Ministério da Saúde admite que deixou vencer 1,7 milhão de testes para Covid

0

O Ministério da Saúde deixou estourar o prazo de validade de aproximadamente 1,7 milhão de testes RT-qPCR para Covid-19. A informação foi apurada pelo Metrópoles junto à pasta. Os exames serão ‘substituídos sem custo’, alega o ministério, sem, no entanto, informar como ou quando – e sem repassar qualquer documento que confirme o mecanismo de troca.

Todos foram testes comprados pelo governo federal em abril de 2020, via Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). No total, o lote continha cerca de 10 milhões de testes, que foram produzidos pelo laboratório Seegene, da Coreia do Sul. Desde então, quatro ministros já passaram pela gestão da pasta – e parte do lote seguiu encalhado.

Cada teste custou ao cofres públicos R$ 42, segundo informação enviada pelo Ministério Público Federal à CPI da Covid-19. Isso significa que, além de os brasileiros não terem tido acessos aos testes, o desperdício pode chegar a R$ 71,4 milhões. O Ministério da Saúde não revela qual seria a justificativa para que a Opas ou a empresa produtora assumissem os custos da troca, considerando que o problema com o material não foi na produção, mas na inépcia para distribuição no país.

Em dezembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ampliou o prazo de validade dos testes, por mais quatro meses, após o jornal O Estado de S. Paulo revelar que 6,9 milhões de exames estavam encalhados em um galpão do governo federal, em Guarulhos (SP).

No início de abril de 2021, o Metrópoles mostrou que, desse total, 2,8 milhões de exames RT-qPCR seguiam sem destinação.

À época, a pasta acenou com a possibilidade de nova avaliação da Anvisa para estender o prazo de validade dos exames para Covid-19 estocados. E acrescentou que ‘trabalha, juntamente com os estados e municípios, para que nenhum teste perca a validade’.

Por sua vez, a agência reguladora afirmou, ao Metrópoles, que não tinha ‘perspectiva do que poderá ocorrer com os referidos testes’.

Após publicação da matéria, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Benjamin Zymler determinou que o ministério desse ‘imediata destinação’ aos testes RT-PCR para detectar a Covid-19 que seguiam parados.

Na avaliação do ministro do TCU, ‘causa preocupação esse alto número, especialmente se comparado com o histórico de utilização do insumo nos últimos 12 meses’.

Ao Ministério Público Federal (MPF), o governo federal informou que cogitava incinerar os testes sem destinação. O tema é assunto da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que apura ações e omissões do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a condução da pandemia do novo coronavírus.

Em nota enviada na tarde dessa terça-feira (18/5) ao Metrópoles, o Ministério da Saúde alegou que ‘os 1,7 milhão de testes RT-qPCR que estão fora do prazo de validade serão substituídos pelo fornecedor’. Segundo o órgão, não haverá custo.

O procedimento de substituição, porém, não foi informado pela pasta. Procurada, a Opas não respondeu, até a última atualização desta reportagem, se haverá prejuízo à organização, uma vez que o governo brasileiro alegava que não terá custo com a troca.

O Ministério da Saúde acrescentou que já distribuiu aos estados mais de 31 milhões de testes. ‘Cabe ressaltar que, a pasta tem 29,8 mil testes prontos para serem distribuídos, a partir da demanda dos estados’, prosseguiu. O número de exames a serem destinados equivale a 1,75% do lote que perdeu a validade.

Dados disponíveis no Localiza SUS, plataforma administrada pelo governo federal, indicam que 19,8 milhões de testes do tipo RT-qPCR foram enviados aos estados. O restante (11,6 milhões) trata-se de testes rápidos.

Nem todos, contudo, foram aplicados – apesar de distribuídos. No último dia 30 de abril, durante a 4ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite, o secretário substituto de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Pereira, disse que 15,5 milhões de exames RT-qPCR foram realizados em laboratórios públicos.

Inicialmente, a meta era superar 24 milhões de exames RT-PCR até dezembro de 2020. O objetivo fracassou.

Ao se acrescentar os testes RT-qPCR realizados em laboratórios privados, o número sobe para 25,2 milhões no país. Incluindo exames de sorologia, anticorpo e antígeno (teste rápido), vai a 48,4 milhões.

