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Xampu em barra evolui com novas marcas e expande no mercado

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Os xampus em barra já estão literalmente na cabeça dos brasileiros. Com a proposta de unir estética e sustentabilidade, novas marcas surgem na esteira de movimentos aquecidos na pandemia que prezam pela beleza natural (slow beauty) e por produtos livres de químicos na formulação (clean label), além da maior conscientização em relação à preservação do ambiente e ao fim da crueldade animal (veganos e cruelty free).

Com opções para diferentes tipos de cabelo e de pele, empresas como Sape, UneVie e The Green Concept unem variedade de produtos, incluindo máscara capilar, hidratante e desodorante, à inovação, com novas matérias-primas e processos de fabricação.

A vantagem dos cosméticos sólidos é que, em geral, são feitos de ingredientes naturais, sem conservantes, e são mais concentrados, uma vez que utiliza menos água para a fabricação, por isso duram mais, explica Carolina Mendes, uma das fundadoras da Sape, que estreou no mercado em outubro do ano passado e, em cinco meses, viu seu faturamento crescer 50% a mais do que o projetado inicialmente. A empresa tem alta em torno de 20% a cada mês, diz ela.

“Cosméticos líquidos são mais baratos para produzir. Já a barra, por ser concentrada, leva mais ingredientes, tais como óleos essenciais e agentes conservantes naturais, que têm um preço elevado”, diz Mendes, que investiu cerca de R$ 200 mil para abrir o negócio.

De acordo com o Caderno de Tendências 2019-2020, estudo feito pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) e o Sebrae, a beleza com foco em ingredientes de origem natural cresce entre 8% e 25% ao ano no mundo todo. O relatório ainda mostra que 41% dos brasileiros têm interesse em maior variedade de produtos de beleza e cuidados pessoais com ingredientes de origem natural.

Além disso, assim como outras marcas, as embalagens da Sape não levam plástico. O produto vem embrulhado em uma caixinha de papel, com selo FSC, que pode ser descartada em composteira. Um único kit de xampu e condicionador em barra rende o mesmo número de lavagens que três a quatro garrafas do líquido, diz a marca. “Ou seja, o custo-benefício do cosmético sólido não só é maior como o volume de lixo que gera é drasticamente menor”, diz Tatiana Meirelles, também sócia-fundadora.

Novo patamar de matéria-prima

Um dos desafios do setor, segundo as empreendedoras, é se destacar frente aos xampus do tipo saponificados, que são mais baratos, mas costumam ter qualidade inferior. “São produtos completamente diferentes da Sape e de outras marcas com mais tempo de mercado, como a BOB e a Lola”, exemplifica Mendes. “No Brasil, ainda estamos ensinando as pessoas de que existem diferentes tipos de xampus sólidos.”

O portfólio da Sape contempla oito produtos, todos livres de sulfato, parabeno e petrolatos (preços de R$ 39 a R$ 44, via e-commerce). “A maioria das fórmulas conta com um agente limpante, um óleo, um extrato e um cheiro, algo bem básico. Optamos por fórmulas mais ricas para fazer produtos que tragam benefícios para o cabelo e para a pele. Utilizamos óleos essenciais, manteigas, extratos e, no xampu, o principal ingrediente é o isetionato de sódio, sintetizado a partir do coco”, salienta Meirelles.

A fabricação é terceirizada, mas, ainda assim, a empresa precisou investir em equipamentos de produção para o uso do isetionato de sódio, por se tratar de um processo mais complexo e manual. “Faltam fornecedores que saibam utilizar esse tipo de matéria-prima e a automatização ainda é um desafio bastante caro.”

A variedade de produtos em barra tem relação direta com novas matérias-primas e processos de fabricação, de acordo com Andréia Munhoz, fundadora da UneVie, presente no mercado desde 2014. “Esse movimento de xampus sólidos começou com os saponificados. Agora, temos acesso a outros ingredientes, além do isetionato de sódio, e adquirimos mais conhecimento de produção, o que permite abrir o leque de possibilidades”, explica.

A UneVie também fabrica produtos naturais e vegetais, principalmente xampus e sabonetes, para outras 85 marcas. A área correspondeu a 70% do faturamento em 2021, totalizando cerca de 25 mil unidades por mês. “Hoje esse número já é o dobro”, afirma Munhoz, que investiu mais de R$ 1 milhão, em 2018, para implantar uma estrutura que atendesse às legislações, localizada no bairro do Limão, em São Paulo.

Segundo Munhoz, os investimentos para regularização são muito elevados e o processo burocrático, uma vez que as regras são as mesmas para microempresas e grandes indústrias.

O problema foi o mesmo enfrentado pela The Green Concept, quando iniciou o negócio em 2020. Na ocasião, a limitação financeira impedia a regularização. Atualmente, todos os produtos da The Green Concept são aprovados pela Anvisa.

“Eu fazia tudo artesanalmente em casa. Hoje, conto com laboratórios parceiros para produzir a minha própria formulação, o que me permite ter mais tempo para cuidar de outras áreas da empresa, como marketing, finanças e estratégias de crescimento”, conta Luizi Sotério, fundadora da empresa, que aumentou o faturamento em 30% nos três primeiros meses de 2022, em comparação com o ano passado.

Fonte: Inset

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