Ministério da Saúde pede que Anvisa estenda por um ano uso emergencial de vacinas contra Covid-19

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O Ministério da Saúde pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que estenda por um ano a autorização de uso emergencial de vacinas e medicamentos contra Covid-19. A pasta pede que o prazo seja contado a partir do momento em que for revogado o Estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), que está sob avaliação no governo. O ministério deixa claro que o prazo poderá ser ainda maior caso a pasta julgue necessário.

Em um ofício enviado na quinta-feira à Anvisa, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pede ainda que além de manter a validade das autorizações por um ano, permita a entrada e avaliação de novos pedidos no mesmo período. A pasta também pede que neste prazo sejam mantidas as regulamentações que facilitam importação de insumos necessários ao enfrentamento da Covid-19. O caso foi revelado pelo “Valor” e confirmado pelo GLOBO.

Na quinta-feira, o colunista Lauro Jardim revelou que o ministro da Saúde fará um pronunciamento no domingo para anunciar o início do fim da emergência em saúde. Com o anúncio, a pasta flexibilizará novas medidas que estavam atreladas à vigência da Espin. O pedido da pasta à Anvisa é uma maneira de adequar as regras relacionadas ao estado de emergência a um novo momento no qual ele deixe de existir.

“Ademais, com base nas lições aprendidas durante a pandemia, o atual cenário epidemiológico aponta favoravelmente para ações de flexibilização nas regras impostas, bem como um possível fim da situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional – ESPIN, declarada por meio da Portaria GM/MS nº 188, de 03 de fevereiro de 2020″, argumenta a pasta no ofício ao qual O GLOBO teve acesso.

A pasta afirma ainda que a flexibilização deve ocorrer de forma cautelosa acompanhada de análise dos impactos e riscos gerados pela medida.

” Logo, ainda que a Portaria GM/MS nº 188/2020 seja revogada, há necessidade de manutenção e algumas estratégias regulatórias, baseada no princípio da precaução e na necessidade das medidas de transição que permitam o atendimento ao interesse da saúde pública”, explica o documento.

Atualmente, a autorização emergencial de vacinas e medicamentos está diretamente relaciona à vigência do estado de emergência em saúde pública. O Ministério da Saúde tem mantido conversas com a Anvisa para adequar a regulamentação vigente a uma possível derrubada da Espin.

Além desta questão, a pasta pede à Anvisa que também estenda por um ano a autorização para que farmácias realizem testes rápidos para detecção da Covid-19 e que Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) continuem com permissão para realizar análises para diagnóstico da doença.

Por fim, o ministério pede que a Anvisa aponte outras regras que estejam relacionadas à emergência em saúde pública para que haja adequação necessária.

Fonte: Jornal O Globo – RJ

Cientistas acreditam ter descoberto causa da esclerose múltipla

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Quase três milhões de pessoas em todo o mundo têm esclerose múltipla (EM). Alguns cientistas acreditam ter descoberto a causa desta doença incurável. Eles acreditam que se trata de um vírus que quase todos nós podemos pegar.

Mas o que isso significa para o tratamento e prevenção da EM?

Nossos cérebros são como uma “orquestra” de atividade elétrica. Bilhões de “indivíduos”, os neurônios, produzem sinais elétricos precisos. Quando eles se juntam, a sinfonia resultante é quem somos, nossos pensamentos, nossas emoções, nosso controle sobre o corpo e como experimentamos o mundo ao nosso redor.

Mas na esclerose múltipla, há um sabotador em ação. Nosso próprio sistema imunológico se volta contra os neurônios e eles não conseguem mais tocar em sintonia. O resultado pode ser devastador.

O que leva o sistema imunológico a agir assim tem sido um mistério longo e muito debatido, mas estudos publicados este ano apontaram convincentemente para o vírus Epstein-Barr (EBV).

“É uma evidência muito, muito forte de que esse vírus provavelmente é a causa da esclerose múltipla”, disse o professor Gavin Giovannoni, da Universidade Queen Mary de Londres, à BBC.

Trabalho de detetive

O vírus Epstein-Barr é tão comum que quase todos nós podemos esperar pegá-lo ao longo de nossas vidas. A maioria de nós nem vai notar, mas o vírus é famoso pela “doença do beijo”, que também é conhecida como febre glandular ou mononucleose.

O EBV está na lista de suspeitos de esclerose múltipla há décadas, mas é difícil obter provas definitivas porque o vírus é muito comum e a esclerose múltipla é rara.

A prova crucial veio dos militares dos EUA, que coletam amostras de sangue de soldados a cada dois anos. As amostras são mantidas nos freezers do Repositório de Soro do Departamento de Defesa e acabaram se revelando uma mina de ouro para pesquisadores.

Uma equipe da Universidade Harvard analisou amostras de 10 milhões de pessoas para estabelecer a conexão entre o EBV e a esclerose múltipla.

