Como sua farmácia pode estruturar um e-commerce próprio

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Foto: Canva

A pandemia da Covid-19 acelerou o processo de transformação digital das farmácias, com a criação de e-commerce próprio ou a venda online por meio de markeplaces de terceiros. E para especialistas, esse primeiro caminho pode ser o mais promissor e rentável.

“Os obstáculos são variados, como a escolha da tecnologia, os benefícios fiscais, as legislações interestaduais, bem como o próprio controle de medicamentos de prescrição, como os regulados pela Portaria 344/98”, ressalta Marcus Cordeiro, CEO da Farmacon.

Segundo o executivo, a primeira opção de muitos varejistas já estabelecidos no mercado é a disponibilização de seu estoque para comercialização em ferramentas de marketplace, o que parece sempre ser uma alternativa efetiva, mas pode se tornar um verdadeiro pesadelo. “Muitas dessas transações acabam sendo alvo de contestações e o prejuízo recai sobre o lado mais fraco, que, no caso, é o lojista”, alerta.

A solução mais efetiva é sempre uma plataforma própria de e-commerce. No entanto, surgem novos desafios que envolvem a escolha do sistema, a integração com o software de gestão, a logística, o marketing e até a regulação da própria Anvisa.

Etapas necessárias para um e-commerce próprio

Cordeiro elenca cinco pontos para os quais o gestor deve atentar antes de investir em um e-commerce próprio.

  • Escolha da plataforma: Existem diversas plataformas especializadas para farmácias, que oferecem soluções completas, desde a gestão de estoque até o pagamento online. Pesquisar as opções que melhor atendam às necessidades do seu negócio é essencial. “Foque em usabilidade, suporte e cases de sucesso”, reitera
  • Integração de sistemas: Conectar o sistema de gestão da sua farmácia ao e-commerce é fundamental para otimizar o controle de estoque, vendas e faturamento, garantindo que não haja problemas com a indisponibilidade de produtos. Certifique-se de que seus fornecedores estão comprometidos com o sucesso do projeto
  • Registro na Anvisa: A farmácia precisa ter registro e licença específicos para a comercialização de medicamentos online. A venda de produtos controlados requer ainda mais acompanhamento
  • Logística e entrega: Considere parceiros logísticos que ofereçam soluções flexíveis e ajudem a reduzir os custos de envio
  • Marketing digital: Para atrair consumidores, invista em estratégias de marketing digital, como anúncios nas redes sociais, Google Ads e e-mail marketing. “Utilize também técnicas de SEO para garantir que sua loja apareça nas pesquisas feitas no Google quando clientes buscarem por produtos farmacêuticos”, comenta

Além desses aspectos, o portal deve informar claramente o farmacêutico responsável e, se possível, oferecer um atendente online para auxiliar na orientação farmacológica, ampliando a experiência do cliente. No campo da segurança, o sistema precisa estar em conformidade com as normas da LGPD.

Contudo, essa operação não é feita apenas de desafios, mas também de oportunidades, como a questão tributária. Existem diversos incentivos que podem tornar sua operação mais competitiva em termos de preço, mas é necessário prestar atenção ao Convênio ICMS 93/2015, que estabelece critérios para o recolhimento de impostos sobre mercadorias. Um exemplo é o DIFAL (Diferença de Alíquotas de ICMS), que pode exigir novos controles e inscrições estaduais.

“Sem dúvida, a maior oportunidade está em quebrar barreiras e conquistar novos mercados. Muitos varejistas estão se especializando em públicos específicos e, com o aumento de volume, conseguem criar grande fidelidade dos consumidores”, exemplifica Cordeiro.

Recentemente, uma empresa do sul do Brasil triplicou as vendas de anticoncepcionais por meio de uma ferramenta de assinatura, que garante a entrega do medicamento cinco dias antes do término da compra anterior. “Iniciativas como essa promovem a fidelização e o engajamento dos consumidores, que não pensarão duas vezes antes de consultar o preço de qualquer medicamento de uso contínuo”, ressalta o executivo.

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