Especialistas defendem cautela com o fim da emergência sanitária da covid

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Especialistas ouvidos pelo Estadão avaliam que a transição para o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) da covid-19, anunciada pelo governo federal neste fim de semana, deve ser feita com cautela. Ao menos 172 regras e leis criadas – entre elas, o uso emergencial de vacinas, compras de remédios sem licitação e uso de máscaras – no enfrentamento da doença desde março de 2020, quando foi decretada a pandemia do novo coronavírus no mundo, podem ser impactadas com o fim da medida. Nos próximos dias, o governo federal deve editar um ato normativo disciplinando a decisão.

Na noite de domingo, 17, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou em cadeia nacional de rádio e televisão o fim da Espin. Ele atribuiu a decisão à queda nos índices da doença e à vacinação no País, que alcançou 73% da população. Disse ainda que a mudança não significa o fim da pandemia do novo coronavírus e que ainda é preciso ficar ‘vigilante’. O fim do decreto da pandemia é de total responsabilidade da Organização Mundial da Saúde (OMS).

‘É necessário que se faça essa transição com muita cautela. Muitas regras foram criadas após o decreto da pandemia e possibilitaram o enfrentamento da doença. Fora de um cenário de emergência sanitária, você não compra vacinas com facilidade ou sem aprovação de orçamento, não regula fronteiras, não obriga uso de máscaras, nem cria condições de sistemas de vigilâncias epidemiológicos’, pondera o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri.

Segundo Kfouri, o risco de novas variantes e um cenário mais grave não estão totalmente descartados. ‘Certamente quando se fala de um vírus com essa imprevisibilidade, há o risco de surgirem novas variantes e a necessidade de termos de comprar vacinas, testes e respiradores e sobrecarregar nossas UTIs. Porém, nada impede que uma medida seja reeditada novamente, se for necessário. Precisamos migrar desse modelo – onde essas ferramentas possibilitaram todos os instrumentos de controle – para um modelo onde podemos continuar monitorando, fazendo sequenciamento genômico, com vigilância de eventos adversos das vacinas e compras das vacinas’, disse.

O diretor da SBIm lembra, por exemplo, que a vacina Coronavac ainda não têm o registro definitivo na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Das quatro vacinas que utilizamos no Brasil (Coronavac, Oxford, Janssen e Pfizer), a Coronavac é a única que não tem registro definitivo. Pode perder a condição de registro, a não ser que seja feito acordo com a Anvisa. É preciso cautela nesta transição, levando em conta todos aspectos de diagnóstico, testagem, tratamento, assistências, vacinas, vigilância e medicamentos. O medicamento da Pfizer, Paxlovid, primeira pílula antiviral a receber aval para tratamento da covid no País, também tem aprovação da Anvisa para uso emergencial.

Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e médico infectologista da Universidade Estadual Paulista (Unesp), avalia a decisão como um discurso mais retórico que prático. ‘Queiroga declarou o fim da emergência, cuja sigla é Espin, mas somente foi algo retórico. Na prática, essa revogação não foi efetuada. São mais de 170 leis e regras, em diversas instâncias do Ministério da Saúde e outros ministérios’, diz. ‘

Ele foca muito no que é o fim dessa emergência em saúde pública, que não é mais necessário o teste de covid-19 para entrada no Brasil e obrigatoriedade de máscaras no ambiente fechado de trabalho. É o que ele cita como importante. É uma decisão mais retórica para agradar certos grupos que na prática’, avalia o infectologista.

Naime Barbosa pondera que, apesar do anúncio, ainda é preciso cautela diante da circulação do vírus. ‘Precisamos manter o uso de máscara em local fechado, onde há aglomeração. Isso é fundamental. Higienização correta das mãos. Melhorar o discurso assertivo com relação à imunização. Temos apenas 71 milhões de pessoas vacinadas com a dose de reforço. o número pode chegar a 120 milhões. Ter mais campanhas. Também manter a vigilância epidemiológica, prevendo novos surtos, pequenos repiques e variantes de atenção. Com possibilidade de flexibilização caso haja melhora do cenário epidemiológico, mas restrição caso haja piora’, defendeu.