O estudo, publicado na revista Science, encontrou 955 pessoas que foram diagnosticadas com esclerose múltipla e, usando as amostras regulares de sangue, conseguiram traçar o curso da doença.

“Indivíduos que não foram infectados com o vírus Epstein-Barr praticamente nunca desenvolvem esclerose múltipla”, diz Alberto Ascherio, de Harvard.

“É somente após a infecção pelo vírus Epstein-Barr que o risco de esclerose múltipla aumenta em mais de 30 vezes.”

A equipe verificou outras infecções, como o citomegalovírus, mas apenas o EBV teve uma conexão clara com a doença neurodegenerativa.

Alguns soldados pegaram o vírus. Sinais de lesão no cérebro — chamado polipeptídeo de luz de neurofilamento, que é essencialmente o resíduo de células cerebrais danificadas — começaram a aparecer no sangue. Eles foram diagnosticados com EM cerca de cinco anos após a infecção.

Ascherio diz que o estudo é a “primeira” evidência convincente de que o EBV causa a doença. Ele disse que é “bastante comum” que os vírus infectem muitas pessoas, mas só causem complicações graves em algumas. Por exemplo, no mundo antes das vacinas, “praticamente todas as crianças” pegavam poliomielite, mas uma em 400 desenvolvia paralisia.

Mas como ter certeza?

Para provar definitivamente que o vírus tem um papel crítico na doença é necessário realizar um estudo capaz de impedir que as pessoas peguem EBV — e ver se isso previne a esclerose múltipla.

Por ora há pesquisas em andamento que desvendam o que o vírus faz dentro do corpo.

Se nos concentrarmos em um único neurônio — um mero instrumento na orquestra do cérebro — ele é revestido por uma camada gordurosa de isolamento chamada bainha de mielina. É essa camada de gordura que permite que os sinais elétricos atinjam os neurônios a velocidades de 100 metros por segundo. Mas na esclerose múltipla, o sistema imunológico ataca a mielina, interrompe as mensagens elétricas e danifica o neurônio.

Dependendo de qual parte do cérebro ou da medula espinhal é afetada, a esclerose múltipla pode levar a dormência, visão turva, dificuldade para andar, fala arrastada e problemas de memória ou emoções.

O professor Bill Robinson, imunologista da Universidade de Stanford, na Califórnia, era um cético do EBV até alguns anos atrás. “Eu não levava isso a sério, todo mundo tem EBV, então não há como realmente isso ser a causa da EM”.

Agora ele está completamente convencido desta ligação. Ele acha que poderá ser capaz de juntar os pontos entre o vírus e a bainha de mielina.

Seu estudo, publicado na revista Nature, mostrou que a bainha de mielina sofre de identidade equivocada e é atacada por uma parte confusa do sistema imunológico que pensa estar combatendo o EBV.

Sua equipe estava analisando as células B, que são a parte do sistema imunológico que fabrica anticorpos para procurar vírus e outras ameaças. Esses anticorpos aderem ao invasor e sinalizam ao resto do sistema imunológico para atacar.

Em pacientes com EM, eles descobriram que anticorpos projetados para atacar parte do vírus (uma proteína chamada EBNA1) também podem se ligar a uma proteína humana no cérebro (chamada GlialCAM).

Esse caso de identidade equivocada, no nível molecular, é conhecido cientificamente como reação cruzada.

“[O vírus] está induzindo uma reatividade cruzada entre uma proteína viral que também se parece com uma proteína da bainha de mielina, o que resulta em danos que causam os sintomas da EM”, afirma o professor Robinson.

Claramente, isso não acontece com todos que estão infectados com EBV. E outros fatores podem desempenhar algum papel na doença: ser do sexo feminino, ter algum trauma de infância e possuir baixos níveis de vitamina D (por nascer em um lugar com pouca luz solar) aumentam o risco da EM.

Existem formas de prevenção da esclerose múltipla?

Uma imagem mais clara da causa da esclerose múltipla dá uma ideia melhor de como tratá-la ou até preveni-la.

Uma grande visão é repetir o sucesso do combate ao papilomavírus humano (HPV) causador de câncer. Infecções com HPV podem aumentar o risco de câncer, incluindo aqueles no colo do útero, pênis e boca. Mas um programa de vacinação infantil teve um impacto tão profundo sobre os cânceres que a velha rotina de exames regulares talvez não seja mais necessária.

Existem várias empresas já trabalhando em uma vacina contra o EBV, incluindo a Moderna, que está usando a mesma tecnologia usada para desenvolver a vacina contra a covid. No entanto, as vacinas precisarão fazer com que o sistema imunológico não produza os mesmos anticorpos nocivos da esclerose múltipla.

Descobrir se uma vacina pode prevenir a esclerose múltipla levará décadas de trabalho. Outra ambição é criar uma “vacina terapêutica” para pessoas que já têm EM.

