Mundo tem 1,2 bilhão de adultos com hipertensão arterial e deficiência de tratamento

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Em três décadas, o número de adultos acima de 30 anos convivendo com hipertensão arterial dobrou no mundo, com o maior aumento de casos observado em países pobres e em desenvolvimento. Já naqueles com renda mais alta, a prevalência dessa condição – associada a doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral (AVC) – declinou, ao mesmo tempo em que os sistemas de saúde atingiram taxas de tratamento de até 80%, com 60% de pacientes controlados.

Baixo índice de detecção e, consequentemente, de cuidados adequados persistem nas nações mais pobres do globo, como as da África subsaariana, da Oceania e do Sudeste Asiático, mostra o maior estudo já realizado sobre o tema, publicado na revista The Lancet. De acordo com a pesquisa, mais de 1,2 bilhão de adultos tinham hipertensão em 2019.

O artigo, financiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), traz dados de 1.201 estudos referentes a 184 países, incluindo o Brasil, e cobre 99% da população mundial na faixa etária analisada (30 a 79 anos). Além de ser um fator de risco para a COVID-19 grave, a hipertensão arterial está diretamente ligada a mais de 8,5 milhões de mortes em todo o mundo a cada ano, e é o principal desencadeador de AVC, doença isquêmica do coração, outras condições vasculares e comprometimento renal.

Segundo um estudo anterior, também divulgado pela The Lancet, a redução da pressão arterial pode diminuir o número de AVCs em 35% a 40%; de ataques cardíacos em 20% a 25%, e de insuficiência cardíaca em cerca de 50%.

Estatisticamente, não houve alteração significativa na prevalência da hipertensão arterial, mas preocupam os autores do artigo o fato de que, no mundo, 41% das mulheres e 51% dos homens com o problema não tiveram diagnóstico apropriado. Entre aqueles que têm a condição confirmada, são baixos os percentuais de pacientes em tratamento e ainda mais reduzidos os índices de controle da popularmente chamada pressão alta. Na Oceania, por exemplo, até 97% da população do sexo feminino que se trata não está com a doença controlada.

‘As baixas taxas de detecção e tratamento que persistem nas nações mais pobres do mundo, juntamente ao número crescente de pessoas que têm hipertensão, transferirão uma parcela cada vez maior da carga de doenças vasculares e renais para a África subsaariana, a Oceania e o Sudeste da Ásia’, advertiu, em nota, a coautora Leanne Riley, da OMS, na Suíça. ‘A melhoria da capacidade desses países de detectar e tratar a hipertensão como parte da atenção primária à saúde e da cobertura universal de saúde deve ser acelerada.’

AVANÇOS Já nos países de alta renda, como Espanha, Alemanha, Suíça e Reino Unido, as taxas reduziram drasticamente. O Peru também aparece no estudo como a nação que, ao lado do Canadá, apresentou menor proporção de pessoas que vivem com hipertensão: cerca de uma em cada quatro pessoas de 30 a 79 anos. O Brasil tem prevalência alta (entre 40% e 50% para mulheres e homens), mas o estudo destaca que o país é um dos que, nos últimos 30 anos, apresentaram melhoria no diagnóstico, no tratamento e no controle da condição médica.

O cardiologista Ernesto Osterne reconhece os avanços brasileiros no período, mas destaca desafios. ‘O Brasil ainda precisa melhorar muito em termos de diagnóstico, acompanhamento, tratamento e no fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).’

A melhoria no tratamento e controle também foi observada em países de renda alta, com o Canadá, Islândia e Coreia do Sul, e de nações em desenvolvimento, como a Costa Rica. O estudo mostra, contudo, poucas mudanças nesse sentido na África Subsaariana, na Oceania, no Nepal e na Indonésia – onde menos de 1/4 das mulheres e 1/5 dos homens com hipertensão arterial estavam sendo tratados em 2019, e menos de 10% tinham a pressão bem controlada.

‘Há uma necessidade urgente de transformação e abordagens inovadoras para reduzir o fardo da hipertensão em todo o mundo. Precisamos de melhores estratégias para aumentar o diagnóstico e a gestão, aproveitando a atenção primária ou os sistemas existentes ou identificando novos métodos para envolver os pacientes na gestão da pressão arterial’, disse Clara Chow, pesquisadora da Universidade de Sydney e autora de um artigo sobre o estudo, também publicado na The Lancet. Telemedicina, equipamentos baratos e eficazes de monitoramento doméstico e lembretes como mensagens de texto no celular para melhorar a adesão ao tratamento são algumas das estratégias citadas por ela.

Três perguntas para Ernesto Osterne – cardiologista do Hospital Anchieta de Brasília

Estatisticamente, o percentual de adultos com hipertensão não variou muito nos últimos 30 anos, mas, numericamente, dobrou. Para os sistemas de saúde, o que significa esse aumento expressivo?