Apesar do anúncio, a decisão precisa passar por um período de transição entre 30 e 90 dias para que os órgãos envolvidos se adaptem. Ou seja, nenhuma lei ou regra será revogada imediatamente. Especialistas esperam ainda que a revogação seja condizente com o atual estado epidemiológico do País.

Raquel Stucchi, infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), considera que a decisão é mais burocrática. ‘O ministério dará o prazo de adequação. Acredito que a garantia dessa adequação deveria ser feita e planejada corretamente. É a garantia de ter testagem da população quando necessário. Ter as vacinas disponíveis para a população. Garantia de ter antivirais para aquelas pessoas que têm risco de evolução mais grave. Essa é a grande preocupação no momento. Considero que essa decisão de fim de emergência sanitária possa ser feita quando todos esses tópicos já tiverem todos planejados e prontos para serem colocados em operação por todos os municípios brasileiros’

Para ela, consultoria da Sociedade Brasileira de Infectologia, além da Coronavac, pode ser que haja dificuldade na aquisição e mais burocracias para comprar testes de diagnósticos. ‘Pode se tornar mais burocrático processo de aquisição de testes de covid, o que pode dificultar o diagnóstico da doença e ainda aquisição de antivirais que ainda não fazem parte do SUS, além da vigilância de quadros respiratórios que é algo que existe esboço, mas deveria ser implementado ou atualizado’, defendeu.

Hélio Bacha, médico infectologista, membro do comitê extraordinário de monitoamento da covid da Associação Médica Brasileira (AMB) e consultor médico da Sociedade Brasileira de Infectologia, vê o fim da emergência em saúde pública como precipitado.

‘A condição emergencial é o que nos possibilita podermos ter medidas práticas que modifiquem qualquer resposta frente a qualquer agravamento da condição sanitária. Hoje estamos vivendo uma condição de melhora, mas pela experiência de outros países, isso não necessariamente se mantém. Se mantiver, é muito bom. Mas as medidas de emergência poderiam ser mantidas. É uma ferramenta que o ministério tem diante de novos eventos agravantes da pandemia no nosso País’, avalia o especialista.

Fonte: Isto É Online

Ibovespa cede 0,43%, a 115,6 mil pontos, com Vale e Petrobras

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Em dia de nova leitura em alta para a inflação, desta vez pelo IGP-10, e de ganho para os preços do petróleo, com o Brent negociado perto de US$ 115 por barril na máxima da sessão, a cautela do mercado foi reforçada pela queda de braço entre governo e funcionalismo federal – parte do qual em greve – em meio à insatisfação com o reajuste linear, de 5%, proposto a todos pelo Planalto.

A pressão colocada por categorias do funcionalismo, como policiais federais, auditores da Receita e servidores do BC, para obter vantagens em ano eleitoral recoloca na mesa temores sobre a evolução das contas públicas, um receio que havia segurado o Ibovespa especialmente no segundo semestre do ano passado, quando se antecipava que 2022 não escaparia à deterioração fiscal.

Assim, a referência da B3 fechou em baixa de 0,43%, a 115.687,25 pontos, no menor nível de encerramento desde 18 de março, nesta segunda-feira entre mínima de 115.176,64 e máxima de 116.190,97, saindo de abertura aos 116.181,61 pontos.

Bem fraco, o giro financeiro foi de R$ 21,8 bilhões, com muitos mercados na Europa ainda fechados nesta segunda-feira pelo feriado de Páscoa. Em Nova York, os três índices de referência fecharam em leve viés negativo, com perdas entre 0,02% (S&P 500) e 0,14% (Nasdaq). No mês, o Ibovespa cede agora 3,59%, ainda avançando 10,36% no ano.

Nesta segunda-feira, ‘Vale (ON -1,65% no fechamento, véspera da divulgação dos dados de produção) e Petrobras (ON -1,81%, PN -1,76%) puxaram o índice para baixo ainda pela manhã, com as ações de companhias aéreas, como Azul (PN -1,09%) e Gol (PN -3,11%, segunda maior perda do Ibovespa na sessão), também sofrendo um pouco mais – apesar da baixa no dólar, mas em dia de avanço do petróleo, outro fator de pressão sobre os custos do setor’, diz Lucas Serra, analista da Toro Investimentos.