Giovannoni disse que a vacina seria semelhante à usada contra o herpes zoster (ou zona), que é administrada a pessoas que já foram infectadas com o vírus da catapora.

“Mesmo que você já tenha o vírus, você está estimulando o sistema imunológico a criar uma resposta imune contra o vírus e controlando o próprio vírus”, diz.

Terapias que visam células B que foram infectadas com EBV — e drogas que atacam o próprio vírus — também estão sendo pesquisadas. Giovannoni diz que alguns estudos sugerem que medicamentos para o HIV reduzem o risco de contrair esclerose múltipla, o que pode ser um caminho a se seguir.

Mas ainda há grandes incertezas. Uma vez que você contrai o EBV, você fica com ele em seu corpo por toda a vida — pois ele se instala nessas células B produtoras de anticorpos.

Então, é a infecção inicial que coloca o sistema imunológico no caminho errado? Ou é a presença contínua do vírus afetando o sistema imunológico que leva à esclerose múltipla?

Os pesquisadores fizeram grandes avanços na compreensão das causas da esclerose múltipla, mas aproveitar esse conhecimento para mudar a vida das pessoas segue sendo um desafio.

Fonte: Jornal Correio Braziliense – DF

São Paulo tem primeiro dia sem mortes por covid-19

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A cidade de São Paulo teve em 2 de abril o primeiro dia sem mortes por covid-19 desde março de 2020. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o registro considera o tempo usual de atraso das notificações por mortes causadas pelo coronavírus, que é de até 15 dias.

Até o momento, também não houve mortes causadas pela doença no dia 4 de abril, que pode ser o segundo dia sem vítimas do vírus. A secretaria ressalva, no entanto, que pode haver modificação nos dados de forma retroativa, caso cheguem novas informações.

Vacinação

O secretário municipal da Saúde de São Paulo, Luiz Carlos Zamarco, atribui a redução nas mortes à vacinação. “São Paulo é a capital mundial da vacina e isso nos ajudou a chegar até aqui. A população paulistana aderiu e ultrapassou 100% de cobertura vacinal completa. O resultado pode ser visto nos índices de casos e, agora, de óbito zero”, disse.

Já foram aplicadas na capital paulista 30,4 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, sendo 11,7 milhões de primeira dose, 10,9 milhões de segunda dose e 353 mil de dose única. Também já foram usadas 6,8 milhões de primeira dose adicional e 602,4 mil de segunda dose adicional.

A cobertura vacinal para a população acima de 18 anos está em 110% para a primeira dose e 106% para a segunda dose. Há ainda 73,7% que receberam ao menos uma dose adicional.

Em adolescentes de 12 a 17 anos, 862,3% receberam a segunda dose da vacina, o que representa 102,2% dessa população. Em crianças de 5 a 11 anos, a cobertura vacinal é de 86,8% para a primeira dose e de 52,5% para a segunda dose.

Fonte: Jornal Correio Braziliense – DF

Ascensão na Pague Menos

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Pague Menos Roberta Schemes 2

São oito anos nas Farmácias Pague Menos e uma carreira em permanente ascensão. Baseada no Rio Grande do Sul, Roberta Schemes acaba de assumir a gerência regional de operações na área de e-commerce. Os canais de vendas digitais da rede encontram na Região Sul um mercado cativo, que respondeu por mais de 13% do volume de transações online no ano passado.

Tecnóloga em gestão de recursos humanos pela Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Fadergs), a executiva especializou-se em produtividade e administração de tempo na PUC-RS. Iniciou a trajetória na Pague Menos em maio de 2014, como líder de equipe, chegando ao seu primeiro cargo de gerência cinco anos depois.

Contato: robertaschemes@pmenos.com.br

 

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Pesquisa com 74 instituições financeiras e consultorias projeta IPCA de 7,5% em 2022

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Navegando às escuras. Assim está o mercado nas últimas semanas em razão da greve dos servidores do Banco Central, iniciada em 1 de abril.

A instituição é responsável pelo boletim Focus, relatório compilado pelos servidores do BC no qual estão as projeções do mercado (bancos, corretoras e demais instituições financeiras).

Sem a compilação das estimativas dos agentes econômicos sobre PIB, IPCA e Selic desde 28 de março, data do último boletim, algumas instituições estão produzindo por contra própria esse levantamento.

Hoje, o jornal Valor publica uma pesquisa com 74 instituições financeiras e consultorias que aponta para uma projeção mediana do IPCA de 7,5% em 2022 e 4% em 2023.

Na compilação feita pelo jornal, as maiores estimas para o IPCA em 2022 ficaram em 8,6% e em 6% para 2023. Já as menores foram 6,5% em 2022 e 3,4% em 2023.

Desde a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, essa semana, que disse ter ficado surpreso com o IPCA de março, que teve alta de 1,6%, muitos analistas passaram a revisar suas previsões de inflação.