Para o sistema de saúde, há implicações para toda a cadeia: primária, secundária e terciária. Na atenção primária, implica na necessidade da detecção da hipertensão com um clínico ou cardiologista; na disponibilização, pelo sistema de saúde, de medicamentos eficazes para o controle da hipertensão, e nas medidas de controle não farmacológico, como perda de peso, atividade física etc. Já falando em um aspecto secundário ou terciário, se aumenta o número de pacientes com hipertensão, também aumenta o número de pacientes com complicações, são aqueles portadores de um acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal crônica, paciente portador de uma insuficiência cardíaca hipertensiva e isso demanda mais internações, leitos e custos. Mas sabemos também que nos últimos 30 anos não dobrou o número de leitos ou de médicos atendendo pacientes com hipertensão. Isso, com certeza, é um problema para o sistema de saúde. É preciso investir mais em atenção primária, secundária e terciária, assim como nas complicações da hipertensão arterial.

O senhor poderia avaliar o desempenho brasileiro em termos de diagnóstico, tratamento e casos sob controle nos últimos 30 anos?

Nos últimos 30 anos, houve um aumento no número de diagnósticos no Brasil também, até pelo fato de ter havido uma melhora socioeconômica; os pacientes tiveram um pouco mais de acesso, principalmente à atenção primária, para o diagnóstico de hipertensão, e o tratamento está sendo disponibilizado por programas de governo, com medicações sem custo ou com custo mais baixo de várias classes. Mas a doença também está crescendo devido a uma série de problemas, como obesidade, sedentarismo, tabagismo, e isso ainda influi muito. E cada vez mais está se tendo diagnóstico de pacientes mais jovens. O Brasil ainda precisa melhorar muito em termos de diagnóstico, acompanhamento, tratamento e no fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) para a gente poder fazer um diagnóstico ainda maior, sobretudo nas classes menos favorecidas.

Nos países onde o diagnóstico é maior, incluindo nos de baixa renda, houve melhoria nas taxas de tratamento e de controle da doença em três décadas. Essa é a peça-chave para que doenças cardiovasculares deixem de ser as que mais matam no mundo?

Com certeza. Se você faz um diagnóstico precoce em um paciente com hipertensão e tiver políticas de governo e uma boa educação do paciente para tomar medidas não farmacológicas, como atividade física, perda de peso, deixar o tabagismo, haverá um maior controle. E também as medidas farmacológicas, como medicações disponibilizadas pelo SUS e as de baixo custo, nas farmácias populares. Essas medidas são fundamentais, porque você abrange tanto os pacientes que não têm muito acesso quanto os que têm um nível socioeconômico melhor. Disponibilizando o tratamento precoce e adequado, com certeza vamos reduzir as taxas de doenças cardiovasculares, principalmente as relacionadas à hipertensão.

Sinal de alerta

O número de pessoas entre 30 e 79 anos com hipertensão dobrou de 1990 a 2019, passando de 331 milhões de casos em mulheres para

629 milhões; e de 317 milhões de ocorrências em homens para 652 milhões. Confira alguns dados da pesquisa da OMS:

» Estatisticamente, a prevalência da hipertensão em adultos de

30 a 79 anos em 2019 era de 32% (mulheres) e 34% (homens).

Os percentuais são similares aos de 1990: 32% (mulheres)

e 32% (homens)

» 59% das mulheres com hipertensão foram diagnosticadas; 47% tratadas e 23% estão com a condição sob controle

» 49% dos homens com hipertensão foram diagnosticados; 38% tratados e 18% estão com a condição sob controle

» Nacionalmente, a prevalência de hipertensão em 2019 era mais baixa no Canadá e no Peru (tanto mulheres quanto homens). Os maiores índices estavam na Europa ocidental e central, Ásia Central, Oceania, Sudeste da África e em alguns países da América Latina e do Caribe, como Paraguai e República Dominicana

» Coreia do Norte, Canadá e Islândia têm as maiores taxas de tratamento entre diagnosticados (mais de 70%), sendo que 50% desses estão sob controle

» No outro extremo, as taxas de tratamento eram menos de 25% para mulheres e menos de 20% para homens no Nepal, na Indonésia e em muitos países na África Subsaariana e na Oceania

» As melhorias no diagnóstico, no tratamento e no controle da doença foram maiores em países ricos e da Europa Central. Algumas nações em desenvolvimento, como Brasil, África do Sul, Costa Rica, Chile, Turquia e Irã, também melhoraram significativamente o tratamento e o controle da hipertensão

Fonte: OMS/The Lancet

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/hipertensao-avanca-e-atinge-12-bilhao-de-pessoas-no-mundo/

Boticário lança programa de logística reversa para seus produtos e promete entrega de espaços escolares usando lixo reciclável

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O Boticário sela seu compromisso com o meio ambiente e promete que as embalagens de cosméticos retornadas às lojas da marca serão transformadas em espaços escolares sustentáveis, via Boti Recicla – maior programa de logística reversa em pontos de coleta no segmento de beleza do país.

