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Superbactérias no foco de laboratório brasileiro

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Superbactérias

Uma nova molécula com potencial para combater superbactérias e fungos, chamada de doderlina, foi identificada e sintetizada por pesquisadores do Instituto Butantan, conforme estudo publicado na revista Research in Microbiology. As informações são do UOL.

Ela é extraída da Lactobacillus acidophilus, bactéria da microbiota humana, e não é tóxica, podendo ser, no futuro, um novo antibiótico. Caso bem sucedida, sua função será voltada ao combate de infecções resistentes, especificamente as gastrointestinais e pulmonares.

Aproximadamente 1,2 milhão de mortes são causadas diretamente por bactérias resistentes ao ano, além de quase 5 milhões indiretamente. A OMS considera o problema como uma das 10 maiores ameaças à saúde pública e destaca que é preciso ampliar o desenvolvimento de novos antibióticos.

Possíveis ações do novo antibiótico contra superbactérias

A doderlina está em fase de testes no laboratório do Butantan, e já combateu bactérias amplamente relatadas como microrganismos multirresistentes. A Escherichia coli, associada ao trato gastrointestinal e urinário e à meningite neonatal, e a Pseudomonas aeruginosa, que pode causar infecções pulmonares e gastrointestinais, são exemplos já enfrentados.

Ela também poderá agir contra candidíase e infecções recorrentes, já que se demonstrou eficaz contra o fungo Candida albicans. Essa infecção é comum em pessoas imunossuprimidas, e algumas cepas apresentam resistência contra o antifúngico normal.

A ideia é de que a molécula seja utilizada tanto na indústria farmacêutica, para medicamentos, quanto na indústria de alimentos, para tratar animais infectados e evitar a contaminação.

Pedro Ismael da Silva Junior, pesquisador e coordenador do estudo que é objeto de mestrado em biotecnologia da estudante Bruna Souza de Silva, afirma que “Os peptídeos antimicrobianos são compostos sintetizados por todas as formas de vida, com o objetivo de se proteger de ameaças e aumentar sua competitividade para sobreviver em um ambiente específico.”

Próximos passos da doderlina

A equipe de pesquisadores procura por novas parcerias para realizar testes em animais para alcançar à fase dos testes clínicos. Ainda há um caminho árduo até que um potencial medicamento possa ficar disponível para uso.

Ainda é necessário analisar quais partes da sequência da doderlina são mais necessárias para que o tratamento tenha efeito. Por conta disso, ela vem sendo sintetizada e fragmentada pelo aluno de doutorado Elias Jorge Muniz, orientado por Junior, para identificar a toxicidade e a atividade da molécula.

Quanto mais fragmentada estiver, também estará mais barata, eficaz e segura. Este é o objetivo. “Quanto mais aminoácidos tem a molécula (ou seja, quanto maior ela é), maior o risco de ela provocar uma resposta de anticorpos, uma reação do sistema imune”, finaliza Junior.

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