As seis ‘pedras no sapato’ do governo Bolsonaro na economia em 2021

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Desemprego recorde, inflação pressionada, dívida pública crescente, incerteza política para aprovação das reformas, aumento de casos da pandemia e isolamento internacional.

Após um ano difícil como 2020, o brasileiro sonha com um 2021 melhor. Mas, na economia, são muitas as pedras no caminho para que o ano que vem seja mais fácil do que o atual.

A BBC News Brasil ouviu um time de especialistas — Daniel Duque (Ibre-FGV), Julia Passabom e Fernando Gonçalves (Itaú), Daniel Couri (IFI), Alessandra Ribeiro (Tendências Consultoria) e Christopher Garman (Eurasia) — para saber o que esperar do ano que se inicia.

Nem tudo são más notícias, no entanto: a elevada disponibilidade de recursos no exterior, o dólar mais estável e a possibilidade de Bolsonaro eleger um aliado para a presidência da Câmara podem jogar a favor do governo no ano que vem. A questão é saber, nesse jogo de forças negativas e positivas, quais delas vão prevalecer.

Confira a seguir as seis “pedras no sapato” que o Brasil deve enfrentar na economia em 2021.

Desemprego recorde e fim do auxílio emergencial

A taxa de desemprego chegou a 14,6% no terceiro trimestre de 2020, a maior já registrada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na série histórica com início em 2012.

Ao fim de setembro, o país somava 14,1 milhões de desempregados. E a má notícia é que esses números tendem a continuar a crescer nos próximos meses.

Serão batidos recordes em cima de recordes no desemprego, projetam os economistas. Isso mesmo em um cenário favorável ao crescimento de abertura de vagas.

“O mercado de trabalho em 2021 vai ser marcado por uma recuperação da população ocupada, junto a uma alta da taxa de desemprego, devido ao aumento da participação na força de trabalho”, diz Daniel Duque, pesquisador do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

“Em 2020, houve uma grande parcela da população que perdeu a ocupação, mas não procurou emprego. Eles devem voltar a procurar ocupação em 2021”, explica o economista. Com isso, a taxa de desemprego tende a subir, já que o IBGE só considera como desempregadas pessoas que estão efetivamente em busca por trabalho.

Legenda: Desemprego em 2021 deve chegar a 15,6%, estima Ibre-FGV. Foto Valdecir Galor/SMCS

O Ibre-FGV projeta uma taxa de desemprego média de 13,6% para 2020 e de 15,6% em 2021, com as maiores taxas sendo registradas entre o segundo e o terceiro trimestres do ano que vem.

Com o fim do auxílio emergencial, Duque estima que a pobreza extrema (famílias com renda mensal de até R$ 155 por pessoa) pode atingir entre 10% a 15% da população em janeiro. Já a pobreza (famílias com renda per capita mensal até R$ 425) deve abarcar entre 25% e 30% dos brasileiros no início do ano.

Durante 2020, com o auxílio ainda em R$ 600, esses índices chegaram a 2,4% e 18,3% respectivamente, os menores da história. Antes da pandemia, eram de 6,5% e 24,5%. Ou seja, no início do próximo ano, a situação estará pior até mesmo do que no pré-pandemia.

“Ano que vem, teremos uma perda de massa de renda muito alta com o fim do auxílio emergencial e parte da poupança da classe média já terá sido gasta. Então certamente o que veremos será o consumo das famílias perdendo um pouco de espaço”, diz Duque.

Inflação em alta e subida da taxa de juros

Outro fator que deve jogar contra o consumo das famílias no início de 2021 é a inflação.

Embora a mediana do mercado aponte para um IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) fechando em alta de 4,39% este ano e desacelerando para 3,37% ao fim de 2021, segundo o boletim Focus do Banco Central de 21/12, a taxa acumulada em 12 meses deve ficar acima dos 5% durante boa parte do próximo ano, só perdendo força nos últimos meses.