São 17 espaços em escolas públicas pelo país, que recebem locais de 30m² compostos, aproximadamente, por 2.2 toneladas de plástico reciclado. A entrega dos espaços é o processo de um ciclo que nunca acaba e que se inicia com o convite para conscientização feito pela marca a partir do Planeta de Plástico.

O Brasil é o 4º país que mais produz plástico no mundo, e apenas 1.28% desses resíduos são reciclados. Esses dados alarmantes foram usados como um alerta na criação de uma plataforma de realidade aumentada chamada Planeta de Plástico.

Com imagens perturbadoras que, durante a experiência, o usuário desbrava um local inóspito, sem vida e repleto de lixo. As telas digitais – disponíveis na experiência por meio do mobile e desktop, apontam que os resíduos plásticos que habitam esse planeta ultrapassam a extensão do Rio Tietê, em São Paulo; são suficientes para cobrir toda a Chapada Diamantina, na Bahia; e que, se até 2050 a sociedade não repensar sobre o descarte responsável, o planeta Terra será um deserto com 34 bilhões de toneladas de plástico.

“O Planeta de Plástico não é apenas uma realidade aumentada, ele já existe – nós só não estamos vendo. Essa versão aponta para a dimensão do problema e se torna uma poderosa ferramenta de conscientização. Com ajuda da sociedade, o Boticário vai tangibilizar impacto positivo, fomentando a educação em escolas pelo Brasil e perpetuando um ciclo de consciência que nunca acaba. Acreditamos em um futuro possível, transformado pela educação”, afirma Renata Gomide, Diretora de Branding e Comunicação do Grupo Boticário.

A jornada de sustentabilidade do Boticário é perene – em 2006, a marca criou o Boti Recicla, maior programa de logística reversa em pontos de coleta no segmento de beleza – são cerca de 4 mil pontos espalhados em 1.750 municípios brasileiros. Em 2020, deu vida a um projeto inédito, transformando resíduos plásticos em uma Pop Up Sustentável no Parque Ibirapuera, e em mais oito lojas sustentáveis espalhadas pelo Brasil – o plano de abertura ainda prevê, aproximadamente, 17 lojas no mesmo formato para 2021.

O Boticário acredita que tem um papel importante na conscientização e transformação da sociedade, mas entende que a população e outras marcas precisam caminhar juntas para gerar maior entendimento do problema. A mobilização conjunta é essencial para mudar o futuro do planeta. A transformação de uma embalagem é o começo de um novo futuro.

A experiência leva direção criativa e estratégia de Earned Media via agência SOKO, veja: https://planetadeplastico.boticario.com.br

Fonte: Bem Paraná Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/farmacias-estao-atrasadas-na-adequacao-a-logistica-reversa/

Rede Drogasil concede descontos de até 40% para funcionários públicos na Bahia

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A rede de farmácias Drogasil está concedendo abatimentos especiais nas lojas da rede em Salvador, região metropolitana (RMS) e no interior do Estado.

Veja também: Com pandemia e propaganda de ‘tratamento precoce’, automedicação cresce. Entenda

Os descontos são de 40% para medicamentos genéricos tarjados; 22% em medicamentos de marca tarjados; e 5% para os produtos não tarjados.

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Para ampliar as ofertas, até o dia 15 de setembro, ou enquanto durarem os estoques, o Protetor Solar Family FPS30, a Loção Pós-Sol Needs Solar Calamina e Cânfora com 120ML e o Protetor Solar Corporal Needs Kids FPS60, todos produtos da marca Needs, estarão com 30% de desconto.

A oferta é válida para servidores estaduais, beneficiários do Planserv, funcionários do Ministério Público da Bahia (MP-BA), do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).

Ter acesso ao benefício é simples: basta apresentar, no ato da compra, o número de matrícula e contracheque atual. Usuários do RH Bahia devem informar a matrícula sem o último dígito, já os beneficiários do Planserv devem apresentar a carteira virtual.

Para ter abatimento nas compras pelo site ( drogasil.com.br), compareça a uma loja física e faça o seu cadastro. Após o cadastro, ative também os descontos no site da Drogasil. No campo cartão, digite a sua matricula funcional. Os descontos serão aplicados automaticamente após a ativação.

Clube de Desconto

Iniciativa da Secretaria da Administração (Saeb), o Clube de Desconto do Servidor tem o objetivo de conceder abatimentos especiais em produtos e serviços para mais de 270 mil beneficiários, em parceria com empresas credenciadas, divididas em mais de 26 segmentos diferentes. Para saber mais sobre o programa, acesse o Portal do Servidor ( www.portaldoservidor.ba.gov.br).

Fonte: Alô Alô Bahia

Com pandemia e propaganda de ‘tratamento precoce’, automedicação cresce

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Quem não tem uma ‘farmacinha’ em casa ou na bolsa? A questão da automedicação é considerada algo cultural no Brasil, e na pandemia ficou ainda mais claro, afinal, um dos setores da economia que tem obtido bons resultados é o farmacêutico. Segundo uma pesquisa do Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa, em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o segmento cresceu 16,2% no Brasil nos últimos 12 meses.