Entre os vilões para essa alta estão os bens duráveis (automóveis e eletroeletrônicos) e semiduráveis (vestimentos, produtos de limpeza e cosméticos). Também há um papel importante da guerra na Ucrânia no aumentos de produtos como trigo, petróleo e gás.

Além disso, há uma percepção entre os agentes econômicos de que as expectativas estão desancoradas. Isso faz com que mesmo aqueles setores que não estão sendo afetados por problemas como a guerra na Ucrânia aumentem seus preços.

Fonte: Eu Quero Investir

Vendas no varejo em fevereiro sobem 1,1%, segunda alta seguida e bem acima do esperado

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O volume de vendas do comércio varejista nacional na passagem de janeiro para fevereiro de 2022 subiu 1,1%, mostrou nesta quarta-feira (13) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Frente igual mês de 2021, a alta foi de 1,3%.O dado foi bem acima do esperado. A expectativa, segundo consenso Refinitiv, era de que as vendas no varejo subissem 0,1% frente janeiro, ainda que tivessem baixa de 1,1% na comparação anual.

O setor está 1,2% acima do patamar pré-pandemia, e 4,9% abaixo do pico da série (outubro de 2020). No ano, o varejo acumula variação negativa de 0,1%. Já nos últimos 12 meses, cresceu 1,7%.

Seis das oito atividades pesquisadas tiveram taxas positivas em fevereiro. Embora o setor de livros, jornais, revistas e papelaria tenha crescido 42,8%, os maiores impactos vieram de combustíveis e lubrificantes (5,3%), móveis e eletrodomésticos (2,3%), tecidos, vestuário e calçados (2,1%).

Segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, a atividade de livros, jornais, revistas e papelaria vem, ao longo do tempo, diminuindo. Basta observar as grandes cadeias de livrarias, por exemplo. É uma atividade que vem perdendo importância no varejo por conta dos grandes marketplaces, que vendem livros online, mas não estão inseridos nessa categoria.

“O que segurava a atividade era o mercado de livros didáticos, que foi bastante afetado pela pandemia com o ensino online e a migração do material impresso para o meio digital. Ocorre que no início deste ano houve uma retomada relacionada, principalmente, com os grandes contratos de livros didáticos. Esse avanço, porém, não foi suficiente para recuperar os níveis anteriores, já que algumas atividades didáticas continuam no ambiente online”, explica Cristiano Santos.

Assim, as principais contribuições para o resultado do varejo em fevereiro vieram de combustíveis e lubrificantes (5,3%), móveis e eletrodomésticos (2,3%), tecidos, vestuário e calçados (2,1%).

“No caso de tecidos, vestuário e calçados, o crescimento ocorreu após uma alta de 4,0% em janeiro. Foi uma atividade que não teve um Natal muito bom, com uma queda de 5,6% em dezembro. Mas em janeiro, as empresas fizeram promoções muito fortes que se estenderam até fevereiro e contribuíram com esse resultado. Já móveis e eletrodomésticos, que desde junho do ano passado não crescia, teve uma retomada com a série de promoções feitas pelas empresas. No caso de combustíveis, pela primeira vez, nos últimos 12 meses, não há uma pressão inflacionária tão clara para essa atividade”, detalha o gerente da PMC.

Também avançaram, em fevereiro, outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,4%). Vale ressaltar que os indicadores de volume de vendas têm sido impactados pela inflação dos alimentos. Já o volume de vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria recuou 5,6% frente a janeiro, depois de três altas seguidas. O setor de equipamentos e material para escritório informática e comunicação ficou estável (0,0%).

No comércio varejista ampliado, o crescimento de 2,0% no volume de vendas, em fevereiro, foi influenciado pela taxa positiva de veículos, motos, partes e peças (5,2%). Material de construção teve variação negativa de -0,4%.

Seis das oito atividades tiveram taxas positivas na base anual

O comércio varejista avançou 1,3% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2021. Seis das oito atividades investigadas tiveram taxas positivas: livros, jornais, revistas e papelaria (18,5%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (9,4%), tecidos, vestuário e calçados (8,0%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,0%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,0%) e combustíveis e lubrificantes (0,1%).

Já equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-7,2%) e móveis e eletrodomésticos (-12,6%) registraram queda.

Considerando o comércio varejista ampliado, para a mesma comparação, veículos e motos, partes e peças registrou aumento de 1,4% e material de construção registrou queda de 8,0%.

Cristiano Santos observa também que o comércio varejista está 1,2% acima do nível pré-pandemia. As atividades que compõem o índice geral do setor, porém, apresentam comportamentos distintos. Livros, jornais, revistas e artigos de papelaria, por exemplo, está 38,7% abaixo do nível pré-pandemia, enquanto artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria está 21,9% acima desse patamar.

