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Mercado farmacêutico segue em alta no Espírito Santo em 2022

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Após a pandemia e a necessidade do ramo de farmácia, o número de profissionais que tiraram o registro na profissão triplicou. Segundo o Conselho Regional de Farmácia no Espírito Santo (CRF), somente em 2021, o registro foi dado há 579 pessoas em todo o estado.

Segundo a Coordenadora do curso de Graduação em Farmácia da faculdade Unisales, Christiane Curi Pereira, de 38 anos, explica que a alta empregabilidade, fez com que houvesse um aumento na procura do curso. ‘Temos tido um crescimento na procura de estudantes pelo curso e acreditamos que um motivo é sua alta empregabilidade nos últimos anos, o que tem relação com a maior valorização da atuação do profissional pela população e pelo mercado’, destaca.

Para ela, as áreas de atuação que são importantes para os farmacêuticos são a de manipulação de medicamentos e cosméticos, indústrias de medicamentos e cosméticos, laboratórios de análises clínicas, hospitais, consultórios para atendimento farmacêutico, fitoterapia, homeopatia, acupuntura, saúde estética e análises toxicológicas.

De acordo com dados da Junta Comercial do Estado do Espírito Santo (JUCEES), em 2021, o setor farmacêutico varejista registrou 411 empresas abertas e 198 fechadas. Em relação ao mesmo ano, o setor farmacêutico atacadista registrou 129 empresas abertas e apenas 28 foram fechadas.

Na Grande Vitória, em relação aos 12 meses de 2021, foram registradas 196 abertas empresas do ramo varejista, contra 81 empresas fechadas do mesmo ramo. Sobre o ramo atacadista, foram registradas, 100 empresas abertas e 23 fechadas.

Em 2022, conforme relata a Junta Comercial, o setor farmacêutico varejista registrou 247 empresas abertas e 133 fechadas em todo o Estado. Em relação ao mesmo ano, o setor farmacêutico atacadista registrou 55 empresas abertas e apenas 31 foram fechadas.

Já na Grande Vitória, até 29 de Julho, foram registradas 123 abertas empresas do ramo varejista, contra 60 empresas fechadas do mesmo ramo. Sobre o ramo atacadista, foram registradas 42 empresas abertas e 22 fechadas.

A estudante de farmácia, Ana Elise Tavares Mata, 18 anos, está no segundo período de farmácia. Segundo a jovem, ela decidiu entrar no curso por ter um mercado de trabalho muito extenso e rentável. Em relação aos estudos, a recém estudante explica que seus estudos têm sido cada vez mais interessantes e abrangentes.

Ana Elise ressalta que antes de entrar no curso, não imaginava que o mercado de trabalho abrangia tantas áreas, nem tão diferentes ao mesmo tempo. ‘Na prática a gente percebe que tem que estudar bastante pra ir além do que a faculdade ensina’, conta.

A estudante diz que apesar do mercado ser ótimo, há um despreparado muito grande nos farmacêuticos já formados em que não tem interesse de continuar se esforçando para se tornar bons profissionais. ‘O contra na minha profissão com toda certeza é carga horária trabalhada, principalmente dentro de drogarias’, explica.

Sobre o futuro, a jovem explica que apesar da área mais procurada no curso ser a de estética, pretende seguir a hospitalar. ‘O que eu mais gosto na minha profissão, é o atendimento ao cliente, onde pode ser realizado as indicações de medicamentos’, conclui.

Atuando no mercado farmacêutico, há menos de um ano. A farmacêutica, Bárbara Brau Moraes, 26 anos, explicou que o que tem visto no mercado capixaba um crescimento alto do uso de medicamentos, principalmente medicamentos psicossomáticos. Para ela, o lado positivo de trabalhar na área, é que o mercado é muito amplo e sempre terá uma área atuante.

Atualmente, a jovem explica que para ela, o melhor local de trabalho, é a área hospitalar. ‘Sou apaixonada pela área hospitalar, mas a quem diga que o melhor a se trabalhar é a área industrial, justamente pelas horas trabalhadas e o salário ser mais alto. O que eu mais gosto da minha profissão é cuidar do próximo, poder usar meu conhecimento a favor disso, pois não é apenas um fármaco ou medicamento, mas sim trazer uma solução.’