‘Isso corresponde a aproximadamente a 23% da população do país’, calculou o secretário, ao acrescentar que cerca de 34% dos testes aplicados deram positivo.

A taxa de positividade desses exames é bem superior ao limite de 5%, indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como patamar indicativo de que a pandemia de Covid-19 está controlada.

Segundo dados levantados pelo Metrópoles junto ao site Our World in Data, a taxa de positividade de testes para Covid-19 é de 1%, 4,5% e 4,6%, respectivamente, em Portugal, França e Estados Unidos. A percentagem considera a média contínua de sete dias.

Em países com uma alta taxa de positividade, o número de casos confirmados provavelmente representa apenas uma pequena fração do verdadeiro número de infecções.

Fonte: Metrópoles

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/17/governo-admite-perder-23-milhoes-de-testes-para-covid-19-em-documento-da-cpi/

PSDB vai apresentar ação para que Jair Bolsonaro respeite regras sanitárias em espaços públicos

0

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou nesta terça-feira (18) que o partido dos tucanos está apresentando uma ação na Justiça contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para que, em eventos públicos, ele comece a respeitar as regras sanitárias.

‘O PSDB está entrando com uma ação em que obrigue o presidente a obedecer as regras sanitárias estabelecidas pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. É um problema que estamos vendo ocorrer. É um boicote ao programa de afastamento social. Lembro aos senhores que estamos vivendo hoje uma crise de vacinas. E o distanciamento social é a alternativa’, anunciou Tasso.

Tem sido comum a participação do chefe do executivo em eventos com aglomeração e sem máscara. O anúncio do senador foi feito durante a sessão da CPI da Covid-19, que ouve o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo.

Fonte: ISTOÉ Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/19/psdb-vai-apresentar-acao-para-que-jair-bolsonaro-respeite-regras-sanitarias-em-espacos-publicos/

Após erro em aplicação, idoso recebe doses diferentes de vacina contra Covid-19 em São José

0

Um idoso de 85 anos recebeu as duas doses da vacina contra a Covid-19 de fabricantes diferentes em São José dos Campos. No cartão de vacinação, o paciente recebeu a primeira dose da vacina Astrazeneca e após o prazo para a segunda dose, recebeu a Coronavac. A Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que não seja feita a mistura de vacinas porque não há comprovação da completa imunização. A prefeitura informou que vai aplicar uma nova dose. (Leia mais abaixo)

Veja também: Dois tripulantes do navio Shandong recebem alta da Covid-19 em São Luís

Dejair Losnak recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em 15 de fevereiro com a vacina Astrazeneca. O imunizante pede uma janela de 90 dias para a segunda dose e ele teria que tomar a nova vacina nesta terça-feira (17).

Siga nosso Instagram

O homem conta que ao chegar no posto, as enfermeiras perguntaram qual era o imunizante que ele deveria tomar e que depois de receber a dose relataram a troca. ‘Depois de um tempo de aplicada, elas me chamaram e disseram que, na verdade, eu tinha tomado a Coronavac. Disseram que não tinha problema, mas que alguém da prefeitura iria me procurar’, conta.

Depois do ocorrido, o idoso abriu um protocolo no 156 para saber se receberia uma dose da vacina correta, mas recebeu o retorno ainda nesta terça-feira de que a aplicação de doses diferentes não traria problema para a imunização.

A recomendação, no entanto, é diferente do que determina a Anvisa. O órgão tem uma portaria que alerta os profissionais de saúde para que a imunização seja feita com doses do mesmo fabricante. No documento, a Anvisa alerta que ‘não há dados que sustentem que a troca de fabricantes de vacinas entre a primeira e a segunda dose produza resposta imune SARS-Cov-2’.

O texto ainda recomenda que os órgão de saúde dos governos estaduais e federais devem ser notificados para casos desse tipo.

O que diz a prefeitura de São José dos Campos

Em nota, a prefeitura afirmou que após o erro, seguiu os protocolos avisando o sistema estadual e que o caso está sendo acompanhado pelo CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica).

Sobre a imunização, disse que a primeira dose vai ser desconsiderada e que em 14 dias o idoso vai receber a segunda vacina novamente, mas do tipo Astrazeneca.

Fonte: G1

Dois tripulantes do navio Shandong recebem alta da Covid-19 em São Luís

0

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou nesta terça-feira (18) que dois tripulantes do navio ‘MV SHANDONG DA ZHI” receberam alta da Covid-19 em São Luís. Ambos voltaram à embarcação.