Vendas crescem em quase todos os estados

Na comparação com janeiro, o volume de vendas do comércio varejista foi positivo em 26 das 27 unidades da federação, com destaque para Amapá (8,0%), Rondônia (8,0%) e Acre (5,9%). Somente Tocantins teve resultado negativo (-3,7%).

Já frente a fevereiro de 2021, o varejo teve resultados positivos em 18 unidades da federação, principalmente Amazonas (21,5%), Roraima (17,8%) e Acre (16,5%). No campo negativo, estão nove unidades da federação, entre elas, Pernambuco (-7,7%), Sergipe (-7,0%) e PiauÍ (-5,0%).

Fonte: InfoMoney

Documentos apontam que genérico do Viagra comprado pela Defesa não trata doença pulmonar

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Bulas publicadas no site da Anvisa e portaria do Ministério da Saúde mostram que os 35.320 comprimidos de Citrato de Sildenafila compradas pelo Ministério da Defesa – de 25 mg e de 50 mg – não são recomendados para tratamento da hipertensão arterial pulmonar (HAP). O Ministério da Defesa e o presidente Jair Bolsonaro afirmaram que o medicamento, genérico do Viagra, seria usado no combate à doença.

De acordo com os documentos – entre eles, os registrados na Anvisa pelo Laboratório Farmacêutico da Marinha (LFM), que também produz o medicamento -, a versão indicada para o combate à doença é a de 20 mg. Bulas das dosagens dos comprimidos comprados para as Forças Armadas instruem que são usados em casos de impotência sexual.

A CNN apurou que o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu processo para fiscalizar a compra dos 35.320 comprimidos e deverá cobrar do Ministério da Defesa explicação para o fato de a transação ter sido feita com laboratório privado, quando mesma droga é produzida pelo LFM. De acordo com o TCU, o objeto do processo é apurar ‘desvio de finalidade em compras’ e se houve superfaturamento.

A portaria do Ministério da Saúde que aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hipertensão Arterial Pulmonar foi publicada em 2014 e é explícita ao recomendar, entre os medicamentos de combate à HAP, comprimidos de 20 mg do Citrato de Sildenafila. Segundo o documento, ‘a dose recomendada é de 20 mg 3 vezes ao dia’.

Bulas (para pacientes e profissionais de saúde) do medicamento de 20 mg registradas pelo LFM e por outros laboratórios na Anvisa também deixam claras as orientações de uso: ‘Citrato de Sildenafila é indicado para o tratamento da hipertensão arterial pulmonar’. O documento para pacientes também recomenda a dosagem de três comprimidos por dia. A instrução é diferente da que consta de bulas das versões 25 mg e 50 mg, entre elas, a do LFM: ‘Citrato de Sildenafila está indicado para o tratamento da disfunção erétil’.

HAP é incompatível com a carreira militar

Outros pontos que chamam a atenção, é que apesar de o medicamento ter sido adquirido para o Exército, Marinha e Aeronáutica, de acordo com médicos pneumologistas ouvidos pela CNN, além de ser uma doença muito rara e, portanto, a quantidade comprada não é proporcional à demanda, quem tem HAP ‘não tem condições de servir como militar’. Essas incongruências, possivelmente, também deverão estar entre os pedidos de esclarecimentos do TCU ao Ministério da Defesa.

A CNN solicitou posicionamento do Ministério da Defesa sobre todos esses questionamentos e aguarda resposta.

Para a pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Margareth Dalcolmo, ‘a posologia comprada e nesse quantitativo, sendo HAP uma doença bastante rara, com proporção de 5 mulheres para apenas 1 homem com a doença, é inverossímil. E em raros casos a posologia pode chegar a 80 mg’. No entanto ela é taxativa: ‘é uma doença grave e quem a tem não possui condições de servir como militar’.

‘Não existe população com HAP nesse volume, mesmo considerando os militares e os dependentes dos militares das três Forças. Além disso, essa maior quantidade destinado apenas para a Marinha se justificaria se lá tivesse um centro de referência nacional para tratamento de HAP, o que não é’, avaliou um médico militar, que optou por não se identificar. Ele destacou ainda que pessoas com a doença não conseguem seguir a carreira militar. ‘Se descoberto antes de entrar, dificilmente ingressa. Não é uma doença que permite servir como militar.’

Do total de comprimidos comprados, 28.320 foram destinados à Marinha; 5 mil unidades para o Exército e 2 mil para a Aeronáutica.

Em nota a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), destacou que a doença é rara, acomete cerca de 25 casos por 1 milhão de pessoas e que o tratamento indicado para HAP é com a posologia de 20mg.

‘Os estudos que definiram o benefício dessa medicação para tratamento da HAP utilizaram comprimidos de 20mg com posologia inicial prevista de 20mg de 8/8, sendo possível atingir até 80mg de 8/8horas. Usar formas comprimidos com doses de 25mg não causam impactos graves à saúde, porém segue programação e posologias diferentes das estudadas, com dosagens excedentes ou inferiores às recomendadas.’, informa a SBPT.

