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Com vacina, aumento de mortes por gripe é inaceitável

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Os números mais recentes sobre gripe divulgados pelo Ministério da Saúde são mais um exemplo gritante do estrago causado pelos baixos índices de vacinação em todo o país. Como mostrou reportagem do GLOBO publicada sábado passado, de janeiro a julho deste ano, 839 pessoas morreram de gripe no Brasil, o que representa um aumento de 200% em relação ao mesmo período de 2017, quando a quantidade de óbitos chegou a 285. Entre os estados com maior número de casos, aparecem São Paulo (1.702), Ceará (376) e Paraná (432).

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Chama a atenção o fato de que o número de mortes pela doença aumenta à medida que diminui a cobertura de vacinas. A campanha de imunização contra a gripe, iniciada em 23 de abril, foi prorrogada duas vezes, porque não atingiu os patamares estabelecidos. Lá se vão três meses. Em 2016, bastaram três semanas para alcançar a meta. Com a dilatação do prazo, foram imunizados, segundo o Ministério da Saúde, 90% do públicoalvo, o que representa 51 milhões de brasileiros.

Pode parecer confortável, mas o índice engana. Primeiro, porque varia de estado para estado e também entre os grupos prioritários. Basta dizer que dez das 27 unidades da Federação não atingiram a meta. Entre os estados com menores taxas de vacinação, estão Roraima (67,1%); Rio de Janeiro (77,9%) e Acre (79,1%). Também em relação aos grupos, o percentual não é homogêneo. Gestantes e crianças de 6 meses a 5 anos ainda estão abaixo da meta (77,8% e 76,5% respectivamente).

Na verdade, repete-se, em relação à gripe, o que vem ocorrendo com outras doenças para as quais também há vacinas disponíveis. Segundo o Ministério da Saúde, o percentual de crianças e bebês vacinados no Brasil em 2017 é o menor dos últimos 16 anos, o que traz de volta o pesadelo de moléstias como sarampo e poliomelite.

Parece evidente que as pessoas não estão comparecendo aos postos de saúde com a frequência recomendada. Cabe então às autoridades estudar por que isso está acontecendo. Uma das hipóteses é a disseminação de fake news nas redes sociais demonizando as vacinas. Se é este o caso, há que se combater a mentira com campanhas maciças, esclarecendo a população de que a imunização é a forma mais eficaz de proteção. Mas é preciso ir além. Está claro que é necessário adotar postura pró-ativa em relação ao problema. Não se pode esperar que vacinas encalhem e percam a validade, enquanto aumenta o número de casos de doenças, sobrecarregando o já cambaleante SUS.

Exemplos de estratégias não faltam. No Rio Grande do Sul, o Ministério Público fez um alerta aos pais que não vacinarem seus filhos: com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), eles podem receber multas administrativas e até mesmo perder a guarda das crianças. No caso da vacina contra a febre amarela, em alguns municípios, profissionais de saúde estão indo de casa em casa. Enfim, soluções existem. Mas há que se ter um mínimo de vontade para sair da inércia. É aí que reside o problema.

Fonte: O Globo

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/02/15/profarma-specialty-busca-ampliacao-nas-regioes-norte-nordeste-e-sul/

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