Chegada do Mounjaro no Brasil deve impulsionar crescimento da Lilly
Companhia planeja dobrar vendas em 2025


A farmacêutica americana Eli Lilly está apostando na chegada do Mounjaro no Brasil para expandir sua participação, aumentar o faturamento e sua projeção no país. A companhia tem metas ambiciosas para os próximos anos, reveladas durante uma entrevista do vice-presidente e gerente geral da farmacêutica no Brasil, Daniel Binette, ao Valor Econômico.
O executivo compartilhou que previsões internas estimam que o número de vendas da farmacêutica na região duplique ainda em 2025, após o lançamento do fármaco.
“Esperamos que, até 2030, não só sejamos a farmacêutica com crescimento mais rápido no Brasil nesse período, mas também que possamos crescer cinco vezes mais e atingir 5 milhões de pacientes”, complementa.
Mounjaro no Brasil: atenção ao país é estratégica
A aposta no Brasil tem motivos: dados do relatório World Obesity Atlas 2025, da Federação Mundial da Obesidade, revelam que um a cada três brasileiros (31%) vive com obesidade, colocando o país como um dos cinco líderes no mundo na estatística.
A empresa espera ainda que a efetividade da tirzepatida, seu princípio ativo, seja o suficiente para ganhar a confiança dos brasileiros e garantir uma fatia do mercado hoje dominado pela Novo Nordisk.
“Mounjaro é único. Não há outros agonistas duplos de GIP e GLP-1 no mercado e os dados comprovam sua eficácia”, diz Binette. Diferentemente do Ozempic, o Mounjaro atua sobre o GIP, outro hormônio envolvido no controle da insulina e no metabolismo da gordura.
Aprovado pela Anvisa desde 2023, o fármaco demorou a chegar ao Brasil devido a um período de adaptação das fábricas da companhia aos padrões internacionais. A farmacêutica investiu mais de US$ 50 bilhões (R$ 283 bilhões) em plantas fabris em diversos países, tornando-a capaz de atender a “alta demanda mundial” do Mounjaro.