Yone de Almeida Nascimento, professora da disciplina de Farmacoterapia e Cuidado Farmacêutico no Centro Universitário Newton Paiva, afirma que a automedicação é considerada uma prática de autocuidado, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, ela confirma que sintomas leves, como dor de cabeça ou cólica menstrual, podem ser tratados pelo paciente. ‘Por isso existem os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), recomendados pelas autoridades sanitárias para tratar os sintomas associados a condições de saúde autolimitadas, como os citados acima’, considera.

Para Yone, essa alta na procura de medicamentos pode estar relacionada a ‘um medo muito grande de ir ao hospital em meio à pandemia e também baseado em uma esperança por meio de tratamentos precoces’, conta.

Ela, contudo, alerta: ‘Quando fazemos o uso de um medicamento por conta própria, ele tem seus riscos, como: usar uma analgésico com frequência e ele acabar mascarando algo mais grave. É por isso que existe aquele alerta ‘se persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado’. Outro ponto é o medicamento agravar uma doença que você já tem. Ou também pode anular ou intensificar o efeito de um remédio que porventura você use em conjunto’.

Mais uma vida

Dafni Pollyana, de 31 anos, viu a vida do seu pai, José Paulo Santos, de 59 anos, ir embora como a de muitos brasileiros em meio à essa pandemia. Motivado por uma falsa ideia de um medicamento ‘milagroso’, José Paulo fez o uso da hidroxocloroquina e da ivermectina.

De acordo com a filha, ‘como a esposa dele tem lúpus e já tomava hidroxocloroquina e ivermectina, ele passou a tomar também os comprimidos dela’. Dafne acredita que a atitude e o incentivo foi por parte da propagação e recomendação ‘errada’ que aconteceu de uma forma desenfreada nesta pandemia, inclusive por parte do presidente da República, Jair Bolsonaro.

Enquanto fora de casa os medicamentos alegadamente direcionados a um ‘tratamento precoce’ da Covid-19 – algo repudiado pela maior parte dos estudos científicos revisados por pares até agora – eram propagados de boca em boca, do lado de dentro, a família dizia que não concordava, mas mesmo assim José Paulo queria tomar. Em um mês, tudo aconteceu: ‘Então ele pegou o vírus, ficou alguns dias ruim, passou uma semana em casa e piorou bastante’..

A família diz ainda que ele estava em um sítio em Minas Gerais e precisou voltar a Brasília. ‘Quando ele chegou aqui já estava bem ruim, quase não conseguiu sair do carro. Levamos ao hospital, estava com uma saturação muito baixa e foi internado. Ficou dois dias bem grave e aí depois teve que ser intubado’, conta Dafni.

A família ainda diz que fez de tudo para conseguir uma UTI, enquanto nem a hidroxocloroquina nem a ivermectina pareciam capazes de ajudar José Paulo. Infelizmente, o homem não resistiu.

Em março, um painel de especialistas internacionais do Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes da OMS (GDG) publicou uma diretriz, na qual pedia fortemente que a hidroxicloroquina não seja usada como tratamento preventivo da Covid-19. A recomendação é baseada em seis estudos clínicos com evidências de alto nível. Juntos, eles somaram mais de 6 mil participantes e confirmaram que o medicamento não é eficiente na prevenção contra a doença.

Faltaram caixas nos estoques

Jessica Aguiar, farmacêutica há 3 anos e atuante em drogaria, conta que, desde que a pandemia começou, a questão da automedicação explodiu. ‘O meu trabalho é promover o uso racional de medicamentos, realizando o devido acompanhamento ao tratamento, estando atenta até as interações medicamentosas, mas a automedicação vem sendo muito utilizada nesse contexto de pandemia, o que possui implicações sérias. Muitos pacientes tomam medicamentos sem a indicação correta de um médico ou a orientação do farmacêutico’, alerta.

A farmacêutica ainda conta: ‘Recentemente vivenciamos uma situação preocupante de automedicação, em relação ao uso de medicamentos que supostamente podiam tratar ou prevenir a Covid-19, como a ivermectina e a cloroquina. Tivemos um significativo aumento do uso destes medicamentos mediante difusão na mídia’.

Conselho Federal de Farmácia (CFF) divulgou um estudo realizado no início de maio de 2021, no qual dados apontam que, durante o período pandêmico, pessoas da classe A e B passaram a se automedicar com mais frequência.

O vermífugo ivermectina, por exemplo, vendeu 857% a mais, enquanto a do antimalárico hidroxicloroquina aumentou 126%, ambos no período entre abril de 2020 e março deste ano.

‘Muitos pacientes estavam tomando esses medicamentos sem orientação ou indicação médica, o que ocasionou a restrição da venda para apenas com receita. As vendas foram tantas que faltaram caixas nos estoques das drogarias‘, conta Jessica.