Com isso, deve haver pressão para que o BC volte a subir a taxa básica de juros, que está atualmente em 2%, mas o mercado já vê a 3% ao fim de 2021 e a 4,5% em 2022.

Julia Passabom, analista de inflação do Itaú, espera que os alimentos, que devem fechar 2020 com uma alta de preços perto de 18%, desacelerem para alta entre 3,5% a 4% em 2021, devido ao aumento de safras e acomodação do preço das commodities e do câmbio no mercado internacional.

Por outro lado, a inflação de serviços deve ganhar força com a retomada da atividade, com peso, por exemplo, do reajuste das mensalidades escolares, que pouco subiram e até sofreram descontos este ano.

Legenda: Auxílio emergencial tem contribuído para a pressão inflacionária durante 2020. Getty Images

Também os preços administrados — planos de saúde, medicamentos, transporte público, energia elétrica e combustíveis — devem pesar no bolso em 2021, já que muitos reajustes foram represados em 2020 devido à pandemia.

“A inflação acumulada em 12 meses vai ficar muito tempo rodando alta. Do final do segundo trimestre ao terceiro, vai rodar acima dos 5%. Para nós, ela bate o pico em 5,8% em maio, acima do teto da meta”, diz Passabom. A meta da inflação para 2021 é de 3,75%, podendo chegar a 5,25% no intervalo de tolerância. “Será um cenário desconfortável.”

Nesse cenário, o Itaú espera que a Selic permaneça no patamar atual até agosto. Mas, em setembro, o Banco Central deve dar início a um novo ciclo de alta da taxa. Para o Itaú, a Selic deve fechar o próximo ano em 3,5%.

Segundo Fernando Gonçalves, superintendente de pesquisa econômica do banco, mesmo a 3% ou 3,5%, a taxa de juros seguirá estimulando a economia através do canal do crédito.

“Certamente, é menos estimulativo do que níveis mais baixos. Então, na margem, haverá um aperto das condições financeiras, mas o Banco Central só deverá fazer esse aperto num cenário em que esteja havendo uma retomada da economia”, diz Gonçalves.

Desequilíbrio das contas públicas

“O cenário fiscal já era desafiador antes da pandemia e ela colocou um desafio adicional, que é lidar com esses gastos, isso tudo tendo que ser compatibilizado com nossas regras fiscais. Esse será o desafio para 2021”, diz Daniel Couri, diretor da IFI (Instituição Fiscal Independente do Senado Federal).

Em seu cenário básico, a IFI avalia que a dívida bruta do governo não deve explodir, mas também não deve parar de crescer até 2030. Ela deve ir de 93% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2019, para 96,2% esse ano, subindo ano a ano, até superar os 100% do PIB em 2024.

Legenda: Dívida pública bruta deve chegar a 96% do PIB neste ano. Getty Images

Já o resultado primário (diferença entre receitas e despesas do governo, sem contar gastos com juros da dívida) deve ser deficitário até 2030, no cálculo da instituição.

E o teto de gastos, regra que impede que a despesa do governo cresça acima da inflação, tem risco alto de não ser cumprido no próximo ano, na avaliação da equipe da IFI.

“Esse quadro coloca um cenário de desconfiança em relação à capacidade do governo de manter uma trajetória fiscal sustentável nos próximos anos”, diz Couri. “Essa desconfiança tende a se traduzir numa dificuldade maior do governo de se financiar. Então essa dívida que está se aproximando dos 100% do PIB tende a se encurtar e ficar mais cara.”

Outros possíveis efeitos, caso o governo não consiga apresentar uma estratégia crível de reequilíbrio das contas públicas, são uma fuga ainda maior de investidores, possível rebaixamento da nota de crédito do país pelas agências de risco e maior desvalorização do real. “Seria exacerbar o cenário que já estamos vendo hoje”, diz o economista.

