A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, nesta sexta-feira (11), o uso da vacina da Pfizer contra a Covid-19 em adolescentes a partir dos 12 anos de idade no Brasil.
Agora, a bula da vacina no país passará a indicar esta nova faixa etária; antes, ela só podia ser aplicada em adolescentes a partir dos 16 anos. A vacina é a única que pode ser aplicadas em menores de 18 anos no Brasil.
O G1 questionou o Ministério da Saúde sobre as perspectivas de vacinação dessa faixa etária. Em nota, a pasta respondeu que “a ampliação da vacinação para adolescentes a partir dos 12 anos, com o imunizante da Pfizer, será debatida na Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis”.
Também afirmou que, “neste momento, a prioridade é vacinar todos os grupos prioritários estipulados pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 e imunizar a toda a população acima de 18 anos.”
Veja íntegra da nota:
“O Ministério da Saúde informa que a ampliação da vacinação para adolescentes a partir dos 12 anos, com o imunizante da Pfizer, será debatida na Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis. A pasta reforça que, neste momento, a prioridade é vacinar todos os grupos prioritários estipulados pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 e imunizar a toda a população acima de 18 anos.”
Autorizações
Segundo a Anvisa, a ampliação da idade em adolescentes foi aprovada depois de a Pfizer apresentar estudos que indicaram a segurança e eficácia da vacina para este grupo. Os estudos foram desenvolvidos fora do Brasil e avaliados pela agência.
Em 31 de março, a Pfizer e a BioNTech, que desenvolveram a vacina juntas, anunciaram que ela teve 100% de eficácia em adolescentes com idades entre 12 e 15 anos.
A vacina já é autorizada para adolescentes de 12 anos ou mais nos Estados Unidos, no Canadá, no Reino Unido e na Europa.
O imunizante também está sendo testado, nos Estados Unidos e na Europa, em bebês a partir dos 6 meses de idade e em crianças com 11 anos ou menos.
Negativas de compra
Depoimentos e documentos apresentados na CPI da Covid mostraram que o governo brasileiro não respondeu ou negou, diversas vezes, tentativas de contato da Pfizer para vender vacinas ao país.
Veja alguns exemplos:
- 10 de junho: Um documento apresentado à CPI e obtido pela TV Globo aponta que a Pfizer procurou a embaixada do Brasil nos EUA em agosto de 2020 para ter resposta sobre a oferta de vacina.
- 4 de junho: O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede–AP), afirmou que a Pfizer enviou 53 e-mails oferecendo vacinas ao governo brasileiro (veja vídeo abaixo):
- 24 de maio: o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse em um e-mail obtido pela CPI que enfrentava dificuldades de analisar a proposta da Pfizer por causa de um vírus na rede de computadores da pasta.
- 13 de maio: O gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, afirmou em depoimento à CPI que a farmacêutica tentou vender a vacina ao governo brasileiro seis vezes, sem sucesso. Veja detalhes das propostas feitas pela Pfizer.
Fonte: Bem estar