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Ambulantes ignoram lei e vendem antibióticos no Centro de Manaus

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A automedicação é absolutamente contra indicada por especialistas, no entanto, em Manaus, esse comportamento pode ser ainda mais perigoso para quem adquire medicamentos de ambulantes, que comercializam remédios de origem duvidosa pelas ruas da capital.

Após percorrer pela região central de Manaus, na última quinta-feira (29), a equipe de reportagem do Em Tempo flagrou, ao menos, cinco ambulantes vendendo medicamentos, incluindo antibióticos como Cefalexina e Amoxicilina, sem bula e sem receita médica.

Na avenida dos Barés, próximo à entrada do Mercado Municipal Adolpho Lisboa, um ambulante realizava propaganda dos medicamentos. “Temos todos os remédios que vocês precisam”, dizia ele. A equipe de reportagem abordou o vendedor clandestino, questionou o preço e a proveniência dos remédios. A amoxicilina, por exemplo, custava R$ 5, bem abaixo do valor encontrado nas principais drogarias da capital.

” Eu tenho dorflex por R$5 e amoxilina pelo mesmo preço. Você pode confiar que esses remédios eu compro em grande quantidade de uma farmácia aqui perto [no Centro], são totalmente seguros, pode ficar tranquilo”, disse ele, que preferiu não se identificar.

Ao ser questionado sobre como conseguiu adquirir os antibióticos sem receita médica – o que é exigido por uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de 2010, o ambulante desconversou e preferiu encerrar a conversa.

Próximo ao Terminal da Matriz, outros dois vendedores clandestinos carregavam bacias com cartelas de diferentes medicamentos. Durante nova abordagem do EM TEMPO, a equipe de reportagem foi informada de que eles só vendiam remédios de qualidade.

” Aqui é só coisa de qualidade, é o mesmo [medicamento] que você compra na farmácia, isso você pode ter certeza, eu mesmo tomo, quando fico doente. Não venderia algo se eu mesmo não pudesse usar, né? ”

, disse o segundo vendedor.

Em breve relato ao Em Tempo, uma representante comercial que comprou um anti-inflamatório e um antigripal de um dos ambulantes, afirmou que acreditava na qualidade dos remédios. “Estou numa correria, não teria tempo para ir a uma farmácia e como esses remédios não são tão fortes assim, acho que eu não teria problema, mesmo que haja alguns problemas com eles, mas acredito que não há. Olhei a embalagem e estava bem lacrado, tudo certinho”, disse ela, que preferiu não se identificar.

As vendas de remédios não são novidades nas ruas de Manaus. Em reportagem produzida em 2017, o Em Tempo também flagrou uma séria de vendas irregulares de medicamentos pelas ruas de Manaus.

Graves consequências

O clínico geral Marlon Amaral explica que há graves riscos que cercam a prática da automedicação, especialmente quando os remédios são adquiridos em locais inadequados.

“Um dos grandes riscos é que você não tem garantia que o medicamento que você está comprando contém realmente a substância indicada no rótulo, uma vez que você está adquirindo o remédio em um local onde não há autorização para esse tipo de venda. Em muitos casos, o mercado clandestino vende produtos falsificados, ou seja, uma pílula de farinha, por exemplo, pode ser vendida como um antibiótico, que não terá efeito positivo algum”, explanou.

E não para por aí, o médico também ressalta que a automedicação abre um leque de possibilidades para graves problemas de saúde.

” Os malefícios da automedicação variam muito, podendo acarretar em complicações como intoxicação, quando você pode tomar uma superdose, por não conhecer a posologia do medicamento. Pode ocorrer também a interação medicamentosa, que ocorre após uma pessoa ingerir dois medicamentos, e um acaba anulando o outro, ou o potencializando “, afirmou Amaral.

“A prática de tomar remédios sem consultas e, consequentemente, sem receita, pode fazer com que você mascare sintomas de uma outra doença, impedindo que seja realizado um diagnóstico correto. Há também as eventuais reações alérgicas e resistência a medicamentos tomados sem respeitar nenhum tipo de posologia, especialmente os antibióticos”, destaca.

De acordo com o clínico geral, a consulta médica é um procedimento indispensável antes de se tomar qualquer medicamento.

“Quando você passa por um médico, ele vai avaliar os seus sintomas de forma que irá estabelecer um possível diagnóstico e aquela medicação é orientada de acordo com o seu possível diagnóstico, o que é algo imprescindível”, finalizou o médico.

Vigilância Sanitária

O Em Tempo pediu um posicionamento da Vigilância Sanitária de Manaus (Visa Manaus), a respeito de fiscalizações para coibir a venda ilegal de medicamentos. Assim que a resposta for obtida, a matéria será atualizada.

Fonte: Em Tempo AM

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/8-atitudes-que-devem-ser-tomadas-na-venda-de-antibioticos/

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