Incerteza política para aprovação das reformas

Antes da pandemia, o plano do governo para apresentar essa “estratégia crível” de reequilíbrio fiscal estava baseado na aprovação de uma série de reformas.

Entre elas, estavam a reforma administrativa (que reorganizaria o funcionalismo público); a reforma tributária; a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) Emergencial, com o acionamento de uma série de gatilhos que reduziram despesas para permitir a manutenção do teto de gastos; e a PEC do Pacto Federativo (que reorganizaria a arrecadação e os campos de atuação de União, Estados e municípios).

Mas, afora a reforma da Previdência, que já vinha engatilhada desde o governo Michel Temer (MDB), quase nada andou.

Legenda: Propostas de reforma tributária em discussão focam apenas em impostos que incidem sobre o consumo. Foto Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

E a perspectiva dos economistas é pouco otimista para maiores avanços em 2021, mesmo em um cenário em que Arthur Lira (Progressistas-AL), aliado de Bolsonaro, seja eleito presidente da Câmara, sucedendo Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Para Alessandra Ribeiro, sócia e diretora de análise macroeconômica da Tendências Consultoria, a expectativa é de que apenas a PEC Emergencial seja aprovada no médio prazo, além de reformas microeconômicas, como a nova lei do gás e a autonomia do Banco Central, que já estão caminhando.

“Não consideramos reformas mais parrudas no nosso cenário base, porque elas dependeriam de coalização do governo, da liderança do Planalto e do presidente, então há menor probabilidade de aprovação”, diz Ribeiro.

Aumento de casos e de mortes na pandemia

Apesar de Bolsonaro andar dizendo que estamos em “um finzinho de pandemia” e que o Brasil está em situação de “quase normalidade”, não é isso que mostram os números crescentes de casos e mortes por covid-19.

Essa nova piora da pandemia, antes mesmo que houvesse uma melhora significativa, será mais um dos desafios para a economia em 2021.

Segundo Alessandra Ribeiro, da Tendências, são dois os caminhos que podem levar essa segunda onda a afetar o desempenho da atividade no próximo ano.

Legenda: Covid-19 matou mais de 185 mil pessoas até agora no Brasil. Foto Reuters

Um deles é se governos locais voltarem a adotar restrições à circulação, o que afetaria principalmente a atividade de serviços, limitando a reação desse segmento. O segundo ponto é a cautela dos consumidores e empresas em meio à piora da crise sanitária, que tende a inibir a demanda por serviços e manter os níveis de poupança elevados.

Os mais afetados, como na primeira onda, serão os brasileiros mais pobres.

“A crise pandêmica é bastante regressiva, ou seja, ela afeta muito mais o trabalhador informal, que é menos escolarizado e tem salário médio menor”, diz Ribeiro.

“Mesmo que as medidas adotadas agora não sejam tão drásticas quanto aquelas do segundo trimestre de 2020, qualquer tipo de ação deve pegar mais o setor de serviços — alimentação fora do domicílio, bares, entretenimento, alojamento —, tudo isso afeta muito esse tipo de trabalhador.”

Isolamento internacional

Não bastassem todos os problemas internos ao país, o governo brasileiro entra em 2021 com relações estremecidas com Estados Unidos, China, Argentina e União Europeia. Os quatro destinos responderam juntos por 61% das exportações brasileiras em 2020.

“Certamente o maior ponto de atrito hoje, olhando as relações com Estados Unidos e Europa, se encontra na pauta ambiental”, avalia Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas do Eurasia Group, principal consultoria de risco político do mundo.

Legenda: Bolsonaro entrou em atrito com o presidente americano eleito e com a China, principal parceira comercial do Brasil. Foto Kevin Lamarque/Reuters

“Os EUA têm agora um presidente eleito, Joe Biden, que terá um compromisso doméstico e internacional com essa pauta”, diz Garman. “Governos da Europa têm priorizado a agenda climática e ser visto internacionalmente como um vilão nesse tema é um ‘calcanhar de Aquiles’ para o acordo entre União Europeia e Mercosul e para a relação entre Brasil e EUA.”

