A decisão de abrir um centro de distribuição pode ser um diferencial competitivo diante da elevada concorrência no varejo farmacêutico. Para as farmácias de pequeno e médio porte, o investimento assegura diversos benefícios relacionados à gestão, seja de compras, de estoque ou de logística.
No entanto, a decisão de apostar em um CD está diretamente atrelada ao momento atual da empresa. “Trata-se de uma escolha que deve ser personalizada, uma vez que a cada estágio do negócio há uma necessidade diferente para se priorizar”, reforça Mauricio Rodrigues, especialista de supply chain e canais digitais da Procfit, que enumerou quatro vantagens de contar com essa operação.
Quatro vantagens de possuir um centro de distribuição
1 – Melhoria na gestão de compras e fornecedores
- O estoque centralizado apresenta mais assertividade e evita compras em excesso, com direito a redução de custos com frete, impostos e/ou incentivos fiscais
- O CD amplia o poder nas negociações com os fornecedores em volume, prazo de pagamento e entrega
- O resultado é uma farmácia com melhores margens e preços mais acessíveis ao cliente
2 – Gestão de estoque
- Aumenta a eficiência do giro de estoque
- A farmácia reduz a perda e a ruptura. E o custo de espaço físico dos PDVs também cai, já que a loja deixa de armazenar muitos dias de estoque
- O CD previne oscilações de demanda
- Facilita a tomada de decisão sobre a distribuição dos produtos conforme demanda
- Pode-se ainda centralizar o recebimento de produtos PBM
3 – Gestão logística
- Aumenta a agilidade na reposição dos itens nos PDVs
- Ajuda a diminuir despesas ao longo de todas as etapas do processo
- Facilita a entrega com mais qualidade e previsibilidade
4 – Benefícios ao cliente e ao negócio
- Uma operação de CD bem administrada garante disponibilidade de produtos e um atendimento mais rápido, o que gera maior satisfação do cliente e fidelização
- Nas operações de multicanalidade, o CD tem papel fundamental na compra online, seja pela retirada na loja ou entrega na casa do cliente
- Expansão para novos mercados e canais de venda
Rodrigues elenca também alguns pontos de atenção antes de colocar o investimento em prática.
Investimento inicial – Avaliar custos de instalação, operação e manutenção. “Dependendo da estratégia definida, existem opções que podem se acomodar melhor à realidade de cada varejista, como uma estrutura criada em espaço próprio, locação de galpão, condomínios logísticos ou contratação de serviços terceirizados”, comenta.
Gestão profissional – Independentemente de contratar equipe qualificada ou terceirizar a gestão, deve-se considerar o sistema e a tecnologia a serem adotados, para garantir melhoria na performance da farmácia e nos controles internos.
Planejamento estratégico – Dimensionar o CD de acordo com as necessidades do negócio, prevendo um percentual para expansão ao longo do tempo. É essencial ainda definir a localização ideal para maior agilidade nas entregas e integrar o complexo à cadeia de suprimentos.
Em que momento ter um centro de distribuição se faz necessário?
A Procfit elenca mais sinais de alerta para o gestor. “Há uma série de situações que acedem a “luz vermelha”, indicando a necessidade de centralizar as operações a fim de otimizar a performance dos negócios e que justificam a opção por seguir esse caminho”, ressalta.
- Volume de perda alto
- Custos adicionais altos, exemplo frete
- Baixa margem ou prazos de pagamentos sendo afetado pela pulverização dos pedidos
- Ruptura em algumas lojas e excesso em outras
- Necessidade de remanejamento entre as unidades
- Pretende expandir as operações
Exemplo de sucesso
Rede com 75 lojas na Região Metropolitana de São Paulo, a Promofarma inaugurou um CD próprio em 2020. A implementação ocorreu em tempo recorde. Somente quatro meses foram necessários para adequação de infraestrutura e sistemas.
A estratégia revelou-se acertada, ao permitir que a empresa aprimorasse sua capacidade para absorver o rápido aumento da demanda no período da pandemia.
Totalmente automatizada e baseada em dados, a operação dobra de tamanho em 2024, passando de 3,3 mil m² para 6,6 mil m². A instalação está sendo projetada para sustentar a meta de atingir R$ 1 bilhão de faturamento em 2027 e dar suporte aos canais digitais, que serão o foco da companhia daqui em diante.
“Conseguimos reduzir em 2,12% os nossos índices de ruptura operacional e comercial, que caiu de 7% para 4,88%. Além disso, quando se atinge um certo número de lojas, a qualidade e todo o processo operacional e sistêmico são impactados positivamente. Até mesmo a diminuição do custo de pagamento de boletos é significativa”, pontua Thiago Santos, Head de Tecnologia da Promofarma.