Um terceiro tripulante segue internado com quadro clínico estável. Agora, segundo a SES, dentro do navio continuam 14 tripulantes com Covid-19: Dois com sintomas leves e 12 assintomáticos. Outros nove não foram diagnosticados com a doença.

As amostras dos tripulantes foram encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (Lacen) e para o Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém, no Pará, onde será realizado o sequenciamento genômico para determinar qual é a variante do coronavírus presente em cada um deles. Há a preocupação com a variante Indiana do novo coronavírus.

Entenda o caso

Em nota divulgada na noite de sábado (15), a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que um homem de nacionalidade indiana, de 54 anos, foi internado em um hospital da rede privada de São Luís com sintomas do novo coronavírus (Covid-19).

Segundo a SES, o fato foi informado pela Agência Nacinal de Vigilância Sanitária (Anvisa). O paciente é um dos tripulantes do navio “MV SHANDONG DA ZHI”, que saiu da Cidade do Cabo, na África do Sul, e foi fretado pela Vale para transportar minério de ferro até São Luís e segue ancorado na costa maranhense.

O indiano começou a sentir os sintomas da doença em 4 de maio e teve febre. Por conta do quadro, o indiano foi encaminhado em um helicóptero para um hospital da rede privada na última sexta-feira (13), por determinação da equipe médica.

Fonte: G1

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/18/testes-da-covid-19-em-farmacias-voltam-a-registrar-alta/

Covid: avião com mais 629 mil doses da vacina da Pfizer chega em Viracopos nesta quarta

0

O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), recebe, na noite desta quarta-feira (19), mais 629 mil doses da vacina contra Covid-19 da Pfizer/BioNTech. É a quarta remessa do primeiro contrato de 100 milhões de doses feito pela farmacêutica com o governo federal – até o momento, 2,2 milhões já foram entregues ao Ministério da Saúde.

No último dia 14, Pfizer anunciou a assinatura do contrato para venda de mais 100 milhões de doses da vacina ao Brasil. De acordo com a empresa, as entregas estão planejadas para acontecer até o final do quarto trimestre de 2021.

O avião que vai decolar de Miami (EUA) com 629.460 doses está previsto para chegar ao terminal em Campinas (SP) por volta das 19h. Um esquema de segurança da Polícia Federal acompanha o desembargue e transporte do imunizante até o centro de distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos (SP).

CPI DA COVID: Veja cronologia dos contatos entre a Pfizer e o governo federal

CPI DA COVID: Executivo da Pfizer revela à CPI seis ofertas de vacina e presença de Carlos Bolsonaro em reunião

CPI DA COVID: Veja cronologia dos contatos entre a Pfizer e o governo federal

CPI DA COVID: Executivo da Pfizer revela à CPI seis ofertas de vacina e presença de Carlos Bolsonaro em reunião

Todas as entregas do imunizante, até agora, chegaram pelo Aeroporto de Viracopos. A primeira remessa teve 1 milhão de doses e foi recebida pelo país em 29 de abril, em cerimônia que contou com a presença do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O segundo lote com 629 mil doses foi entregue no dia 5 de maio, enquanto outras 628 mil doses, da terceira remessa, chegaram no dia 12 deste mês.

A Pfizer é a terceira vacina a ser usada no Brasil para enfrentamento à Covid-19 e, com a nova entrega, o país contabilizará 2,8 milhões de imunizantes da farmacêutica americana. O cronograma prevê a totalização das 100 milhões de doses do primeiro contrato até o fim do terceiro trimestre de 2021.

Condições especiais

As doses da Pfizer precisam ser armazenadas em caixas com temperaturas entre -25°C e -15°C por, no máximo, 14 dias. Ainda em 2020, a empresa informou ter desenvolvido uma embalagem especial com temperatura controlada que usa gelo seco para manter a condição de armazenamento recomendada.

Ao chegarem às salas de vacinação, as doses serão mantidas a uma temperatura que varia entre 2°C e 8°C, e precisam ser aplicadas na população em um período de até cinco dias.