‘A alta do IGP-10, prévia do IGP-M, a 2,48% em abril, após 1,18% em março, confirmou o viés do IPCA, com avanço dos preços no atacado (2,81%) na mensuração entre 11 de março e 10 de abril. Combustíveis e energia elétrica ainda foram ‘drivers’ importantes’ para o avanço dos preços neste começo de mês, acrescenta Serra.

Por outro lado, ele destaca a leitura sobre o PIB da China no primeiro trimestre, em alta de 4,8%, acima do consenso e do desempenho da economia chinesa no mesmo período do ano passado. Mas, apesar do desempenho positivo, ‘ainda há apreensão do mercado quanto aos efeitos do lockdown adotado em março para o ritmo de atividade nos próximos meses’, acrescenta o analista. ‘Indicadores antecedentes já apontam para uma piora da atividade além de março e, portanto, o governo (da China) deve seguir em frente com seus planos de estímulo econômico’, observa em nota a Guide Investimentos.

Nesta segunda-feira, o petróleo foi negociado próximo às maiores cotações em três semanas, com o Brent de junho em alta de 1,30%, a US$ 113,16 por barril no fechamento de Londres, e a referência americana, o WTI, com ganho de 1,17% para contratos do mesmo mês, a US$ 107,61 no encerramento em Nova York. A paralisação de um campo de produção na Líbia, no fim de semana, contribuiu para reforçar os temores quanto ao nível de oferta da commodity, em meio à prolongada guerra no Leste Europeu e a sanções do Ocidente contra a Rússia.

Lá fora, ‘a temporada de resultados acelera nesta semana, com as empresas de tecnologia, de grande peso também no S&P 500, divulgando seus números. No mercado local, o Ibovespa, em queda em torno de 0,5% (ao longo de boa parte do dia), refletiu ações de peso, como Petrobras e Vale, apesar do desempenho positivo (do petróleo e do) minério de ferro. Os dados econômicos da China foram lidos de forma mista: de um lado, PIB acima do esperado, mas, de outro, o efeito do lockdown (sobre a atividade econômica), que pressiona as mineradoras’, diz Romero Oliveira, head de renda variável da Valor Investimentos.

Na ponta do Ibovespa, destaque nesta segunda-feira para Banco Inter (+4,42%), Locaweb (+4,22%) e Banco do Brasil (+3,69%). Na ponta oposta, Eneva (-4,24%), Gol (-3,11%) e Suzano (-2,82%).

Fonte: Isto é Dinheiro Online

LDO 2023 apresenta possibilidade de reajuste e restruturação de carreiras no próximo ano, diz governo

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O projeto de lei de diretrizes orçamentárias (PLDO) de 2023 apresenta a previsão de reajuste e reestruturação de cargos e carreiras no próximo ano, informou o Ministério da Economia nesta segunda-feira (18). O documento, que foi encaminhado ao Congresso Nacional na última semana, não traz, porém, o valor do aumento.

De acordo com o governo, o projeto da LDO abre também a possibilidade de reajuste do auxílio-alimentação ou refeição e da assistência pré-escolar aos servidores federais, nas hipóteses em que o valor per capita vigente do benefício pago pelo órgão ou entidade federal for igual ou inferior ao valor per capita da União.

A informação é divulgada em meio a greves e manifestações de várias categorias por reajustes salariais. O governo acenou recentemente com uma proposta de 5% de aumento para todas as carreiras. Entretanto, os servidores consideraram o valor insuficiente. Por conta disso, os sindicatos das categorias prometem manter os atos reivindicatórios nas próximas semanas.

O Unacon Sindical, que representa os funcionários do Tesouro e da CGU, informou na última semana que a recomposição geral de 5% das remunerações dos servidores federais é “insuficiente diante da alta do custo de vida e também não impede a concretização do desalinhamento remuneratório entre carreiras de Estado do Executivo sinalizado pelo mesmo governo no início deste ano”.

E acrescentou: “O anúncio do percentual não repõe nem mesmo a inflação do último ano e mantém o cenário de perdas acentuadas para a carreira de Finanças e Controle”.

No ano passado, a inflação oficial, medida pelo IPCA, somou 10,06%. Segundo o Unacon, para retornar ao patamar remuneratório de janeiro de 2019, data do último reajuste, é necessária uma reposição de 24%.