Fonte: Metrópoles

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/casos-de-automedicacao-tem-aumentado-durante-a-pandemia/

Média de mortes por covid-19 recua 30% no Brasil

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As mortes por covid-19 no Brasil continuam em tendência de queda e na última semana de agosto atingiram o menor patamar deste ano. Os dados são da Fundação Oswaldo Cruz e mostram, ainda, que neste domingo, foi registrada uma média diária de 617 mortes, a menor desde 28 de dezembro de 2020, quando 611 pessoas morreram pela Covid-19.ebcebc As informações são da Agência Brasil.

A média desse domingo representa um recuo de 21% na comparação com duas semanas antes. Já em relação ao mês anterior, a queda chegou a 30,4%.

O pico de óbitos na pandemia de covid-19 no país foi registrado em 12 de abril, quando foi observada uma média de 3.124 mortes, cinco vezes acima do número apresentado nesse domingo pela Fiocruz.

Segundo a instituição, até o fim de agosto, o menor nível de mortes do ano, de 697, havia sido registrado em 3 de janeiro. Em 27 de agosto, a média ficou abaixo desse patamar ao apresentar 688 óbitos. A marca foi sendo batida dia após dia, até 2 de setembro, quando se chegou à média de 621.

Nos dias seguintes, a média ficou relativamente estável. Neste domingo, voltou a cair e a apresentar o menor patamar do ano.

De acordo com a instituição, a média móvel de sete dias é calculada com a soma dos dados do dia em questão mais os seis dias anteriores. O resultado é dividido por sete.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/demanda-na-rfxcel-aumenta-500-com-projetos-de-rastreabilidade/

Saúde bloqueia lotes da CoronaVac com o uso suspenso pela Anvisa

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coronavac

Os 25 lotes das vacinas Covid-19 da CoronaVac interditados cautelarmente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no último sábado (4) estão bloqueados no Sistema de Insumo Estratégico do Ministério da Saúde. O objetivo da medida do Ministério da Saúde é evitar que as doses sejam movimentadas até que a agência reguladora finalize a investigação sobre o caso.

A orientação está em nota técnica divulgada pela Pasta nesta segunda-feira (6). No documento, o Ministério solicita ainda que os lotes interditados sejam separados dos demais e que sejam mantidos em quarentena na temperatura de +2 °C a +8 °C.

Doses já distribuídas ou aplicadas

As doses da CoronaVac já distribuídas ou aplicadas estão sendo rastreadas pelas equipes técnicas responsáveis e serão monitoradas e controladas até a decisão final da Anvisa. O Ministério da Saúde orienta ainda que as doses administradas sejam registradas nos sistemas de informação de Saúde:

  • Sistema do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI);
  • e-SUS AB ou;
  • Sistemas próprios que interoperem com o SI-PNI por meio da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).

Os cidadãos vacinados com doses desses lotes devem ser acompanhados, durante 30 dias, pelos gestores locais do Sistema Único de Saúde (SUS). Eles serão responsáveis por avaliar possíveis eventos adversos.

Entenda o caso

Ao todo, são 12,1 milhões de doses produzidas pela Sinovac, na China, em fábrica não inspecionada e aprovada pela agência na Autorização de Uso Emergencial do imunizante. O local também não foi inspecionado por outras agências reguladoras internacionais.

Por isso, no último sábado (4), a Anvisa determinou a interdição de 25 lotes da vacina CoronaVac, que imuniza contra a Covid-19. A medida vale por até 90 dias. As doses foram enviadas pela Sinovac, parceira do Instituto Butantan no desenvolvimento e produção da CoronaVac.

A Anvisa foi notificada em reunião iniciada às 16 horas de 3 de setembro de 2021. Posteriormente, de acordo com a agência, foi recebido ofício encaminhado às 20h44 do mesmo dia, com a comunicação do fato pelo Instituto Butantan.

Após a entrega das doses para o Ministério da Saúde, os lotes passaram por todo o processo rígido do controle de qualidade, inclusive a análise e liberação pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Pasta.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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99,2% das vacinas de reforço em SP no 1º dia são da Coronavac

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No primeiro dia da aplicação de reforço da vacina contra a covid-19 em São Paulo, 99,2% das 12.607 doses aplicadas foram da Coronavac. A utilização do imunizante desenvolvido pela Sinovac e fabricado no Brasil pelo Instituto Butantan como terceira dose para idosos vai em desacordo à recomendação do Ministério da Saúde, que indica prioritariamente o imunizante da Pfizer e, quando indisponível, o da AstraZeneca/Oxford e o da Janssen.

A aplicação majoritária da Coronavac foi ressaltada no título de um comunicado divulgado pelo governo João Doria (PSDB). Nas últimas semanas, especialistas têm destacado que estudos científicos demonstram uma eficácia menor desta vacina na população mais idosa, embora siga recomendada para o restante das faixas etárias.

Segundo o governo paulista, as demais doses de reforço aplicadas foram da vacina da AstraZeneca (0,3%) e da Pfizer (0,1%). A orientação do Plano Estadual de Imunização (PEI) é que os municípios apliquem o imunizante que estiver disponível.