Compra obedeceu à legislação

Em nota, divulgada na quinta-feira (13), o Ministério da Defesa afirmou que a compra obedeceu à legislação. ‘A aquisição de Sildenafila visa ao tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP). Esse medicamento é recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de HPA. Por oportuno, os processos de compras das Forças Armadas são transparentes e obedecem aos princípios constitucionais’, informou a pasta.

Fonte: Notícias do Brasil 

Symrise e L’Oreal se unem em iniciativa para desenvolvimento de novos empreendedores

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A Symrise – uma das maiores empresas no mercado global de fragrâncias, sabores, alimentos, nutrição e ingredientes cosméticos – fechou em 2020 o patrocínio do movimento ‘PRA> FRENTE’ da Fundação Dom Cabral — FDC, considerada a melhor escola de negócios da América Latina. Os projetos da FDC ajudam a desenvolver milhares de empresas e líderes de todos os segmentos, da iniciativa pública, privada e do terceiro setor. Agora, a Symrise se uniu à L’Oréal Brasil para acelerar o desenvolvimento de Líderes Comunitários, incubação de Negócios Sociais, geração e Gestão do Conhecimento, Pesquisas e Centros de Referência focados no Empreendedorismo Feminino.

Movimento ‘PRA> FRENTE’ da Fundação Dom Cabral – Reprodução

A L’Oréal já atua com ações de capacitação de jovens de Nova Iguaçu e Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, das instituições sociais Casa do Menor e Redes da Maré.

e promove cursos de barbearia, cabelereiro e manicure por meio do seu programa de sustentabilidade L’Oréal For the Future com objetivo de oferecer uma renda adicional e uma oportunidade de emprego a estes jovens.

‘Para nós, apoiar o protagonismo feminino faz parte dos nossos compromissos. Por isso, atuar junto à Symrise e a Fundação Dom Cabral em um projeto tão significativo como este é extremamente importante, pois estamos empoderando nossas mulheres para que elas alcancem a independência financeira e contribuam, desta forma, para o desenvolvimento de suas comunidades. Ações como esta dão voz ao nosso propósito de construir a beleza que move o mundo, uma beleza mais sustentável, diversa e inclusiva’, afirma Letícia Novak, Coordenadora de Sustentabilidade da L’Oréal Brasil.

Na próxima segunda-feira (18), uma aula inaugural será ministrada na instituição social Casa do Menor São Miguel Arcanjo, em Miguel Couto, bairro de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.

Fonte: Fashion Network

Café com Tema ABIHPEC debate desafios e perspectivas do setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

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Evento contou com a participação do presidente-executivo da entidade, João Carlos Basilio, que falou sobre dificuldades trazidas pelo contexto econômico e alta tributação e as vantagens do investimento em inovação

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) promoveu na terça-feira, 12 de abril, o primeiro Café com Tema de 2022, que debateu sobre o Panorama do setor de HPPC: Desafios e Perspectivas. O evento contou com apresentação de João Carlos Basilio, presidente-executivo da ABIHPEC, e moderação de Elaine Gerchon, diretora de Inteligência de Mercado da associação.

A questão da tributação foi apontada pelo presidente-executivo como um dos principais desafios. O setor é o terceiro mais tributado do país. Basilio lembrou que o governo federal sinalizou recentemente a redução de 25% do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), o que foi bem recebido pelos empresários, embora as informações iniciais acerca do assunto apontavam para uma demanda por 50%. ‘Outro ponto é que precisamos de mais prazo para pagar os impostos, muitas vezes pagamos esses impostos antes de receber’, explicou. Basilio comentou que só uma reforma tributária ampla, irrestrita e estruturada pode corrigir distorções.

O presidente-executivo comentou sobre o desempenho setorial em 2021. ‘Foi uma surpresa muito grande quando fechamos 2021 com uma queda no faturamento bastante significativa, de 2.8%’, disse. No entanto, ele destacou que esse é apenas um percentual médio de performance para o setor e algumas empresas conseguiram excelentes resultados, principalmente aquelas que enxergaram as oportunidades em meio à crise, souberam interpretar as necessidades do consumidor e colocar produtos inovadores no mercado.

‘Quem estava atento aos novos hábitos do consumidor brasileiro se deu bem e surfou na onda de uma maneira positiva. É importante que as empresas estejam acompanhando e entendendo qual é o comportamento do consumidor ‘, afirmou Basilio. ‘Tem que encontrar um diferencial, buscar modelos novos, respeitar a sustentabilidade e se diferenciar do que já está no mercado; o brasileiro é criativo para isso’, completou.

O presidente-executivo falou ainda sobre o desafio de fazer negócios com a combinação de uma taxa de juros tão alta como a atual e a inflação crescente. ‘A taxa de juros pulou para a casa dos 11% e a perspectiva não é parar de subir; em maio provavelmente veremos novo aumento e analistas já falam em projeções em torno de 14%. É difícil uma empresa ter resultados positivos com um custo financeiro tão alto como é o nosso no Brasil’, disse Basílio.