Também segue mantida a paralisação do Tesouro Nacional, marcada para a próxima quarta-feira (20), quando será feita nova assembleia da categoria, além da realização de um “Dia Nacional de Mobilização” em 4 de maio, em frente à sede da CGU, em Brasília.

Segundo informou na semana passada o diretor da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), Cristiano dos Santos Machado, a proposta do governo é insuficiente.

Em razão disso, a greve do servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que acontece desde o dia 23 de março, prossegue. A categoria pede um reajuste de 19,9% por conta de perdas salariais desde o início do governo Bolsonaro, em 2019.

O presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central do Brasil (Sinal), Fábio Faiad, também informou, na última quinta-feira, que a proposta do governo de reajuste de 5% não atende à categoria. “Consideramos insuficiente. Vamos continuar batalhando na mobilização por um reajuste melhor”, declarou.

Com isso, a greve por tempo indeterminado dos servidores do BC, decretada no começo de abril e que está afetando a divulgação de indicadores, terá prosseguimento. Os funcionários da instituição pedem reajuste salarial de 27%.

O O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), por sua vez, lembrou que a pauta dos servidores do órgão envolve a recomposição do orçamento, a realização de concurso público e cumprimento da Lei 13.464/17 – que prevê o programa de produtividade (pagamento de bônus de acordo com o desempenho).

“Como índice de revisão geral, 5% é muito aquém da perda inflacionária”, afirmou Paulo Oshiro, presidente do Sindifisco Nacional de São Paulo.

Segundo o Sindifisco, a mobilização dos auditores-fiscais da Receita, que começou em dezembro de 2021, terá prosseguimento. Eles estão realizando a chamada “operação padrão”, que está afetando o desembaraço de produtos nas fronteiras, e também foram entregues Cargos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Fonte: G1.Globo

Queiroga diz que nenhuma política de saúde pública ligada à pandemia será interrompida

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que não vai interromper qualquer política de saúde ligada à pandemia. No domingo (17), ele anunciou que vai revogar a emergência em saúde pública.

Nesta segunda (18), Marcelo Queiroga explicou o que muda nos próximos meses.

‘Quero frisar que nenhuma política pública de saúde será interrompida, absolutamente nenhuma, até porque todas elas foram instituídas pelo governo federal por intermédio do Ministério da Saúde’, afirmou.

‘Quero frisar que nenhuma política pública de saúde será interrompida, absolutamente nenhuma, até porque todas elas foram instituídas pelo governo federal por intermédio do Ministério da Saúde’, afirmou.

A declaração veio um dia depois do pronunciamento em rede nacional, quando o ministro anunciou o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, a Espin.

Um anúncio precipitado para alguns especialistas, como o epidemiologista Pedro Hallal.

‘Cem pessoas morrendo por dia no Brasil de Covid. O momento de dizer que o estado de emergência acabou é quando esse número tiver parecido com o de outras doenças, de forma estável: dez, 15, 20 mortes por dia’, disse o epidemiologista da UFPel.

O governo decretou estado de emergência no país em fevereiro de 2020. E isso permitiu, por exemplo, a contratação temporária de profissionais de saúde, compra de insumos médicos sem licitação e uso emergencial de vacinas. União, estados e municípios estabeleceram uma série de medidas, como o uso obrigatório de máscaras e passaporte vacinal. O infectologista Sergio Cimerman explica que a mudança pode dar um sinal errado à população.

‘Se a gente coloca que nós não temos mais essa situação da Covid com clareza para a população, a população vai acreditar que melhorou tanto a situação que vai esquecer os princípios básicos de distanciamento, lavagem de mãos, tomar a terceira dose da vacina, que muitos ainda não tomaram, e tem a população da quarta dose, que tem que fazer uso’, diz Cimerman, que é coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia.

‘Se a gente coloca que nós não temos mais essa situação da Covid com clareza para a população, a população vai acreditar que melhorou tanto a situação que vai esquecer os princípios básicos de distanciamento, lavagem de mãos, tomar a terceira dose da vacina, que muitos ainda não tomaram, e tem a população da quarta dose, que tem que fazer uso’, diz Cimerman, que é coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Segundo Queiroga, até o fim desta semana sai a revogação da emergência sanitária. A transição vai durar um mês. Ele explicou os motivos da mudança.