Histórico

A vacina da Pfizer/BioNTech foi alvo de recusa e polêmicas dentro do governo federal. Ainda no ano passado, três ofertas formais para venda de 70 milhões de doses foram feitas pela empresa e ficaram sem resposta do Ministério da Saúde.

Também em dezembro, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, descartou a compra da vacina por causa da exigência de armazenamento em baixas temperaturas.

A vacina foi a primeira a obter registro sanitário definitivo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em fevereiro deste ano.

O imunizante pode ser aplicado em pessoas a partir de 16 anos de idade, em duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas.

Fonte: G1

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/01/vacina-pfizer-biontech-e-100-eficaz-em-adolescentes-de-12-a-15-anos/

Cosmético de Abaetetuba ganha o registro da Anvisa

0

É cada vez mais notória a preocupação com a beleza. E cada vez mais as pessoas têm buscado nos cosméticos uma forma de obter saúde e bem estar. Essa é uma das indústrias que mais cresce atualmente.

Diante de muitos produtos que são lançados, poucos têm o controle sanitário.

E uma marca de cosméticos paraense conquistou recentemente o selo da Anvisa, vinculada ao Ministério da Saúde, garantindo mais segurança e credibilidade para o consumidor.

A Natural Bella é uma linha de cosmético integralmente natural, criada pela esteticista Enara Azevedo, de Abaetetuba, nordeste paraense.

‘Ter a minha linha de cosméticos era um sonho. Trabalhei com muita dedicação para tornar tudo isso realidade. Conseguir o registro Anvisa é um dos processos desse sonho, sem dúvida alguma. Esse registro garante a segurança de nossos produtos para as pessoas, traz mais credibilidade, garante a eficácia e nos permite expandir ainda mais tudo isso’, diz ela.

‘Os produtos possuem carinho e cuidado em tudo, além das formulações e ativos específicos para que a pessoa tenha experiências únicas de cuidado, bem estar e claro, os melhores resultados’, completa.

Fonte: Diário do Pará

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/14/mercado-cosmetico-halal-deve-faturar-us-76-bilhoes-ate-2024-no-mundo/

Vacina: Laboratório Medicago abre inscrições para testes no DF

O laboratório produtor da vacina canadense contra a covid-19, o Medicago, abriu, no Distrito Federal, por meio do Instituto de Pesquisas Clínicas L2iP, inscrições para voluntários para a fase de testes do imunizante. A intenção é recrutar pessoas com 18 anos ou mais, que residam no DF, e iniciar o processo na próxima semana.

Veja também: Pfizer pretende pedir à Anvisa mudança no protocolo de armazenamento

O cadastro pode ser feito pelo site do instituto e o projeto receberá pacientes até o fim de junho. De acordo com o médico e diretor do L2iP, Eduardo Freire, os interessados não podem ter tido contato com o vírus da covid-19, não podem ter se vacinado com outros imunizantes e não podem ter doenças autoimunes ou fazer uso de corticoides. “É uma vacina experimental. Em todo o mundo serão 30 mil voluntários em 10 países”, diz.

Siga nosso Instagram

No Brasil, 10 centros de pesquisa poderão realizar os testes e, no total, 5 mil pessoas serão selecionadas. “Cada laboratório poderá selecionar quantas pessoas conseguir abranger até completarmos 5 mil. Aqui, no DF, já tivemos bastantes inscrições”, revela Freire.

Segundo ele, a vacina canadense funciona em esquema de duas doses, com intervalo de 21 dias e o estudo será feito com metade dos pacientes recebendo a vacina e, o restante, o placebo. “Nós e os pacientes não saberemos, no entanto, o que foi aplicado em cada um”, completa Freira. O estudo deve durar de quatro a seis meses.

Anvisa

No Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para um ensaio clínico ser autorizado é necessário atender a quatro aspectos principais: (1) dados de segurança; (2) delineamento do estudo proposto; (3) dados de produção e controle de qualidade; e (4) boas práticas clínicas. Os dados de segurança devem ter sido gerados em estudos anteriores, para garantir a segurança da respectiva vacina, e são checados pela equipe responsável pelas análises.

Em agosto do ano passado, pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e do Hospital Universitário de Brasília (HUB) realizaram os testes da fase 3 da CoronaVac/Sinovac em 943 profissionais de saúde da capital federal. Em outubro, idosos também puderam se inscrever para participar dos testes.