Nesse contexto, Elaine complementou, mencionando a alta taxa de desemprego, que compromete o poder de compra. Os consumidores estão mais cautelosos e seletivos, os brasileiros não deixaram de consumir os itens do setor de HPPC que são essenciais, mas o perfil de consumo está mais conservador diante do contexto econômico atual.

A balança comercial foi citada como destaque positivo do setor de HPPC. ‘Fechamos o ano de 2021 com superávit na balança comercial do setor e iniciamos 2022 com resultados de janeiro e fevereiro em crescimento bom, afirmou Basilio.

A agenda também contemplou os temas da sustentabilidade e da economia de baixo carbono, iniciativas e abordagens que envolvem desde processos de produção, desenvolvimento de produtos, até as relações com fornecedores e consumidores. Segundo Basilio, a ABIHPEC construiu muito conhecimento na área de sustentabilidade ao longo das últimas décadas, principalmente na solução para a logística reversa de embalagens pós consumo, com o Programa Dê a Mão para o Futuro que há mais de 16 anos apresenta resultados positivos e que crescem ano a ano, num modelo estruturante com cooperativas, mudando a vida dos cerca de 6.000 catadores envolvidos ao redor de todo o país – um exemplo de entrega de resultados que fazem a diferença e, por isso, possui inclusive reconhecimento internacional do CEPAL da ONU, como exemplo de programa eficaz.

Segundo Basilio, para o tema da economia de baixo carbono, a perspectiva é de que as medidas de regulamentação governamental sejam adotadas setorialmente e por isso, a ABIHPEC já está trabalhando para estruturar soluções que possam atender a essa necessidade para as empresas associadas e, a experiência adquirida com o Programa Dê a Mão para o Futuro, certamente será um diferencial para criar novas soluções.

Como mensagem final, o presidente-executivo demonstrou seu otimismo e sua certeza sobre a força do setor: ‘Acredito que o nosso país tem todas as condições de superar esses desafios e por meio da inovação vamos encontrar cada vez mais caminhos positivos que levem o nosso setor a patamares mais altos. Vamos continuar sendo resilientes, perseverantes e fortes para encontrar soluções para os desafios que se apresentam’, concluiu.

Sobre a ABIHPEC

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) é uma entidade privada que tem como finalidade representar nacional e internacionalmente as indústrias desse setor, instaladas em todo país e de todos os portes, promovendo e defendendo os seus legítimos interesses, por meio de ações e instrumentos que contribuam para o seu desenvolvimento, buscando fomentar a competitividade, a credibilidade, a ética e a evolução contínua de toda a cadeia produtiva. Mais informações.

Fonte: 2A+ Cosmética

Diabetes: custo anual pode chegar a R$ 27 bilhões em 2030

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os custos de diabetes no Brasil já superam US$ 2,1 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões), sendo US$ 633 milhões (cerca de R$ 3,16 bilhões) para gastos diretos e US$ 1,5 bilhão (ou R$ 7,5 bilhões) para gastos indiretos com a doença.

Tal soma pode chegar a US$ 5,47 bilhões (cerca de R$ 27,35 bilhões) até 2030, o que equivale a um crescimento de 6,2% ao ano, caso o número de pessoas que convivem com a doença aumente 13% até lá.

Se a incidência de diabetes continuar subindo no Brasil, esse cenário pode se concretizar até antes, de acordo com uma pesquisa.

O gasto anual com a doença foi estimado em um estudo de cientistas da FEA (Faculdade de Economia e Administração) da USP e da Unicamp.

Os dados utilizados têm como base o ano de 2016, quando o número de casos cresceu 13% em relação aos três anos anteriores.

A pesquisa, publicada no dia 3 de março na revista científica Annals of Global Health, utilizou dados da Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2013 sobre a população convivendo com diabetes e ajustou os valores para 2016 com base no crescimento populacional em três anos.

Para calcular os custos diretos de diabetes, que incluem gastos médicos com internações, atendimento ambulatorial e remédio popular, entre outros, as pesquisadoras consultaram dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIHSUS) e do sistema de Comunicação de Informação Hospitalar e Ambulatorial (CIHA) de hospitalizações tanto no setor público quanto no privado, cuja causa principal era diabetes mellitus.

De acordo com o estudo, dos US$ 232,8 milhões (cerca de R$ 1,16 bilhão) gastos com hospitalização, a maior parte é de internações relacionadas a diabetes (81,4%), e o restante com diabetes como causa primária.

Tais gastos superam o que foi desprendido para o atendimento ambulatorial, de US$ 86 milhões (R$ 430 milhões), o que denota como os gastos tardios da doença são maiores do que os custos com atenção primária.

