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Setor farmacêutico quer autorização para realizar 40 tipos de exames laboratoriais

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Em meio a uma polêmica com os supermercados sobre a venda de remédios sem prescrição médica naqueles estabelecimentos, o setor farmacêutico se mobiliza para destravar outra discussão controversa: a da realização de quase 40 tipos de exames laboratoriais em farmácias e drogarias.

A ideia sofre forte oposição dos laboratórios de análises clínicas e foi levantada em consulta pública lançada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2020.

O maior trunfo do segmento foi a realização de 19,2 milhões de testes-rápidos para o diagnóstico de Covid-19, autorizados em caráter excepcional pelo Ministério da Saúde, dos quais 4,5 milhões foram confirmados como positivos.

Os números foram apresentados pelo presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, em encontro do setor realizado em Fortaleza.

‘Cerca de 2 milhões de pessoas que fizeram exames em nossas farmácias foram encaminhadas para tratamento médico. Então, nós acreditamos que o acesso a esse diagnóstico pode ter salvado essas vidas’, defendeu.

Preços podem cair, segundo Abrafarma

Outra linha de argumentação para defender a proposta é a redução de custos para o consumidor, baseado no que ocorreu após a liberação da aplicação de vacinas em farmácias no ano de 2017, desde quando o preço médio desse tipo de atendimento caiu em torno de 50%.

O coordenador de assistência farmacêutica da Abrafarma, Cassyano Correr, critica o fato de não haver uma legislação clara sobre o tema no País.

‘Mesmo assim, nós temos muitas farmácias que já fazem uma série de exames. Chegam perto de 40 e quando você pega a quantidade de parâmetros que podem ser medidos em uma farmácia esse número pode se expandir para muito mais, porque isso é uma questão de tecnologia. RT-PCR (exame rápido para detecção de Covid-19) durante muito tempo ficou restrito aos laboratórios e hoje é feito nas principais redes do País’, disse Correr.

Outro tipo de serviço na mira do setor farmacêutico é o da teleconsulta. Para o presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, ‘a teleconsulta é um caminho sem volta muito importante. Nós temos um setor de saúde nitidamente atrasado no Brasil porque os sistemas não conversam entre si. Mesmo em um sistema que seja verticalizado, de uma grande operadora, se o paciente vai ao hospital que está fora do sistema, você tem que esperar muito tempo para fazer uma consulta ou um exame simples. A teleconsulta acelera essa jornada do paciente’.

Por outro lado, a entidade se opõe com veemência à venda de remédios sem prescrição médica em supermercados. Na última quarta-feira, 3, o setor farmacêutico comemorou a rejeição do pedido de urgência de um projeto de lei (PL) que tramita há dez anos na Câmara dos Deputados prevendo a permissão desse tipo de comércio.

A aprovação do requerimento precisava de 257 votos para avançar, mas alcançou apenas 225, ante 221 deputados federais que se manifestaram contra o pedido.

‘A gente ganhou uma batalha importante. O que acontece é que esse PL em todos esses anos nunca passou em uma comissão porque sempre que vai se discutir e debater com o Ministério da Saúde, a Anvisa, os conselhos federais de Farmácia e de Medicina, os parlamentares médicos, todos já sabem que essa não é uma discussão econômica e, sim, sanitária’, pontua.

O presidente da Abrafarma considera que, caso seja aprovado esse projeto, haverá uma tendência maior de abandono de tratamento pela população, que passará a recorrer em maior volume a medicamentos que combatem apenas sintomas.

Ele lembra, ainda que o País já tem uma das maiores taxas de abandono de tratamento do mundo, em torno de 54% após o sexto mês.

Fonte: O Povo

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