O reforço é destinado a idosos que tomaram a segunda dose há pelo menos seis meses e a pessoas imunossuprimidas (o que inclui pacientes em quimioterapia, transplantados e outros grupos) com o esquema vacinal completo há 28 dias ou mais.

Em São Paulo, a primeira etapa vai até 12 de setembro, destinada ao público de 90 anos ou mais, estimado em 148,7 mil idosos.

Dos dias 13 a 19 deste mês, será a vez de quem tem de 85 a 89 anos, o que representa cerca de 231,7 mil novas aplicações. Na sequência, de 20 a 26 de setembro, a campanha de reforço será voltada à população de 80 a 84 anos e a todos os adultos imunossuprimidos, grupos que totalizam 280 mil vacinados.

Do dia 27 de setembro até 3 de outubro, a aplicação será ampliada para as cerca de 242,8 mil pessoas de 70 a 79 anos. Por fim, a terceira dose será voltada aos idosos de 60 a 69 anos de 4 a 10 de outubro, atingindo cerca de 103,9 mil vacinados.

No primeiro dia de aplicação da terceira dose em São Paulo, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo identificou hesitação de parte dos idosos em receber a Coronavac.

Nos postos de saúde visitados, as doses da Pfizer disponíveis foram destinadas aos adolescentes, pois o imunizante é o único aprovado pela Anvisa para ser usado nessa faixa etária.

Fonte: Diário do Grande ABC ONLINE

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/saude-bloqueia-lotes-da-coronavac-e-define-monitoramento-de-vacinados/

Butantan anuncia força-tarefa para esclarecer dúvidas sobre lotes da Coronavac

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O Instituto Butantan, responsável pelo fornecimento da Coronavac no Brasil, anunciou uma força-tarefa para esclarecer dúvidas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre os lotes suspensos da vacina contra a covid-19. No sábado, 4, o órgão regulador havia determinado a interdição cautelar de 25 lotes da Coronavac envasados em uma fábrica chinesa não inspecionada pelo órgão federal. A distribuição e a aplicação de cerca de 12,1 milhões de doses destes lotes estão proibidas por até 90 dias.

Segundo o Butantan, o diretor-presidente do instituto, Dimas Comas, e a gerente de qualidade Patrícia Meneguello participaram de reunião nesta tarde com a Anvisa para apresentar dados que demonstram a segurança dos imunizantes e agilizar a liberação dos lotes o mais rapidamente possível para o Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo informou que “um dos documentos solicitados pela Anvisa, para excepcionalidade de uso dos lotes da vacina, é o relatório de inspeção da autoridade sanitária chinesa (NMPA) que, por questões internas do órgão internacional, não podem ser disponibilizadas diretamente ao instituto”. “Por isso, o Butantan solicitou que a Anvisa requisite diretamente o documento ao NMPA. O Butantan vai acompanhar esse processo de troca de informações entre as agências nacionais”, reforça o texto.

Fonte: Diário de Cuiabá

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/saude-bloqueia-lotes-da-coronavac-e-define-monitoramento-de-vacinados/

Início do reforço tem hesitação sobre Coronavac

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No primeiro dia de aplicação da 3ª dose da vacina contra a covid-19 em idosos na cidade de São Paulo, houve hesitação por parte dos mais velhos em receber a Coronavac como reforço em unidades básicas de saúde (UBSs) visitadas pelo Estadão ontem. O dia representou ainda um encontro de gerações, com o início da aplicação em adolescentes de 12 a 14 anos.

A hesitação dos idosos era justificada pelo receio de que a Coronavac pudesse não oferecer proteção tão ampla quanto outras vacinas. O Ministério da Saúde pediu que o reforço nos idosos fosse feito com a vacina da Pfizer e, na falta dela, com AstraZeneca ou Janssen. Médicos dizem que o reforço com a Coronavac é seguro, mas criticam a decisão da gestão João Doria (PSDB) diante das evidências científicas de que a eficácia da vacina do Instituto Butantan é menor nessa faixa etária.

Nos postos de saúde, as doses da Pfizer disponíveis foram destinadas a adolescentes. Essa vacina é a única aprovada pela Anvisa para menores de 18 anos.

Carlos Avino, de 73 anos, saiu cedo de casa com o pai, Pasqual Alvino, de 98. O compromisso que fez eles chegarem às 6h30 na UBS Alto de Pinheiros, zona oeste, era esperado: seu Pasqual tomaria a 3ª injeção. Quando ficaram sabendo que seria com a Coronavac, voltaram.

“A gente vê especialistas dizendo que é melhor dar Pfizer, AstraZeneca ou Janssen, mas querem dar a Coronavac. E aqui tem vacina da Pfizer, mas só para adolescentes. Não está certo”, reclamou Carlos. Ele ficou pouco mais de duas horas em frente ao posto tentando convencer a equipe a aplicar outra vacina em seu pai e até abriu reclamação na ouvidoria do SUS, mas não adiantou

O ministério havia pedido aos Estados que começassem o reforço dia 15. São Paulo decidiu começar antes e é o único Estado que usará qualquer uma das quatro vacinas na 3ª dose.