Quanto à divisão por gênero, os homens representam a maior parte (53,3%) dos gastos por hospitalização por diabetes, com US$ 124,1 milhões (R$ 620,5 milhões), enquanto os gastos de hospitalização por mulheres equivalem a US$ 108,6 milhões (R$ 543 milhões).

No recorte por faixa etária, as pessoas com 55 anos ou mais representam 80,7%, ou US$ 187,8 milhões (R$ 939 milhões), do total de gastos hospitalares, e 86,1%, ou US$ 74,5 milhões (R$ 372 milhões), em gastos ambulatoriais.

Além dos dados de hospitalização, foram analisados os gastos com medicamentos na farmácia popular e com despesas extras hospitalares, que somam US$ 314 milhões (R$ 1,57 bilhão).

Em relação aos custos indiretos, as pesquisadoras analisaram três fatores distintos que demonstram o impacto do diabetes na vida de brasileiros: absenteísmo, ou a perda de produtividade por falta no trabalho, morte prematura (calculada por anos de vida perdidos por morte ou incapacidade causadas pela doença) e aposentadoria precoce. Os cálculos foram baseados no valor do salário mínimo em 2013.

A maior parcela de gastos indiretos com diabetes é relacionada à morte prematura: US$ 1,18 bilhão (ou R$ 5,9 bilhões, equivalente a 77,9%) de custos anuais por essa razão, sendo US$ 774,7 milhões (R$ 3,9 bilhões, ou 65,6%) em homens e US$ 408,8 milhões (R$ 2 bilhões, ou 34,4%) em mulheres.

De acordo com Paula Pereda, professora do departamento de Economia da USP e autora principal do estudo, o peso do diabetes é maior nos homens porque eles em geral se cuidam menos do que as mulheres.

‘Inclusive quando a causa primária de morbidade [incapacidade] é diabetes nós vemos um quadro mais grave dos homens que buscam atendimento, e essa proporção se reflete também nos custos indiretos, de absenteísmo, morte prematura e aposentadoria precoce’, explica.

Foto: Agência Brasil

Para a projeção de 2030, as autoras avaliaram quanto a doença deve afetar a economia e o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiros considerando os gastos individuais de pessoas vivendo com diabetes tanto no rendimento per capita quando no custo por paciente.

Foram propostos dois cenários, um mais conservador, em que a incidência de casos de diabetes permaneceria inalterada nos 14 anos seguintes (de 2016 a 2030), cujo peso econômico da doença foi estimado entre US$ 2,34 bilhões e US$ 3,33 bilhões (cerca de R$ 11,7 bilhões a R$ 16,6 bilhões).

Mas, com a projeção de crescimento de 13% dos casos de diabetes até 2030, a estimativa de custo eleva esse valor para mais de R$ 27 bilhões, quase três vezes o gasto atual.

As autoras ainda ressaltam que é muito provável que os casos de diabetes no Brasil sejam subestimados, pois há ainda muitas mortes relacionadas a diabetes ou por complicações da doença que não são consideradas.

‘Apesar de serem custos já muito altos, nós consideramos que eles já sejam superiores ao que projetamos porque usamos uma metodologia mais conservadora.

Os custos indiretos para a sociedade devem ser ainda maiores, porque o diabetes afeta diretamente as famílias dos pacientes e também o mercado de trabalho, no contexto da produtividade’, diz.

Segundo a última edição do Atlas Diabetes 2021, os casos de diabetes cresceram 16% no mundo de 2019 para 2021, passando de 463 milhões para 537 milhões no último ano. A expectativa é chegar a 643 milhões doentes em 2030, ou seja, um aumento de 19%.

No Brasil, 9,14% da população adulta vivia com diabetes em 2021, segundo levantamento da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico).

Para Deborah Malta, pesquisadora da Escola de Enfermagem da UFMG e ex-coordenadora do Vigitel (2006 a 2015), o estudo é relevante, pois consegue calcular de maneira muito completa os custos da doença.

‘O diabetes muitas vezes não recebe o devido valor, mas ele possui um efeito sistêmico notável’, avalia.

Ela ressalta que a incapacidade provocada por diabetes já é reconhecida como um dos principais fatores para levar à morte prematura.

‘O cenário que a pesquisa estima para 2030 na verdade já chegou em 2019, porque já estamos observando a consequência da incapacidade provocada por diabetes com o aumento da obesidade e diminuição da expectativa de vida da população’, diz.

A grande falha hoje na atenção de diabetes no Brasil, segundo a pesquisadora, é a ausência de programas sólidos de prevenção e promoção de saúde, como políticas públicas para acesso a alimentação saudável e incentivo de atividades físicas. ‘Sabemos que há um aumento da incidência e a taxa de mortalidade, que estava em declínio até 2016, 2017, estagnou [na taxa de 28,7 mortes por cem mil habitantes]. Isso é muito preocupante’, afirma.

Fonte: Paraíba Online