Indústria cosmética inova apesar da escassez de matéria-prima

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Levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado em dezembro passado, aponta que sete em cada 10 fabricantes da indústria cosmética tiveram dificuldade para adquirir insumos e matérias-primas. Por conta da pandemia, o atraso na entrega de insumos vem afetando a cadeia produtiva do setor nos últimos anos.

Para lidar com essa escassez, as empresas têm encontrado soluções como alterar as fórmulas dos produtos e substituir algumas matérias-primas. O planejamento de produção e, logicamente, da compra de insumos também ajuda a driblar o problema.

Na busca por soluções que apoiem o desenvolvimento da indústria, a edição deste ano da FCE Cosmetique, maior feira do setor B2B da América Latina, traz pela primeira vez uma área exclusiva de matérias-primas dentro do pavilhão. Mais um impulso para um setor que não para de crescer.

As expectativas para o segmento de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos são positivas para 2022, segundo o sócio-líder do segmento de bens de consumo da KPMG, Aldo Cardoso Macri.

O mercado global movimenta aproximadamente 500 bilhões de dólares. A evolução da área de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos tende a fazer com que o setor ganhe ainda mais evidência, estimulando o consumo da população. “O destaque para este ano será as empresas que investem na sustentabilidade e que demonstram cuidado com o meio ambiente”, aponta Macri.

TENDÊNCIAS

O mercado de beleza continua sendo um dos principais setores no Brasil. De acordo com o Ranking Mundial de Consumo de HPPC da Abihpec/Euromonitor, o país é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo, ficando atrás apenas para os Estados Unidos, China e Japão.

Segundo especialistas, é importante que o setor se atente a três principais tendências: ativos de origem vegetal e natural, as vendas online e as embalagens sustentáveis.

VEGETAL E NATURAL

Pesquisas de desenvolvimento biotécnico ajudam os ativos naturais a serem tão eficazes quanto os sintéticos, se destacando como uma importante matéria prima para cosméticos de alto desempenho e caindo no gosto dos consumidores, que priorizam produtos com origem natural, livre de sintéticos e químicos.

VENDAS ONLINE

De acordo com as Nações Unidas, as vendas pela internet aumentaram em mais de US$ 272 bilhões, de 2018 a 2020. No primeiro quadrimestre de 2021, um levantamento do Painel de Dados da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) mostrou que o setor teve uma alta de 5,7% em vendas ex-factory em relação ao mesmo período do ano anterior. Destaque para o segmento de tratamentos capilares que manteve crescimento de dois dígitos, 18%.

Com praticidade, comodidade e promoções atrativas, o ambiente de compra online se tornou um importante canal para as marcas de beleza sobreviverem no período de pandemia. Apesar de estarem em casa, as pessoas não deixaram de consumir produtos de higiene e beleza.

Isso não significa que os espaços físicos devem ser deixados de lado. “Todas as categorias cresceram no ambiente digital, mas isso não quer dizer que o espaço físico está sendo deixado de lado. Os clientes ainda o consideram essencial. Por isso, é tão importante a criação de uma estratégia combinando vendas em espaços físicos e digitais”, afirma o executivo da KPMG.

SUSTENTABILIDADE

As empresas hoje em dia devem ir além de apenas entregar um produto de qualidade e promover uma boa experiência de compra e atendimento. Elas devem pensar nas mudanças de embalagens em seus planos de sustentabilidade.

Entre as soluções, o desenvolvimento de embalagens sustentáveis e reciclagem avançada são alternativas para reduzir o uso de plástico, assim como práticas para o descarte ideal e possibilidade de refis para os produtos.

Fonte: Cosmetic Innovation

Nanotecnologia permite cosméticos mais eficientes e agradáveis

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O desenvolvimento de cosméticos de maior eficácia é um trabalho constante de pesquisadores nos laboratórios das indústrias. Para atingir esse objetivo, as pesquisas avançam cada vez mais com o uso da nanotecnologia, que permite que os ativos dos cosméticos penetrem em camadas mais profundas da pele.

As estruturas, propriedades e processos envolvendo esses estudos são de dimensões em escala nanométrica. As principais nanoestruturas utilizadas para impulsionar os ativos cosméticos são lipossomas, nanoemulsões, nanoesferas e nanocápsulas.

Hoje as prateleiras das farmácias já oferecem produtos desenvolvidos com essa nanotecnologia: hidratantes, antissinais, fotoprotetores, maquiagens e produtos capilares.

