As grandes redes vêm se preparando para massificar a oferta de telessaúde nas farmácias, enquanto aguardam uma regulamentação específica da Anvisa e de entidades médicas. O setor aposta na capilaridade como trunfo para ampliar o acesso da população a tratamentos clínicos e medicamentosos, por meio de 6,5 mil salas de serviços de saúde e respaldado pela marca de mais de 10 milhões de testes rápidos realizados em 2023.
“A evolução do escopo de serviços prestados pelas farmácias e drogarias, com regulamentações que garantam uma padronização nacional para essa operação e facilitem a implementação de soluções como a telessaúde, é passo importante no movimento de expansão do modelo de assistência farmacêutica avançada no país”, argumenta Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma. Ele menciona também exemplos como a das vacinas, com 229 mil aplicações nas farmácias em um ano; e dos testes de influenza, que somaram 102 mil.
A RD Saúde já adota o modelo de teleinterconsulta em pelo menos 11 farmácias, segundo o CEO Marcílio Pousada. “A ideia é que um eventual paciente, que tenha algum sintoma, vá a uma farmácia, onde faça alguns exames clínicos rápidos, como pressão arterial, glicemia, por exemplo. Lá mesmo, pela internet, consulta seu médico ou um médico credenciado do consultório farmacêutico, recebe seu diagnóstico e toma sua medicação”, destacou o executivo, em entrevista ao Valor Econômico.
Pousada acredita que o varejo farmacêutico tem potencial para absorver pelo menos 85% do atendimento dos prontos-socorros e postos de emergência no Brasil. A RD já tem serviços clínicos em 2.142 das suas 3,7 mil lojas, com investimentos médios de R$ 15 mil por consultório. “Criamos espaços, treinamos o time, nos dedicamos ao cuidado da atenção primária de saúde, de pouca complexidade”, relata.
Telessaúde nas farmácias avança também na Pague Menos
A telessaúde nas farmácias também avança nas lojas da Pague Menos/Extrafarma e integra um rol de 60 serviços realizados nas mais de 1,1 mil unidades que contam com salas do Clinic Farma. Apenas no primeiro trimestre deste ano, a rede computou ao todo 1,3 milhão de atendimentos, sendo 177 mil exames de análises clínicas, 48 mil aplicações de vacinas e 1,1 milhão de outros serviços. “A estratégia é buscar realmente trazer o varejo para uma relação mais direta com o cliente”, ressalta Socorro Simões, diretora do hub de saúde da varejista.
A DPSP também ensaia a ampliação da oferta de serviços já iniciou estudos para adaptar a estrutura de mais lojas, inclusive para exames e vacinação. “Hoje, 100% das lojas inauguradas em 2024 são planejadas com salas de serviço e vacinas, e seguiremos expandindo nosso portfólio de exames e testes oferecidos em nossas unidades”, comenta Jonas Laurindvicius, que concedeu entrevista ao Valor ainda na condição de CEO, cargo que agora passou a ser ocupado por Marcos Colares. A rede dispõe de mais de 270 salas de vacinação e 1,1 mil salas com atendimento farmacêutico.