Apesar dos elogios à profissão, a farmacêutica faz uma ressalva sobre o mercado. Para Bárbara, a profissão tem carga alta de jornada de trabalho e o piso salarial é defasado. Mas com o novo aumento, a situação tem melhorado.

MERCADO FARMACÊUTICO

Nos últimos anos, o Espírito Santo viveu um salto muito grande no mercado farmacêutico. Segundo o ex-presidente do CRF, farmacêutico e professor de graduação e pós graduação em farmácia da UVV, Luiz Carlos Cavalcanti, de 50 anos, realmente nos últimos 5 anos verificamos um salto no número de farmácias no ES, em especial na Grande Vitória. Observamos a abertura de muitos Pontos de Venda (PDVs) pertencentes principalmente a grandes redes nacionais.

‘É interessante notar que a população identifica e até brinca com isso haja visto o grande número de ‘memes’ em redes sociais que com humor passam a mensagem que se você sai de casa para trabalhar de manhã, quando volta à noite no mesmo dia tem uma farmácia no lugar onde ficava sua casa’, ressaltou.

Ainda de acordo com o farmacêutico, estas grandes redes nacionais são verdadeiras SA e precisam atender ao seu planejamento estratégico e dar retorno aos acionistas. ‘Elas têm uma meta de crescimento anual que inclui a abertura de novos PDVs, sendo este um dos motivos para tantas novas lojas, muitas vezes extremamente próximas umas das outras’, pondera.

Mas devido ao crescimento de redes nacionais no Espírito Santo. Para o professor Luiz Carlos, também houve um crescimento do associativismo entre os pequenos empreendedores como forma de tentar sobreviver neste mercado muito competitivo. ‘As farmácias nos últimos anos deixaram de ser apenas locais onde as pessoas doentes procuravam um alívio ou a cura para seus males, elas se tornaram locais de promoção da saúde, bem estar e qualidade de vida, além de locais de conveniência onde muitos produtos do dia a dia podem ser encontrados.’

Após ter atuado durante quatro anos, em drogarias, Jefferson Tavares dos Santos, de 35 anos, se tornou residente em Saúde Coletiva na Prefeitura de Vila Velha. Dentro do mercado capixaba, Tavares tem observado o aumento de qualificação dos profissionais já inseridos no mercado. ‘E inclusive no momento saí do meu emprego e estou passando por uma residência que é uma especialização em vigilância em Saúde em busca de novos cargos e áreas de atuação’, relata.

Para ele, o mercado farmacêutico tem crescido muito. ‘É um mercado que está sempre em expansão, e a cada dia surgem novas áreas de atuação para o farmacêutico. A estética é a queridinha do momento, no mercado capixaba’. Em relação aos prós da profissão, Jefferson explica que a área de atuação do farmacêutico é bem ampla, é um curso que traz muita informação e bagagem para concurso, além da visão crítica é claro, tem um piso salarial estabelecido, todo ano tem reajuste salarial e sempre tem vaga de emprego.

‘Minha dica para quem está entrando na profissão é seja proativo e estude porque farmácia é um curso que tu precisa tá sempre lendo e se mantendo informado, seja sobre novas tecnologias de saúde, sobre novos medicamentos, sobre alimentos ou sobre doenças.’ ressaltou Jefferson.

Para os estudantes de graduação do curso de farmácia, o profissional diz que é importante viver a maior quantidade de áreas durante o estágio. ‘Vivenciem a maior quantidade de áreas de estágio, para que vocês consigam depois já ter noção de qual área querem ir ou não, afinal o farmacêutico possui 131 áreas para atuar.’

PANDEMIA

Apesar das farmácias terem sido menos atingidas na pandemia. Para Luiz Carlos, elas estão sofrendo os impactos da pandemia também. A inflação, presente no mundo todo, tem reduzido o poder de compra da população.

‘A pandemia iniciada em 2020 foi um desafio para todos e para as empresas também, mas podemos dizer que as empresas da área de saúde e do setor farmacêutico lucraram ou sofreram menos os impactos pois a procura da população por estes estabelecimentos foi grande, contudo a pandemia dizimou muitas empresas, empregos e renda o que faz com que as pessoas tenham que priorizar o que consomem’, explicou o professor.

Fonte: ES Hoje

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