Fonte: Correio Braziliense Online

Comissão adia votação de proposta que legaliza cultivo de Cannabis para fins medicinais

A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa o Projeto de Lei 399/15 adiou, para data a definir, a votação do parecer sobre a legalização do cultivo no Brasil – exclusivamente para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais – da Cannabis sativa, planta também usada para produzir maconha. as informações são da Agência Brasil.

Veja também: Estoque de kit-intubação segue preocupante, afirmam gestores de saúde

A decisão foi tomada na tarde desta terça-feira (18) pelo presidente do colegiado, deputado Paulo Teixeira (PT-SP) , após mais de cinco horas de debate. Ele acatou o pedido do relator, deputado Luciano Ducci (PSB-PR) , de mais tempo para uma complementação de voto ao substitutivo apresentado no último dia 10.

Siga nosso Instagram

Segundo o relator, serão incorporadas sugestões oriundas das discussões desta terça-feira. Houve troca de acusações entre os parlamentares – em resumo, de obscurantismo, preconceito, submissão a lobbies ou apoio a drogas -, e também defesa da ciência e do acesso amplo a medicamentos novos ou caros.

No momento mais tenso da reunião, aconteceu contato físico entre o deputado Diego Garcia (Pode-PR) , contrário ao parecer, e Paulo Teixeira, por causa de um requerimento rejeitado. Ambos afirmaram, ainda durante os trabalhos, que recorrerão à gravação em vídeo e a testemunhos para eventuais providências.

Restrições

Como está atualmente, o parecer legaliza o cultivo da Cannabis, porém impõe restrições. Poderá ser feito apenas por pessoas jurídicas (empresas, associações de pacientes ou organizações não governamentais). Não há previsão para o plantio individual. Seguirão proibidos cigarros, chás e outros itens derivados da planta.

Luciano Ducci reiterou que o foco é a aplicação medicinal da Cannabis, presente hoje em 50 países. ‘Nunca foi premissa discutir a legalização da maconha para uso recreativo ou cultivo individual’, afirmou. Criada em 2019, a comissão especial fez 12 audiências públicas, além de recolher informações no Brasil e no exterior.

Alterações

Foram várias as mudanças em relação ao projeto original, do deputado Fábio Mitidieri (PSD-SE) . Ele, que sugeriu uma alteração na Lei Antidrogas apenas para autorizar no Brasil a venda de medicamentos oriundos da Cannabis sativa, aprovou o parecer de Luciano Ducci. ‘Salvará vidas’, ressaltou.

‘Algumas moléstias podem ser tratadas com sucesso, de modo eficaz e seguro, em relação a outras drogas que não apresentam respostas satisfatórias em determinados casos’, disse Mitidieri. No combate a convulsões, afirmou, é expressiva a redução de dezenas por dia a só uma ocorrência por semana.

Legislação

Atualmente, a Lei Antidrogas proíbe em todo o território nacional o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, com exceção para aquelas plantas de uso exclusivamente ritualístico religioso e no caso de fins medicinais e científicos.

Autoridade sanitária dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou produtos oriundos da Cannabis sativa. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não classifica esses itens como medicamentos, mas autoriza a importação com receita médica e poderá avaliar a fabricação no País.

Polêmicas

Durante os debates, deputados como Osmar Terra (MDB-RS) e Hiran Gonçalves (PP-RR) apoiaram a autorização ao canabidiol, derivado da Cannabis sativa cujo uso medicinal ambos reconheceram, mas refutaram o cultivo da planta no País. Gonçalves sugeriu a importação do Uruguai – a legalização lá ocorreu em 2013.

Outros avaliaram que o cultivo de Cannabis deve baixar custos e favorecer, entre várias, pessoas com câncer, epilepsia, esclerose múltipla e doenças autoimunes. O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) defendeu a autossuficiência brasileira em medicamentos ao citar as atuais dificuldades na vacinação contra a Covid-19.