‘Como sabemos, nós temos uma queda expressiva dos casos e dos óbitos nos últimos 15 dias. Nós temos também uma ampla cobertura nacional da população brasileira. O terceiro ponto é a capacidade do nosso Sistema Único de Saúde em atender não só os casos de Covid, mas também das doenças prevalentes que foram negligenciadas durante o período em que tivemos os picos’, disse o ministro.

Um dos impactos da mudança é a possibilidade de suspensão de testes em farmácias e do uso emergencial de medicamentos e vacinas. Caso da CoronaVac, produzida pelo Butantan.

O diretor do instituto, Dimas Covas, disse que o processo para o registro definitivo não foi interrompido e que espera que a autorização para uso emergencial seja mantida pela Anvisa.

‘A questão da vacina não depende necessariamente do Ministério da Saúde, ela depende da Anvisa. E o próprio ministro disse que haverá regulamentação, que se seguirão à essa suspensão do decreto’, afirmou Dimas Covas.

Antes mesmo do anúncio, o Ministério da Saúde já havia pedido à Anvisa para manter, por até um ano, o uso emergencial de alguns produtos, inclusive da CoronaVac.

Em nota, a Anvisa informou que a prorrogação do prazo de vigência das normas ainda depende de aprovação da diretoria colegiada e, se aprovada, deve permitir que vacinas e medicamentos em uso emergencial continuem em uso por este período, um ano.

Ainda que o Ministério da Saúde revogue a emergência sanitária no Brasil, quem estabelece o fim da pandemia é a Organização Mundial da Saúde, que leva em conta o controle da doença na maioria dos países, como redução de casos e mortes e imunização. A ordem ainda é de vigilância, como frisou o próprio ministro Queiroga.

‘A Covid não acabou nem vai acabar, pelo menos nos próximos tempos. E nós precisamos conviver com essa doença e com esse vírus. Felizmente, parece que o vírus tem perdido a força, tem diminuído a letalidade e cada dia nós vislumbramos um período pós-pandêmico mais próximo de todo mundo’, disse.

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, afirmou que é preciso estar preparado para novas emergências.

‘A pandemia continua acontecendo e a gente precisa entender quais vão ser os mecanismos que a gente vai ter caso a gente volte a ter aumento de casos, caso surja uma nova variante de preocupação. Então, esses mecanismos têm que estar definidos e claros para a população, para as secretarias estaduais, municipais, de como a gente vai ter a organização do ministério e das secretarias com o fim da emergencialidade, caso isso volte a acontecer’, explicou.

A Organização Mundial da Saúde afirmou que cada país enfrenta uma realidade diferente em relação à pandemia, mas que a situação continua a afetar de forma adversa a saúde da população mundial e exige uma resposta internacional coordenada e a manutenção das ferramentas essenciais de combate ao vírus.

Fonte: G1.Globo

ANS trabalha para reduzir prazo de incorporação de novos medicamentos pelos planos de saúde

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A gerente-geral de Regulação Assistencial da Diretoria de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Ana Cristina Marques Martins, explicou que a agência tem hoje 59 medicamentos orais contra o câncer, para 112 indicações diferentes, na lista de tratamentos obrigatórios. Ela participou de audiência pública realizada pela comissão especial que avalia o combate ao câncer no Brasil e afirmou que a agência trabalha para se adequar aos novos prazos de análise. ‘É um processo que tem demandado um esforço muito grande da equipe, de conhecimento de novas metodologias, e a gente tem investido nesse período, tem mobilizado servidores para trabalhar nessas ações para que o tempo seja cumprido da melhor forma possível e também com qualidade’, disse.

Pela nova legislação, o prazo para a ANS concluir a análise do processo de inclusão de procedimentos e medicamentos na lista dos obrigatórios será de 180 dias, prorrogáveis por mais 90 dias. As tecnologias que forem recomendadas positivamente pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que tiverem decisão de incorporação já publicada, deverão ser incluídas no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar no prazo de até 60 dias.