Em recente pesquisa realizada com empresas nacionais expositoras na Cosmoprof Worldwide Bologna 2022 com apoio da Beautycare Brazil, constatou-se que o uso de nanotecnologia e outras inovações similares representava 48,5% dos produtos em exposição.

A nanotecnologia permite que os ativos dos cosméticos sejam liberados gradual e lentamente nos locais aplicados. Eles conseguem atingir mais camadas da pele, o que um cosmético feito com partículas maiores não é capaz de fazer. Dessa forma, a ação dos produtos pode ser mais efetiva.

A liberação mais lenta diminui as chances de o cosmético causar irritações na pele. Há nanopartículas que também podem melhorar a estabilidade de ingredientes ativos, principalmente os mais sensíveis. Assim, elas otimizam o prazo de validade dos cosméticos.

As nanopartículas ainda conseguem aprimorar a solubilidade dos ativos em meio aquoso, o que torna o produto final mais líquido e de melhor impacto sensorial, ou seja, mais agradável.

Avanços comprovados

Os protetores solares são exemplos do salto de qualidade que a nanotecnologia oferece para os cosméticos. Quando a nanotecnologia é aplicada, eles são capazes de proteger ainda mais as células e têm uma fórmula que permite a aplicação mais fácil e agradável.

Em cremes que combatem o envelhecimento, as nanopartículas penetram mais profundamente a pele e estimulam a multiplicação de células. Esta é uma grande vantagem em relação aos anti-idade tradicionais cujas partículas maiores não conseguem adentrar nessas camadas mais profundas e agem somente na superfície da epiderme.

A aplicação da nanotecnologia também obedece às tendências de consumo atuais. Destaca-se, por exemplo, o conceito de nanotecnologia sustentável. As apostas são, por exemplo, para ativos orgânicos concentrados e protegidos em cápsulas livres da ação de oxidantes. O resultado pode ser comprovado em produtos como óleos, vitaminas e repelentes naturais.
Os processos de concepção e fabricação de produtos se baseiam na química verde, que busca um desenvolvimento feito da forma mais sustentável possível.

Fonte: Cosmetic Innovation

Federação das APAEs recebe R$ 116,4 mil de programas sociais da Coop

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Cooperativa de Consumo, com unidades no ABC, renderam o repasse de R$ 116.416,20 para a Federação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) do Estado. O valor refere-se ao segundo trimestre deste ano (abril, maio e junho).

Um dos programas é o Troco do Bem, criado em 2012, e que sugere a doação de centavos quando o pagamento das compras é feito em dinheiro, seja nas lojas de supermercado ou nas drogarias. No segundo trimestre deste ano, o programa arrecadou R$ 68.431,20 e, desde sua criação, já foram repassados R$ 3.244.260,00 para 10 unidades da APAE, que envolvem 3 mil assistidos.

O outro programa social é a Revista Coop, que desde 2010, metade do valor de venda de cada de exemplar (descontados os impostos) é doada para a APAE. No segundo trimestre deste ano, foram comercializados 47.985 exemplares, rendendo o repasse de R$ 47.985,00 e um valor total até agora de R$ 2.520.309,00.

‘Juntos, os dois programas sociais já repassaram R$ 5,765 milhões para a Federação das APAEs e esse resultado é fruto da colaboração e solidariedade de todos os cooperados e clientes que não medem esforços para contribuir com quem precisa de ajuda’, destaca Luciana Benteo, coordenadora de Responsabilidade Social e Comunicação Corporativa.

Atualmente, a Coop possui mais de 900 mil cooperados ativos, 31 lojas de supermercado, sendo 23 no ABC.

Fonte: Repórter Diário

Queiroga diz que CoronaVac para crianças será adquirida via aliança da OMS

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que a pasta vai adquirir as doses de CoronaVac para crianças de 3 e 4 anos por meio da Covax Facility, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi) e a coalizão internacional para inovação em epidemias CEPI. A decisão, segundo ele, leva em consideração o acesso a doses prontas e não ao insumo para posterior fabricação, como seria necessário caso o ministério optasse por comprar a vacina do Instituto Butantan.

‘A opção é adquirir do mecanismo Covax Facility até porque as doses estão prontas e teria mais rapidez para disponibilizar as vacinas’, afirmou o ministro em conversa com jornalistas realizada na noite desta segunda-feira, 25. Queiroga afirmou ainda que ‘o Instituto Butantan não tem condições de entregar a vacina em curto prazo’.