Na UBS Santa Cecília, Lisane Sahd levou a mãe Eli, de 90 anos, mas também recuou. “A orientação que temos de especialistas e ministério é de que a 3ª dose não seja com Coronavac”, diz ela.

O governo defende a Coronavac para esse público. “Não podemos deixar nenhuma vacina (de) fora. Precisamos que todas estejam e sejam incluídas no nosso Programa Nacional de Imunização”, disse o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn na quarta-feira passada.

Coordenador do Comitê Científico do governo estadual, João Gabbardo citou, na semana passada, a nota técnica 27/2021, do ministério, que apontou “amplificação da resposta imune” após 3ª dose da Coronavac, para defender a vacina no reforço. Isso permitiria, segundo ele, antecipar a 2ª dose da Pfizer em faixas mais jovens e incluir o grupo de trabalhadores da área da saúde no calendário da 3ª dose.

“O objetivo da dose de reforço é aumentar os anticorpos e a proteção contra a variante Delta (mais transmissível), a grande preocupação agora. E já sabemos, até por estudos no Brasil, que a Coronavac dá uma resposta menor nos idosos do que nos mais jovens”, afirma Raquel Stucchi, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia.

A Prefeitura informou que os idosos que recusarem a Coronavac como reforço não serão penalizados. Na cidade, quem recusa um imunizante vai para o fim da fila de vacinação.

A 3ª dose está disponível para idosos com 90 anos ou mais que tomaram a 2ª dose há pelo menos seis meses. Hoje, feriado, os pontos de vacinação não irão funcionar na cidade. A imunização será retomada amanhã.

Dose no braço. Apesar da recusa de alguns, outros saíram dos postos com a 3ª dose no braço. Regina Mattos, de 91 anos, foi uma delas. Em isolamento desde o início da pandemia, ela aproveitou a fila da vacina na UBS Santa Cecília para conversar com outras pessoas. “Meu filho não deixa eu sair de casa, fica sempre de olho. E agora vou continuar me cuidando”, diz.

Eugênia Rinski, de 90 anos, se arrumou toda para receber a 3ª dose na UBS Boracea, na Barra Funda. Colocou brinco, tiara, maquiagem e estava muito feliz com a oportunidade. “Foi ótimo, não tinha fila nenhuma. Agora vou para o supermercado”, brinca. Ela não foi a única da família a receber a proteção: seu neto estava no posto de saúde esperando a 2ª dose, e o bisneto de 13 anos, a primeira.

A vacinação de adolescentes de 12 a 14 anos sem comorbidades ou deficiências começou ontem. Na UBS Boracea, eles eram a maioria da fila. Caetano Coutinho, de 13 anos, aproveitou para receber a 1ª dose. “Estou muito feliz. Acho que a vacina veio no tempo certo”, diz.

O pai, Anselmo Coutinho, acompanhava o filho e estava aliviado. “A gente já estava protegido, mas se preocupava com ele.” (Colaborou João Ker)

Fonte: Diário de Cuiabá

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Ministério da Saúde negou autorização excepcional a argentinos 51 minutos antes do jogo

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O Ministério da Saúde negou neste domingo (5) um pedido de autorização excepcional para que quatro jogadores argentinos pudessem ser liberados do período de quarentena, previsto nas atuais normas sanitárias do país, e atuassem contra a seleção brasileira.

O requerimento foi rejeitado 51 minutos antes de o jogo entre Argentina e Brasil começar na Neo Química Arena, em São Paulo, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. A partida foi interrompida por agentes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) com 6 minutos de bola rolando.

“Considerando todos os apontamentos realizados após a investigação epidemiológica, entende-se que houve omissão de informação por parte da delegação argentina em relação ao ‘histórico de viagens’ de quatros jogadores, incorrendo, assim, em infração sanitária”, diz ofício da Saúde, ao qual a Folha teve acesso.

Segundo a Anvisa, os atletas argentinos descumpriram regras de quarentena contra a Covid-19. A Polícia Federal também foi acionada.

Quatro jogadores da seleção argentina deram informações falsas e ocultaram que estiveram no Reino Unido nos últimos 14 dias: Emiliano Martínez, Emiliano Buendia, Giovani Lo Celso e Cristian Romero. Eles jogam em equipes de futebol da Premier League.

Mesmo que tenham embarcado com exame de Covid-19 negativo, diz o documento da Saúde, ainda havia risco de apresentarem infecção e só manifestarem sintomas após o desembarque no Brasil, “podendo contaminar e disseminar a doença”.

“Em atenção ao princípio da precaução, medidas de entrada excepcional no país devem ser adotadas antes do embarque, o que foi ignorado para o caso em tela”, afirma o documento.

