As ações da Hypera Pharma caíram 2,51% nesta segunda-feira, 15 de julho, e foram as que registraram a maior queda do dia na B3. O resultado acendeu um sinal de alerta na farmacêutica brasileira, justamente por acontecer às vésperas da divulgação do balanço da companhia no primeiro semestre, prevista para o próximo dia 25.
Analistas do BTG Pactual foram ainda mais enfáticos ao projetar que a empresa deve ser a única representante do setor de saúde a apresentar números mais fracos neste ano, a despeito das perspectivas de crescimento da indústria farmacêutica nacional. De acordo com informações do Money Times a partir de um relatório do banco, assinado pelos consultores Samuel Alves e Yan Cesquim, essa avaliação reflete “uma ligeira redução (de um dígito) no sell-in e menor margem Ebitda”.
Os especialistas também cravam que a receita líquida anual deve cair 2% e chegar a R$ 2,18 bilhões. Entre as razões estariam as dificuldades para viabilizar uma boa performance no sell-out e a composição desfavorável do mix, com menor peso para categorias como a de anti-inflamatórios e antigripais.
O Goldman Sachs acompanha esse parecer, enxergando também como justificativas o cenário de deterioração do real frente ao dólar. Para a consultoria, a moeda norte-americana na faixa de R$ 5,30 a R$ 5,70 deve reduzir em dez a 40 pontos-base a margem bruta da Hypera Pharma em 2025.
Ações da Hypera refletem oscilações na farmacêutica brasileira
As ações da Hypera em queda refletem oscilações na farmacêutica brasileira. O último balanço referente a 2023, com dados do quarto trimestre divulgados em março, revelou uma baixa de 28,3% na lucratividade do período em comparação com o mesmo intervalo de 2022. O acumulado também não trouxe muito alento aos investidores. O recuo em relação ao ano anterior foi de 2,8%, com lucro líquido de R$ 1,65 bilhão entre janeiro e dezembro.
Em maio, o Santander cortou de R$ 41,50 para R$ 33,50 o preço-alvo das ações da companhia. Um dos motivos seria a forte atuação do laboratório em medicamentos antigripais, que representam 30% de seu portfólio. Para economistas, esses itens tendem a sofrer com demanda mais tímida na temporada de inverno.
Os analistas também questionam a pouca atenção que a farmacêutica vem dispensando para moléculas de medicamentos genéricos. Com isso, a companhia não estaria surfando na onda dessa categoria, a que mais vem crescendo nas farmácias brasileiras.