Segundo Queiroga, o Ministério da Saúde aderiu à iniciativa para o recebimento de doses para 10% da população, o equivalente a 44 milhões de doses, mas o país não precisou receber o montante, tanto que chegou a doar imunizantes para outros países. Então, diante da atual demanda, acionará o mecanismo.

Na semana passada, o ministério recomendou que estados e municípios utilizem a CoronaVac na população de 3 e 4 anos imunocomprometida nesta etapa da campanha, tendo em vista os baixos estoques do imunizante. A partir de 5 anos, a recomendação da pasta é aplicar a vacina da Pfizer.

Ainda na semana passada, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), determinou a importação, pelo Instituto Butantan, de insumo para a produção de 10 milhões de doses da CoronaVac à farmacêutica chinesa Sinovac. A meta era de ter os imunizantes disponíveis para a realização da campanha em agosto.

CoronaVac

Neste mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a aplicação do imunizante para a faixa etária com a mesma indicação para as demais faixas etárias de dosagem, a formulação e intervalo (de 28 dias entre as doses).

A fabricação da CoronaVac foi interrompida em outubro do ano passado. Segundo o Instituto Butantan, o último lote foi enviado ao Ministério da Saúde em fevereiro deste ano, totalizando 110 milhões de doses entregues. A produção foi suspensa porque, desde então, não houve mais pedidos.

A CoronaVac recebeu autorização da agência para ser aplicada no público com mais de seis anos e que não é imunocomprometido em janeiro deste ano. O imunizante tem autorização para uso emergencial no país, mas deu entrada no pedido de registro em 9 de julho. O prazo de análise é de 60 dias a partir da solicitação.

Fonte: Veja Online

‘Superendividamento’: valor mínimo existencial será de R$ 303

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) assinou um decreto que regulamenta as normas relativas ao “superendividamento”. O decreto, publicado no “Diário Oficial da União” desta quarta-feira (27), estabelece que o valor mínimo existencial será de 25%, o que representa R$ 303, considerando o salário mínimo vigente, hoje em R$ 1.212.

O decreto, que entra em vigor em 60 dias, regulamenta a preservação e o não comprometimento do mínimo existencial para fins de prevenção, tratamento e conciliação, administrativa ou judicial, de situações de superendividamento em dívidas de consumo. Isso significa que, ao negociar esse tipo de dívida, deve ser garantido que o cidadão terá ao menos R$ 303 preservados para sua subsistência.

A garantia do mínimo existencial é a quantia mínima da renda de uma pessoa para pagar despesas básicas e que não poderá ser usada para quitar as dívidas. Essa medida impede que o consumidor contraia novas dívidas para pagar contas básicas, como água e luz.

A ideia não é promover o calote, mas, sim, o pagamento da dívida com uma parte da remuneração, sem haver uma exploração do endividado.

Nem todas as dívidas vão ser levadas em conta para o cálculo do mínimo existencial. Parcelas de financiamento imobiliário, por exemplo, não entram na conta.

Entenda a lei do superendividamento

A Lei 14.181/21 aumenta a proteção de quem tem muitas dívidas e não consegue pagá-las e cria alguns instrumentos para conter abusos na oferta de crédito.

Quem contrata crédito, mas fica totalmente impossibilitado de honrar seus compromissos financeiros, seja por desemprego, doença ou qualquer outra razão que impacte no orçamento, terá melhores condições de negociação.

A nova lei determina ainda que os bancos estão proibidos de ocultar os reais riscos da contratação de um empréstimo. Os bancos, financiadoras e qualquer instituição que vendam a prazo são obrigados a informar os custos totais do crédito contratado. Informações como juros, tarifas, taxas e encargos sobre atraso devem ser informados previamente.

Com a lei, se torna ilegal qualquer tipo de assédio ou pressão para seduzir os consumidores, envolvendo prêmio, por exemplo. Principalmente para pessoas idosas, analfabetas ou vulneráveis.

Será possível ainda renegociar as dívidas com todos os credores ao mesmo tempo. A ideia é garantir um acordo mais justo para os consumidores, assim como é feito quando empresas admitem falência. A pessoa superendividada poderá pedir ao Judiciário que seja instaurado um processo para revisão dos contratos e apresentará um plano de pagamento com prazo máximo de cinco anos.

