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Viação no Rio manda que rodoviários tomem ivermectina para evitar a Covid

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Funcionários da Viação Redentor estão sendo orientados pelo médico da empresa a tomar ivermectina para evitar a Covid. Nenhuma agência reguladora de saúde recomenda essa medicação porque não há eficácia comprovada.

Um cartaz no quadro de avisos do posto médico, assinado pelo médico do trabalho Marcelo Oliveira de Souza, diz:

“Vamos evitar Covid na nossa empresa! Usar 3 comprimidos de ivermectina (6 mg) por semana sempre no mesmo dia e tomados fora do horário de trabalho.

O uso da medicação é seguro entretando (sic) ao sinal de sintomas de mal-estar deve-se interromper o uso.

O medicamento pode ser usado sem receita.

Já existe evidência de que a medicação diminui a carga viral e permite que seu sistema imunológico reaja muito melhor à infecção.

Mantenha o distanciamento social e a higiene das mãos com água e sabão ou álcool gel. Mantenha o uso de máscara.”

Nas redes sociais, Marcelo Oliveira de Souza diz que também é chefe do serviço de Cardiologia Clínica do Hospital Central do Exército. Mas o Comando Militar do Leste informou que ele passou para a reserva em 2016.

O que diz a ciência
Especialistas ouvidos pelo RJ1 rebatem as afirmações de Marcelo Souza e alertam para os riscos do uso da substância.

O infectologista Julio Croda, da Fiocruz, reforça que a ivermectina não é uma droga recomendada.

“Não existem estudos com número de participantes suficientes que comprovem que a ivermectina melhora os sintomas do paciente com Covid ou diminui hospitalização e óbito. Não é recomendada pela OMS, não é recomendada pelo CDC e por nenhuma agencia regulatória”, afirmou.

O também infectologista Mário Dal Poz, da Uerj, considera essa prescrição “um absurdo”.

“A ivermectina é usada para parasitoses, mas numa dose bastante menor, em dose única, uma vez a cada seis meses. É o que a bula recomenda. Então doses acima disso são extremamente arriscadas, podem provocar situações de hepatite medicamentosa”, detalhou.

O que dizem os envolvidos
Ao RJ1, o médico negou ter receitado ivermectina aos rodoviários da Redentor e disse que “não tem mais aviso nenhum lá”. “Um equívoco, não tem nada lá”, afirmou.

O Rio Ônibus disse que a companhia autoriza a divulgação, exclusivamente, de métodos indicados pelas autoridades competentes e que está apurando o caso.

O Conselho Regional de Medicina informou que existem sindicâncias em andamento sobre Covid e que não há denúncias a respeito de efeitos adversos ou mortes causadas por uso de medicamentos sem eficácia comprovada.

Fonte: G1

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