A rede de farmácias Droga Raia não irá mais construir uma loja na casa da década de 1950, em Pelotas. Após polêmica que tomou conta das redes sociais no sul do RS e até uma decisão judicial, impedindo a demolição da residência, o grupo optou pela rescisão do contrato.
Em nota, a empresa afirma que solicitou ao investidor do projeto uma avaliação para restaurar o local e manter a identidade arquitetônica, e que após não ter essa demanda atendida decidiu buscar outro ponto para instalar a nova unidade.
Na quinta-feira (10), a Justiça concedeu liminar impedindo que o serviço na residência prosseguisse. A decisão atende pedido do Ministério Público do Estado e determina a imediata suspensão do alvará de demolição do imóvel. Em caso de descumprimento, foi fixada multa de R$ 2 mil, limitada a 30 dias-multa.
A notícia da demolição gerou forte mobilização nas redes sociais, e um abaixo-assinado foi enviado à Câmara de Vereadores solicitando apoio dos parlamentares para evitar a destruição. O documento já superou 5 mil assinaturas.
Construída em 1953, a casa foi comprada em 1987 pelos antigos donos. Na época da aquisição, o imóvel estava abandonado e era usado por moradores em situação de rua. A residência precisou passar por reforma e só após um ano a família pode se mudar para lá. No começo de 2020, o local foi vendido para um grupo de investidores para construção de uma farmácia.
O casarão desperta curiosidade pela sua arquitetura de vanguarda. Além disso, a residência serviu de hospedagem para o ex-presidente João Goulart na década de 1960 em visitas do político a Pelotas. O local também foi palco de encontros políticos do ex-governador de São Paulo, Ademar de Barros, quando concorreu à presidência da República.
Fonte: Gaúcha ZH