Fonte: G1

FMI revisa para cima projeção de crescimento da economia brasileira

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou de forma expressiva a estimativa para o crescimento da atividade brasileira, neste ano, apesar das dificuldades enfrentadas pela economia global. Entretanto, passou a ver desempenho mais fraco em 2023.

Na revisão das estimativas em seu relatório Perspectiva Econômica Global, divulgado nesta terça-feira, 26/07, o FMI passou a estimar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano em 1,7%, bem acima da taxa de 0,8% calculada em abril.

Para 2023, o relatório do FMI indica que a expansão da atividade será de 1,1%, 0,3 ponto percentual a menos do que o previsto em abril.

A estimativa do FMI, no entanto, ainda está um pouco abaixo da do governo, que calcula que o PIB brasileiro deve crescer 2%, neste ano. A previsão do Ministério da Economia para 2023 é de 2,5%.

A melhora do cenário para o Brasil ajudou a impulsionar a projeção para o crescimento da América Latina e Caribe, com o FMI vendo agora aumento do PIB da região de 3% este ano, 0,5 ponto a mais do que no relatório anterior.

Mas da mesma forma, a estimativa para a América Latina e Caribe no ano que vem piorou em 0,5 ponto, para 2%.

ECONOMIA MUNDIAL

De acordo com as previsões do FMI, o crescimento do PIB global desacelerará para 3,2% em 2022, ante uma previsão de 3,6%, divulgada em abril.

O crescimento mundial se recuperou em 2021 para 6,1% depois que a pandemia da covid-19 esmagou a produção global em 2020 com contração de 3,1%.

“A perspectiva piorou significativamente desde abril. O mundo poderá em breve estar à beira de uma recessão global, apenas dois anos após a última”, disse o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, em comunicado.

Entre os motivos que levaram o FMI a reduzir a projeção para o PIB mundial em 2022 em 0,4 ponto estão a inflação mais elevada em todo o mundo, desaceleração mais forte do que o esperado na China devido a novos surtos de covid-19 e repercussões negativas da guerra na Ucrânia.

Para a China, o fundo cortou as perspectivas de crescimento em 1,1 ponto para 2022 e em 0,5 ponto para 2023, indo respectivamente a 3,3% e 4,6%.

“Os riscos para o cenário são predominantemente negativos. A guerra na Ucrânia pode levar a uma interrupção repentina das importações de gás da Rússia pela Europa; pode ser mais difícil reduzir a inflação do que o esperado se os mercados de trabalhos estiverem mais apertados ou se as expectativas de inflação desancorarem”, destacou o FMI.

Fonte: Diário do Comércio

BB libera R$ 2,5 bi em créditos do Pronampe no primeiro dia do programa

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Na segunda-feira (25), primeiro dia de liberação dos empréstimos da nova rodada do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), o Banco do Brasil bateu recorde e liberou R$ 2,5 bilhões em empréstimos através do programa.

Segundo o BB, foram 23.516 operações com micro e pequenas empresas clientes do banco através da linha BB Capital de Giro Pronampe MPE. Em 2021, o maior desembolso diário fora de R$ 2,1 bilhões, afirma o banco. Até então, esse era o recorde histórico de desembolsos do BB via Pronampe.

Os bancos começaram a oferecer recursos através da nova rodada do programa do governo federal nesta segunda-feira. A expectativa é de que sejam concedidos de R$ 30 bilhões a R$ 40 bilhões pelo Pronampe até o final deste ano.

O vice-presidente de negócios de varejo do BB, Carlos Motta, destaca que a instituição tem disponibilizado os empréstimos tanto nas agências quanto no autoatendimento na internet. Com isso, segundo o banco público, o crédito na conta acontece em alguns minutos.

“A participação do Banco do Brasil no programa reforça nossa parceria com as micro e pequenas empresas e auxilia no desenvolvimento e fortalecimento dos negócios no País”, diz Motta.

Entre 2020 e 2021, o BB liberou R$ 15,2 bilhões em recursos via Pronampe para 186 mil empresas, o que deu ao banco uma participação de 24% no programa.

O Pronampe foi criado em 2020, para apoiar as micro e pequenas empresas diante do impacto econômico causado pela pandemia da covid-19. O programa depois foi estendido. Neste ano, os empréstimos têm taxa de Selic mais 6% ao ano, com oferta de até R$ 150 mil por tomador. Estão enquadradas na modalidade empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.