Para o cientista política, no entanto, Biden deve adotar uma postura pragmática em relação a Bolsonaro, por entender o papel estratégico do Brasil na América do Sul, no contexto de avanço da influência chinesa.

Assim, segundo Garman, tudo vai depender no próximo ano do andamento da questão ambiental no país, com destaque para o índice de desmatamento na Amazônia e a reação do governo Bolsonaro às críticas externas.

Já com relação à China, apesar dos atritos envolvendo a participação da Huawei no leilão da tecnologia 5G, o analista avalia que Pequim também tem interesse em aprofundar a relação com o Brasil, no contexto do estremecimento da relação com os Estados Unidos.

Quanto a possíveis retaliações econômicas, Garman avalia que a pauta ambiental pode ter repercussões maiores, como aumento de tarifas para exportações brasileiras ou boicotes de consumidores a produtos nacionais.

Já com relação à China, o especialista avalia que há sim um esforço do país asiático de reduzir sua dependência de exportações brasileiras, mas que isso é parte de um movimento mais amplo de redução de dependências externas e não do estremecimento da relação entre os dois países.

“Eu diria que, se o Brasil excluir a Huawei do 5G, pode ter sim alguma retaliação dos chineses, mas a tendência não é essa”, diz Garman, avaliando que, apesar dos atritos, o governo brasileiro deve permitir à empresa chinesa participar da disputa em 2021.

O que joga a favor da economia no próximo ano

Nem tudo são trevas na perspectiva para a economia brasileira em 2021.

Além da perspectiva de retomada do crescimento do PIB — o mercado projeta alta de 3,46% do produto no ano que vem, após uma queda estimada de 4,40% este ano, segundo o boletim Focus —, ao menos quatro outros fatores jogam a favor da atividade ou do governo em 2021.

Segundo Ribeiro, da Tendências, um primeiro fator é a taxa de juros ainda baixa, que deve dar um bom suporte para a atividade através do canal do crédito, mesmo com a consultoria prevendo uma Selic a 3,5% no final do próximo ano.

Um segundo fator é a perspectiva favorável para a recuperação da economia mundial, com o avanço da vacinação.

“A recuperação mais significativa das principais economias — China, Estados Unidos e União Europeia, num ritmo menor — é importante pelo canal do comércio exterior e pelo canal financeiro”, diz Ribeiro. “Se sustentarmos o pilar fiscal, há espaço para nos apropriarmos da liquidez internacional, seja através de investimentos financeiros ou produtivos.”

Um terceiro fator é a esperada estabilização do dólar, ainda que a um patamar elevado. Com o real ainda desvalorizado em relação à moeda americana, as exportações brasileiras devem continuar aquecidas. E a menor variação do câmbio tende a reduzir a pressão por reajustes de preços de produtos com custos na moeda americana, ajudando a controlar a inflação.

Por fim, um fator que pode ajudar o governo no próximo ano é a possível mudança na presidência da Câmara dos Deputados.

“A eleição das Casas tem um efeito super importante pra a agenda econômica dessa segunda metade do governo Bolsonaro”, diz Ribeiro. “O melhor mundo para Bolsonaro é a eleição de Arthur Lira, um homem do Planalto, que facilitaria o andamento da agenda. Um nome mais ligado a Maia não seria tão cooperativo, para não cacifar Bolsonaro para 2022.” (BBC Brasil, 28/12/20)

Fonte: Brasil Agro

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EUA selecionam farmácias para vacinação contra a Covid-19

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Enquanto o Brasil sequer tem uma vacina aprovada para uso no país, os Estados Unidos já começam a selecionar as farmácias que participarão da campanha de vacinação contra o novo coronavírus.

