Aprimorar a liderança nas farmácias requer uma combinação muito harmoniosa entre técnica apurada e inteligência comportamental. Mas como o empreendedor e dono pode identificar os talentos mais indicados para exercer essa tarefa? E o que é preciso fazer para desenvolver os soft skills necessários?
O Panorama Farmacêutico ouviu, de forma exclusiva, o analista de RH da Procfit, Renan Van Opstal, para esclarecer as principais dúvidas que cercam o empresário do varejo farmacêutico na hora de escolher um líder ou se capacitar para ser um.
Liderança nas farmácias passa pelo equilíbrio
Van Opstal começa destacando que o equilíbrio é a palavra-chave. Isso porque, apesar de ser um profissional de vasto conhecimento técnico, o líder deve também acumular um rol de outras qualidades menos ligadas ao dia a dia da farmácia.
“Eu gosto de fazer um paralelo com o futebol. O treinador é o líder do time, mas não entra em campo. Sua função é entender onde cada jogador desempenha melhor sua função. O mesmo se aplica ao varejo. É necessário saber onde cada colaborador pode explorar suas fortalezas com mais eficiência”, explica.
Na visão do analista, é por isso que o líder deve ser um profissional estratégico acima de tudo. Outra característica necessária é ser um bom comunicador. “Ele deve manter conexão permanente e clara com os colaboradores, de forma a transmitir mensagens de confiança e que incentivem o engajamento”, afirma.
Lidar com as emoções é imprescindível
O especialista também frisa o papel da inteligência emocional nessa tarefa. “É importante ser resiliente para lidar com as pressões diárias, mas sem perder a empatia pela equipe. Cada profissional tem seus próprios desafios e cabe ao líder acolher e ajudar a solucioná-los, na medida do possível”, comenta. A velocidade, sem abrir mão da assertividade, é outro atributo-chave. “Quem atua neste cargo não pode ser um ‘faz tudo’. Quando você está o tempo todo apagando incêndio, não se consegue ser estratégico”, alerta.
Além disso, os profissionais de liderança devem ser um modelo positivo para sua equipe. “Liderar pelo exemplo não é a melhor forma, é a única forma. Não adianta exigir bom atendimento do balconista, se você ou o líder de sua farmácia destrata o cliente”, destaca.
Principais entraves a uma boa liderança nas farmácias
E quando o processo de escolha do líder não rende o resultado esperado? Van Opstal enumerou as causas que considera mais frequentes.
- Treinamento ineficaz: a empresa não capacitou adequadamente o profissional para a tarefa
- Falta de exemplos: o líder escolhido não conta com uma referência positiva para se espelhar
- Falta de desenvolvimento: seja pela alta demanda ou por desinteresse do profissional, ele não busca adquirir novos conhecimentos que o ajudariam nessa tarefa
- Mandar e não liderar: o profissional não lidera, apenas determina tarefas, sem empatia e companheirismo, o que interfere no engajamento da equipe
- Falhas de comunicação: o executivo não comunica com clareza os planos e projetos do negócio, gerando vácuos de informação no ambiente de trabalho