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Selic no nível mais baixo da história tem pouco efeito no crédito pessoal

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Com a Selic a 2%, o Brasil consolida cenário de juros inimagináveis antes da pandemia. E grande parte do mercado financeiro acredita que a sequência de cortes na taxa básica (o que foi feito anteontem é o novo seguido) ainda não parou. O Banco Central admite que há espaço (condições de política monetária) para isso.

Analistas financeiros dão como provável outra redução de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Copom (15 e 16 de setembro). Essa perspectiva significa que é duvidosa a capacidade de reação da economia em 2020. A necessidade de juros menos inacessíveis se prolongará em 2021.

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O impacto da Selic no bolso do brasileiro é irrisório. As reduções de taxas têm beneficiado empresas. Estão caindo há vários meses, em muitos bancos. Mas no crédito pessoal permanecem elevadíssimos. Estratosféricos. Agora devem recuar de 93,35% ao ano para 92,91% ao ano, em média. Que país é esse? Esta é a projeção da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac).

Nunca foi fácil sair de forte recessão. Agora, por mais razões. São muitas as dúvidas. Que reformas sairão do papel nos próximos meses, capazes de incentivar investimentos? A quanto a reforma tributária não se sabe sequer quais serão as próximas etapas a serem propostas pelo governo. Muito menos, o que irá sair do Congresso. A questão fiscal também é altamente preocupante. As contas públicas estão desorganizadas, e o governo não convence de como vai arranjar dinheiro para reorganiza-las. Todas essas circunstâncias têm repercussão na tomada de crédito e nas condições de empréstimos.

A menção a reformas é cobrança de mudanças estruturais para amenizar empecilhos que desde muito antes da pandemia tolhem o crescimento. Também decorre da percepção de que a Selic mais baixa da história (desde 1999 quando entrou em vigor o regime de metas para a inflação) evita um cenário econômico pior, mas sozinha não ter força para dar bom impulso na economia.

Economistas projetam um tombo de cerca de 5,6% no Produto Interno Bruto deste ano, apesar dos diversos programas de recomposição de renda (auxílios emergenciais) que deve ser extintos em poucos meses. E a inflação segue rasteira refletindo a retração da demanda. Atividades mais afetadas pelo isolamento social estão prostradas. A expectativa do IPCA para este ano é de apenas 1,6% (quase a metade do piso de 2,5% previsto pelo sistema de metas). Em abril e maio, o consumo estava praticamente parado. Agora, evoluiu para fraquíssimo.

Como ficam as aplicações financeiras com a taxa básica no mínimo histórico de 2% ao ano? Vamos nos ater à poupança, o ativo mais popular do mercado. Como renderão R$ 10 mil aplicados na caderneta de poupança durante um ano? Analistas apontam as seguintes respostas: 1) se a Selic não sofrer novos cortes, permanecendo em 2%, a caderneta receberá juros de 1,4% ao ano, portanto, o rendimento anual será de R$ 140. Assim, o depósito de R$ 10 mil evoluirá para R$ 10.140 após um ano; 2) se a Selic recuar para 1,75% ao ano, os juros pagos à poupança serão de 1,23% e os R$ 10 mil avançarão para R$ 10. 123; 3) se a Selic cair para 1,5% ano, os juros ao poupador serão de 1,05% e os R$ 10 mil ficarão em R$ 10.105.

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/08/07/depositos-em-poupanca-superam-saques-em-r-27-bi/

Tudo isso significa um grande desestímulo ao poupador. Onde o cidadão comum vai comprar algum bem financiado pagando 1,4% (ou menos) de juros ao ano, conforme está pagando a caderneta de poupança? É um raciocínio muito simples, mas real. Faz parte do dia a dia das pessoas.

Fonte: Gazeta Online ES

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