Os empréstimos do Pronampe contam com garantia do Fundo Garantidor de Operações (FGO). O BB oferece 11 meses de carência – o prazo total é de 48 meses.

O banco público afirma ainda que desde o começo da pandemia, apoiou com crédito a 754 mil empresas, com desembolsos de mais de R$ 200 bilhões. Em junho, o banco informa ter ultrapassado R$ 7 bilhões em desembolso, o maior volume mensal dos últimos anos. A base de clientes MPE do BB tem 2,8 milhões de clientes.

Fonte: Diário do Comércio

CNI: falta ou encarecimento dos insumos afeta 22 dos 25 segmentos industriais

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A guerra na Ucrânia e os lockdowns em regiões industriais da China estão prolongando um problema que começou com a pandemia de covid-19, em 2020. A escassez ou o encarecimento de insumos afeta 22 de 25 segmentos da indústria, revela levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Segundo a CNI, há oito trimestres seguidos as indústrias apontam a dificuldade de acesso a matérias-primas como o principal problema. No segundo trimestre deste ano, o setor mais afetado foi o das indústrias de impressão e reprodução, com 71,7% das empresas citando o problema. Em seguida aparecem os setores de limpeza, perfumaria e higiene pessoal (70%) e indústrias de veículos automotores (69,8%).

Apenas três segmentos da indústria não mencionaram a falta ou os preços altos das matérias-primas como o principal problema. Entre as indústrias de couros e artefatos de couro o problema apareceu em terceiro lugar, citado por 37,2% das empresas entrevistadas. Nos segmentos de móveis (38,7%) e de manutenção e reparação (45,5%), o problema ficou em segundo lugar na lista.

Para a economista da CNI, Paula Verlangeiro, cerca de metade da produção industrial é consumida como insumo pela própria indústria. Dessa forma, a escassez ou os preços altos dos insumos não atingem apenas os fabricantes e se disseminam pela cadeia produtiva, atingindo o consumidor por meio de aumento de preços ou de queda na produção.

De acordo com a economista, os gargalos na cadeia logística e produtiva provocados pela pandemia de covid-19, que persistiam desde o fim de 2020, foram agravados neste ano com a guerra entre Rússia e Ucrânia e os severos lockdowns na China. Esses dois últimos fatores atrasaram a normalização das cadeias globais de insumos, que ainda não tinham se recuperado da pandemia.

A pesquisa revela, ainda, que os empresários acreditam que a situação se normalizará apenas em 2023. “Diante disso, as principais consequências são dificuldades em recuperar – ou manter – a produção, o aumento dos preços de insumos e dos custos nas cadeias de produção, além dos reajustes nos preços dos bens de consumo e a maior pressão sobre a inflação”, explica a economista da CNI.

JUROS ALTOS

Além dos gargalos no acesso a matérias-primas, a pesquisa da CNI revelou que a alta dos juros preocupa a indústria brasileira. Segundo o levantamento, 16 dos 25 setores analisados consideram as recentes elevações da taxa Selic (juros básicos da economia brasileira) como um dos cinco principais problemas econômicos.

Para segurar a inflação, o Banco Central elevou a taxa Selic de 2% ao ano, em agosto de 2020, para 13,25% ao ano atualmente. Na avaliação da CNI, a alta é excessiva e prejudica a produção, o consumo e o emprego, ao encarecer o crédito.

Segundo a CNI, a preocupação com a taxa de juros cresce há cinco semestres seguidos, sendo cada vez mais citada pelos empresários industriais.

Na divisão por setores, os segmentos de produtos diversos e de veículos automotores mencionaram a Selic como o segundo maior problema atual. Nos setores de alimentos, madeira, máquinas e equipamentos, materiais elétricos, metalurgia, têxteis e vestuário e acessórios, o item ocupa o terceiro lugar.

Fonte: Diário do Comércio

Store in store: emissão de nota fiscal e estoque exigem cuidado

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De acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), não há um regime tributário específico para os estabelecimentos comerciais que adotam o modelo store in store. Vale lembrar que, pelas regras da legislação do Imposto Sobre Mercadorias e Serviços (ICMS), é obrigatória a emissão da nota tanto na venda como na circulação da mercadoria.

Assim, a tributação ocorre de acordo com o modelo de parceria adotado. Se as empresas tiverem operações independentes, cada uma delas será responsável pela emissão das notas fiscais correspondentes às suas vendas.

