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Ciro propõe pacto de cooperação entre governo e empresários

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Ciro Gomes (PDT) até que tentou negociar apoio de partidos de centro para impulsionar sua candidatura à presidência, mas não teve sucesso. Sem coligação, terá pouco mais de 50 segundos de tempo na TV para resumir suas propostas, que sintetizadas renderam um livro de 270 páginas.

Em terceiro lugar na corrida pelo Palácio do Planalto, atrás da polarização Lula-Bolsonaro, o ex-ministro da Fazenda diz que o PSD condicionou o apoio à sua candidatura a um melhor desempenho seu nas pesquisas. Mas Ciro aparece estagnado com 6% a 8% de intenção de votos, e o partido de Gilberto Kassab decidiu adotar uma postura neutra nas eleições.

A resposta que Ciro teve do União Brasil foi mais pragmática. “O Luciano Bivar [presidente do União Brasil] disse que eu não sou o problema, mas que não gosta das minhas ideias”, afirmou o pedetista, que foi sabatinado por empresários nesta quinta-feira, 18/07, na Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

O partido de Bivar, que detém a maior fatia do fundo eleitoral, acabou partindo para a candidatura própria, lançando o nome da senadora Soraya Thronicke à presidência.

Sem coligação, mas com nomes fortes como o do ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo ao seu lado, Ciro prometeu dialogar com os empresários durante a campanha e também caso venha a ser eleito presidente.

O candidato disse na ACSP que o empresariado precisa voltar a ser protagonista do debate público. Caso vença a disputa pelo Planalto, pretende estabelecer um “pacto de cooperação governo-empresário”. A intenção é abrir diálogo frequente com a classe empresarial, ou nas palavras de Ciro, “sistematizar o conflito”, para assim estabelecer limites e obrigações para ambas as partes.

REFORMA TRABALHISTA

O pedetista propõe um novo código do trabalho em substituição à Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). “O ponto principal desse novo código será a proteção do trabalho e da renda, sem tirar o olho da produtividade sistêmica da economia”, disse.

Para aumentar a produtividade, Ciro disse que um dos caminhos pode ser desonerar a folha, desde que isso resulte na formalização do mercado de trabalho. “Com 70% [da população economicamente ativa] na informalidade ou desempregada, não há produtividade na economia.”

REFORMA TRIBUTÁRIA

A mudança do modelo tributário do país também foi apontada como uma prioridade. Um dos pontos da reforma tributária de Ciro é a unificação de seis impostos, entre eles o ICMS, em um IVA.

Para tanto, o candidato propõe um plano para financiar Estados que perderiam arrecadação. “O IVA é cobrado no destino, e isso desfinanciaria os Estados de origem”, disse.

São Paulo está entre esses Estados de origem, onde há produção industrial. Para conseguir apoio desses governadores, sua proposta é refinanciar os passivos estaduais.

PRIVATIZAÇÕES

Ciro disse ser contrário à privatização da Eletrobrás, o que ocorreu em junho deste ano. Segundo ele, como nossa matriz energética é hídrica, “acabamos privatizando o regime de águas do país, o que não faz sentido”.

Disse também ser contra passar a Petrobras para a iniciativa privada. “Mas de maneira geral, não tenho nada contra privatizar, desde que se estude antes quem faz melhor [Estado ou iniciativa privada] e o que é melhor para o país, como aconteceu com aeroportos e telecomunicações.”

CURTO PRAZO

Para o pedetista, no curto prazo é preciso mexer em motores que impulsionam o PIB, como o consumo das famílias. Um dos caminhos para isso, segundo Ciro, é reduzir o endividamento das famílias.

Uma das políticas públicas que ele propõe para reestruturar o passivo das famílias é fazer leilões reversos, nos quais bancos e grandes varejistas que oferecerem maiores descontos terão preferência nos resgates.

Além disso, pretende ainda no curto prazo refinanciar as empresas usando as reservas cambiais. “Nossas reservas são três vezes maiores que o padrão recomendado pelo FMI. Podemos usar o recurso e criar um fundo soberano para reestrutura o passivo das empresas, com política de crédito.”

REELEIÇÃO

Ciro disse que o presidencialismo de coalizão não está funcionando. “É a mesma gente governando desde a época do Collor”. Em substituição, ele oferece um modelo no qual as eleições envolvam um “plebiscito programático”.

A ideia é que as propostas políticas sejam pactuadas diretamente com a população, apontando o problema, a solução e o dinheiro. Segundo o candidato, isso aproximaria as reformas da população e diminuiria o tempo de aprovação pelo Congresso. “Vamos apresentar o modelo previdenciário, o tributário, o modelo de reforma econômica, e deixar a população votar”, disse Ciro.

No escopo dessas mudanças, Ciro propõe também o fim da reeleição. “É uma impertinência. Quando o presidente se elege, já está pensando na reeleição, e aí começam os conchavos.”

Ciro foi o quarto candidato à presidência sabatinado na ACSP. Já participaram Luciano Bivar (União Brasil), Luiz Felipe D’Avila (Novo) e Simone Tebet (MDB).

As sabatinas também estão sendo realizadas com postulantes ao governo paulista. Nesse caso já participaram Vinicius Poit (Novo), Márcio França (PSB) e Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos).

Fonte: Diário do Comércio

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