Conselheiro de advocacy do Instituto Oncoguia, Tiago Matos lembrou que em 2018 um novo medicamento podia demorar quase quatro anos para chegar a um paciente, dada a demora para que fosse incorporado pela ANS. Para o conselheiro, a nova lei é uma oportunidade para que a agência mude um paradigma. ‘A ANS tem a oportunidade de fazer história na formatação do processo e garantir credibilidade e legitimidade social. Se um tratamento não tem registro na Anvisa, a sociedade fica desconfiada do tratamento, da tecnologia, e não da Anvisa. Na saúde suplementar, isso ainda não acontece. Se uma tecnologia não está no rol, a gente não questiona a qualidade da tecnologia, a gente questiona a decisão da ANS. Acho que é essa a chave que a gente precisa mudar’, recomendou.

A deputada Silvia Cristina (PL-RO) , relatora da medida provisória que deu origem à lei, relembrou o trabalho feito para garantir a aprovação da matéria. ‘Tivemos longas discussões com todos os agentes para que pudéssemos ter um texto consensual que fosse efetivamente aplicável ao País. Não somente o problema da quimio oral foi resolvido, mas todos os medicamentos agora possuem prazos para análise, e precisam, sim, ser avaliados pela ANS, porém não mais sem data para isso.’

Fonte: Câmara dos Deputados

Anvisa vai revisar atos e resoluções sobre uso emergencial de vacinas

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A vigência dos atos editados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em resposta à pandemia da covid-19 estão sendo revisados. Segundo informou a agência nesta segunda-feira (18), estão incluídos entre esses atos as resoluções que tratam do uso emergencial de vacinasmedicamentos.

Diversos atos publicados de forma excepcional pela Anvisa, em resposta à pandemia, previam inicialmente o encerramento de sua vigência a partir do fim do Estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional. Essa condição deve ter seu fim normatizado ainda esta semana por meio de uma nova portaria do Ministério da Saúde.

‘A solicitação feita pelo Ministério da Saúde é que a vigência das normas da Agência relativas à pandemia seja mantida por um ano a partir do momento da retirada do estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional. A prorrogação do prazo de vigência das normas ainda depende de aprovação da Diretoria Colegiada da Anvisa e, se aprovada, deve permitir que vacinas e medicamentos em uso emergencial continuem em uso por este período (um ano)’, explicou a Anvisa.

Recomendações

Em nota publicada hoje, a Agência destaca que a vacinação contra a covid-19 deve continuar em andamento e que a dose de reforço deve ser aplicada nos públicos indicados. Para a Anvisa, diante a possibilidade de novas variantes, é necessário também que a vigilância epidemiológica continue atuando sobre a doença, por meio dos programas de testagem e mapeamento genômico do vírus em circulação no Brasil.

‘Cada pessoa deve continuar atenta às medidas de higienização das mãos e uso de máscara em ambientes de maior risco, com aglomerações’, destacou o órgão de vigilância sanitária ao lembrar que, apesar dos avanços alcançados no Brasil, muitos países ainda continuam em estado de pandemia e com índices de vacinação ainda baixos, necessitando imunizar suas populações.

Fonte: Agência Brasil

Dimebras quer ser hub regional de distribuição de medicamentos

Dimebras quer crescer 20% e ser hub regional de distribuição de medicamentos

 

Com 45 anos de atuação no mercado de distribuição de medicamentos o Grupo Dimebras acaba de inaugurar seu sexto CD – o primeiro em Santa Catarina, situado na Região Metropolitana de Florianópolis. O novo investimento é parte da meta da atacadista de crescer 20% em receita no ano e se consolidar como um hub de distribuição de medicamentos na Região Sul.

“O complexo vai dar sustentação às mais recentes parcerias que firmamos com importantes indústrias farmacêuticas neste primeiro trimestre, como EMS, Geolab, Natulab e Neo Química. Também queremos reforçar nossa presença no segmento de cuidados pessoais, por meio de um acordo com a CCM Fraldas”, afirma o diretor executivo Rodrigo Bevilacqua. Filiada à Abradilan, a distribuidora atende majoritariamente farmácias independentes e associativistas.

