O comércio varejista de Belo Horizonte cresceu 2,6% em maio, na comparação com abril. No ano, a alta ficou em 2,7% até o quinto mês, frente igual intervalo de 2021. O melhor desempenho se deve à maior geração de empregos e aos bons resultados no setor de serviços, que vem sendo o principal gerador de empregos e favorecendo a renda.
Em Belo Horizonte, o resultado positivo do comércio em maio ficou acima das médias nacional e estadual que registraram, respectivamente, alta de 0,1% e 2,1%. Incremento de 1,59% também foi registrado na comparação com maio de 2021.
Os dados são da pesquisa Termômetro de Vendas, elaborada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). Além do aumento dos empregos, o desempenho foi puxado também pelas vendas do Dia das Mães, data comemorativa com forte apelo emocional e que movimenta o comércio.
De acordo com a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, o resultado positivo do comércio nos primeiros cinco meses do ano foi impulsionado por vários fatores.
‘Os primeiros meses do ano foram muito aquecidos, com alta no Produto Interno Bruto (PIB) e na economia como um todo. O setor de serviços foi um dos grandes geradores de empregos e renda. Hoje, como na nossa Capital, a maioria, 72%, do PIB é do setor de serviços, isso ajudou a alavancar e aquecer a atividade econômica. Outro ponto favorável que ajudou no resultado positivo do comércio foi o saque do FGTS em abril. Em maio, também tivemos o Dia das Mães, que tem apelo emocional muito grande e as pessoas presenteiam, mesmo que com valores menores’.
Em maio, a alta de 2,6% frente a abril foi puxada, principalmente, pelas vendas maiores nos Supermercados (6,48%), Papelarias e Livrarias (3,88%), Material Elétrico e de Construção (3,47%), Vestuário e Calçados (2,71%) e Drogarias e Cosméticos (2,19%). O segmento de Informática cresceu 1,86%.
Porém, setores como o de Veículos e Peças, tiveram queda de 1% e Artigos Diversos que incluem brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo, bicicletas e instrumentos musicais, encerram com retração de 0,12%.
Quando analisado o desempenho do varejo no acumulado do ano de janeiro a maio de 2022, frente a igual período de 2021, foi registrado um desempenho positivo de 2,7%. No período, a alta foi puxada pelos segmentos de Drogarias e Cosméticos (5,44%), Supermercados (4,4%), Veículos e Peças (4,23%), Papelarias e Livrarias (4,13%), Vestuário e Calçados (3,73%) e Informática (1,67%). Já os que recuaram foram Eletrodomésticos e Móveis (4,61%) e Artigos Diversos (1,88%).
Na comparação de maio de 2022 com o mesmo período de 2021, o crescimento foi de 1,59%, a menor taxa para o ano, até o momento. Nos últimos doze meses o crescimento foi de 1,36%. A inflação mais alta que no ano passado já impacta nos resultados.
Inflação e juros podem impactar
‘Por todos os fatores já citados, era esperado esse fôlego no comércio até maio. Para os próximos meses, a estimativa é positiva e esperamos encerrar o ano com alta de 1,8% frente a 2021. Mas, alguns fatores, como a inflação alta, juros elevados, endividamento dos consumidores e eleições impactam no consumo e podem continuar interferindo no desempenho nos próximos meses, mas, ainda esperamos crescer’.
Ainda segundo Ana Paula Bastos, alguns fatores irão contribuir de forma positiva para o crescimento do comércio no segundo semestre, como a desaceleração inflacionária, após a redução dos impostos nos combustíveis e energia elétrica. Além disso, a concentração de datas comemorativas, como Dias dos Pais, Crianças, Black Friday e Natal, o 13º salário e a restituição do Imposto de Renda irão favorecer as vendas do setor.
Fonte: Diário do Comércio MG