Nesta segunda-feira, 4 de janeiro, o Departamento de Saúde da Louisiana, nos Estados Unidos, deve divulgar sua lista de farmácias que oferecerão vacinas contra a Covid-19 para residentes de 70 anos ou mais.

Apenas aqueles no grupo de prioridade 1B, pessoas com 70 anos ou mais e profissionais de saúde ambulatoriais e ambulatoriais, poderão obter a vacina em uma das 100 farmácias designadas no estado. O órgão disse que cerca de 100 farmácias vão receber cerca de 10.500 doses no total na primeira semana. Cada farmácia elegível receberá aproximadamente 100 doses.

O acordo entre o governo norte-americano e as farmácias para fornecimento da vacina foi firmado em 12 de novembro. O contrato garante que 3 a cada 5 farmácias dos Estados Unidos ofereçam imunização contra a covid-19 à população. Entre as farmácias que já aderiram estão redes de varejo como a Rite Aid, a CVS e a Walgreens.

Farmácias brasileiras aguardando reposta

No Brasil, o Plano Nacional de Operacionalização contra a covid-19, apresentado em 16 de dezembro, pelo Ministério da Saúde não faz menção à disponibilização pontos de vacinação em farmácias. Nas mais de 100 páginas, a possibilidade não é citada nenhuma vez.

Segundo reportagem do portal Poder 360, O governo federal também não divulgou resposta à proposta apresentada em 15 de dezembro pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) de disponibilizar farmácias para aplicação de vacinas sem custo para a população.

O projeto da associação é trabalhar de forma complementar ao SUS (Sistema Único de Saúde). O documento coloca à disposição 4.573 lojas com salas de imunização e 6.860 farmacêuticos para a realização do serviço em todos os Estados.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Leia também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/12/28/retrospectiva-as-mudancas-regulatorias-durante-a-pandemia/

Clínicas particulares negociam compra de vacina indiana

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A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) articula a compra de 5 milhões de doses do imunizante Covaxin, produzido pelo laboratório indiano Bharat Biotech. O imunizante foi aprovado neste domingo (3) para uso emergencial na Índia. As informações são do jornal O Globo.

A ABCVAC, entidade com 200 associadas que representa 70% do setor no Brasil, enviará uma delegação à Índia semana que vem para conhecer detalhes do imunizante. Sua importação para venda em clínicas particulares não provocará um desfalque à rede pública, já que o laboratório indiano não conduz negociações com o governo brasileiro.

O presidente da associação, Geraldo Barbosa, disse que a Bharat Biotech iniciou na Anvisa o processo de “submissão contínua” de resultados, mesmo processo adotado por outras quatro vacinas (Oxford/AstraZeneca, Coronavac, Pfizer/BioNTech e Janssen). A russa Sputnik V solicitou o início de testes do Brasil.

Barbosa espera que os testes com a Covaxin sejam concluídos ainda em janeiro. Logo depois, o laboratório entraria com um pedido de registro definitivo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, no cenário mais otimista, a vacina estaria disponível em clínicas particulares brasileiras na segunda quinzena de março.

A Covaxin foi desenvolvida pelo Bharat Biotech em conjunto com a Organização Central de Controle Padrão de Medicamentos — a organização de vigilância sanitária da Índia. O imunizante é administrado em duas doses com intervalo de duas semanas entre elas. Desta forma, induz um anticorpo neutralizante, que provoca uma resposta imune.

A aprovação emergencial da Covaxin, celebrada pelo governo indiano, foi alvo de críticas entre parte da comunidade científica do país, que apontou uma suposta falta de transparência nos estudos. Sua taxa de eficácia, por exemplo, não foi divulgada — segundo fontes da agência Reuters, seria superior a 60%.

Também foi contestada a velocidade com que a pesquisa é realizada. A previsão era que os imunizantes seriam disponibilizados somente em fevereiro ou março. A fase 3 está em andamento desde novembro e envolve aproximadamente 26 mil voluntários.

