A pandemia do covid-19 tem gerado em muitas pessoas crises de ansiedade, pânico e até depressão. Muitos perderam o emprego, outros se sentem inseguros em home-office e a grande maioria, por conta da clausura imposta pelo medo da contaminação desenvolveram sintomas intensos de angustia e desvalia, recorrendo a medicamentos que amenizam substancialmente a ansiedade e são vendidos apenas com receita específica e de controle (tarja preta).
Estes medicamentos tais como Rivotril e Frontal (respectivamente clonazepam e alprazolam) agem nas células do sistema nervoso central reduzindo a ação exagerada das mesmas. Dessa forma o paciente sente relaxamento muscular, sonolência e maior controle das emoções. No entanto, estes medicamentos possuem uma meia vida que pode variar de 4 a até 30h para ser eliminado do corpo através da urina a depender da fórmula, e o uso constante faz o paciente necessitar de doses cada vez maiores para obter o mesmo resultado de alívio. Mas por que isso ocorre?
As moléculas que formam esse tipo de medicamento (da classe dos benzodiazepínicos) são capazes de sensibilizar intensamente os receptores existentes na membrana das células nervosas a ponto de saturá-los e serem recolhidos para dentro da célula por não funcionarem tão bem quanto antes.
Assim, novos receptores são gerados e em maior quantidade e para haver a mesma ação biológica de redução de ansiedade, essa maior demanda de receptores necessita de maior carga medicamentosa. E assim, vai-se aumentando a dose… que se não for bem acompanhada pelo médico, o usuário se tornara viciado e sofrerá com crises de abstinência como tremores e nervosismo ao tentar se livrar do medicamento.
Fonte: 93 Notícias
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