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Investimentos da indústria farmacêutica devem ter nova onda no país

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investimentos da indústria farmacêutica
Foto: Canva

Os investimentos da indústria farmacêutica devem ganhar força no Brasil, nono maior mercado do mundo em produção de medicamentos. De acordo com informações do Valor Econômico, essa onda de aportes tende a apresentar fôlego redobrado após a aprovação da Lei 14.874/2024, que estabelece um marco regulatório para as pesquisas clínicas no país e abre campo para o desenvolvimento de remédios inovadores.

Enquanto as multinacionais farmacêuticas alocam esforços para medicamentos inovadores, doenças de alta complexidade e terapias gênicas, os laboratórios brasileiros vêm capitalizando resultados com as marcas que adquiriram das empresas estrangeiras. O crescimento médio das nacionais gira em torno de 10% a 12% ao ano. Nos 12 meses até junho de 2023, as vendas de remédios ao varejo e ao canal institucional totalizaram R$ 180 bilhões, o equivalente a 2,7% do mercado global.

Na Hypera Pharma, 21% do faturamento é oriundo de produtos lançados nos últimos cinco anos, período em que a empresa investiu R$ 2 bilhões em inovação e incorporou 440 medicamentos ao portfólio. Agora, com reforço de R$ 500 milhões do BNDES, o objetivo é ter mais 500 medicamentos. A companhia também estaria de olho nas moléculas que perderão patentes nos próximos três anos, com potencial para agregar R$ 10 bilhões à receita.

Já a Eurofarma surfou na onda da inovação em 2023, com 70 lançamentos e 133 inserções de produtos na América Latina. Com R$ 680 milhões empenhados em pesquisa no ano passado, a farmacêutica prevê recursos de mais R$ 100 milhões em cinco anos. O alvo são 25 biotechs que ganharam o apoio do fundo de investimento Eurofarma Ventures, atuantes áreas como medicina de precisão, edição genética e inteligência artificial. “Vamos avaliar projetos em frentes como doenças raras, neurodegenerativas, autoimunes, infecciosas e oncológicas”, revela a vice-presidente de inovação, Martha Penna.

A EMS também contou com R$ 500 milhões do BNDES para anunciar a tecnologia que viabilizará a primeira produção nacional de remédios contra diabetes e obesidade.

Investimentos da indústria farmacêutica podem ter entraves

A temporada de investimentos da indústria farmacêutica, no entanto, pode conviver com alguns contratempos. É o que sinalizou Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma. O dirigente aponta como entrave dois pontos da lei de pesquisas clínicas que foram vetados pelo presidente Lula.

Um dos trechos da redação original determinava a notificação de pesquisas clínicas ao Ministério Público. A legislação também desobrigava as empresas de fornecerem medicamentos aos participantes das pesquisas após cinco anos do lançamento comercial do medicamento.

“Essa lei foi discutida por dez anos no Congresso e o veto, que ainda voltará a ser apreciado pelo Senado, surpreendeu o setor, que aguardava aprovação para tornar o Brasil uma das principais plataformas de investimentos do mundo, apenas atrás de China, Estados Unidos e Índia, porque a diversidade racial do país beneficia a pesquisa clínica”, ressaltou.

A indústria farmacêutica também demonstra receio com possíveis interferências políticas na Anvisa, que tem uma fila de medicamentos já aprovados no Exterior para serem analisados no Brasil.

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