Entrega em 24 horas e novas tecnologias

Com capacidade para movimentar 200 mil unidades por dia, um dos destaques do novo CD é a distribuição de mercadorias em até 24 horas, em qualquer ponto do estado de Santa Catarina. “Agora temos mais eficiência nos serviços e agilidade nas entregas a serviço das mais de 100 indústrias que compõem nosso portfólio”, acrescenta.

Além do centro de distribuição da matriz em Cascavel (PR), a atacadista opera no Centro-Oeste, com dois complexos em Cuiabá (MT) e dois em Campo Grande (MS). No Centro-Oeste, os galpões atendem tanto a Dimebras como a Alfamed – empresa do grupo que gerencia a logística da Prati-Donaduzzi e da EMS –, e a BR2 Saúde Atacadista, que atua no segmento de não-medicamentos, produtos para saúde e suplementos alimentares no Mato Grosso do Sul.

“As novas tecnologias também dinamizam o processo de entregas, a exemplo do aplicativo próprio disponível no Play Store, com ofertas personalizadas”, complementa.

Capacitação para gestores de farmácia

Outra frente da Dimebras é a capacitação dos gestores de farmácia. Em maio, a Dimebras realiza a primeira rodada do Sprint Farma, evento de capacitação com conteúdo de gestão para proprietários ou gerentes de farmácias, em parceria com o Instituto Bulla. O treinamento percorrerá as cidades de Cascavel, Curitiba, Londrina e Maringá, no Paraná; e Chapecó, Criciúma, Florianópolis e Joinville, em Santa Catarina. Em cada localidade, a distribuidora atenderá em média 60 farmácias.

“Trata-se de um curso presencial de oito horas, com módulos voltados à precificação, indicador de performance, atração de clientes e análise financeira, que ajudam a divulgar nossa marca e consolidar a parceria com os clientes. Contribui ainda para prover ao gestor ferramentas que assegurem mais rentabilidade e estofo para competir com as grandes redes”, finaliza Bevilacqua.

DIMEBRAS

Estados de atuação: MS, MT, PR e SC
Farmácias atendidas: 8 mil
Colaboradores: 350
Centros de distribuição: 2 no Mato Grosso, 2 no Mato Grosso do Sul, 1 em Santa Catarina e 1 no Paraná
Número de SKUs: Cerca de 5 mil

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Supermercados lideram projeto de marketplace do varejo

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marketplace do varejo

O setor de supermercados dá exemplo para outros segmentos e iniciou o processo de formação de um marketplace do varejo. A iniciativa tem a liderança da Abras, já foi aprovada em assembleia e prevê até a criação de um banco digital e um fundo imobiliário.

O projeto tem potencial para beneficiar os 90 mil PDVs associados à entidade, que concentram mais de R$ 550 bilhões em vendas e detêm 7,5% do PIB nacional. A Abras já vem apresentando a ideia em roadshows para investidores e projeta movimentar R$ 8 bilhões em um primeiro momento. German Quiroga, executivo com passagem pelas Americanas, entrará como sócio minoritário da plataforma.

Como funcionará o marketplace do varejo supermercadista?

Os supermercadistas atuarão como vendedores no marketplace e terão acesso aos serviços de distribuição, um braço financeiro e outro imobiliário. Entre as cadeias associadas, 100 redes manifestaram interesse de ingressar na plataforma.

Outra possibilidade é a concepção de uma plataforma educacional e um hub de inovação. As companhias manteriam seus negócios independentes, mas compartilhariam estruturas e serviços em comum no marketplace.

“A união é uma resposta ao ritmo forte de mudanças que passamos após a pandemia. A ideia é criar uma estrutura integrada que permeie várias atividades, como logística e produtos financeiros, reduzindo custos”, enfatizou Rodrigo Segurado, vice-presidente de ativos setorias da Abras, em entrevista ao Valor Econômico.

Por ritmo forte de mudanças, entenda-se avanço da concorrência, motivada por players como Amazon, que até pouco tempo atrás não se enquadravam na lista de competidores.

Marketplace no varejo farmacêutico

Nas farmácias e drogarias, a possibilidade de um marketplace do varejo setorial parece distante da realidade, mas o setor vem se destacando nas vendas por esse modelo de negócio. O varejo farmacêutico está à frente de setores tradicionais na cesta de compras do consumidor de marketplaces, entre as quais os de brinquedos e pet shops, segundo pesquisa da consultoria Driven CX, com apoio das empresas de tecnologia Conecta LáMind Miners e Stibo Systems.

