Uma divergência entre leis estaduais e federais gerou uma grande oportunidade de negócio na indústria de cannabis dos EUA. Como a venda desse gênero de produtos é deliberada individualmente por cada unidade federativa e considerada ilegal em âmbito federal, grandes redes bancárias vetavam qualquer transação do gênero, até um executivo decidir investir em uma solução. As informações são da Forbes.
Kevin Hart, ex-CEO de uma empresa de reparo de computadores, fundou a Green Check Verified após uma conversa com Dress Wedding, cofundador da Harborside, uma das primeiras varejistas de maconha medicinal no país. Na oportunidade Wedding revelou que empresas do ramo não podiam depositar seu faturamento no sistema financeiro tradicional dos Estados Unidos, e precisavam mantê-lo em espécie em um cofre.
O executivo ainda revelou que grandes processadoras como Visa e Mastercard também não permitem nenhum tipo de interação relacionada à cannabis, fator que obriga as companhias do segmento a realizar transações apenas em dinheiro.
“Foi um momento de revelação para mim”, diz Hart. “Eu estava em uma missão para resolver esse problema. Percebi que era um problema de dados, não de dinheiro”, complementa.
A partir desse momento, Hart reuniu-se com Paul Dunford, John Gadea e Michael Kennedy, seus cofundadores, para mapear como empresas licenciadas de cannabis e bancos poderiam trabalhar em conjunto. O resultado desse processo foi o software comercializado pela Green Check, que se une ao sistema operacional de pagamento das varejistas e registra informações de inventário e venda após todas as transações.
Com esses dados, as companhias podem provar para as instituições financeiras que seguiram todas as leis estaduais, de combate à lavagem de dinheiro e a Lei de Sigilo Bancário, protegendo ambas as partes de quaisquer tipos de problemas judiciais em decorrência da parceria.
Software para a indústria de cannabis dos EUA movimenta US$ 1 bi por mês
Atualmente o software da Green Check já atesta mensalmente a legalidade de aproximadamente US$ 1 bilhão (R$5,6 bilhões) em vendas de cannabis em todo o país. A cifra é equivalente a 40% do mercado legal do produto nos Estados Unidos, que totalizou US$ 30 bilhões (R$ 170 bilhões) em vendas em 2023.
“Nosso objetivo é garantir que os bancos aceitem dinheiro bom e mantenham o dinheiro ruim fora. Estamos permitindo que serviços financeiros trabalhem com a indústria de cannabis”, afirma o fundador.
