Em 11 dias, o número de casos confirmados de toxoplasmose em Santa Maria subiu de 105 para 218, um aumento de quase 108%. Desse total, 20 são gestantes. Esse é o maior surto da doença no Rio Grande do Sul em número de pessoas infectadas, conforme a Secretaria Estadual da Saúde (SES). As consequências de toxoplasmose em gestantes podem ir desde o não desenvolvimento do feto até o aborto. Em casos de crianças abaixo de dois anos, a doença pode levar à inflamação cerebral.
Um novo balanço foi divulgado nesta terça-feira, 8, pelo governo estadual e a Prefeitura. São 792 casos notificados no município, sendo 617 suspeitos. Desse montante, 70 foram descartados e 319 são investigados — 103 são de mulheres grávidas. Entre os casos investigados está a morte de dois fetos, um com 36 semanas e outro com 28 semanas, além de um aborto na 15ª semana. Os casos foram registrados em 19 bairros de Santa Maria.
Com o surto, autoridades da Saúde passaram a recomendar que as mulheres do município evitem a gravidez até que o foco de contaminação seja identificado. Na tentativa de combater o problema, o município anunciou a abertura de um ambulatório para exames oftalmológicos de pacientes suspeitos ou portadores da doença, o credenciamento de laboratórios para a realização de exames e a busca, junto ao Ministério da Saúde, para garantir mais medicamentos para tratar a doença.
Os pacientes que correm maior risco são gestantes, crianças com menos de 2 anos, pessoas com lesão ocular e pacientes imunodeprimidos, ou seja, com o sistema imunológico enfraquecido. A orientação para as pessoas do grupo de risco é que consumam, preferencialmente, água mineral. Já as demais podem utilizar água fervida por pelo menos 10 minutos. A manifestação clínica se dá na minoria dos pacientes. Uma vez diagnosticado em tempo hábil, o tratamento médico pode ser concluído em até seis semanas.
Fonte: Jornal Gazeta do Sul
