Uma cultura profissional que não incentiva conversas honestas e não tem feedbacks construtivos pode levar a uma positividade tóxica, ou forçada, no ambiente de trabalho.
Mas o que significa, na prática, esse conceito? Quem explica é a psicóloga Tassa West, professora da Universidade de Nova York, em entrevista à revista PEGN.
Com medo de perder os funcionários, empresas passaram a atuar de forma completamente oposta, instituindo uma “cultura de bondade” que pode ser negativa. “Há um clamor por atitudes que promovam bem-estar no trabalho a partir de um comportamento gentil e empático. Mas esse comportamento não permite uma comunicação clara e impede confrontos, mesmo quando eles são necessários”, explica a profissional.
De acordo com ela, ironicamente, a cultura de bondade oculta o que gestores e colaboradores realmente pensam. “Se alimenta uma visão de que é preciso manter sempre uma postura otimista, mesmo quando ocorrem situações desagradáveis”, acrescenta.
Como acabar com a positividade tóxica?
“Nenhum de nós consegue melhorar sem ter feedbacks construtivos. Ninguém fará o trabalho melhor ou aprenderá a gerenciar melhor”, declara a especialista. Como exemplo, ela cita que uma avaliação não precisa ser do tipo “não gosto do que você fez, isso está ruim”. A opinião pode ir pelo caminho de “você fez assim, vamos conversar sobre como poderia ter sido melhor”.
Para mudar essa cultura da positividade a qualquer custo e começar a incentivar conversas honestas e críticas construtivas, a psicóloga sugere iniciar aos poucos, pedindo feedbacks inicialmente para temas mais neutros, como as cores utilizadas em uma apresentação. Dessa forma, os colegas não se sentirão em uma situação delicada. “Comece com tarefas pequenas e vá evoluindo até chegar em tópicos que demandem mais críticas”, finaliza.
