Com a resiliência de redes regionais, associativistas e empresários independentes, o varejo farmacêutico do Brasil está entre os mais pulverizados das Américas. Os dados são da IQVIA e estão baseados no faturamento dos cinco maiores grupos do setor nos países do continente.
O ranking do canal farma brasileiro é encabeçado por cinco redes que integram a Abrafarma – Raia Drogasil; DPSP, Farmácias Pague Menos, Farmácias São João e Panvel. Somadas, elas respondem por 32% da receita. Considerando os sete maiores mercados farmacêuticos da região, o país ocupa a sexta posição (ver gráfico abaixo).
A realidade é bem diferente nos Estados Unidos, onde CVS Health, Walgreens, Walmart, Rite Aid e Kroger detêm 81% de market share. Chile (72%), Canadá (71%) e Colômbia (61%) também se destacam pela elevada concentração, ao contrário da Argentina – lanterna com 12%.
Concentração de venda por grandes redes
Capilaridade das médias e pequenas
As farmácias independentes, associativistas e franquias, além de redes de menor porte, sustentam 56% do faturamento do varejo farmacêutico, o que correspondeu a R$ 78,8 bilhões em 2020. O índice está em linha com os dois anos anteriores, comprovando a persistência desse grupo de empresas no mercado nacional.
“Isso reflete um cenário estrutural do varejo brasileiro, muito calcado no regionalismo. Como cerca de 200 municípios do país concentram em torno de 80% do consumo nacional, a tendência é que as grandes redes foquem seus esforços nessas cidades e enfrentem mais dificuldades para ampliar sua capilaridade”, avalia Alberto Serrentino, fundador da consultoria Varese Retail.
O especialista ainda lembra que o canal farma foi um dos últimos segmentos do varejo a ter redes efetivamente nacionais. “Em paralelo, o associativismo despontou como um contraponto às grandes, criando uma categoria promissora”, complementa.
Alguns números, porém, indicam que a saturação de pontos de venda nos grandes centros urbanos vem intensificando o movimento das grandes redes rumo a municípios de médio porte. Exemplo disso é a participação das associadas à Abrafarma em cidades de 100 mil a 999 mil habitantes, que já supera 44% – com pico de 51% nas regiões a partir de 300 mil.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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