Com votos em separado, os deputados Diego Garcia e Dra. Soraya Manato (PSL-ES) disseram que normas atuais tornam o projeto desnecessário; Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) cobrou precauções contra desvios; e Sâmia Bomfim (Psol-SP) e Talíria Petrone (Psol-RJ) pediram mais atenção às associações de pacientes.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


Cadastre-se para receber os conteúdos também no WhatsApp  e no Telegram

Jornalismo de qualidade e independente
Panorama Farmacêutico tem o compromisso de disseminar notícias de relevância e credibilidade. Nossos conteúdos são abertos a todos mediante um cadastro gratuito, porque entendemos que a atualização de conhecimentos é uma necessidade de todos os profissionais ligados ao setor. Praticamos um jornalismo independente e nossas receitas são originárias, única e exclusivamente, do apoio dos anunciantes e parceiros. Obrigado por nos prestigiar!

Leia também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/18/pague-menos-compra-extrafarma-por-r-600-milhoes/

Tramitação

A proposta tramita em caráter conclusivo. Se aprovada pela comissão especial, poderia ser enviada diretamente ao Senado; nesta terça-feira, porém, formou-se a convicção no colegiado de que haverá recurso para análise do Plenário.

 

Estoque de kit-intubação segue preocupante, afirmam gestores de saúde

0

A indústria farmacêutica e os gestores públicos e privados da área de saúde apresentaram quadro ‘preocupante’ dos estoques de kit-intubação e de outros medicamentos no País, durante audiência virtual nesta terça-feira (18) da comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha ações de enfrentamento à Covid-19.

Segundo a Agência Câmara, em alguns municípios, os hospitais públicos e privados tiveram de desativar UTIs devido à falta desses produtos em março, durante novo pico da pandemia e colapso em unidades de saúde no Brasil. Hoje a pressão é um pouco menor, mas a situação se mantém crítica diante do número diário ainda elevado de casos e mortes por Covid-19.

O assessor técnico do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Heber Bernade ressaltou a gravidade do momento. “A situação não está nem perto de ser resolvida de forma plena, o que faz com que os estabelecimentos e as secretarias estaduais vivam um dia após o outro. O drama do risco iminente de falta pontual em alguns hospitais ainda existe em todas as unidades da Federação”, cometou.

O Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems) apresentou avaliação semelhante nas unidades sob administração das prefeituras. Dados mostrados pela Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) revelaram que o panorama também é grave na rede particular.

“Para os medicamentos anestésicos, temos hoje 71,7% dos hospitais que possuem duas semanas ou mais de estoque. No entanto, 23% têm uma só semana de estoque e 5,1% possuem menos de cinco dias”, informou Leonísia Obrusnik, uma das coordenadoras da associação. Segundo ela, em relação ao kit-intubação, há 69% dos hospitais com estoque de duas semanas ou mais; 20% com estoque para uma semana; e 7,6% para cinco dias.

Kit-intubação

O kit-intubação é um conjunto de equipamentos e remédios usados para a colocação de um tubo na traqueia do paciente, a fim de mantê-lo conectado a um ventilador pulmonar. Medicamentos hipnóticos, analgésicos e bloqueadores neuromusculares também fazem parte do kit. O Conasems apontou falta desses bloqueadores neuromusculares nas últimas semanas, enquanto a rede privada citou desabastecimento de antibióticos hospitalares.

O presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini, admitiu que o problema ainda está longe de uma solução definitiva. “Estoques confortáveis, só os vamos ter com o fim da pandemia e, mesmo assim, ainda vamos ter problemas durante um período subsequente. A indústria nem os distribuidores têm reserva”.

O Sindusfarma pediu à Anvisa que prorrogue, por mais 30 dias, as regras emergenciais de produção, já que a vigência de algumas delas termina nesta semana.

Custos

Mussolini lembrou que o agravamento da pandemia na Índia, um dos maiores fabricantes mundiais de medicamentos e equipamentos, afeta o estoque regulador. Ele informou que a indústria nacional tem trabalhado em turnos ininterruptos para ampliar a produção, o que pode gerar aumento de custos.

O presidente da Confederação Nacional de Saúde, Breno Monteiro, salientou que, em março, houve aumento de cerca de 2.000% na demanda desses medicamentos e alta de até 600% nos preços.

Em busca de solução mais duradoura, o Conass defendeu a adoção de plano de contingência de longo prazo com estoque doador e uma espécie de ‘poupança’ de medicamentos para 2022 e 2023.