Caso adotem um modelo semelhante à rotina das lojas multimarcas, em que o estabelecimento adquire as mercadorias ou as recebe em consignação e, posteriormente, as revende, a emissão da nota fiscal para o consumidor final é feita pelo estabelecimento que cede o espaço para a outra marca.

Para Elvira Carvalho, consultora tributária da King Contabilidade, o uso do sistema de consignação é de fato interessante e vantajoso para o varejo, pois oferece um fôlego no fluxo de caixa da loja, principalmente para as empresas do Simples Nacional.

Essa vantagem ocorre porque as empresas enquadradas nesse regime especial só pagarão o ICMS quando as mercadorias forem vendidas. Mas devem, no entanto, emitir a nota referente à consignação. No caso das empresas tributadas pelo RPA (Regime Periódico de Apuração) do ICMS, explica a consultora, a nota de consignação deve ser emitida com o destaque do ICMS.

No sistema remessa de consignação, as empresas só vão pagar tributos federais quando as mercadorias forem vendidas, ou seja, no faturamento.

ESTOQUE

Outro ponto importante que deve ser considerado nesse modelo de negócios diz respeito ao controle de estoque, que será mais complexo e trabalhoso com o uso do sistema de consignação.

“Para aumentar a segurança jurídica entre os empresários, a Secretaria da Fazenda de São Paulo deveria regulamentar o uso desse sistema, com procedimentos simplificados”, recomenda Elvira.

Segundo a consultora, o escritório já foi procurado por comerciantes interessados no modelo, mas desistiram de adotar por conta da burocracia e o receio da fiscalização.

Nos casos do uso do modelo em que a nota fiscal é emitida pelo estabelecimento que cede o espaço, Regis Trigo, tributarista do Hondatar, chama a atenção para o tipo de produto a ser comercializado. “As mercadorias colocadas à venda não podem fugir muito do objeto social da empresa”, alerta.

Fonte: Diário do Comércio

Conselho Federal publica norma técnica sobre telefarmácia

telefarmácia

Mais um passo para a adoção da telefarmácia. O Conselho Federal de Farmácia (CFF) acaba de publicar uma Nota Técnica com o objetivo de orientar o varejo sobre as aplicações da Resolução nº 727, publicada no último dia 30 de junho e que regulamenta essa operação nas drogarias.

O documento do conselho também traz orientações sobre o processo de registro de profissionais e varejistas que prestarem os serviços de telefarmácia ou disponibilizem plataformas e softwares para subsidiar a realização de serviços clínicos.

Telefarmácia dispensa lei federal

Segundo o CFF, não há necessidade de publicação de lei federal sobre o tema, o que habilita farmácias e drogarias com salas de assistência farmacêutica a praticar a telefarmácia. A resolução não abrange atos inerentes ao estabelecimento e que continuam obrigatoriamente presenciais, como a dispensação de medicamentos.

A telefarmácia contempla quatro modalidades. São elas:

Teleconsulta

Modelo que envolve apenas a figura do farmacêutico e do paciente, com o objetivo de discutir um caso clínico

Teleinterconsulta

Consulta que envolve farmacêuticos e outros profissionais de saúde, com ou sem a presença do paciente. Nessas situações, o farmacêutico não pode transferir a gestão do atendimento para outro profissional

Telemonitoramento

Consiste na prática clínica com utilização de equipamentos de televigilância, devidamente registrados no Ministério da Saúde e na Anvisa

Teleconsultoria

Tem a finalidade de emitir pareceres técnicos e administrativos, e recomendar ações de cuidado em saúde. Esta não é uma modalidade de escolha para a avaliação de um caso clínico específico

A telefarmácia para ensino e pesquisa

O ensino e a pesquisa em saúde, previstos no artigo 2º da Resolução, estão relacionados ao exercício da telefarmácia como recurso para formar os profissionais e avaliar o impacto da prestação de serviços clínicos por meio desse modelo. Não pode ser entendida como graduação em Farmácia na modalidade ensino a distância (EaD).

Como o farmacêutico pode atuar com telefarmácia?

O farmacêutico deverá informar ao CRF de sua jurisdição que presta serviços por meio de telefarmácia, sem a necessidade de ter uma inscrição secundária em conselhos de outros estados. A Resolução não exige que o farmacêutico tenha vínculo com um estabelecimento de saúde, mas deve seguir os requisitos estabelecidos no artigo 18.

Fonte: Redação Panorama Farmaceutico