O pedido dos argentinos foi feito no sábado (4). O ofício do secretário-executivo adjunto da Saúde, Alessandro Glauco dos Anjos de Vasconcelos, que rejeitou a solicitação, foi assinado eletronicamente às 15h09 de domingo.

O documento é endereçado ao presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez. O pedido da delegação argentina não chegou à Casa Civil. A partida começou às 16 horas.

“Portanto, recomendamos que os quatro atletas permaneçam em quarentena no hotel, atendendo às regras sanitárias vigentes no Brasil”, escreveu Vasconcelos.

Segundo interlocutores do governo, houve uma sucessão de equívocos por parte dos argentinos.

Além de terem omitido a passagem pelo Reino Unido, ignoraram as orientações por quarentena e os contatos no hotel, antes de irem para o jogo. No estádio, ficaram trancados no vestiário, sem permitir a entrada dos agentes da Anvisa.

O Ministério da Saúde fundamentou a decisão em manifestação técnica da Secretaria de Vigilância e Saúde da pasta, e em parecer da Anvisa, subsidiado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

Relatório da Vigilância Epidemiológica de São Paulo, também obtido pela Folha, mostra que a delegação argentina recebeu, em ao menos dois momentos diferentes do sábado (4), a recomendação de que os jogadores argentinos deveriam ficar em quarentena nos quartos do hotel onde estavam hospedados.

A medida deveria ser respeitada “até que fosse solicitado formalmente o pedido de excepcionalidade de circulação no país, e que o mesmo pudesse ser analisado pelo Ministério da Saúde e houvesse um posicionamento final da Casa Civil”.

O documento diz ainda que as “declarações de saúde dos viajantes” dos atletas, exigidas para se entrar no país, omitiam passagem pelo Reino Unido no campo “histórico de viagens”.

As declarações, aponta o relatório, foram preenchidas por uma única pessoa, chamada Fernando Ariel Batista, da AFA (Associação de Futebol Argentina).

O mesmo relatório traz um passo a passo das ações adotadas diante do caso.

Segundo o documento, o primeiro alerta sobre a suspeita de descumprimento das regras ocorreu ainda no fim da noite de sexta-feira (3) após comunicado da Anvisa ao Cievs (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde), do governo federal, que acionou a unidade em São Paulo.

No relato, a Anvisa diz que recebeu comunicado de um rumor de que quatro atletas que atuam em clubes da Inglaterra teriam entrado no Brasil sem cumprir as restrições de Portaria 655/2021, que restringe o acesso de quem esteve naquele país.

Uma primeira reunião sobre o caso foi feita com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e Conmebol ainda na manhã de sábado, quando foram verificados os passaportes dos jogadores e comprovada a omissão.

“O chefe de equipe da seleção argentina, assim como membros da Conmebol e CBF foram notificados sobre a ocorrência, tendo recebido a orientação de que os quatro jogadores em questão deveriam permanecer nos seus referidos quartos, não podendo participar do treino na Arena Neo Química previsto para as 18 horas e 30 minutos, cumprindo o período de quarentena recomendado até que outra orientação fosse repassada pela autoridade sanitária”, informa o relatório.

A recomendação foi reforçada em reunião às 17h, também no sábado, com Anvisa, Ministério da Saúde, Secretaria de Saúde de São Paulo, na qual também participaram Conmebol, CBF e delegação da Argentina.

Pouco antes, foram apresentados resultados de testes RT-PCR dos jogadores com resultado negativo.

Segundo o relatório, representantes da Anvisa informaram na reunião que o descumprimento das normas pela seleção Argentina seria “reincidente” e que a Polícia Federal seria acionada, “cabendo à autoridade sanitária local o auto de infração para cumprimento do período de quarentena no hotel até que fosse expedido o parecer final sobre a concessão da excepcionalidade de circulação”.

O documento frisa então que Conmebol e delegação da Argentina foram orientadas a seguir as recomendações e formalizar o pedido de excepcionalidade “com a máxima urgência, para que a análise da documentação fosse viável antes da realização do jogo”.

Após o fim da reunião, porém, a equipe da vigilância de São Paulo foi informada de que os jogadores não tinham cumprido as regras de ficar no hotel e haviam ido ao treino.

A vigilância então informa que iria autuar a delegação argentina pelo descumprimento da recomendação dada para que o grupo ficasse no hotel até que houvesse novo posicionamento da Anvisa, Saúde e Casa Civil.

Nota divulgada pela Anvisa horas antes da partida informava que os atletas haviam descumprido novamente as regras de quarentena e que, por isso, a agência iria acionar a Polícia Federal.

Em nota divulgada na noite de domingo, a Anvisa diz que “até a hora do início do jogo, esforçou-se, com apoio policial, para fazer cumprir a medida de quarentena imposta aos jogadores”.

“As tentativas foram frustradas, desde a saída da delegação do hotel, e mesmo em tempo considerável antes do início do jogo, quando a agência teve sua atuação protelada já nas instalações da arena de Itaquera”, diz.

Fonte: Diário de Cuiabá

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