Ainda não há previsão do custo do imunizante, diz Barbosa, já que não há detalhes sobre sua logística e distribuição para o Brasil e as clínicas associadas. Ele destaca que a tecnologia do vírus inativo permite que o acondicionamento da vacina seja realizado entre 2 a 8°C. Segundo o dirigente, a Covaxin está há cerca de 40 dias em processo de submissão contínua à Anvisa. A agência pode exigir novos documentos antes de permitir a entrada do produto no mercado do país.

A Anvisa afirmou que ainda não foi procurada pelo ABCVAC. O processo de submissão contínua, salienta a agência, está disponível somente a empresas que promovem ensaios clínicos dos produtos no Brasil, o que não é o caso do Covaxin.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Sindusfarma vai à Justiça contra o fim da isenção do ICMS

Sindusfarma

A indústria farmacêutica segue o caminho dos hospitais privados e também aciona a Justiça para reverter o fim da isenção fiscal do ICMS sobre medicamentos, aprovada pelo governo estadual de São Paulo. O Sindusfarma, em nome dos seus 455 laboratórios associados, ingressou com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a medida. As informações são da Folha de S.Paulo.

De acordo com projeções da entidade, a decisão encarecerá em 21,95% os medicamentos para tratamento de Aids, câncer, gripe H1N1 e doenças raras. Os genéricos também sofrerão impacto, por conta do aumento da alíquota de 12% para 13,3%. Para o presidente Nelson Mussolini, essa minirreforma tributária do governo fere a Constituição porque “disciplinar o sistema tributário estadual é de competência exclusiva da Assembleia Legislativa”.

O governo de João Doria alega que a alíquota padrão de 18% é considerada, por lei, incentivo fiscal. No entanto, declara estar aberto ao diálogo. Com a medida, o poder público espera uma arrecadação extra de R$ 7 bilhões para custear despesas agravadas pela pandemia.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Canal farma inicia preparativos para implantar logística reversa

Logística Reversa

O mercado farmacêutico já se prepara para iniciar, no segundo semestre deste ano, a implantação do sistema de logística reversa de medicamentos. De acordo com a Anvisa, esse modelo pode contribuir para evitar o desperdício anual de cerca de 30 mil toneladas de remédios, descartados indevidamente pelos consumidores.

A logística reversa está prevista no Decreto nº 10.388, em vigor desde o início de dezembro, e será programada em duas etapas. A primeira compreende o período de 2021 a 2023 e municípios com população acima de 500 mil habitantes. As cidades com mais de 100 mil habitantes entram na sequência, no intervalo entre 2023 e 2026. As empresas que não se adequarem estão sujeitas a multas de até R$ 50 milhões e suspensão da licença ambiental necessária para seu funcionamento.

Varejo preparado

Segundo a norma, o varejo farmacêutico precisa disponibilizar um ponto de coleta para cada 10 mil habitantes nas farmácias e drogarias. Segundo informações do Valor Econômico, a capital paulista deverá contar com 1.200 pontos. A previsão é que haja mais de 600 no Rio de Janeiro, 300 em Brasília, 270 em Fortaleza, 260 em Manaus, 160 em Goiânia e 150 em Porto Alegre. São Paulo já está mais adiantada nesse processo e algumas drogarias já oferecem pontos de coleta por conta própria.

“A regulamentação demorou dez anos por não haver consenso. Mas as farmácias já tinham uma prática por conta própria, com a contratação de terceiros. Agora, todos os setores estão envolvidos”, celebra Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma, em entrevista ao Valor Econômico.

Estudos na indústria

A indústria farmacêutica, por sua vez, ainda realiza estudos para avaliar o impacto financeiro da logística reversa, cujo custo ficará a cargo do setor. De acordo com Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma, a dificuldade dos laboratórios está no fato de não haver aumento de preços previsto com o novo sistema.

