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Recuperação judicial e as rotas para sair do vermelho

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RECUPERAÇÃO JUDICIAL NAS FARMÁCIASVarejo farmacêutico, farmácia
Foto: Freepik

Entre janeiro e junho de 2024, o Brasil registrou 1.014 pedidos de recuperação judicial, um crescimento de 71% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Indicador de Falência e Recuperação Judicial da Serasa Experian e apontam, ainda, que este é o número mais elevado para o período desde o início da série histórica, em 2005.

Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a expansão desse quadro já era esperada. “E com 6,9 milhões de CNPJs registrando débitos em maio, as solicitações do gênero devem manter o viés de alta”, admite. Esse contexto também reflete uma série de dificuldades enfrentadas pelas organizações devido à alta da taxa de juros, que se intensificou em 2023, pressionando ainda mais as finanças das empresas, segundo Mara Denise Poffo Wilhelm, advogada, especialista em recuperação judicial.

 

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“Durante o período de isolamento social e outras restrições na pandemia, muitos varejistas conviveram com quedas significativas nas receitas e aumento de custos operacionais. Além disso, medidas emergenciais adotadas para mitigar os impactos imediatos da crise sanitária resultaram em um aumento substancial do endividamento corporativo”, acredita.

Desmistificando a recuperação judicial

Mara explica que a recuperação judicial e extrajudicial são ferramentas valiosas para empresas em turbulências financeiras, uma vez que oferecem a chance de reorganizar dívidas e evitar a falência. Ela observa que organizações de menor porte, quando veem as gigantes buscando esse recurso, também se motivam a seguir essa estratégia de reestruturação.

Entre os benefícios, ela cita a suspensão das ações executivas em andamento, o que fornece mais fôlego para a companhia preparar um assertivo plano de recuperação judicial, o alongamento e parcelamento das dívidas, além do deságio das obrigações (desconto da dívida).

A escolha entre os dois tipos de recuperação depende das especificidades das dívidas e das necessidades da empresa. “Enquanto a recuperação judicial garante uma proteção mais robusta e a possibilidade de incluir dívidas trabalhistas, a extrajudicial é mais rápida e menos custosa”, observa.

“Independentemente do caminho escolhido, é essencial que as empresas adotem uma abordagem estratégica e transparente, buscando sempre o equilíbrio entre seus interesses e os dos credores e empregados”, ressalta a especialista.

Dicas para tirar uma empresa do vermelho

Especialista em gestão empresarial, Marcus Marques identifica cinco estratégias primordiais para conseguir deixar as dívidas no passado.

1. Análise de custos 

Essa etapa possibilita identificar onde o dinheiro está sendo efetivamente gasto. “Alinhar a análise com a estratégia do negócio é essencial, mapeando tanto os custos diretos como mão de obra e matéria-prima, além dos indiretos – serviços de terceiros e energia elétrica, categorizando-os entre fixos e variáveis.

A coleta de dados de fontes diversas, incluindo notas fiscais e folhas de pagamento, é a base para uma mensuração confiável. Essas informações devem ser interpretadas em busca de padrões e indicadores, como a margem de lucro. Para facilitar a visualização e a tomada de decisões, recomenda-se a criação de planilhas, gráficos, tabelas e dashboards.

2. Gestão de processos

A gestão de processos é mais um passo na direção de otimizar operações, aumentar a produtividade, reduzir custos, evitar desperdícios e melhorar a qualidade dos produtos e serviços. Para isso, é necessário ter uma visão completa de todos os procedimentos da empresa, desde os primordiais (produção, vendas e marketing) até os de apoio (administração).

É importante documentar cada processo detalhadamente, incluindo etapas, responsáveis, recursos, indicadores de desempenho e pontos de controle.

3. Monitoramento

É preponderante lançar mão de ferramentas para coleta e análise de dados. Definir KPIs relevantes, como prazo médio de recebimento (PMR), prazo médio de pagamento (PMP), giro do capital e lucratividade por produto ou serviço é indispensável. “Isso ajuda a identificar causas de desequilíbrios no fluxo de caixa e a corrigir o percurso”, conclui o consultor.

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