 

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


Cadastre-se para receber os conteúdos também no WhatsApp  e no Telegram

Jornalismo de qualidade e independente
Panorama Farmacêutico tem o compromisso de disseminar notícias de relevância e credibilidade. Nossos conteúdos são abertos a todos mediante um cadastro gratuito, porque entendemos que a atualização de conhecimentos é uma necessidade de todos os profissionais ligados ao setor. Praticamos um jornalismo independente e nossas receitas são originárias, única e exclusivamente, do apoio dos anunciantes e parceiros. Obrigado por nos prestigiar!

Leia também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/18/pague-menos-compra-extrafarma-por-r-600-milhoes/

Coren abre processo ético contra enfermeira que debochou da Coronavac

0

O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) abriu processo ético para apurar a conduta da enfermeira Nathana Ceschim. A Comissão de Instrução deve concluir o trabalho em 120 dias que devem ser contados a partir do recebimento dos autos. O prazo pode ser prorrogado pelo mesmo período.

Em janeiro deste ano, Nathana publicou nas suas redes sociais vídeos em que aparecia sem máscara no local de trabalho e também debochando da Coronavac, vacina contra a Covid-19. À época, ela foi demitida do hospital onde trabalhava.

Por nota, o Coren-ES informou que no dia 29 de março, os conselheiros promoveram a Reunião Ordinária de Plenário nº 433. Na ocasião, “foram admitidas as denúncias oferecidas à autarquia, em face do caso da enfermeira Nathanna Ceschim. Após a deliberação em plenário, inicia-se o processo ético, sob a fase de instrução, que segue os ritos do Código de Processo Ético-Disciplinar. Nessa fase, o período estabelecido obedece ao Artº 69 do Código”, diz um trecho do texto.

De acordo com o artigo citado, a Comissão de Instrução concluirá seus trabalhos no prazo de 120 dias, contados do recebimento dos autos. O prazo pode ser prorrogado por mais 120 dias pelo presidente do Conselho, mediante solicitação justificada do presidente da comissão. O Coren-ES destacou que os processos correrão sob sigilo e a profissional terá amplo direito à defesa.

O Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça Cível de Vitória, informou que o “procedimento está tramitando e em fase de conclusão. O caso segue sob sigilo e, por essa razão, não é possível fornecer mais informações no momento”, finaliza a nota enviada pelo órgão ministerial.

A reportagem entrou em contato com a enfermeira na noite desta terça-feira (18), mas ela preferiu não comentar sobre o caso.

RELEMBRE O CASO

Os vídeos polêmicos que envolveram Nathana foram publicados nas redes sociais pessoais da enfermeira no dia 22 de janeiro deste ano. Neles, ela falava que só tomou a vacina para poder viajar e zombou da taxa de eficácia da vacina – que é considerada eficaz e segura, segundo parâmetros da Organização da Saúde (OMS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Nathana atuava no Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vitória. A publicação mostrava ela de touca cirúrgica, em frente a um computador da unidade. O hospital não informou em que área a gravação foi feita. No vídeo, ela brincava com um colega, que aparecia na porta da sala com touca, luvas e máscara.

Horas antes, a mesma enfermeira havia publicado um vídeo em que desdenhava da aplicação da vacina Coronavac. Um comprovante exibido na rede social mostrava que a imunização dela contra a Covid-19 tinha sido feita no dia 19 de janeiro.

To view this video please enable JavaScript, and consider upgrading to a web browser that supports HTML5 video

“Tomei por conta que quero viajar, não para me sentir mais segura. Porque uma vacina que dá 50% de segurança, para mim não é vacina. Eu tomei foi água”, disse. Em seguida, ela mostra o comprovante do recebimento da primeira dose, com a data de 19 de janeiro, e veicula uma teoria da conspiração sobre a origem do novo coronavírus.

No dia 25 de janeiro, ela confirmou que havia sido demitida da Santa Casa. Por meio de um áudio enviado por um aplicativo de mensagens à reportagem, ela disse que havia expressado a opinião como cidadã e que não teria feito campanha contra a vacinação.

“Os meus vídeos foram apenas exercendo o meu direito de liberdade de expressão. Eu acho a vacina importante, mas não acho que seja a salvação do problema. Eu não fiz campanha contra a vacina, não falei para as pessoas não se vacinarem, eu não fiz nada disso. Foi um ponto de vista meu”, defendeu, à época.

Fonte: A Gazeta Online ES

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/01/26/enfermeira-que-debochou-da-coronavac-e-tomou-vacina-pra-viajar-e-demitida/