acontece porque, segundo um estudo da Ball State University, nos Estados Unidos, aventurar-se em longas e exaustivas sessões de malhação durante uma gripe pode ser bem pior do que o imaginado.
A pesquisa revelou dois fatos. Ainda que cargas pequenas de exercício não interfiram na intensidade e na duração de doenças mais fracas, como um resfriado moderado, o mesmo não vale para vírus mais agressivos.
O que separa uma doença leve de uma que, no outro extremo, não nos permite seguir com uma vida de atleta, é um pouco subjetivo.
Para tanto, a recomendação de médicos envolvidos no caso é simples: ao menor sinal dos sintomas do vírus Influenza (a popular gripe), é hora de colocar os tênis e as camisetas de Dry-Fit no armário.
O ideal é esperar pelo menos duas semanas e voltar aos poucos. Caso os sinais de mal-estar retornem, não seja cabeça dura e pare na hora.
Segundo dados do Ministério da Saúde, febre alta e dor muscular compõem dois dos seis principais sintomas da gripe. E são os sinais de alerta suficientes para a professora Mariane Fahlman, da Wayne State University, também no norte da América.
De acordo com Fahlman, que é responsável pela disciplina de educação da saúde, em épocas como essa o sistema imunológico trabalha dobrado.
Além de ralar para eliminar o intruso, o estresse físico pode levar a sérias complicações.
Em um artigo publicado pela docente, foi constado que exagerar na vida fitness em tempos de enfermidade pode causas danos severos à nossa estrutura de defesa.
Dar de ombros ao repouso pode levar a um tempo maior de recuperação, fortes fadigas e até a problemas respiratórios crônicos.
Os preguiçosos, agora com um motivo razoável, ficam em vantagem – ao menos até o nariz parar de escorrer.
Mas o assunto é sério. E não tem desculpinha.
Fonte: VIP CEO