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Farmácias terão de pagar US$ 650,6 milhões por crise dos opioides

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opioides

A crise dos opioides gerou uma condenação histórica para as maiores redes de farmácias dos Estados Unidos. Nesta quarta-feira, dia 17, um juiz de Ohio condenou CVS, Walgreens e Walmart a pagar US$ 650,6 milhões a dois condados desse estado. As informações são do portal UOL.

Segundo a decisão judicial, o valor das indenizações deverão “financiar programas de educação e prevenção e reembolsar as agências e organizações pelos gastos incorridos para enfrentar a crise”. O Walmart já manifestou que irá recorrer da decisão e avalia que o processo estava repleto de “erros jurídicos e factuais”.

As três redes receberam o veredicto de culpa em novembro do ano passado, sob a alegação de que se tratava de um problema de conhecimento público. E as farmácias, cientes dessa realidade, ignoraram durante anos os alertas sobre riscos da medicação.

Farmácias não admitem papel na crise dos opioides

As redes contra-argumentam a Justiça e não admitem seu papel na crise dos opioides, por entenderem que os farmacêuticos apenas atenderam às prescrições legalmente emitidas pelos médicos e que a substância tinha a aprovação das autoridades sanitárias. Algumas empresas, como a Giant Eagle e a Rite Aid, decidiram assumir compensações financeiras em troca da extinção das demandas judiciais.

A crise dos opioides é resultado das mais de 500 mil mortes por overdose da substância, ocorridas ao longo de 20 anos nos Estados Unidos.

Brasil no alvo da indústria de opioides?

Em abril deste ano, reportagem da Folha de S.Paulo ouviu especialistas que advertiram que o Brasil estaria no alvo da indústria de opioides sintéticos. O objetivo seria aumentar a oferta desses medicamentos em países em desenvolvimento. As companhias estariam adotando estratégias semelhantes às que levaram os Estados Unidos a enfrentar a maior epidemia de usuários de drogas da sua história.

A avaliação é da médica Adriane Fugh-Berman, professora do departamento de farmacologia e fisiologia da Universidade Georgetown, em Washington. Segundo ela, entre as estratégias está a ênfase na necessidade de opioides nos cuidados do fim da vida, uma necessidade real e muitas vezes negligenciada em países em desenvolvimento.

A médica cita uma série de táticas da indústria que precederam a epidemia de opioides nos EUA e que podem ser usadas em outros países. Isso inclui declarar que há uma epidemia de dor não tratada, posicionar os opioides como os melhores medicamentos para dor crônica, assegurar aos médicos que a triagem e o monitoramento evitarão a dependência e convencê-los a manter os pacientes em uso de opioides, mesmo quando eles são ineficazes.

 

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

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