O banco Santander optou por cortar o preço-alvo das ações da Hypera Pharma de R$ 41,50 para R$ 33,50. Quanto à recomendação de investimento, a instituição financeira manteve o status neutro. As informações são do Investing.com.
A decisão revela uma preocupação com os rumos da indústria farmacêutica brasileira e vai na contramão do crescimento geral do setor – 19% na base anual em abril. Apesar disso, o banco reforça que esse movimento “não é uma bala de prata” para a indústria.
Um dos motivos para a redução do preço-alvo é a forte atuação do laboratório em medicamentos antigripais, que representam 30% de seu portfólio. Para economistas questionados pela reportagem, esses itens tendem a sofrer com baixa demanda na temporada de inverno.
Os analistas também questionam a pouca atenção que a farmacêutica vem dispensando para moléculas de medicamentos genéricos. Com isso, a companhia não estaria surfando na onda dessa categoria, a que mais vem crescendo nas farmácias brasileiras.
Além de reduzir o preço-alvo, o Santander também diminuiu as projeções de receitas, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e lucro líquido para até 2027.
Ações da Hypera caem, mas balanço foi positivo
A diminuição do preço-alvo das ações da Hypera também respingou nos resultados na B3. A queda acumulada nas ações, vendidas a R$ 30,15, foi de 1,34% nos últimos cinco dias. Mas em contrapartida, a companhia apresentou bons resultados em seu mais recente balanço.
Apresentados há pouco menos de um mês, os resultados referentes ao primeiro trimestre de 2024 revelaram um lucro-líquido de R$ 391,5 milhões. O montante foi 15,4% maior do que o registrado no mesmo período de 2023.
Outro avanço na casa dos dois dígitos foi o Ebitda, que cresceu 10,2%, chegando aos R$ 647,8 milhões.