O dirigente também afirma que deve se considerar que o produto é diferente de outros setores. “A ideia é que os medicamentos sejam vendidos para não sobrar na casa das pessoas, que elas façam o tratamento completo e não estoquem remédios”, afirmou.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Governo federal restringe exportação de agulhas e seringas

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O Ministério da Saúde confirmou nesse domingo, 03/01, que pediu a interrupção “provisória” da exportação das seringas e agulhas. Desde 1º de janeiro, a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), órgão ligado ao Ministério da Economia, passou a exigir uma licença especial para autorizar a venda dos produtos ao exterior.  As informações são do portal MSM.

Em nota, a pasta informou que o objetivo é garantir “os insumos necessários para, somando às necessidades habituais do SUS, viabilizar a ampliação da oferta de seringas e agulhas para atender ao Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19”.

O Ministério da Saúde afirmou que os produtos serão comprados “de forma legal, dentro do parâmetro de preços praticados no período”. De acordo com a pasta, os postos de vacinação contam com estoque “satisfatório” de seringas, mas não entrou em detalhes sobre a quantidade. “Estes insumos, inclusive, podem ser utilizados para dar início à vacinação de forma célere e segura.”

Na última semana, a Folha de S. Paulo publicou que o Ministério da Saúde só conseguiu comprar 7,9 milhões das 331 milhões seringas que precisava para aplicar as vacinas contra covid-19. Ou seja, 3% do total pretendido.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Retrospectiva: as 30 notícias mais lidas em 2020

Retrospectiva as 30 notícias mais lidas em 2020As ações e estratégias do varejo e da indústria farmacêutica em meio à pandemia do novo coronavírus, abertura de vagas de trabalho, farmácia popular, testes rápidos e a logística reversa de medicamentos foram os temas das notícias mais lidas ao longo de 2020. O top 30 destaca ainda reportagens sobre uma categoria que ganhou evidência com a Covid-19 – a de vitaminas, suplementos e minerais (VMS). Para relembrar, é só clicar. E contamos novamente com sua audiência em 2021!

Indústria

15 farmacêuticas que serão líderes em vendas até 2026

Eurofarma planeja lançar 22 genéricos em 2020

Tiaraju amplia produção com foco no canal farma

Takeda deve vender divisão de OTC ainda neste trimestre

Medley estreia na categoria de suplementos

Os 14 CEOs mais bem pagos da indústria farmacêutica em 2019

Nova marca de suplementos quer atingir o grande varejo

As dez farmacêuticas mais valiosas do mundo em 2020

Ações da Hypera Pharma disparam após negociação com Takeda

Kester Pharma lança colágeno inovador para o varejo

As 10 indústrias campeãs de vendas de OTC no varejo

Gador adquire laboratório para fortalecer presença no Brasil

Natulab quer chegar ao top 5 sustentada pelo Floratil

Os 10 laboratórios que mais investiram em P&D em 2019

 

Medicamentos

Os 43 medicamentos que perderão patente até 2021

Os medicamentos de prescrição que serão líderes em 2026

Setor reage contra o possível fim do Farmácia Popular

Os 10 lançamentos campeões de vendas da indústria

Ranking define os dez medicamentos mais valiosos do mundo

 

Assistência farmacêutica

ECO Diagnóstica lança teste da Covid-19 e busca farmácias

 

Vagas / Carreira

Ministério abre vagas de emprego para farmacêuticos

Pós Estácio lança pós-graduação para formar farmacêuticos clínicos

Canal farma abre 580 vagas de emprego

 

Varejo

Drogão Popular busca interessados em licenciar sua marca

Justiça autoriza venda de anorexígenos em São Paulo

Farmácias Bemol crescem 127% com robotização

Especialista prevê fim do crescimento baseado em novas lojas

 

Logística

BHS celebra 500 toneladas de medicamentos coletados

 

Distribuição

Polydrogas quer parceria com independentes e associativistas

 

Governo

Anvisa corre o risco de ter atividades interrompidas

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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