O levantamento reuniu mais de 3,5 mil consumidores e indicou que o varejo farmacêutico já ocupa a sexta posição nas intenções de compras nessas plataformas.

 

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

 

 

Justiça impõe remédio de alto custo contra dermatite no SUS

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Remédio de alto custo

A Justiça acaba de obrigar o SUS a fornecer um remédio de alto custo contra a dermatite atópica grave. O preço do medicamento gira em torno de R$ 12 mil.

A decisão é do juiz Eduardo Ruivo Nicolau, da Vara da Fazenda Pública do Foro de Praia Grande, que concedeu tutela provisória de urgência e determinou que as Fazendas Públicas de seu município e do estado de São Paulo passem a disponibilizar o Dupilumabe, remédio de alto custo de fabricação da Sanofi e com nome comercial de Dupixent.

O remédio de alto custo é vendido por até R$ 12.099,14. A caixa vem com duas seringas de uso único, contendo 300 mg de Dupilumabe cada. Recebeu aprovação da Anvisa em 2020, não apenas para o tratamento de dermatite atópica, como também no combate a casos de asma e rinossinusite crônica com pólipo nasal. No entanto, ainda não faz parte do rol de medicamentos do SUS.

Remédio de alto custo garantido em até 30 dias

A ação que levou à decisão judicial partiu de uma assistente de logística de 25 anos, que alegou não ter condições financeiras para adquirir o medicamento. O juiz determinou o fornecimento do remédio de alto custo em até 30 dias, com dosagens de 300 mg, até o julgamento definitivo ou uma determinação contrária da Justiça. “O tratamento pode ser prorrogado e a quantidade variável a cada receita apresentada trimestralmente, conforme o estado da paciente”, citou o magistrado.

De acordo com a dermatologista que atende a assistente de logística, a paciente apresenta processo inflamatório crônico da pele há mais de 18 anos, o que inclui coceiras intensas, infecções cutâneas e lesões pelo corpo. Ela já recorreu a tratamentos com corticóides, mas que não surtiram efeito. A dermatologista prescreveu, inicialmente, duas seringas de Dupixent, de uma só vez, e uma seringa a cada 15 dias de modo contínuo.

O atual estágio clínico da paciente também vem estimulando um quadro de ansiedade e depressão, já que ela evita ao máximo sair de casa por medo de uma nova crise e por sentir vergonha de sua aparência física.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

OMS monitora casos de hepatite aguda grave de origem desconhecida

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A Organização Mundial da Saúde anunciou, nesta sexta-feira (15/4), que monitora casos de hepatite aguda grave de origem desconhecida em crianças na Europa.

De acordo com a entidade, até o dia 8 de abril, foram notificados 74 casos no Reino Unido, sendo dez deles na Escócia.

Há relatos também de três casos confirmados na Espanha e ao menos seis, em investigação, na Irlanda.

De acordo com a OMS, é “muito provável” que mais casos da doença sejam diagnosticados nos próximos dias.

Exames laboratoriais descartaram a possibilidade de a doença ser provocada pelos vírus já conhecidos de hepatite: A, B, C, E e D (quando aplicável).

Sintomas da hepatite aguda grave

Os sintomas da doença incluem elevada taxa de enzimas hepáticas, vômito, diarreia e dores abdominais.

No Reino Unido, a doença foi detectada em crianças de 1 a 10 anos. Seis pacientes passaram por transplante de fígado. Até o momento, não há relato de mortes em decorrência da doença.

A OMS informa ainda que há relatos de “vários casos” da nova doença em crianças infectadas pelo novo coronavírus e/ou adenovírus, embora o papel desses vírus na patogênese (mecanismo pelo qual a doença se desenvolve) ainda não esteja claro.

“A OMS está monitorando de perto a situação com outros estados membros e o Reino Unido e parceiros para casos com perfis semelhantes”, diz nota da OMS que pede aos membros da organização para estarem atentos e reportarem casos semelhantes.

Fonte: Jornal Correio Braziliense – DF